História Daylight - Make you believe

10 de Novembro de 2021; Los Angeles – L.A. 7 anos depois.

POV. Skylar

Eu estava saindo do plantão do hospital e indo até o estacionamento do próprio, ligando meu automóvel e adentrando nele. Eu sentia meu coração disparar e na minha mão eu segurava a minha bolsa, meu jaleco e um envelope. Era aquele envelope que me deixava nervosa o suficiente pra eu sentir a minha perna bamba e eu nem ao menos conseguir raciocinar direito.

Soltei um suspiro profundo antes mesmo de abrir o envelope branco, e em seguida deitei a minha cabeça no banco de couro do carro e fechei meus olhos, na tentativa de me acalmar.

Eu devo ter ficado nessa posição durante uns bons 10 minutos, tentando pelo menos pensar em coisas boas. Mas uma voz irritante ficava a cada instante gritando pra eu abrir aquele envelope onde eu tinha certeza que muita coisa mudaria dali em diante.

Abri meus olhos e abaixei a cabeça, encarando aquele negocio branco que parecia ter dois olhos me encarando de volta. Engoli seco. O peguei com certo receio e comecei abrir devagar, logo, tirando outro papel branco de dentro: o resultado do exame.

Assim que o meu olhar correu até o final de todas aquelas letras pretas, eu senti um enjoo extraodinário, junto disso uma tontura ainda pior. Coloquei a minha mão na testa e fechei meus olhos, respirando fundo e colocando o exame no banco do passageiro, do meu lado. Abri meus olhos e olhei no relógio dourado do meu pulso onde marcava ser 16:23h. O Justin está em casa essa hora.

Liguei o automóvel e sai em alta velocidade em direção a nossa nova mansão. Faltava apenas um mês pra casarmos. Tudo estava devidamente pronto: vestido, local, decoração, convidados, viagem de lua de mel. Tudo.

Passei pelo portão da mansão e não dei importância de estacionar o carro na garagem, eu precisava correr até o Justin e contar o que eu tanto temia. Então, assim que eu desliguei o automóvel, eu já o avistei saindo pela porta da sala da mansão vestindo apenas uma calça de moletom e com o peitoral de fora. Seus dois braços estavam fechados de tatuagem, havia inúmeras no seu peitoral e algumas no seu pescoço. Antes eu negava qualquer tatuagem que ele fizesse naquela região, mas preciso confessar que ele ficou extremamente sexy e ainda mais atraente com todos aqueles rabiscos.

Quando eu abri a porta do carro e Justin me olhou, mesmo de longe eu identifiquei um sorriso nos seus lábios. O sorriso que me fazia feliz a mais de 6 anos.

Peguei o envelope que estava no banco e sai do automóvel, indo em direção ao Justin. Sem dizer nada, assim que eu cheguei perto dele, o abracei tão forte, mas tão forte.

- Oi amor. – Ele murmurou com o seu nariz afogando no meu cabelo.

Encostei o meu nariz no seu pescoço e senti o seu cheiro natural. O melhor cheiro de todos.

Assim que eu distanciei os nossos corpos, fitei o seu abdômen com medo de olhar nos seus olhos. Levantei o meu olhar e Justin me olhava com a testa franzida.

- O que você tem pra me falar? – Ele perguntou em um sussurro e eu ri fraco.

- Você me conhece tanto assim?

- O suficiente. – Ele riu. – Pode começar.

- Ahm... – Levantei o meu braço, mostrando o envelope. – Então, é que...

Justin tirou o envelope da minha mão e de dentro tirou o papel branco onde tinha o resultado do exame. Eu senti milhões de borboletas no estomago e fechei meus olhos por alguns segundos, mas fiz questão de abri-los só pra ver a reação que ele faria.

Seus olhos arregalaram no primeiro momento. Depois, seu olhar continuou por alguns segundos naquela mesma frase que eu tinha certeza que ele estava lendo milhões de vezes pra ter certeza. Em seguida, um sorriso maravilhoso brotou dos seus lábios e ele me fitou. Afundei a minha mão no meu rosto sentindo a minha bochecha corar e Justin me puxou por um abraço.

