1. Spirit Fanfics >
  2. Darkness or Love? >
  3. O Clube do Slugue

História Darkness or Love? - O Clube do Slugue


Escrita por: BlueCookie

Capítulo 55 - O Clube do Slugue


— Onde está Theo? – perguntou Blásio sem tirar os olhos da janela do trem.

— Deve estar se atracando com Daphne em algum lugar – respondi enquanto acariciava os cabelos de Draco que estava deitado num dos bancos da cabine com a cabeça apoiada em minhas pernas. Crabbe não tirava os olhos de uma revistinha e Goyle riu de leve com a boca cheia de jujubas.

— Faz sentido – disse Blás com um leve sorriso e ainda sem tirar os olhos da janela.

— Hmm... eles pelo menos foram inteligentes – falou Draco e pegou a minha mão que acariciava seus cabelos e levou até seus lábios onde beijou de leve as costas de minha mão, não pude evitar sorrir.

Essas férias definitivamente não foram as melhores. Depois do dia em que... Em que Draco foi transformado em um Comensal ele começou a praticamente não ficar mais na casa. O tempo todo ele saía, principalmente com Ciça e toda vez que eu perguntava aonde ele tinha ido a única resposta que eu recebia é “Deixe isso pra lá, não é importante”. Se realmente não fosse importante ele teria problemas em me falar! Mas o que eu posso fazer? Não posso bancar a namorada possessiva e nem passar por cima de ordens que aparentavam ser de Voldemort e que aparentemente passara a me detestar.

A porta da cabine foi lentamente aberta e todos os olhares foram lançados para uma menininha que aparentava ter no máximo uns 13 anos de idade.

— Mandaram entregar isso a Blásio Zabini e Lucy M-Miller – disse a garotinha e estendeu dois pergaminhos em minha direção. Diferente dos garotos que fuzilavam a garotinha com o olhar eu sorri para ela em agradecimento que logo saiu ainda com as bochechas coradas.

Joguei um dos pergaminhos para Blás que o agarrou no ar. Percebi o olhar de Draco curioso sobre o pergaminho enquanto em o lia em minha mente.

 

Lucy,

Eu teria grande prazer se você me fizesse companhia ao almoço no compartimento C.

 Sinceramente, professor H.E.E Slughorn

 

— Pelo jeito um professor novo – concluiu Blásio agora com o olhar repousado em mim.

— Pelo jeito sim, mas por que apenas nós dois fomos convidados? – perguntei e ouvi Draco bufar aparentemente irritado com a exclusão.

— Só há um jeito de descobrir – disse Blásio se levantando e já indo em direção à porta. Olhei para Draco indicando para que ele se sentasse. Vi que ele não estava nem um pouco satisfeito com a situação. Dei um breve beijo em seu pescoço e lancei lhe um último olhar acompanhado com um sorriso, que foi retribuído, antes de sair da cabine.

 

O caminho todo foi silencioso entre mim e Blás e só assim pude perceber que os outros alunos, principalmente os mais novos, pareciam se sentir tão intimidados com a presença dele quanto se sentiriam com a de Draco. Se você prestar bastante atenção poderá notar que eu sou praticamente a única integrante da Sonserina que não intimida completamente as pessoas, eu realmente sou uma imprestável, mas o que posso fazer? Ciça disse que eu sou muito parecida com minha mãe e isso já basta para me deixar satisfeita.

Quando chegamos ao compartimento C vimos que não éramos os únicos convidados. Um homem velho e com uma barriga um tanto quanto bem grande nos cumprimentou com um aceno de cabeça. Obviamente esse é o tal novo professor de sei lá o que.

— Blásio e Lucy! Que felicidade vê-los! – exclamou o professor e estendeu sua mão direita para nos cumprimentar. – Talvez conheçam os outros, esse é Córmaco McLaggen – indicou um garoto de cabelos pretos armados, era da Grifinória, então não fez menção nenhuma de nos cumprimentar – Marcos Belby – apontou para um garoto magricela da Corvinal que parecia tão envergonhado quanto a menina que tinha aparecido na nossa cabine – e Ginevra Weasley – apontou para a ruiva que estava encolhida em um canto da cabine, mais conhecida pelos sonserinos como “traidora de sangue” assim como todos os outros de sua família. Ela nunca me deu motivos para sentir ódio dela, mas com certeza pelo menos alguma vez eu provavelmente havia dado motivos para ela me odiar.

Sentei-me ao lado de Blás e Slughorn estendeu em nossa direção uma cestinha com pães, ambos recusamos gentilmente. Eu muito provavelmente teria encostado a cabeça no ombro de Blás e começado a cochilar se não fosse por Potter e o babaca do Neville que entraram na cabine. Aparentemente Slughorn ficou muito mais animado com a presença dos grifinórios do que com a minha e de Blás, era meio óbvio que isso aconteceria.

