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História Darkness or Love? - Palácio de Cristal


Escrita por: BlueCookie

Capítulo 63 - Palácio de Cristal


— ...não pode se dar ao luxo de errar, Draco, porque se você for expulso...

— Não tive nada a ver com isso, está bem?

— Espero que esteja dizendo a verdade, porque foi malfeito e tolo. Já suspeitam que você tenha um dedo no incidente.

— Quem suspeita de mim? — perguntou Draco com raiva. — Pela última vez, não fui eu, entende? Aquela garota, Bell, deve ter um inimigo que ninguém conhece... não me olhe assim! Sei o que você está fazendo. Não sou burro, mas não vai funcionar... posso impedi-lo!

Demorei um pouco para processar toda aquela informação. Eu soube que há alguns dias atrás uma garota foi sim enfeitiçada, mas não poderia ter sido por Draco... Ela jamais faria uma coisa dessas, não teria coragem e além disse esteve comigo o tempo todo... Talvez não totalmente.

Snape disse baixinho:

— Ah... tia Belatriz tem lhe ensinado Oclumência, entendo. Que pensamentos você está tentando esconder do seu senhor, Draco?

— Não estou tentando esconder nada dele, só não quero que você penetre a minha mente!

O que está acontecendo? Nunca ouvi Draco falar desse jeito com Snape. Era óbvio que se referiam a Voldemort, mas o quem tem de intrigante nessa história toda?

— Então é por isso que você tem me evitado este trimestre? Tem medo da minha interferência? Você percebe que se outro aluno não fosse à minha sala quando eu mandasse, e mais de uma vez, Draco...

— Então me dê uma detenção! Dê queixa de mim ao Dumbledore! — caçoou Draco. Houve outra pausa. Então Snape falou:

— Você sabe perfeitamente que não quero fazer nenhuma das duas coisas.

— Então é melhor parar de me mandar ir à sua sala!

— Escute aqui — disse Snape, a voz em um tom bem mais baixo. Eu e Potter nos comprimidos mais ainda perante a porta para ouvirmos melhor. — Estou tentando ajudá-lo. Jurei a sua mãe que o protegeria. Fiz um Voto Perpétuo, Draco...

Fez o que? Voto Perpétuo?

— Pois parece que vai ter de quebrá-lo, porque não preciso da sua proteção! A tarefa é minha, eu a recebi dele e estou cumprindo-a. Tenho um plano que vai dar resultado, só está levando um pouco mais de tempo do que pensei!

— Qual é o seu plano?

— Não é da sua conta!

— Se me contar o que está tentando fazer, posso ajudá-lo...

— Tenho toda a ajuda de que preciso, obrigado, não estou sozinho!

— Mas certamente estava hoje à noite, no que foi extremamente tolo, andar pelos corredores sem vigias nem cobertura. São erros elementares...

— Eu teria Crabbe e Goyle comigo, se você não tivesse detido os dois!

— Fale baixo! — disse Snape com violência— Se os seus amigos Crabbe e Goyle pretendem passar no N.O.M. de Defesa contra as Artes das Trevas desta vez, terão de se esforçar mais do que estão fazendo no momento. E, além disso, existe outra pessoa com o nível de inteligência muito mais elevado que poderia ajuda-lo.

— Ela não pode ficar sabendo de jeito nenhum! – falou Draco alterando o tom de voz. Meu peito parecia estar sendo esmagado por uma bigorna – Pelo menos não agora...

— Você está sendo imprudente em confiar em Crabbe e Goyle, Draco.

— Eles não são os únicos. Tenho mais gente do meu lado, gente melhor!

— Então por que não confiar em mim, posso...

— Sei o que está pretendendo! Você quer roubar a minha glória!

Houve mais uma pausa, então Snape disse com frieza:

— Você está falando como uma criança. Compreendo que a captura e a prisão do seu pai o tenham deixado perturbado, mas...

Ouvi passos vindos do outro lado da porta, provavelmente de Draco. Potter agarrou meus ombros e puxou para longe da porta me prensando na parede ao seu lado. A porta foi escancarada e Draco afastou-se do local dando passos largos pelo corredor. Ele não nos viu... Acho que entendi o porquê do pano.

Eu e Potter continuávamos imóveis. Eu nem ousava respirar e mordia os lábios o mais forte possível para não emitir nenhum ruído. Snape saiu lentamente da sala, com uma expressão insondável e voltou para a festa. Voltei a respirar normalmente e deixei de morder o lábio sentindo um leve gosto metálico de sangue, ainda tentando assimilar toda aquela situação.

— Lucy? – chamou Potter.

— O que foi? – perguntei enquanto deslizava de costas contra a parede até me sentar no chão. Potter fez o mesmo para que pudéssemos continuar cobertos pela capa.

 — Pelo jeito não você não estava inteirada da situação de Malfoy...

 — Não... Eu não sei nem o que pensar! Não faço a menor ideia do que está acontecendo e eu nem sequer consigo assimilar toda essa situação.

Eu estava à beira do desespero completo. Esse ano todo eu percebi a estranheza de Draco e de todos em sua casa, mas agora isso já está se passando dos limites. Era evidente que falaram de mim em um momento... Porque eu não poderia saber? Draco não confia em mim?

— Lucy – chamou Potter – Talvez você não goste muito de ouvir isso de ouvir isso que eu vou te falar, mas você sabe mais do que ninguém que o seu namorado não é lá o santo da vez. – concordei com a cabeça e ele suspirou, voltando a falar logo em seguida – Você não é tapada então obviamente percebeu que Malfoy tem uma tarefa a cumprir, obviamente ordenada por Voldemort, e Snape quer ajuda-lo. Você notou alguma coisa estranha na casa dos Malfoy ultimamente?

