História Dark Paradise: A Story Of Love And Crime - Segunda Temporada - Whiskey, love and other drugs (I)

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Três dias depois

Os dias se passaram e eu não fiquei ansiosa o esperando como costumava ficar. Isso já é uma baita evolução. Pra quem tinha o hábito de chorar quando ele estava longe, eu não tinha deixado uma lágrima cair, eu apenas ri e bebi bastante nesses três dias. Quando você descobre que uma merda grande aconteceu na sua vida, te vem dois pensamentos, ou você se mata ou você continua vivendo todos os dias e carrega essa dor consigo. Eu escolhi a segunda opção, ainda não está na minha hora de morrer, eu sei que não sou eu quem decide quando devo morrer, mas eu quero ter a noção de que não irei morrer agora por minhas próprias mãos. Não. Eu quero morrer de forma memorável, épico e marcante. Se for pra ser enterrada em um caixão pela eternidade da minha vida, que seja feito em grande estilo.

Eu disse que escolhi a segunda opção, mas eu não escolhi carregar o peso da minha dor, eu apenas escolhi continuar vivendo e não morrer, fato. Eu continuarei vivendo até que chegue a minha hora, eu chorei bastante após a noticia de Ed (nos tornamos amigos e íntimos nesses três dias) e passei horas trancada naquele banheiro apenas deixando que a água caísse sobre mim, o sangue continuou a escorrer por minha mão após a pancada forte que eu dei contra o espelho, já tinha sido feito os cuidados necessários em minha mão e nas demais feridas que tinham se aberto naquele dia, eu já me encontrava plenamente saudável. Naquele dia eu demorei a dormir, toda vez que eu fechava os olhos podia sentir o Coringa deitando-se sobre mim e forçando-se contra mim, eu gritei assustada e me remexia contra a cama, era uma mistura de pesadelos e lembranças.

Bastou aquele dia terrível, no dia seguinte eu pedi para que Ed comprasse umas coisas especiais e umas roupas também especiais. Eu estava fodida, dei uma repaginada completa em mim mesma. Deixei meus cabelos sem as pontas coloridas, apenas loiros bastante platinados e cacheados nas pontas, pintei minhas unhas de preto e passei a usar bastante maquiagem no rosto, não era uma maquiagem colorida que brilhava no escuro, era uma maquiagem escura e sombria, batom vermelho nos lábios e bastante delineador preto e lápis ao redor dos olhos. Eu pedi ajuda a Rose, ela tinha se recuperado e logo juntou-se a Ed e a mim, ela me deu algumas aulas de defesa pessoal, me ensinou alguns golpes práticos, mas que podem ser letais caso o Coringa queira tentar algo de novo. Passei a usar roupas mais justas e curtas que me favorecessem, vestidos pretos, saias e shorts, bodys e tops, tudo tinha sido ideia de Rose e eu tinha amado a mudança que fizemos em mim mesma.

Antes eu tinha a mania terrível de querer esconder as minhas tatuagens, agora eu me disponho a usar o vestido mais curto e sem mangas que tiver, apenas para andar por ai demonstrando todos os desenhos pretos que há em todo o meu corpo. Passei a usar mais joias e furei bastante minha orelha, claro que um dia eu pagarei Ed por tudo que ele aceitou comprar para mim, apesar dele dizer que fez em nome da nossa amizade. Uma coisa maravilhosa e incrível que aconteceu foi a amizade rápida e forte que fiz com Ed nesses últimos dias, nós éramos como irmãos perdidos, aparentávamos ter mais em comum do que imaginávamos, ambos sofríamos por amores complicados. Eu nunca tinha visto tal coisa até os dias de hoje, mas Ed é apaixonado por Oswald Cobblepot, os dois já tiveram umas noites juntos, mas apenas isso e isso já quebrou o coração dele centenas de vezes. Eu nunca tinha visto um casal gay no mundo do crime, mas Ed havia me dito que ninguém o desrespeitava ou fazia piadas por medo, Oswald já era conhecido pelas redondezas por não mostrar misericórdia com quem mexia com os amigos dele.

-Aceita um copo de uísque? – Ed indaga segurando uma garrafa de uísque e balançando ela em minha direção. Fiz um aceno com a cabeça e ele me entregou um copo. –Está tudo bem? Você sabe... Ele volta hoje.

