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História Dark Secrets (Imagine Kim TaeHyung) - 18. Nosso último beijo.


Escrita por: hyko

Notas do Autor


Peguem os lenços, porque hoje é mais um dia de lágrimas.

Capítulo 18 - 18. Nosso último beijo.


Fanfic / Fanfiction Dark Secrets (Imagine Kim TaeHyung) - 18. Nosso último beijo.

Eu não vi TaeHyung desde o dia em que ele me apunhalou pelas costas na frente da escola inteira. Ele não tentou entrar em contato comigo em nenhum momento. Só por curiosidade fui dar uma olhada em suas redes sociais dias atrás, mas nenhuma delas estava no ar, o que deduzi que provavelmente havia sido excluído.

Entretanto, enquanto ele fazia essa brincadeira de sumiço, eu tive que aguentar sozinha todos os comentários maldosos e mensagens maliciosas. Aguentei as pontas com Jeongguk e com Jin ao meu lado. Os dois me defendiam quando podiam e sempre me davam suporte quando meus ataques começavam.

Pode-se dizer que o meu estado só piorou depois de tudo o que aconteceu.  De vez em quando eu tinha surtos sem explicação alguma. Eu chorava tanto que minha cabeça parecia explodir e eu tinha vontade de arrancar os meus cabelos fio a fio. Durante esses surtos várias imagens costumavam passar pela minha cabeça, desde as mais cruéis até as mais felizes, e dentre essas imagens, todas tinham um personagem principal: o próprio TaeHyung.

Por culpa desses surtos meus pais me obrigaram a começar a frequentar um psicólogo. Era bom, funcionava pra mim, mas nem sempre.

Me lembro que semana passada havia sido uma das piores noites de toda a minha vida. Eu tive pesadelos horríveis e em todos eles eu me via sozinha, perdida e sem ninguém ao meu lado para me reconfortar. Em outros sonhos eu me via com TaeHyung. Eu estava feliz e satisfeita com o seu amor, porém em questão de segundos ele se virava contra mim e jurava me odiar.

A minha mãe, que às vezes acordava com o meu choro alto, ficava abraçada comigo na cama até eu adormecesse novamente. Ela não sabia o que andava acontecendo comigo, nem mesmo sabia quem era Kim TaeHyung e o que ele fez para desgraçar a minha vida. Ela apenas acreditava que isso era uma das fases ruins da adolescência.

No fim das contas, sem meus pais, Jeongguk e Seokjin, nada seria eu. Eu não aguentaria suportar todos os meus delírios ou o meu dia a dia na escola. Todos me deixaram, inclusive a JinKyong que quando descobriu sobre a minha fama de “vagabunda” se afastou de mim. Todas as pessoas que antes eu julgava confiáveis, no fim me deixaram pra trás. Irônico não é? Às vezes a pessoa que você mais confia é justamente a pessoa que te vai te apunhalar pelas costas e depois sumir.

■ ■ ■

— Tudo bem, turma. Quero que todos os poemas sejam entregados na próxima aula ou terão que passar pela detenção. — alerta o professor antes de nos deixar ir embora.

Enquanto eu guardava meus pertences na mochila, Kwan passou pela minha mesa e jogou no chão uma das canetas que estava em cima do meu caderno. Eu vi ele sorrir provocativamente enquanto olhava para um grupinho de garotos, que provavelmente eram seus amigos.

— Por que fez isso?

— Você não vai pegar?

— Foi você quem derrubou!

— Abaixa, vai! Meus amigos ali querem ver uma coisinha. — ele passa a língua pelos lábios, sorrindo maliciosamente.

— D-do que você está falando? — gaguejo, suando frio.

— ABAIXA! — ele grita, ordenando.

Olho em volta e percebo que o professor não estava mais na sala. Ele deveria estar aqui agora, mas não estava.

— Você é mesmo uma vadia sem graça e teimosa. — Kwan me puxa pelo cabelo, trazendo meu rosto para perto do seu. — Nós só queremos brincar. Não complique as coisas com essa sua teimosia. — ele puxa meu corpo à força e o gruda no seu.

