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História Ddaeng - Atlanna em momentos especiais


Escrita por: atlantys e hemmera

Notas do Autor


Olaaa, boa noite! Mais um capítulo fresquinho de Ddaeng!
Boa leitura, vejo vocês nas notas finais :D

Capítulo 21 - Atlanna em momentos especiais


Fanfic / Fanfiction Ddaeng - Atlanna em momentos especiais

No decorrer dos dias...

 Depois de ter desistido de ser meu admirador secreto por já ter se entregado na primeira tentativa, Jungkook começou a agir normalmente diante de todos — e diante de mim principalmente. Nada de bilhetinhos e nada de ficar longe como tinha ficado inicialmente, agora ele estava mais falante e mais próximo a cada dia com um presente diferente.

Durante este tempo, ele foi o primeiro a me cumprimentar antes mesmo de minhas amigas. Logo que me via, acenava ou ia até onde eu estava para falar algo e me ver sorrindo ao encontrá-lo. Não ficamos um dia sequer sem nos falar, trocamos algumas frases durante as aulas e no intervalo, durante dois dias ficamos juntos em uma mesa enquanto nossos amigos nos olhavam de longe com aquele sorrisinho no rosto.

E falando em amigos, nem preciso dizer qual foi a expressão de Lauren e Jeanie ao notar Jungkook tão interessado em mim. Até o momento elas sabiam o que eu tinha contado — o que era pouca coisa — mas ao ver ele ser mais dedicado e mais presente em minhas tardes, elas se convenceram de que de fato ele estava sendo dedicado.

Scot e Evan já sabiam de tudo desde o início — creio eu — então não estavam surpresos com nada. Ficavam na boa sempre que Jungkook lhes deixava por alguns minutos no intervalo para ir falar comigo e sequer pareciam se importar com a forma que estávamos nos envolvendo. Mas para as minhas amigas ainda era tudo muito novo assim diante de seus olhos, então elas ainda não sabiam se comportar com naturalidade.

Mas isso era o de menos quando eu não estava me importando com tal coisa. Ver Jungkook se dedicando para se aproximar de mim, se esforçando para me agradar e fazendo de tudo para me cativar com suas conversas descontraídas era tudo que me interessava e eu fui me deixando levar por isso a cada vez mais. Os olhares em nossa direção estavam sempre presentes independente do momento, mas assim como ele, eu parei de reparar após um tempo e comecei a não me importar.

As coisas entre nós estavam fluindo de uma forma surpreendente depois do que houve. A conversa que tivemos naquele dia no playground foi realmente muito importante e foi naquele momento que começamos a tentar nos entender de fato. Alguns pontos que nunca tínhamos atingido foram abordados na conversa e isso fez com que tudo que tínhamos deixasse de ser assim tão raso.

E eu, continuei observando tudo.

Quando tudo isso aconteceu, disse a Jungkook que estava perdoado, porém queria ver sua mudança aos poucos e não queria apenas suas palavras e promessas. Falei que poderíamos tentar recomeçar, mas eu seria muito observadora nestes momentos para saber se ele disse a verdade e se iria cumprir o que tinha prometido.

E até então, posso dizer que venho gostando do que tenho visto. Não cobrei nada dele e não fiz ele reforçar suas promessas, apenas lhe dei o espaço que iria precisar e a chance que queria para ser quem realmente era. Deixei tudo acontecer naturalmente e nos pequenos detalhes eu fui percebendo tudo que ainda não tinha percebido antes.

Desde segunda feira até quinta, nos encontramos na biblioteca ao final de todas as aulas. No primeiro dia Jungkook me chamou até lá e nos demais já fomos sem precisar trocar mensagens ou mesmo sem convite. Agora como minhas amigas estavam sabendo de algumas coisas a mais do que já sabiam, comecei a me despedir delas logo que a aula acabava e depois disso eu ia até onde ele já estava me esperando.

A biblioteca da escola era grande e além da recepção logo na entrada e das prateleiras com os exemplares, também tínhamos computadores disponíveis por ali e algumas mesas espaçosas para colocar as tarefas em ordem. No primeiro dia eu encontrei Jungkook no corredor dos livros de poesia latino-americana, mas depois disso comecei a encontrá-lo na mesa mais distante da entrada.