-Eu não estou preocupada, eu tenho um plano sobre o que eu irei fazer com ele hoje. – Rose estava deitada ao meu lado, estávamos em uma sala de descanso da mansão, só nós três deitados nos puffs que tinham ali. Ela sorriu radiante com minhas ultimas palavras.

-Plano? Pode nos contar que plano é esse? – ela questionou curiosa.

-Por agora vocês ainda não iram saber, quando for mais tarde, depois que ele chegar. Eu vou precisar de vocês e Rose eu tenho um pedido especial para você. – mexia em seus cabelos ruivos cor de fogo, Ed sentou-se a minha frente e sorria como se já tivesse captado minha ideia.

-Pode pedir.

-Eu preciso que você me arrume alguma coisa que faça a pessoa dormir por duas horas ou três, alguma coisa que a faça apagar completamente. – falo com planos malignos e maliciosos na minha cabeça, bebo o uísque só de uma vez e já sinto uma leve tontura me atingir.

-Tem certeza? Por que não experimenta acertar essa pessoa com um taco de beisebol? É uma pancada só, mas a garantia de que ela não vai acordar mais são 100% confiável. – Ed e Rose riem juntos, olho para o copo vazio e fico balançando as ultimas gotas de uísque que ainda tem.

-Eu não quero matar a pessoa, apenas quero deixa-la inconsciente por algumas horas. Você pode arrumar isso pra mim? – questiono e Rose levanta-se do puff.

-Agora mesmo, volto daqui a pouco. – dito isso, ela sai da sala de descanso.

-Você vai dopar o Coringa. - sorri maléfica com a afirmação de Ed. - E depois? O que vai fazer?

-Estou planejando enlouquece-lo de ciúmes, quando ele acordar imediatamente irá atrás de mim para me bater, eu não estarei aqui para apanhar, estarei a quilômetros de distancia da mansão e é ai que você entra.

-O que eu terei de fazer?

-Você vai dizer a ele que eu e Rose saímos para uma boate sozinhas, ele vai ficar puto e imediatamente irá atrás de mim. Eu vou precisar de dois carros e seguranças, mas eles têm que ser discretos e tem que estar disfarçados, para todos os efeitos o Coringa tem que pensar que eu estou sozinha. Depois disso eu verei o que irei fazer. – Ed confirma positivamente com a cabeça.

-Você vai dormir com ele?

-Provavelmente não. Eu ainda tenho receio de ficar a sós com ele em um quarto, ainda preciso de um tempo para me recuperar desse trauma. – o celular de Ed toca e ele atende, ele me olha bastante apreensivo e preocupado. Minutos depois ele desliga e me encara seriamente.

-O quê?

-O Coringa chegou, ele está procurando você. – Rose entra na sala e para diante de mim. –Vou arrumar as coisas que você precisa e deixar tudo organizado esperando as suas ordens. –Ed sai da sala e eu ajeito meus cabelos, em questão de minutos sei quem estará passando por aquela porta.

-Aqui está o que me pediu, é um sonífero extra forte, depende muito da pessoa, mas normalmente ela fica adormecida por no mínimo 4 horas ou três. Vou deixar vocês a sós, qualquer avanço estranho dele, grite e se defenda. – Rose sai da sala e eu fico ali deitada nos puffs. Ela deixa um pequeno frasco de liquido transparente e eu o deixo escondido entre as almofadas.

Permaneço ali deitada olhando os móveis antigos, a mansão é antiga e de decoração rustica, é bem protegida e escondida dos olhares da polícia. Já fugimos de Arkham faz menos de uma semana, posso dizer com toda a certeza que o lugar ficou destruído, poucos dos que trabalhavam lá conseguiram sobreviver, o asilo explodiu e pegou fogo, quem continua desaparecida é Elizabeth e por mim, isso já é maravilhoso. Aquela vadia dos infernos pode estar morta em um esgoto qualquer e para mim isso ainda seria pouco, se eu a encontrasse iria tortura-la por dias até ela morrer. Nada do que eu fizesse para ela iria parecer suficiente, aquela mulher me torturou muito e fez o pior comigo sempre que teve oportunidade, ela merece morrer da pior forma.