— Kwan, me deixe ir! — me debato, vendo seus amigos se aproximarem.

— Não antes de você nos dar uma coisinha.

— Vocês não ouviram o que ela disse? 

Seokjin entra na sala de repente, assustando os garotos. Kwan me solta, seus olhos estavam arregalados. Jin me  puxa automaticamente para longe do garoto.

— O que é que você está pensando, Kwan?

— O que é que você está pensando, Seokjin? — Kwan ri. — É o novo escravo dessa vadia? Quanto tempo vai levar até você comer ela e depois compartilhá-la com os amigos? Ela já viu esse filme com o TaeHyung, não vai cair com você.

— Eu estou protegendo ela, seu imbecil.

Jin me empurra para trás dele, seguindo caminho até o Kwan. Ele o peita, encarando seu rosto. Ouço um barulho de passos rápidos se afastando, vendo os amigos do machão correrem para longe da sala.

— Protegendo? — ele ri debochadamente. — Se você quer transar com ela precisa ser à força. Ela não vai te dar porque você está tentando ser gentil.

— Jin, vamos. — vou até ele e o puxo delicadamente pela blusa. — Não precisa de tudo isso, você sabe.

— É, “Jin”! — o garoto imita a minha voz. — Siga o que a sua vadia diz, ou não terá o que comer mais tarde.

— Isso não acaba por aqui, Kwan. 

— Vamos logo, deixe ele. — o puxo para fora da sala, deixando o babaca para trás, sozinho.

Não havia mais ninguém nos corredores. Nem um estudante, nem um professor, nem mesmo um funcionário trabalhando até mais tarde.

— Onde está todo mundo? — indago, curiosa.

— Como assim? — Jin ri. — S/N, todos já foram embora.

— Já era a última aula?

— Sim.

— Droga... Acho que me perdi no tempo. — coço minha cabeça, envergonhada. — Desculpa, mas tenho que ir. Tenho consulta no psicólogo hoje.

— Quer que eu vá com você?

— Não precisa, eu vou sozinha. — Jin assente. — Mas obrigada por aquilo agora pouco! Se não fosse por você talvez algo ruim tivesse acontecido comigo.

— Eles são só crianças desocupadas... Esses idiotas. Não tem que me agradecer por isso.

— Tenho sim. — lhe dou um rápido beijo na bochecha. — Obrigada, Jin.

■ ■ ■

Eu estava certa, perdi o primeiro ônibus para o consultório da doutora. Agora demoraria mais quanto tempo até o próximo ônibus? Minutos ou horas? Hoje não era mesmo o meu dia de sorte.

Peço perdão se acabar me atrasando alguns minutos hoje. O ônibus que eu deveria pegar já se foi e eu o perdi.
Eu sei que tenho horário marcado, mas por favor, me espere só um pouco.

— Espero que funcione!

Enviei a mensagem para a doutora, tremendo dos pés à cabeça por medo de perder a consulta do dia. Se eles ligassem para os meus pais dizendo que faltei a consulta, aí sim eles imaginariam coisas.

Olho em volta e reparo que estava completamente sozinha no ponto de ônibus. Observo o clima por alguns segundos e vejo o quão cinza e cheio de nuvens o céu estava hoje, indicando uma provável chuva no futuro. Foi até engraçado, mas isso me fazia lembrar o dia em que TaeHyung quase me beijou pela primeira vez no parque. Eu corri logo depois para este mesmo ponto de ônibus e encontrei Jeongguk, que deu boas risadas comigo quando soube que eu havia batido na cara daquele garoto idiota.

— Humpf, o que te deu na cabeça pra tentar me beijar? — disse para mim mesma, lembrando da cena que agora me fazia rir.

Foi cômico, porém logo desfaço meu sorriso. Eu sabia que alimentar lembranças com TaeHyung não era bom, isso só me machucava ainda mais.