Não falamos exatamente sobre isso, mas posso confessar que em todos os dias eu me lembrei sobre a mensagem que Jungkook tinha me enviado no Instagram falando sobre o próximo passeio. Abri um sorrisão quando ele disse que a resposta para a minha pergunta estava em meu pulso e ao pensar que iríamos visitar o mar em breve, posso confessar que fiquei ansiosa.

É, isso ainda não tinha vindo a tona até então, mas por nos aproximarmos do final de semana, imaginei que logo estaríamos acertando os detalhes. Eu ainda não suspeitava sobre como poderíamos fazer isso tudo de forma despercebida, mas eu sabia que Jungkook certamente teria uma ideia em mente e eu estava ansiosa para ouvi-la.

Hoje é sexta feira e falta pouco para que o sinal toque assim anunciando o final das aulas. Eu estava ansiosa para saber quais seriam os planos, então pensei que se Jungkook não falasse sobre isso logo de cara, eu mesma iria perguntar. Já com meu material arrumado, apenas esperei a hora certa de sair e fiquei ali olhando para a minha tatuagem enquanto fui paciente.

Enfim quando ouvi aquele ruído, levantei-me com minha mochila nas costas e logo acenei para as minhas amigas. Falei que estaria on-line no grupo mais tarde e disse um rápido “até logo” enquanto elas acenaram pra mim. Segui pelo corredor enquanto vi Jungkook ainda na sala e fui até a biblioteca esperá-lo.

Chegando lá, tirei minha mochila das costas e coloquei em cima da mesa de sempre. Peguei ali no bolso menor o meu celular e enquanto eu esperei ele chegar, me distraí no feed. Jungkook não demorou muito e quando me dei conta, a porta já estava sendo fechada por ele e ele já estava ali dentro.

Olhei pra ele de longe e parece que nesse momento ele estava andando em câmera lenta em minha direção — ou então, aquilo parecia apenas um desfile para me deixar louca. Ainda com o celular na mão eu fiquei olhando na direção da entrada, vi Jungkook saudar a moça da recepção e depois disso o vi sorrindo pra mim.

Tentei não ficar corada, mas isso pareceu impossível. Eu queria parecer a mais neutra possível, não queria denunciar minhas emoções e possivelmente meus pensamentos, mas isso era um pouco complicado por eu ser tão transparente. Enfim ele puxou a cadeira na minha frente, colocou a mochila perto da minha e sentou-se me olhando nos olhos em seguida.

— Cheguei primeiro. — Sorri pra ele e logo o vi estender a mão pra mim.

— Eu me atrasei um pouco hoje por conta dos exercícios. — Pegou a mão quando eu a estendi em sua direção e a beijou cumprimentando-me.

— Notei. — Assenti corada com o beijo.

— Advinha a bomba de açúcar de hoje.

— Um ovo de chocolate da Kinder? — Sorri feito uma criança.

— Estou ficando muito previsível com os presentes. — Riu.

— Acertei de novo?

— Quase lá. — Disse ele, pegando da mochila um Kinder Bueno.

— Putz, eu adoro chocolate ao leite. — Peguei a embalagem. — Muito obrigada, Jungoo!

— De nada, meu bem. — Piscou pra mim. — A propósito e antes que eu esqueça, você já tem planos para amanhã a noite?

— Ainda não.

— Será que vai rolar amanhã nosso passeio até a praia?

— Como faríamos isso?

— Eu andei pensando em um plano já que eu sei que vossa senhoria não vai avisar aos pais que vamos sair.

— Ainda não. — Dei risadas enquanto corei.

— Será que podemos contar com suas amigas? Bom, ao menos o meu plano A só funcionaria com a ajuda delas.

— Não sei, mas acho que pode não acontecer. Posso perguntar pra confirmar, mas acho que elas já têm compromisso pelo que conversamos.

— Putz. — Lamentou.

— Lauren tem um compromisso com a família e Jeanie não estará na cidade caso isso tudo ainda esteja de pé. Mas posso me informar sobre tudo isso e posso ver se vai rolar.

— Tudo bem.

— Mas se não pudermos contar com elas?

— O plano B seria fazer como fizemos no dia em que fomos até a Kallahari.

— No dia que nem entramos ou no dia que brigamos? — Dei risadas.