Eu estava grávida. O resultado havia dado positivo. O que eu mais temia era a reação de Justin, a reação de todos de verem que eu fiquei grávida antes mesmo de entrar no altar. Isso seria tão incerto, mas pra nós parecia a coisa mais correta de todas.

Justin me soltou do abraço e segurou o meu rosto com as suas duas mãos, me fazendo o fitar. Nos seus olhos havia vestígios de lágrimas e eu comecei a chorar de vê-lo daquele modo.

- Eu amo você Skylar. Eu amo você! Eu amo tanto você que cara... – Ele desviou o olhar e depois voltou a me olhar, dentro dos olhos. – Eu faria qualquer coisa por você. Você me salvou, você me ajudou todos esses anos. Eu nunca imaginei que com 26 anos eu estaria feliz de ver a mulher da minha vida grávida. Aos 19 eu achava que quando eu tivesse 26 anos eu ainda estaria na minha vida de sempre, saindo com mulheres desconhecidas a cada dia, sem me preocupar com a hora de voltar, sem me preocupar com o que os outros iriam pensar, sem compromisso. Mas hoje, estar dentro dessa casa ao teu lado, imaginar que daqui 1 mês entrarei em um altar de terno e irei te esperar entrar de vestido branco me faz lembrar a cada instante o quanto eu sou sortudo por te ter. E agora, ver com os meus próprios olhos que você está esperando um baby nosso... – Ele deu uma pausa. – Eu sinto vontade de chorar de felicidade. Eu sempre tive tantas coisas, tudo o que eu desejei eu tive na palma das minhas mãos, mas só agora tudo me parece correto, tudo me parece real e do jeito que eu sempre desejei na minha vida toda. E eu entendo o porque: nada disso faria tanto sentido sem você. A vida só me fez esperar 19 anos pra te ter, mas eu juro que se fosse pra eu esperar 100 anos por você, eu esperaria.

Eu abracei Justin sem saber o que dizer. Eu só deixei as lágrimas caírem na minha bochecha e molharem o seu ombro nu, enquanto ouvia seus soluços baixinhos de felicidade. Passei a mão no seu cabelo e afundei meus dedos nos fios sedosos, fechando os olhos e agradecendo a Deus por ter sido tão sortuda.

Eu recebia diariamente mensagens de fãs de Justin e até mesmo daqueles que nos conheciam, mas não eram nossos fãs, ou fãs dele. Eu recebia diariamente mensagens que me lembrava do quanto eu fui sortuda, de que eu fui a única entre as milhões de meninas que conseguiu o que todas desejavam: o coração de Justin Bieber.

Mas eu acreditei. Eu acreditei tanto. Eu passei tantas noites sem dormir pedindo a Deus que conhecesse Justin Bieber, pedindo a Deus que o colocasse do meu lado apenas por alguns instantes pra eu ter uma simples foto nossa pra ficar na cabeceira da minha cama, e hoje, hoje eu tinha uma cama onde dividia com Justin, hoje eu não tinha apenas uma foto com ele e sim uma vida pra dividir ao teu lado.

Eu acreditei e estive com ele mesmo quando o meu tempo estava sendo esgotado. Mesmo quando o colégio e a faculdade tirava todo o meu tempo de dar a devida atenção que ele merecia, mas o meu coração prevalecia sendo dele.

Não digo isso apenas para aqueles que sonham em conhecer os seus ídolos, mas digo também para aqueles que sonham com qualquer coisa, seja passar na faculdade de Medicina, seja conhecer o seu ídolo ou se tornar alguém que tanto deseja. Independente de qual for o teu sonho: acredite. Você nunca pode deixar que nenhuma palavra contrária seja capaz de te fazer desanimar, você tem que ser forte e ir até o final. Nada é impossível. Há tantas coisas que posso te provar a isso. Nada é impossível.

Havia noites que eu ia dormir chorando por ver Justin passar por tantas tragédias: o fim de Jelena onde ele sofreu um bocado. Ele sendo preso. Suas amizades que eu não gostava. Aquele dia em que eu acordei e o vi sorrindo em uma foto na cadeia, onde ele havia sido preso.