Apertei firmemente o celular em minhas mãos e olhei pela última vez em volta, analisando que nenhum ônibus pararia tão cedo no ponto. Meio incerta mas nostálgica o bastante, me levanto do banco e sigo meu caminho para o parque, afim de perder tempo por lá.

Não era muito longe da escola, então logo eu estava aqui. Não havia ninguém neste local, como da última vez. Ele estava tão solitário quanto eu.

Passo minhas mãos na corrente do balanço e me sento no banco, o balançando devagar. Sinto a brisa fresca fazer meus cabelos esvoaçarem. Eu sigo o caminho do vento com os olhos, olhando para o banco vazio ao meu lado. Banco este que um dia TaeHyung se sentou. Encosto minha cabeça na corrente e por ali me balanço sem vontade, como se o mundo fosse uma perfeita melodia de melancolia.

— Por que teve que fazer isso comigo? — sussurro baixinho, limpando com a manga da camisa o meu rosto molhado. — E cá estou eu de novo, sentindo sua falta mais uma vez.

Era impossível pensar que todas as promessas que fiz para TaeHyung se foram tão rápido. Eu jurei nunca deixa-lo e sempre perdoa-lo, mas olha só! Hoje estamos separados novamente.

Me levanto do balanço, nem me atrevendo a olhar para trás. Eu sabia que se fizesse isso doeria ainda mais, e seria ainda mais difícil seguir em frente.

— Eu também sinto a sua falta.

Eu me viro, assustada.

Lá estava ele, de pé a não muito longe dos balanços. Seus olhos carregavam consigo olheiras enormes, sua feição estava exausta. Ele parecia não dormir há anos. A única coisa que ainda salvava em si eram suas belas roupas, como sempre.

— Sinto sua falta todos os dias, todas as horas.

— O que está fazendo aqui?

— Eu sempre venho pra cá nesse horário.

— Sinto muito te atrapalhar, então. Eu já vou indo.

— Às vezes eu penso em como seria se caso eu não tivesse feito aquela aposta. — ele me interrompe, melancólico. — Talvez você ainda estivesse comigo e assim eu não teria motivos pra sofrer. — ele limpa o rosto. Aquilo era choro? — Talvez você ainda me amasse e estaríamos juntos.

— Acho que não se dá para voltar no tempo. O que foi feito, foi feito. — declaro. — Você escolheu fazer a aposta e agora nós dois estamos pagando pela sua escolha.

— Eu não me importo com o dinheiro deles. Quando recebi todos aqueles pedaços de papel, fiz questão de doar tudo.

— Isso é bom.

— Mas isso não vai fazer você voltar.

Ele vem até mim, parando bem à minha frente. Eu não me mexo, por alguma razão ainda queria ouvir o que ele tinha a dizer.

— Você pode me bater, se quiser.

— Por que eu iria querer te bater?

Meu coração pulsava forte, como da primeira vez. Tê-lo tão perto de mim me causava sensações ruins. Eu não podia relembrar a euforia de nossas lembranças antigas pois sabia que elas me machucariam.

— Você quer isso, não quer?

— Não. Eu não vou descontar a minha raiva em você com violência, minhas palavras aquele dia já bastaram.

— Você tem razão. Suas palavras foram piores do que 4 homens me espancando.

— Que belo exemplo. — ironizo, nostálgica. Era idiota, mas aquilo me fez rir.

— Eu sei. — ele sorri sem muita vontade. — S/N, eu sinto sua falta. Eu preciso de você.

— Não começa, TaeHyung.

— Você ainda me ama, não é?

— Essa não é mais a questão.

Vejo um trovão relampear no céu, trazendo a chuva junto consigo. Sinto a garoa leve cair em minha cabeça, me deixando nostálgica.

— Ah, ótimo! Agora essa. — digo, debochada.

O universo queria me mostrar o que? Ele queria me fazer relembrar nossa mesma cena neste mesmo parque? Eu precisava esquecê-lo, não relembra-lo.