— Nem me lembre. — Ele riu corado. — Bom, eu pensei que poderíamos fazer como no primeiro dia.

— Vou pra um lugar e depois disso vamos pra outro?

— Eu pensei no shopping. — Disse ele. — Você pode ir até lá por algum motivo e pode me encontrar no estacionamento, sendo assim depois disso vamos até a praia.

— Para qual nós vamos?

— Pensei em English Bay já que não é tão longe.

— Pode ser uma boa ideia, gosto da praia de lá.

— A orla à noite é bem iluminada em alguns pontos, então acho que vai ser bom.

— À noite?

— Acho mais interessante para podermos olhar o mar e as estrelas ao mesmo tempo, você não acha?

— Você gosta de fazer isso?

— Gosto mais ainda quando a lua aparece... Tudo fica mais bonito.

— Não sabia. — Corei ao fitá-lo.

— Você ainda não sabe muitas coisas, Aninha. — Piscou pra mim.

— Aninha? — Olhei pra ele enquanto reprovei o apelidinho.

— Alguém te chama assim?

— Não. — Dei de ombros. — E eu prefiro que não chamem. 

— Ah... Por quê?

— Aninha me parece engraçado.

— Mas você me chama de Jungoo, então...

— Esqueceu do Kookoo. — Dei risadinhas.

— Me sinto levemente especial com seus apelidinhos.

— Levemente?

— Deveria me sentir mais especial? Quer dizer... Eu sou especial?

— O que você acha? Será que não está óbvio?

— O óbvio também precisa ser dito.

— Concordo.

— Aliás, eu poderia já ter te dado outro apelido bem antes. Todos te chamam de Anea e eu poderia já ter criado um de minha autoria.

— Eu gosto de Anea.

— E eu de JK, mas há alguém que não me chama assim.

— Tudo bem, pode escolher seu apelido. — Assenti e sorri.

— Vou pensar nisso. — Sorriu e me fez corar. — Então, esse é o plano para amanhã à noite. 

— Acho que o que vai rolar é o plano B.

— Você costuma ir ao shopping com suas amigas?

— De vez em quando. — Falei ao pensar. — Normalmente eu vou encontrá-las depois das sete da noite.

— É um bom horário.

— E como faremos exatamente?

— Seu pai provavelmente irá te levar, certo?

— Sim.

— Peça uma carona até o shopping e quando passar pela entrada principal vá direto ao estacionamento. Eu vou te passar minha localização e depois de nos encontrarmos, vamos até a praia.

— Precisa mesmo ir até o estacionamento?

— Quer entrar no meu carro na entrada do shopping onde é mais movimentado? A senhorita “meus pais não podem saber” acha isso realmente prudente? — Riu.

— Tudo bem, é melhor fazermos como você disse. — Corei.

— Então combinamos assim ou você ainda vai confirmar tudo que disse com suas amigas?

— Eu gostei dessa ideia, podemos combinar assim.

— Então está tudo certo. — Disse ele. — Me liga quando sair de casa e depois disso eu vou ir pro shopping. Mando a minha localização no estacionamento o quanto antes.

— Ótimo. — Assenti.

— Vou ter que me despedir agora, tenho um compromisso com meu pai daqui a pouco e preciso chegar na hora.

— Tudo bem.

— Até amanhã, Anea! — Fez um coração coreano com a ponta dos dedos e estendeu em minha direção.

— Até amanhã, Kookoo. — Sorri corada e acenei pra ele.

Depois disso Jungkook saiu de dentro da biblioteca. Arrumando a mochila nas costas, ele acenou novamente para a moça da recepção e enfim ele saiu. Desabei feito uma boba ali em cima da mesa com um sorrisão no rosto enquanto olhei o chocolate na minha mão.

Era complicado lidar com Jungkook e não deixar transparecer meus pensamentos e ideias sobre ele. Minhas reações com suas atitudes eram genuínas e se ele prestasse um pouco de atenção nisso já saberia decifrar todos os meus sentimentos.

Opa... Eu disse... Sentimentos?

Na verdade eu quero dizer sobre o que eu estou achando de tudo isso. Ele ficou de me provar que eu estive errada sobre ele e prometeu que eu iria descobrir coisas novas. Sendo assim, é como se fosse uma constante observação de seu comportamento de minha parte para ter alguma conclusão. E por isso eu falo sobre sentimentos... É sobre sentir se isso me agrada ou não — então, por favor, não se confunda.