Gostaria de não me sentir tão sozinha como sinto na maioria das vezes, eu sei que tenho Rose e Ed comigo agora, mas eu ainda me sinto bastante sozinha na maior parte do tempo. Eu pedi a Ed que procurasse por Ivy, não vejo minha ruiva desde o ano passado, quando fomos juntas com Selina até um dos clubes do Coringa procurar por ele, naquela noite, Ivy havia nos dito que estaria indo embora de Gotham e até me convidou para ir junto com ela. Obviamente não aceitei, nem preciso dizer o porquê. Desde então, já faz meses que Ivy não deu um sinal de vida em Gotham, segundos boatos, uma ruiva teria sido vista em antigas fabricas de toxinas abandonadas nas redondezas, Ed tinha enviado um grupo de procura atrás dela, até então não tínhamos tido noticia ou informação alguma que pudesse ser relevante. Eu precisava da minha ruiva, minha melhor amiga, certamente eu não me sentiria sozinha como me sinto agora.

Selina largou de vez suas orelhas de gato e o chicote, ela largou suas noites noturnas de ladra e virou mãe de família agora. Ela se casou com o bilionário Bruce Wayne e com os bilhões que há no cofre dele, os dois iniciaram diversas campanhas de segurança pela cidade, é engraçado não? Ela que era uma das maiores ladras de Gotham agora virou uma moça da sociedade rica de Gotham, é bastante engraçado tudo isso. Eu sei que Selina sempre quis ser mãe e o fato dela não poder ter filhos deve ter a feito aceitar todos os filhos de Bruce Wayne, na minha conta são quatro ou mais, a maioria é adotada e somente dois são de sangue. Dick Grayson, Damian Wayne, Tim Drake, Jason Todd e a única garota do quarteto Helena Wayne. Qual o problema, só três deles estão vivos, Tim e Jason estão mortos, pelo menos Jason Todd está, ele foi morto há pelo menos um ano atrás, enquanto Tim Drake está desaparecido há um ano também.

Já escolhi meu alvo de ataque na família nova de Selina. Helena Wayne. Essa garota vai ser o meu álibi, o ponto fraco na família de Selina agora deve ser essa garota, uma vez que já coloquei espiões atrás dela e eles já me disseram que ela chegou na família Wayne a pouco tempo. Helena estudava em um internato na suíça desde os três anos, poucos sabem, mas a mãe dela foi assassinada em um ataque a uma mansão que pertencia a Bruce Wayne. Os três estavam na mansão, a filha, a mãe e o pai, uma gangue misteriosa entrou na casa e matou a mãe enquanto Bruce conseguiu esconder a filha em um jatinho e a mandou embora mesmo quando ela ainda era nova. Ela foi mandada para a Suíça quando ainda tinha três anos e quando fugia da gangue que estava atrás dela e da mãe. Aparentemente, Helena cresceu sem ter contato algum com o pai ou alguém do mundo de fora, quando fez dezoito anos foi expulsa do internato e ficou viajando escondida do pai pelo mundo por quatro anos, ela voltou a Gotham com vinte e dois anos, ao que parece, ela não se deu muito bem com o pai e com a madrasta. Já tenho mais do que o suficiente para usá-la contra Selina e os Wayne.

Ainda tenho outras informações não tão relevantes, mas que podem a vir me ajudar muito quando eu pegar a menina. Ela e seu meio irmão Dick Grayson estão tendo uma relação muito mais do que de irmãos comuns, os dois estão se enrolando amorosamente e sexualmente por debaixo dos lençóis. Claro que tudo no mais perfeito segredo, considerando que eles são meio irmãos, seria atrevimento meu revelar isso em publico? Provavelmente não. Helena está construindo uma linda história de amor e eu estou indo destruir seu conto de fadas, o porquê estou fazendo isso? Por culpa de Selina, ela nos traiu e escolheu ir para o lado do Batman, que aparentemente não a escolheu, uma vez que Selina não ficou com ele e sim com Bruce Wayne, acho que o morcego só queria uma foda noturna durante o trabalho, depois que se cansou de Selina, a dispensou e ela não teve escolha senão se casar com o bilionário Bruce Wayne, que segundo o que ela dizia para nós era louco por ela e estava sempre correndo atrás dela.