— Eu preciso de você de volta, cappuccino. Quero de volta aquela garota que passava a tarde inteira na praia comigo. Quero de volta a garota que me proporcionou a melhor noite de amor que eu já poderia ter tido com alguém. Quero de volta a garota que me amava. — ele pega minha mão, a colocando sobre seu peito. — Quero de volta aquela garota que prometeu nunca me abandonar. 

Minhas mãos tremiam, o sangue em minhas veias borbulhava em tamanha pressão. Eu estava nervosa, mas não podia transparecer isso a ele. 

Observo seu rosto molhado pela garoa, me desvencilhando da minha casca de durona. Eu não aguentava mais, eu realmente sentia muita falta dele.

— Não posso mais voltar, você já me machucou demais. — retiro minha mão do seu peito, lutando contra as minhas próprias lágrimas. — Eu amo você TaeHyung, mas nós não nascemos para ficar juntos. Teria sido melhor se a gente nunca tivesse se conhecido naquele maldito corredor.

Flashes rápidos brotaram na minha mente, me fazendo lembrar da primeira vez em que eu o vi no corredor. Lembro do fascínio que senti ao vê-lo, do encantamento por sua ajuda, da loucura que senti em meu peito. Lembro até mesmo do dia da cafeteria, onde joguei toda a xícara de cappuccino em seu cabelo, o que viria a ser o meu apelido mais tarde. Lembro-me por último, de sua fala, que marcou minha vida: E a propósito, sou Kim TaeHyung.

— Tudo bem, eu entendi. — seu semblante se torna sério, ele abaixa a cabeça. Ao voltar a levanta-la, vejo seus olhos vermelhos, inchados pelo choro. Minhas defesas se vão, me doía vê-lo tão magoado, mas era necessário. — Pode pelo menos me dar um último beijo antes de enfim nos esquecermos?

Eu rio, lembrando da nossa cena no hospital. Estávamos em uma vibe nostálgica de nossos momentos, e por mais que me doesse, eu precisava revivê-las para enfim esquecê-las.

Me jogo em seus braços, o beijando pela última vez. Ele me puxa para perto, capturando meus lábios com tanta rapidez e desejo que me dava vertigem. 

Como era nosso último beijo, não havia restrições. Eu o beijo loucamente, apertando seu couro cabeludo. As mãos do garoto descem até a minha cintura, colando nossos corpos um no outro.

A chuva caía em nossos rostos, nos molhando. Eu não me importei com mais nada, nem mesmo com a chance de me resfriar mais tarde. Essa era a última vez em que eu teria os lábios do meu homem somente para mim, então não poderia me atentar aos detalhes inúteis do clima em volta de nós.

No intervalo de milissegundos entre nossos beijos, ele repete diversas vezes um “eu te amo” rouco, apertando meu corpo com uma força extraordinária. Ele me amava, e eu sabia disso. Mas não poderíamos mais prolongar o nosso beijo, seria ainda mais dolorido deixar acontecer do que parar. 

Afasto nossos lábios, ele me puxa novamente para me beijar, mas eu o impeço.

— Não, TaeHyung. — nego, ainda de olhos fechados. — Vai embora, por favor. — eu aperto ainda mais as minhas pálpebras para não abrir os olhos. Grito, meu berro se misturando com o meu choro. — SÓ VAI EMBORA, VAI LOGO!

Ouço passos se afastando de mim, ele estava indo. Fico por alguns minutos ainda de olhos fechados, o esperando enfim desaparecer da minha visão. Ao escutar um trovão alto no céu, finalmente abro meus olhos.

Ele não estava mais lá, ele havia realmente ido embora. Esse foi o nosso adeus, o nosso último beijo. 


Notas Finais


Minha música de sugestão:
https://www.youtube.com/watch?v=neTUXclOBW0

⇧ Essa música é tocada no dorama Scarlet Heart:Ryeo. E, sinceramente, a letra dela bateu muito com o que está se passando neste capítulo.
Com amor e dedicação, ℋ.


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