- Querida fiz panquecas, espero que gostes! - Exclamou a minha progenitora muito sorridente enquanto me sentava à mesa desconfiada da sua atitude.
- Espero que gostes?! Onde está a minha mãe que me acorda aos pontapés? - Perguntei com um sorriso sarcástico mas logo o tirei ao ver a sua cara séria.
- Já não posso estar feliz? - Queixou-se ela enquanto me observava a comer as minhas adoradas panquecas.
- Ao pé de mim não, boa disposição dá-me voltas à barriga.- Respondi fazendo uma careta , o que fez a minha mãe revirar os olhos e sorrir.
- Eu só estou contente por não estarmos atrasadas... - Comentou a minha progenitora entusiasticamente.- É a primeira vez que não acontece!
- Acordaste-me às seis da manhã, é normal não chegarmos atrasadas.- Resmunguei sentindo todo o meu corpo a pedir que voltasse para o meu pequeno paraíso.
- Cala-te e come! - Respondeu ela saindo da cozinha com saltinhos de alegria fazendo o meu pequeno ser perguntar o motivo de tal felicidade que andava a colorir a casa inteira com arco-íris e unicórnios.
Devido a uma ursa chamada Izabella que vive em cativeiro e que não sabe cumprir a um simples horário acabei por entrar na casa de Hades , ou seja a escola , uma hora mais cedo do que é suposto deixando-me irritada por passar mais tempo naquele inferno a que os seres humanos chamam de ensino escolar. Como se isso já não bastasse para o vulcão dentro de mim começar a expulsar fumo ,ainda tinha um dos vários problemas que o meu ser apresenta que neste caso é não conseguir ficar quieta e sem fazer nada pois o meu corpo necessita de estar em movimento se não ele adormece e como se já estava farta de ficar só com a companhia das partículas de oxigénio e de dióxido de carbono decidi explorar o habitat em que os macacos com acne viviam assim como eu a maior parte do dia.
Ao andar pelos pelos inúmeros corredores sem nenhuma alma viva presente neles deparei-me com uma porta bastante tentadora devido ao papel que dizia ser proibido a entrada dos estudantes na mesma e como já estava cansada de andar no vazio ignorei o aviso e entrei na porta branca no objectivo de ter uma aventura proibida visualizando umas escadas um pouco sombrias e quando ia meter o meu pé nelas com a intenção de subi-las para ver onde me levavam ouvi passos acelerados na minha direção.
- Menina você não viu o aviso na porta? - Perguntou zangada uma mulher ruiva que possuía um avental branco e uma cara familiar.
- Hum.... Não... - Respondi com o olhar mais inocente que consegui meter na minha cara de manatim.
- Não sabes mentir nada bem miúda. - Disse a mulher cruzando os braços com um olhar arrogante.
- Espere aí , você é a cozinheira do outro dia não é ? - Perguntei reconhecendo a sua expressão de sonsa.
- Sim , sou aquela que fez comida não comestível de acordo com a opinião de alguém.... - Disse ela pondo as mãos na cintura e laçando-me uma praga da minha querida morte com o olhar.
- Ainda bem que não sou a única a achar isso ! - Retorqui com um sorriso sarcástico enquanto passava pela cozinheira em direção à minha sala.
- Miúda ingrata! Há muitas pessoas a passar fome! - Respondeu ela com um ar ofendido.
- Como a senhora cozinha não me admira nada! Eu também prefiro morrer à fome do que comer aquilo a que você chama de almoço... - Disse enquanto andava pelo corredor tendo um suspiro irritado como resposta fazendo-me ter a sensação que a lista de pessoas que me odeiam acabou de crescer.
Fiquei meia hora sentada ao pé da porta da minha sala a ouvir música e com um sentimento de arrependimento por não ter ido aventurar-me nas escadas ´´ proibidas ´´ até que o toque se fez ouvir dando-me a informação que a minha aula ia começar. Com o meu traseiro na forma perfeita de um quadrado levantei-me do meu amigo chão e esperei impacientemente que uma professora velha abrisse a porta. Por fim de cinco minutos a tentar encaixar a chave na fechadura lá conseguiu entrar na sala e me dar um sorriso simpático a que eu com muito esforço da minha parte consegui devolver e quando ia entrar deparei-me com um ser humano de cabelos loiros a chamar pelo meu nome magnifico enquanto percorria o corredor parando à minha frente com um olhar tímido.
- O que queres limão? - Perguntei curiosa embora a minha voz tenha saído fria devido à falta de vida social que o meu ser tinha.
- Eu queria.. - Respondeu ele sendo interrompido pela professora de caracóis brancos que ficou a olhar para nós.
- Conversa é nos tempos livres , não no tempo de aula meus queridos.- Disse ela com um sorriso que me deu vontade de gritar com a velha. - Vão se sentar por favor.