Ainda sorridente, guardei meu chocolate no bolso de minha mochila e enfim eu fui embora. Ainda cheia de pensamentos em mente sobre os planos para o dia seguinte, fui até o ponto de ônibus e enfim eu estava a caminho de casa. 

Já em meu quarto após bons minutos fazendo o mesmo percurso de sempre, decidi não falar sobre isso logo de cara com minhas amigas. Ao invés de perguntar a elas qualquer coisa, decidi chegar e ir direto ao meu guarda roupas para escolher algo para vestir no dia seguinte já que eu estava tão animada. E depois de ter feito isso, só o que eu fiz foi tentar segurar minha ansiedade.

Início da noite de sábado

Olhei no aplicativo do celular e estava marcando 42,8ºF — isso realmente era inesperado para a estação do ano em que estávamos. Eu não contava com esse frio todo para mais tarde, então acabei tendo que trocar o meu look para o encontro com Jungkook. Troquei meu tênis por uma botinha e pensei até em usar uma touca. 

Comecei a me arrumar a partir das seis horas da noite e fui fazendo as coisas tranquilamente. Fui ao banho, pensei em arrumar meu cabelo de forma diferente dessa vez, mas por pensar na touca, acabei desistindo. Ele ficaria solto e sem nenhuma onda mesmo. Coloquei brincos, passei um pouquinho de hidratante em minha tatuagem e nesse momento eu sorri.

Já tinha passado um tempo desde que tudo começou, mas eu ainda achava isso tudo surpreendente. Olhar para a minha tatuagem me fazia lembrar do meu início com Jungkook. Tudo começou a acontecer depois que eu a fiz e depois disso não parou mais. Postei a foto errada, ele viu e depois disso por causa dela acabou me reconhecendo.

E assim chegamos ao que somos hoje.

Deixei meus pensamentos de lado e continuei me arrumando. Passei perfume, decidi usar um batom mais neutro dessa vez e usei bastante rímel para realçar meus olhos. Coloquei a touca cuidadosamente e deixei o resto do meu cabelo solto, coloquei minha carteira no bolso do jeans e depois disso sentei-me em minha cama para colocar as botas.

Faltava pouco para o horário marcado, então resolvi avisar Jungkook que eu já estava prestes a sair de casa. Abri o chat do Insta e digitei algumas palavras por ali como ele tinha me indicado. Depois disso fui ao andar de baixo e ao ver meu pai cochilando no sofá, pensei em pedir uma carona para minha mãe.

No momento em que saí de casa, estava chuviscando. Torci para que não estivesse assim na orla de English Bay e enfim segui pela estrada com minha mãe. Com o celular na mão fiquei ali conversando com minha mãe sobre o que iríamos fazer no domingo e foi nesse momento que eu vi um story no perfil do @ddaeng mostrando o volante de seu carro.

Sorri ali sozinha e continuei conversando com minha mãe. Permaneci agindo como se nada tivesse acontecendo até que chegamos ao shopping. Minha mãe falou que queria ir ao shopping um dia desses e eu falei que poderíamos ir no próximo final de semana. Despedi-me dela, falei que talvez eu ganhasse uma carona de Jeanie pra casa e falei que não precisava se preocupar.

Saí do carro, fechei a porta e peguei meu celular.

Notei minha mãe seguindo pela via principal e enquanto isso eu passei pelas portas automáticas da entrada do shopping. Fui olhar as mensagens e Jungkook ainda não tinha aparecido. Sendo assim, resolvi ir bem devagar e aos poucos eu fui olhando as vitrines para me distrair e aguardar.

Fui até o segundo andar do shopping e acabei chegando à praça de alimentação. Olhei o celular de novo e nada de Jungkook até então. Olhei bem as propagandas ali no Burger King e achei tudo muito atraente. Estava frio, mas mesmo assim o milkshake de Oreo mexeu muito comigo. Sendo assim, não aguentei e acabei entrando na fila.

Fiz o pedido e fiquei na fila ao lado para poder pegar o que eu tinha pedido. Nesse momento, meu celular tocou logo que eu peguei meu milkshake e ao olhar na tela, notei ali “Jungoo <3” escrito junto à foto dele que eu tinha salvado no Insta e colocado no contato. Sorri e enfim eu atendi.