Não pude deixar de notar que o futuro professor não estava apenas conversando com os alunos e sim os interrogando. Pelo que vi todos ali, menos a Weasley, possuíam algum parentesco ou relação com pessoas ricas ou consideravelmente famosas. Blásio já havia comentado comigo que sua mãe é uma bruxa muito famosa por sua beleza e que já se casou várias vezes, mas nunca havia me contado que cada marido morria de forma misteriosa deixando uma grande fortuna para a família de Blás, pelo menos foi isso que Slughorn deixou explicito. Blásio parecia um pouco desconfortável com a situação, mas eu parecia ser a única a ter notado. Eu meio que tenho um talento para notar a emoções das pessoas principalmente quando são meus amigos.

 — Lucy? – chamou Blás e cutucou meu braço. Mal havia percebido que eu estava desligada do mundo e perdida em meus pensamentos.

— Como eu estava dizendo – começou Slughorn agora se dirigindo a mim – tive o imenso prazer de ser professor de seus pais, mas Pether realmente foi um imenso marco em minha vida. Ele era realmente um rapaz maravilhoso! Notas boas, arrasava no quadribol, tinha várias garotas aos seus pés, se é que me entende – eu realmente fiquei um pouco incomodada com esse comentário – Sua morte foi  realmente foi um choque imenso para todos que o conheciam... Sinto muito Lucy.

— Tudo bem – eu estava mais do que ciente de que meu pai sido incrível e que ele está morto. Slughorn não precisava simplesmente me recordar disso.

O tempo parecia não passar. Ficamos o tempo todo ouvindo sobre bruxos famosos no qual ele já fora professor e de como seria gratificando nos receber no “Clube do Slugue”. Talvez seja gratificante para ele, mas para mim nem um pouco e pelo visto o mesmo se aplicava a Blás que bocejava o tempo todo e de vez em quando me encarava como se dissesse Quando isso vai acabar?

E finalmente acabou. Eu e Blás tomamos caminho de nossa cabine, mas é claro que Zabini não iria perder a oportunidade de lançar um olhar mortífero a Potter que retribuiu com muito prazer.

Quando chegamos à cabine Blás abriu a porte e fez sinal com a mão para que eu entrasse primeiro. Agradeci seu gesto de gentileza com um sorriso e sentei-me ao lado de Draco que não hesitou e nem um segundo se quer antes de me puxar para perto de si e depositar um beijo em meu pescoço.

— Que aconteceu com essa coisa? — exclamou Blásio, zangado, batendo a porta que não se fechava várias vezes.

Após a sexta tentativa de Blás a porta se escancarou estranhamente fazendo com que Blás caísse de lado no colo de Goyle. Draco, Crabbe e eu começamos a gargalhar de modo exagerado enquanto Blás e Goyle rosnavam um para o outro. Aos poucos contemos as gargalhadas. Blás finalmente fechou a porta e voltou a se sentar em seu lugar perto da janela com cara emburrada, Crabbe voltou a ler sua revistinha e Draco a se esticar no banco e encostar novamente a cabeça em minhas pernas para que eu começasse novamente a acariciar seus cabelos.

— O que Slughorn queria? – perguntou Draco enquanto sorria satisfatoriamente pelas carícias. Se não fosse pela presença de meus amigos no local eu imediatamente teria atacado seus lábios com beijos, mas não seria a coisa mais adequada para se fazer no momento.

— Puxar o saco de gente bem relacionada — respondeu Blás ainda olhando feio para Goyle. Eu ainda tentava segurar o riso — Não que tivesse encontrado muita gente.

Draco se contorceu aparentemente não satisfeito com a informação.

— Quem mais ele convidou?

— McLaggen, da Grifinória.

— Ah, sei, ele tem um tio importante no Ministério — disse Draco.

— Tem? – perguntei e Blás me olhou indignado.

— Esse provavelmente foi o assunto que mais se prevaleceu na conversa!

— Sério? Ah que se dane! Você viu nitidamente que eu estava praticamente dormindo lá!

— Nossa... Se até mesmo acordada você é avoada imagina quase dormindo. – disse Draco com um sorriso brincalhão. Tentei encara-lo brava, mas eu não conseguia simplesmente ficar irritada com ele enquanto observava seus maravilhosos olhos acinzentados me encarando de forma tão fofa como estavam agora.

— Idiota. – respondi rindo e puxei de leve seu cabelo.

— ...outro chamado Belby, da Corvinal... – prosseguiu Blás como se essa pequena provocação de Draco nunca tivesse existido – e Longbottom, Potter e aquela garota Weasley.

Draco levantou abruptamente e encarou Blásio indignado.

— Ele convidou Longbottom?