Certamente terei muito sangue derramado nessa família, eu também planejo encontrar Tim Drake e usá-lo como isca, ainda não recebi nenhum sinal de onde ele poderia estar sendo preso ou escondido. Todas as suspeitas da policia apontam que foi o Coringa que sumiu com o garoto, ele nunca me disse nada sobre isso, mas é algo que estou disposta a perguntar agora. O Coringa foi mandado para Arkham quando nos conhecemos por causa de três crimes, o primeiro o acidente trágico de Barbara Gordon, o tiro a queima roupa que a deixou numa cadeira de rodas para sempre e o abuso sexual que a mesma sofreu, o segundo foi a morte de Jason Todd que veio logo após o acidente de Barbara e o terceiro foi o estranho desaparecimento de Tim Drake, ele nunca apontou e nem confirmou nada quando era perguntado sobre esse desaparecimento. Muitos dão esse garoto como morto, mas Bruce Wayne acredita que o filho adotivo ainda possa estar vivo e está disposto a acha-lo.

Seria coincidência demais dizer que os parceiros do Batman que sumiram aparentam ser os mesmos filhos adotivos de Bruce Wayne? Todos já sabem que Barbara Gordon era a antiga Batgirl, mas já tinham tido muitos Robins, grande maioria deles tinha largado o cargo ou até mesmo morrido e desaparecido. E por coincidência, a mesma quantidade de Robins que já tinha sumido era a mesma quantidade dos filhos sumidos de Bruce Wayne. Coincidência até demais para o meu próprio gosto.

A porta da sala de descanso é aberta abruptamente e eu sou trazida de volta a realidade. Todo o meu corpo se arrepia e treme de medo, não me levanto do puff e nem forço um sorriso sequer, ele não merece mais nada de mim. Permaneço quieta como se ele nem tivesse entrado e estivesse me encarando fixamente agora. Minha respiração fica levemente acelerada quando o escuto trancar a porta, não posso demonstrar que tenho medo, não posso fraquejar agora... Seja forte. Escuto seus pés pesados se aproximarem de mim cada vez mais a cada passo que ele dá, posso sentir seu olhar quente sobre mim, com certeza ele deve estar pensando em mil e uma formas de me ter e me foder aqui mesmo. Pena para ele que eu não estou tão disponível e receptiva como antes.

-Sentiu saudades? – ele pergunta sarcástico ao parar bem diante de mim, é estranho e assustador estar tão perto dele depois que... Depois de tudo. Engulo em seco e forço um sorriso de felicidade.

-Você nem imagina o quanto meu amor. – falo e sinto meu coração se rasgar de raiva, todo esse fingimento da minha parte tem um motivo. Se ele me amar de verdade, terá que correr atrás do prejuízo agora e principalmente, correr atrás de mim. –Você sentiu minha falta? – questiono, sei que ele mentirá de qualquer forma, apenas preciso bancar a inocente de antes.

-Todos os dias. Pensei ter deixado isso bem explicito no bilhete. – ele se senta ao meu lado e eu odeio que uma pequena parte minha fique encarando todas as suas partes bonitas e que não são poucas. O que custava esse homem não ser tão bonito? Seria mais fácil ignorá-lo e fingir repulsa por ele e sua presença. Mais não, ele é bonito demais e gostoso também. Senhor, custava nada ele não ter tantos músculos malhados, uma boca maravilhosa e olhos azuis infernais.

-É melhor ouvir você falar do que ler um bilhete, é mais excitante assim. – começo a provoca-lo ao me aproximar dele, o Coringa já está deitado ao meu lado e não para de encarar meu corpo. Encosto-me nele e coloco uma de minhas pernas em cima de seu quadril, como eu já esperava, ele acaricia a minha coxa que está em cima dele e esse simples toque causa tremores terríveis dentro de mim. Eu quero chorar de dor e quero empurra-lo, mas se eu fizer isso estarei me expondo demais e mostrarei a ele que estou bastante machucada, eu não quero que ele me veja como fraca, nunca mais. –Porque demorou tanto? Porque não ficou logo aqui comigo depois que fugimos? Você sabe que eu odeio ficar de você por tempo demais. – finjo uma voz triste e magoada.

Eu mereço o Oscar de melhor atriz.

-Eu estava arrumando um novo esconderijo para nós, você sabe que toda a policia está atrás de nós agora não é? – ele segura meu queixo com uma de suas mãos e aproxima seu rosto do meu. Sinto sua respiração bater contra meu rosto e seus olhos azuis me encararem com um brilho de luxuria e algo a mais que eu não consigo distinguir. –Não vamos ficar nessa casa para sempre, acha mesmo que eu vou deixa-la sozinha com Nygma toda vez que eu tiver que resolver alguma coisa longe daqui? Nunca. – o Coringa e sua possessividade absurda. Há tempos atrás essa possessividade me deixava louca de amores por ele, mas agora tudo que eu consigo sentir é nojo de mim mesma por ter me deixado ser dominada dessa forma por tanto tempo.