— Oi, Kookoo. — Falei enquanto andei pelo shopping.

— Cheguei, meu bem.

— Já está no estacionamento? — Falei bebendo o milkshake enquanto corei ali sozinha ao ouvir como ele se referiu a mim.

— Acabei de estacionar. — Disse ele. — Estou no terceiro andar, ala C.

— Já estou indo. — Falei, assenti e logo depois disso eu desliguei.

Guardei o celular no bolso do jeans e segui com meu notebook até o estacionamento. Subi mais um lance de escada rolante e enfim eu comecei a procurá-lo. Não foi difícil já que o carro de Jungkook chamava muito a atenção, sendo assim logo que o vi, segui até lá, abri a porta e entrei de uma vez.

O aquecedor do carro estava ligado e isso eu percebi logo de cara. Notei ali também o frescor do perfume de Jungkook que eu tanto gostava de sentir. Entrei, fechei a porta e enfim eu o encarei. Jungkook estava com uma jaqueta preta, estava de touca como eu e também estava de bota — é, as Timberlands de sempre. Estava muito bonito e isso me deixou com o olhar fixado nele.

— Hi, Barbie. — Disse ele e eu logo entendi a referência pela situação.

— Você é muito bobo. — Falei corada ao me sentar ao seu lado.

— Você está linda demais.

— Eu acho melhor eu não te elogiar, porque na última vez eu me empolguei e acabei falando que você estava muito gostoso. — Sorri.

— Eu gosto desse tipo de elogio. — Ele me fitou falando como o @ddaeng, porém sorrindo feito Jungoo.

— Gosto quando você está de touca, fica diferente do que o que estou acostumava a ver.

— Obrigado. — Sorriu bobo. — Não tive outra opção, hoje está bem frio e eu não gosto de ter dor de ouvido.

— Eu pensei a mesma coisa quando escolhi essa touca.

— E então? Vamos indo?

— Vamos.

— A playlist é por sua conta. — Falou, ligou o carro e enquanto eu coloquei o cinto de segurança, ele foi saindo do estacionamento.

Fiquei com o milkshake numa mão enquanto que com a outra eu fui ao Spotify procurar a minha playlist preferida. Enfim coloquei alguma música pra tocar dentro do carro e o aleatório escolheu What you know do Two Door Cinema Club. Coloquei num volume agradável e enfim começamos a conversar quando já estávamos na estrada.

— Eu nem perguntei se você queria. — Falei ao olhar para o milkshake. — Está servido?

— Nesse frio? — Ele me fitou.

— É do BK. — Dei risadas. — E é de Oreo.

— Oreo? Isso é novidade pra mim. — Sorriu.

— Experimenta. — Eu falei estendendo o copo pra ele.

— Deixa eu parar no sinal vermelho.

— Abre a boca. — Falei levando o copo até sua boca.

E nesse momento, Jungkook tomou um pouco do meu milkshake enquanto eu segurei pra ele. Não precisava de muito para eu ficar com um sorriso bobo no rosto e esse momento foi um dos que isso acabou acontecendo. Minha visão foi ele fazendo biquinho ao tomar o que eu estava segurando pra ele enquanto tinha uma mão no câmbio de marcha e a outra no volante.

— É bom. — Riu. — Mas é imprudente beber isso no frio.

— Já está no fim. — Falei lhe mostrando o copo. — Será que está chovendo em English Bay?

— Eu espero que não.

— Espero que a ventania por lá também não esteja tão forte.

— Se for assim, não vamos sair do carro. — Riu.

— Acha prudente ficar o tempo todo no carro? — Olhei pra ele e notei que ele entendeu bem o que eu quis dizer.

— Se eu fosse ver as coisas dessa forma, não seria prudente estar contigo de forma geral. — Riu.

— Não seja exagerado. — Corei.

Continuamos conversando sobre coisas aleatórias e nesse momento começou a tocar Scary Love do The NBHD. A vibe ali dentro melhorou muito com essa música de trilha sonora, mas eu tentei ficar na minha. Seguimos pela estrada por uns quinze minutos até que eu já consegui notar a maresia embaçando levemente o para brisa do carro.