Eu passei noites chorando por tantas coisas. Eu pedi tanto a Deus que tivesse misericórdia e ajudasse ao Justin. Eu queria ser uma das pessoas que estivesse ao lado dele e mostrasse o caminho certo, e naquela época mesmo sabendo que a chance disso acontecer era mínima, eu acreditava.

Eu pedia a Deus pra que Ele colocasse Justin na minha vida pra que eu pudesse ajudar a salvar aquele garoto de 19 anos de qualquer coisa que ele pudesse ser salvo.

Mas no final das contas a história se inverteu: o astro Pop, o Justin Bieber que cometeu tantas burradas salvou a menina tão correta. Salvou aquela que dormia cedo e acordava cedo todos os dias pra estudar. Aquela que passou na faculdade de Medicina. Aquela que daria a vida pelo seu ídolo.

Justin Bieber me salvou.

Eu imagino que Justin Bieber foi enviado por Deus. Sim, eu sei que todos nós fomos enviados por Deus, mas ele é um ser humano diferente. Ele é conhecido mundialmente e apesar da sua imagem não ser muito bem uma das melhores, ele continua fazendo a bondade, ele prevalece nesse mundo injusto tentando todos os dias compartilhar o amor como se fosse a única coisa que bastasse a ele.

Apesar de eu estar tendo um casamento marcado com ele, eu ainda sou a sua fã e ele ainda é o meu ídolo. Eu ainda sou a sua belieber, a sua eterna fã.

E eu serei sempre a sua fã. Eu mostrarei para o meu filho ou filha que está sendo gerada dentro de mim o quão maravilhoso o seu pai é, que apesar dos seus erros ele tem um coração generoso e muito bom, que em cada esquina que ele dobra ele ajuda alguém, independente se conhece o seu nome, a sua história ou o seu propósito.

Eu terei orgulho de falar ao meu primeiro filho sobre ele. E espero falar para o próximo e se eu estiver 20 filhos com o Justin, eu falarei sobre ele para os 20. E quero que todos os meus filhos conte sobre o seu pai para os seus filhos, e que isso passe de geração a geração porque a única coisa que eu desejo nesse instante é que o mundo não apague a luz que exista no Justin e que independente de quantos anos passe, que as pessoas lembrem-se dele como alguém maravilhoso e de bom coração.

Porque é exatamente isso que ele é. E podemos ser julgadas quantas vezes forem. Podemos ser julgadas por não termos mais idade pra essas coisas. Por amarmos alguém que não sabe da nossa existência. Mas só nós que passamos diariamente por cada coisa e sentimentos tudo o que o Justin sente temos a certeza desse sentimento. E apesar das inúmeras noites em claros, dos travesseiros molhados por conta das lágrimas de preocupações, a melhor coisa que eu fiz em toda a minha vida foi ter se tornado fã do Justin Bieber.  

                                                                  [...]

Olhei ao meu redor pra ter certeza da onde eu estava. Pisquei várias vezes. Não encontrei nem se quer a mansão onde eu e Justin morávamos, onde eu havia criado na minha mente. Havia apenas o salão e lá estavam todas aquelas inúmeras pessoas nos fitando, todos os convidados que o papai havia chamado pra comemorar a minha passagem pra faculdade de Medicina em Los Angeles.

Olhei para o relógio perto da porta imensa de saída daquela mansão e ele ainda marcava 21:01h, passando apenas um minuto. Em um minuto eu havia vivido 7 anos.

- Oi. – Sua boca se mexeu e foi essa simples palavra que saiu de dentro dela, mas que me causou uma mistura de sentimentos inexplicáveis. – Eu sou o Justin Bieber, você é a Skylar, não é mesmo?

- É... É, eu sou a Skylar. – Sorri amarelo. – Eu acho que sou a Skylar. – Falei, o fitando dessa vez meio apreensiva.

Tudo havia sido coisa da minha cabeça. Eu havia tido o maior sonho de todos com o Justin Bieber.