— Isso virou um interrogatório agora Potter? – perguntei irritada – Por que eu te contaria o que sei?

— Porque é evidente que sabe de pouca coisa! Não quer mesmo saber o que Voldemort está tramando?

Fiquei em silêncio por alguns segundos. Eu sentia um pouco de receio em contar a Potter o que eu sabia, mesmo sendo muita pouca coisa, mas eu sabia que ele era uma pessoa que não usaria as informações recebidas para fazer algo mal... Isso é o que mais me irrita nele. Como ele consegue ser uma pessoa assim tão boa? Ninguém pode ser completamente mal ou completamente bom, mas ele é uma perfeita exceção disso tudo, pois pelo menos eu nunca vi nenhum resquício de maldade vindo dele.

— Houve uma noite nas férias, um pouco antes das aulas começarem, uma reunião dos Comensais da Morte que eu espionei por detrás da porta. Voldemort queria impor uma “grande tarefa” a mim, mas em seguida desistiu e... Disse que eu tinha sangue inútil e não pergunte por que. Daí escolheu Draco... É tudo o que sei. – Não mencionei a parte de ele ter se tornado um Comensal, pois a essa altura Potter devia no mínimo desconfiar disso.

 — Na verdade isso não ajuda muito... – falou Potter enquanto esfregava os olhos com as mãos.

— Eu sei... O que acontece quando se quebra um Voto Perpétuo?

— Não sei ao certo, mas obviamente não é nada bom tendo em vista o desespero de Snape.

— Pois é... Então quer dizer que esse pano que está sobre nossas cabeças é tipo uma capa da invisibilidade?

— Na verdade é exatamente isso. – Com o canto do olho pude perceber que um breve sorriso esboçava-se em seu rosto agora. – Pode confiar em mim Lucy?

— O que?

— Sinto que posso confiar em você para lhe pedir ajuda ou para obter mais informações, mas você confia em mim? Já sabe de que lado está?

Fiquei em silencio por alguns segundos perdida em suas palavras, mas logo disse sem hesitação:

 — Confio em você Harry, estou do seu lado.

 

Eu estava arrumando a milha mala para finalmente passar o Natal em casa. Não existiria momento melhor para falar com Draco do que quando estivermos os dois deitados na cama olhando para o teto com cara de idiotas.

As únicas que estavam no quarto eram eu, Pansy e Daphne, que já havia acabado de arrumar a sua mala e estava apenas esperando eu acabar com a minha.

— Se quiser já pode descer, Theo deve estar te esperando lá em baixo. – falei e ela olhou com desgosto para Pansy que arrumava a sua mala com uma calmaria impressionante.

— Prefiro te esperar. – disse Daphne enquanto cruzava os braços sobre a barriga.

— Vou sobreviver – respondi em um sussurro. Daphne deu um sorriso forçado e concordou com a cabeça antes de sair do quarto. Na verdade eu queria mesmo ficar um pouco sozinha com a Pansy, ela anda mais esquisita do que o normal. Está muito... Quieta. Ignorando completamente o ditado de que não se deve mexer com quem está quieto chamei sua atenção:

— Ei Parkinson – ela hesitou por alguns segundos, mas logo se virou com uma expressão completamente indecifrável – O que é que está acontecendo?

—Qual é o seu problema garota? Eu não estou te fazendo nada! – respondeu agora exalando raiva com o olhar.

— Exatamente caramba! Você não está fazendo nada! Está doente ou alguma coisa do tipo?

— Não te interessa. – disse e me deu as costas novamente para continuar arrumando seus pertences.

— Se não me interessasse eu não teria perguntado. Desembucha logo!

— Você é uma irritante! – voltou-se novamente para mim com o tom de voz completamente alterado – Você... Você é... Completamente perfeita.

— Como é que é? – indaguei já estranhando o rumo que a conversa estava tomando.

— Cala a boca! Você não queria saber demais? Agora cala a boca! Você vive num palácio de cristal intocável onde todos a idolatram e fazem de tudo para você, todos se jogam aos seus pés e além de tudo você namora o cara que eu desde o primeiro ano sou apaixonada. Você vive uma vida perfeita.

Quem me dera se realmente fosse perfeita assim como ela diz. Ia ser ótimo viver em um palácio de cristal completamente intocável, mas esse lugar não existe. A vida não existiria se os problemas para serem resolvidos não existissem.

— Pansy não é bem assim que as coisas são... – eu disse enquanto tentava me aproximar dela, mas ela se afastou.

— Mas que droga Miller! Esse é outro problema seu! Eu estou tentando ficar irritada com você e te odiar como nunca odiei ninguém, mas você sempre aparece bancando a boazinha e só me dando motivos fúteis para te odiar.

— Certo... E o que sugere agora?

— Que voltássemos com a trégua do primeiro ano.

Arqueei as sobrancelhas surpresa.

— Pansy nós só tínhamos onze anos e...

— Mas por alguns meses ela funcionou. Vamos tentar para valer dessa vez – disse estendendo a mão para mim. Eu não acreditava que isso iria muito longe, mas mesmo assim apertei sua mão.

— Essa é a parte que nos abraçamos e você me convida para uma festa do pijama? – falei tentando amenizar a situação. Um sorriso antipático se formou em seus lábios e ele disse:

— Vamos deixar isso para um futuro distante.



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