A orla estava quase toda vazia em tua totalidade. Algumas pessoas passavam de lá pra cá enquanto sentiam muito frio, mas isso não era nem metade da metade de toda a movimentação que a praia recebia toda noite — ainda mais no sábado. English Bay era uma praia arborizada e perto de uma cidade pequena, era uma praia não muito extensa e muito bem iluminada.

Como 98% das vagas ali totalmente livres para estacionar, Jungkook me deixou escolher onde eu queria ficar. Escolhi um lugar sem muitas arvores e onde na calçada tinha um banquinho de madeira. Sendo assim ele estacionou bem ali e o que fizemos depois disso foi atravessar a rua. Fomos andando um ao lado do outro e enfim nos sentamos.

— Não está ventando. — Falei.

— Mas está frio da mesma forma. — Jungkook encolheu-se dentro de sua jaqueta preta.

— Então vamos ficar pertinho um do outro, quem sabe assim fique melhor. — Falei inocente e nesse momento Jungkook olhou pra mim com aquele sorriso.

— É mesmo?

— Tudo bem, então podemos ficar onde já estamos. — Fiquei tímida e tentei disfarçar.

— Não seja boba. — Ele se aproximou e enfim começamos a fitar o mar. 

— Está agitado hoje. — Falei ao ver as ondas.

— O mar nunca fica muito calmo com esse tempo.

— É uma boa visão, não é?

— Me traz uma calma que quase nada consegue trazer. Uma pena que o céu esteja tão cheio de nuvens, porque se a lua estivesse aparente seria mais bonito ainda.

— Eu me identifico. — Falei ao olhar as ondas. — Não venho ao mar faz um tempo e agora que estou aqui estou me sentindo muito bem.

— É mesmo?

— É como se fosse a minha casa e eu gosto de estar em casa. — Sorri.

— Será que você é uma sereia e ainda não se deu conta? — Ironizou.

— Estou mais para tubarão branco. — Dei risadas.

— Nossa, mas por quê? — Ele riu.

— Gosto mais de estar em alto mar.

— E gosta de presas mais difíceis. — Me olhou.

— Talvez as presas não sejam assim tão difíceis quanto aparentam.

— Agora eu fiquei sem saber o que dizer. — Riu e desviou o olhar.

— Você não sabe o quanto eu sou apaixonada por minha tatuagem.

— Posso vê-la?

— Acho que não teria como ter escolhido um desenho melhor. — Falei ao puxar um pouco o casaco e mostrar pra ele.

— É simples, mas é muito bonita. E durante todas as vezes que falei que gosto muito dela, eu disse a verdade.

— Disse a verdade? Você tem tantas outras mais bonitas, porque você gosta tanto da minha que é pequena e sem muitos detalhes?

— Porque eu posso imaginar todo o significado que ela carrega. — Disse enquanto acariciou minha mão com a sua.

— É, você tem razão. O oceano era uma paixão dos meus pais quando eram jovens. Quer dizer, até hoje eles ainda gostam muito. Eles viveram muitos momentos bons quando estavam em um lugar como esse e de fato o mar se tornou algo importante. Eu vim depois disso e eles quiseram fazer uma homenagem.

— Eu amo o seu nome.

— Eu aprendi a amar também. — Sorri. — Confesso que por um tempo não gostei, mas depois começou a fazer sentido pra mim.

— Está me deixando inspirado a fazer uma tatuagem parecida.

— Sério?

— Minhas tatuagens são referentes a coisas importantes e bons momentos que já vivi. Posso dizer que este momento agora é um deles e eu gostaria de mantê-lo como uma lembrança em mim através do desenho.

— Eu não esperava que você fosse falar isso. — O fitei.

— Você falou que seus pais viveram bons momentos perto do mar.

— Sim, eles se conheceram na praia. Depois disso tiveram alguns encontros por lá também.

— Encontros como o que estamos tendo agora?

— Você está me deixando envergonhada.

— Pois não fique, eu só estou sendo sincero contigo, Anea. — Disse ele, ainda com meu braço em sua mão enquanto acariciou meu oceano ali no pulso.

— Eu aprecio sua sinceridade, mas é que...

— O que foi?

— Você me deixa muito pensativa quando fala assim.

— E no que você pensa quando eu falo coisas desse tipo?