- Eu depois digo-te.- Ouvi o Nathaniel falar antes de se apressar a fazer o que a velha com demasiado blush mandou.
Com muita preguiça fui para o meu lugar ao pé da janela ficando à espera que os alunos barulhentos entrassem e quando começou a aula o meu cérebro desligou do que acontecia ao meu redor e concentrou-se na vista que a minha janelinha proporcionava ficando a observar a estrada movimentada onde inúmeros carros de diferentes cores passavam a alta velocidade pela mesma e o pequeno jardim da escola onde tinha uma estufa e milhares de flores. Nunca admiti a ninguém mas eu adoro flores, ao contrario do que as pessoas idiotas pesam as flores são os seres vivos mais fortes e mais fracos que alguma vez existiram pois elas aguentam com a chuva, com o sol extremo e até mesmo com a poluição sem se deixarem abater continuando a ter a sua beleza natural porém quando chega um ser humano para admirar a sua beleza elas ficam frágeis ao amor que ele lhes dá, mas quando menos esperam o amor do humano transformasse em inveja e é nesse momento que as flores são fracas pois deixaram-se levar por um sentimento que só traz dor e sofrimento.
- Alunos antes de irem eu queria falar sobre um assunto com vocês.- Disse a professora arrancando-me dos meus pensamentos atraindo a minha atenção. - Como já estamos a meio do primeiro período eu queria que vocês fizessem um trabalho sobre aquilo que estivemos a falar hoje que vai ser o nosso tema de aula até ao natal. Este trabalho é para ser em grupo e como eu gosto de ser justa vamos fazer sorteio, Nathaniel peço-te que escreves os nomes dos pares numa folha por favor e que prepares o sorteio por favor.
A turma toda ficou a observar o limão a escrever em pedaços de papel todos os nomes dos estudantes da sala e coloca-los num chapéu chamando as alunas para escolher um papel.
- Ambre és a seguir.- Disse o Nathaniel estendendo o chapéu para a loira irritante que tirou um papel e lendo-o esboçando um sorriso irritante logo em seguida.
- Eu vou ficar com o Castle! - Anunciou a avestruz dando um grito que me rompeu os tímpanos.
- Espera aí , falta uma pessoa. Falta a Vênus ! - Disse o limão olhando para mim.- Ela vai ficar com vocês Ambre.
- O quê? Porquê? Ela pode ficar contigo! - Exclamou a loira para o Nathaiel.
- Eu já tenho par e como vocês ficaram para ultimo ela fica com vocês. - Respondeu calmamente o limão.
- Obrigada por estarem a falar de mim como se você um objecto que ninguém quer ficar! - Comentei suspirando atraindo os olhares da turma para mim.
- Oh querida tu és mesmo isso.- Respondeu a loira com um sorriso convencido no rosto.
- Parem com a discussão meninas. Os pares vão ficar assim e não vou mudar! Agora podem ir embora por favor.- Disse a professora enquanto guardava a folha com os pares na sua mala, o que me fez dar uma bela ideia.
- Hey! gorilas da minha equipa ,venham cá! - Exclamei vendo um tomate e uma avestruz dirigirem-se a mim com raiva no olhar.
- Voltas a chamar-me gorila e vais ver o que te acontece. - Ameaçou o de cabelos vermelhos com uma cara bastante assustadora.
- Está bem gorila não te volto a chamar isso .- Disse com um sorriso sarcástico enquanto arrumava as minhas coisas na mala sob os olhares dos dois idiotas.
- Por que nos chamaste alien? Já me chega ter-te no meu grupo! - Exclamou a loira cruzando os braços.
- Eu chamai-vos porque queria dizer que assim como vocês eu não quero estar neste grupo e por isso tenho um plano para nos separar-nos. - Respondi com um sorriso maléfico esfregando as mãos num ato de adoração ao meu cérebro malvado.
- Assim já estou a gostar. - Disse o tomate apoiando as mãos na mesa com um olhar atento. - Então, qual é o plano?
- É muito simples, o que temos que fazer é assim... - Sussurrei o plano e quando acabei recebi uns olhares bastante assustadores.
- Isso é um plano inútil! - Disse o de cabelos ruivos cruzando os braços.
- Eu também acho... - Comentou a loira pondo batom nos seus lábios enquanto olhava para o seu espelho.
- Vale a pena tentar! - Reclamei vendo os dois idiotas a considerar se devíamos ou não avançar em frente.
- Pronto Ok, eu alinho. - Disse o de cabelos vermelhos. - Mas se formos apanhados a culpa vai ser só tua!
- Ok medricas , eu assumo a responsabilidade. - Respondi revirando os olhos.
- Então o que estão à espera TóTós? Vamos por o plano em marcha! - Exclamou a loira saindo da sala.
- Vamos a isso. - Disse sorrindo maléficamente.
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