-Ficaria mais tranquilo em saber que Ed gosta do gênero masculino, como eu. Nos tornamos apenas amigos e ele nunca tentou nada. – digo e discretamente pego o frasco que Rose me entregou e o guardo debaixo de mim. 

-Ele que tentasse alguma coisa, eu arrancaria os braços dele fora. Nem coloque uma ideia absurda dessas na sua cabeça, eu já disse que só eu posso tocar você não disse? Você é minha, só minha. – ele fala com grosseira e eu aceno positivamente sorrindo como uma ingênua apaixonada. –Vejo que gostou do anel que eu escolhi. – ele pega minha mão direita e a traz para perto de sua boca, ele beija o dorso da minha mão e eu me pego sorrindo somente ao olhar para o anel com a joia vermelha que Ed me entregou. Devo admitir que esse anel que o Coringa escolheu para mim é realmente lindo e não tinha como não usá-lo.

-É lindo, eu adorei. É pra ser um anel de noivado? – uma esperança antiga. Eu sei que ele nunca casaria comigo, ele só me quer para me maltratar.

-Claro que não. Não seja burra, eu nunca vou casar e muito menos você. Eu comprei pra você por comprar mesmo, sem compromisso algum. – ele fala com desdém e eu decido que já está na hora do meu plano surtir o efeito que eu quero.

Rapidamente pego o frasco com cuidado e estico-me até a mesinha ao lado do puff, derramo todo o frasco em uma taça de uísque e deixo a outra vazia, tendo somente o uísque. Eu entrego ao Coringa a taça com o uísque “batizado” e fico com a taça comum. Ele me encara com um sorriso malicioso e eu sorrio maliciosa também, mas não por causa dele, mas por causa do meu plano.

-A nós. – nós brindamos e ele bebe o uísque rapidamente, virando a taça só de uma vez, eu faço o mesmo para que ele não desconfie. Passam-se alguns minutos e nós ficamos ali em silêncio, apenas encarando um ao outro.

-Você sabe que eu a amo não sabe? Por isso eu vim até aqui, vim busca-la para leva-la embora comigo. Você quer ir? – ele questiona puxando-me para mais perto dele, ponho as mãos em seu peitoral para criar certa distância entre nós.

-Eu quero ir onde você estiver, eu quero que fiquemos juntos. Só nós dois. – murmuro próxima a sua boca. Ele respira com dificuldade e sorri, seria romântico senão fosse pelas circunstâncias e situação que nos encontramos.

-Eu quero isso também. – ele sentencia e me agarra. Ele me beija com fogo, urgência e desejo. Correspondo por instinto, ele rodeia minha cintura com seus braços e me puxa para cima dele. Porra, esse sonífero demora a surtir efeito?

Ficamos nos beijando com urgência por minutos que parecem ser longas e duradouras horas, repentinamente para minha surpresa, as mãos dele me soltam e seus lábios se afastam dos meus. Quando eu mesma me afasto, o Coringa apaga totalmente como se desmaiasse ali mesmo diante de mim. Eu saio de cima dele e espero algum tempo para ter certeza que ele apagou. Ele não demonstra reação nenhuma de que está acordado e é a minha deixa para sair da sala com um sorriso vitorioso e maléfico, abro a porta e saio, eu a tranco por fora e o deixarei preso dentro da sala por três ou quatro horas. Peço para comunicarem Ed e Rose enquanto eu sigo para o meu quarto.

Tomo um banho rápido e ajeito-me completamente. Troco o vestido preto por um vermelho de alças finas e tecido brilhoso, ele parece ser ainda mais curto que o preto e mais provocante ainda. Ele tem um decote nada discreto e a costa dele é totalmente aberta. Faço uma maquiagem bastante trabalhada e passo um batom bem forte nos lábios. Calço saltos cor de vinho e solto meus cabelos, eles ficam sexy e ondulados. Sorrio com o resultado saio do quarto e logo sou informada que Ed já está com tudo que eu pedi devidamente preparado.

-Está pronta pra ir? – Rose pergunta ansiosa assim que abro a porta do quarto e a encontro devidamente arrumada em um vestido também vermelho. Sorrio e saímos juntas da mansão.

Esse plano tem tudo para ser perfeito.

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