— Suponho que sim, porque o Longbottom estava lá — respondeu Blásio, indiferente.

— Que é que o Longbottom tem que possa interessar o Slughorn? — Blás sacudiu os ombros e desviou o olhar do amigo para voltar a encarar a janela. Draco olhou para mim com um olhar duvidoso e sorri torto como se dissesse Não olhe para mim, pois eu não sei de nada. De alguma maneira ele captou a mensagem e voltou a se deitar, dessa vez segurando a minha mão direita e a acariciando com o polegar.

— Potter, o precioso Potter, obviamente ele queria dar uma olhada no “Eleito” — desdenhou Draco e apertou minha mão. — Mas e a garota Weasley? Que é que ela tem de especial?

— Ela é bonita – observou Goyle.

— Mas o que isso tem a ver? – perguntei e Goyle deu de ombros.

— Talvez Slughorn quisesse apenas garotas bonitas lá, pois só convidou vocês duas.

Draco virou a cabeça para encarar o amigo com um olhar assassino. Tenho que admitir que as vezes eu acho extremamente fofo essas crises de ciúme não exageradas de Draco. Levei minha mão livre até sua bochecha e a acariciei com as costas da mão. Ele voltou a olhar para cima e a encarar o bagageiro com as sobrancelhas franzidas.

— Agradeço o elogio Goyle – eu disse – mas não acho que esse seja o caso.

— Nunca se sabe – observou Blás – Vocês são umas das poucas garotas de Hogwarts que são completamente atraentes.

— Tudo bem, agora vocês querem parar de flertar minha namorada? – falou Draco irritado fazendo com que todos, com exceção de Crabbe que não tirava os olhos da revistinha, caíssemos na gargalhada.

— Fique tranquilo Malfoy – interveio Blás ainda rindo – Não vou roubar Lucy de você.

— Como se você fosse conseguir – disse Draco e apertou ainda mais minha mão, mas felizmente Blás pareceu não se irritar, pois riu mais ainda. Eu realmente amo estar nesse clima agradável com eles.

— Mas é claro que eu jamais tocaria em uma traidora de sangue como a Weasley. – disse Blás agora contendo o riso.

— Bem, lamento o mau gosto de Slughorn. – falou Draco – Quem sabe ele está ficando senil. Que pena, meu pai sempre disse que no seu tempo ele era um bom bruxo. Meu pai era uma espécie de favorito dele. Slughorn provavelmente não soube que eu estava no trem, ou...

— Eu não esperaria um convite — disse Blás. — Ele me pediu notícias do pai de Theo quando embarquei. Pelo visto, os dois eram bons amigos, mas quando soube que o velho Nott também foi apanhado pelo Ministério não ficou nada feliz, e não convidou Theo, não é? Acho que Slughorn não está interessado em Comensais da Morte. – Blás olhou para mim – E pelo jeito não sabe sobre os pais de Lucy, afinal até hoje as autoridades classificam a causa da morte de Pether e Clare como “não identificado”.

— Bem, quem se importa com os seus interesses? Quem é ele na ordem das coisas? Apenas um professor idiota. — Disse Draco enquanto bocejava. — Quero dizer, talvez eu nem esteja em Hogwarts no ano que vem, que diferença me faz se um velho gordo e decadente gosta ou não de mim?

Imediatamente larguei a mão de Draco.

— Dá para você me explicar que ideia é essa? – perguntei irritada e percebi que os outros também encaravam Draco um pouco surpresos.

— Eu juro que nós teremos tempo para falar sobre isso. – falou e pegou novamente minha mão e a beijou.

Eram exatamente essas palavras que ele utilizava quando eu perguntava o verdadeiro motivo de ele ter sido transformado em Comensal... Eu fico muito irritada com isso e às vezes eu e Draco até brigávamos por causa disso, mas ele sempre arranjava uma maneira de me fazer esquecer do assunto. Draco tem um talento para comover pessoas que ás vezes chega a dar raiva.

— Já estou vendo Hogwarts — disse Draco levantando-se e apontando para a janela escura. — É melhor trocarmos de roupa.

Draco pegou minha mala no bagageiro seguida pela sua enquanto eu tirava meu casaco ficando apenas com uma blusa preta um pouco decotada. Imaginei ter visto o olhar de Draco sobre meus seios por alguns segundos e corei em seguida colocando rapidamente um suéter da Sonserina e minha capa.

— Não vai vir? – perguntei enquanto olhava para Draco que estava imóvel de frente para a janela.

—Eu já vou – disse Draco enquanto me puxava pela cintura para me beijar rapidamente – só preciso verificar uma coisa.

Mesmo um pouco relutante com a decisão de Draco eu concordei com a cabeça e o beijei novamente. Saí da cabine e Crabbe se ofereceu para carregar minha mala enquanto saíamos.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...