— Eu não vou dizer até ter certeza.

— Foi assim comigo também, mas eu acabei tendo a certeza que eu precisava após um tempo e enfim falei o que sinto por você.

— O quê...? Não, eu não estou falando sobre essa certeza.

— Não mesmo?

— Por que o assunto está tomando esse rumo? — Sorri muito tímida.

— Talvez porque tenha que ser assim.

— Aproveitando que eu já falei sobre minha tatuagem, gostaria que falasse das suas. 

— Eu tenho muitas, Anea. — Sorriu.

— Fale sobre algumas.

— Você acha que já viu todas elas?

— Devo ter visto nas fotos, mas não devo ter conseguido reparar bem.

— Não tenho tatuagens só no braço.

— Eu sei que você tem uma na costela também.

— E como sabe?

— No aniversário do Scot quando... Você sabe.

— Ah, é. — Ele riu. — Foi foda.

— Acho que já ouvi isso antes. — Brinquei.

— E mais uma vez estamos voltando a este assunto. — Me fitou.

— Tudo bem, deixa eu ver as tatuagens que você tem até o cotovelo.

E nesse momento, Jungkook me estendeu um seu braço ao ter soltado o meu que estava segurando desde que pediu para ver a tatuagem. O seu braço ainda estava coberto, então eu pude fazer diferente quando ele me estendeu. Segurei em sua mão e aos poucos eu fui levantando a jaqueta.

Aos poucos, fui fazendo os desenhos ficarem amostra bem ali. Estava frio, mas Jungkook não se importou com isso. Levantei sua jaqueta até o seu cotovelo e ali eu vi muitos desenhos todos em preto e cinza. Segurei o braço dele e aos poucos passei minha mão por ali enquanto prestei atenção nas artes.

— Alguns desenhos não têm nenhuma justificativa, foi só porque eu gostei e tinha certo espaço para fechar o braço. Eu precisava completar, então foi. — Riu.

— Tipo qual?

— Essas flores. — Apontou.

— Depois delas você completou esse braço?

— Depois delas e depois dessa frase também.

— Rather be dead than cool.

— É o meu lema de vida. — Sorriu.

— Tem alguma coisa escrita em outro lugar?

— Tenho caracteres hangul acima do cotovelo.

— E o que está escrito?

— Viva sem medo, ame sem limites.

— Gostei dessa frase.

— Também tenho uma bússola tatuada na parte de trás do braço.

— E o que ela significa?

— Há alguns significados, porém o mais marcante é sobre minha primeira viagem internacional sozinho. 

— Pra onde você foi?

— Japão.

— E quando foi?

— Numa das últimas férias quando não fui à Coréia.

— Gostei.

— Essa daqui foi um desenho que minha mãe fez. — Ele apontou para um relógio. — Ele marca a hora que eu nasci.

— Estou achando isso tudo muito interessante.

— Aqui tem mais uma flor. — Achei ao olhar o outro lado do braço.

— Quando eu morava na Coréia, minha mãe me ajudou a plantar uma árvore no quintal. A árvore dava uma flor como essa e eu fiz isso tudo quando ainda era bem pequeno. Tive que me afastar dela quando me mudei e nem sei se ela ainda existe, mas isso me lembra a minha infância e minha casa, então eu quis deixar marcado em mim.

— Que lindo. — Falei e sorri.

— E estes algarismos romanos aqui indicam o ano que eu nasci.

— Quando foi?

— 2002.

— Eu também nasci em 2002. — Sorri.

— Hummm. — Ele me fitou e me deixou sem jeito.

— Gostei desses desenhos. — Falei e logo cobri seu braço de novo. 

— Quer ver os outros?

— Quero descobrir aos poucos e quero que me conte todas as histórias por trás desses desenhos.

— Gostei dessa ideia.

Nesse momento, Jungkook me fitou e eu fiz o mesmo com ele. Quando chegamos nos sentamos de frente ao mar, mas agora estávamos um de frente para o outro enquanto o mar estava ao nosso lado. Os meus cabelos estavam um pouco agitados com o vento e o dele também. Ficamos sem falar nada apenas reparando um no outro.

Notei os olhos de Jungkook deixando de estar focado nos meus e vi que eles foram até a minha boca. Ele parecia não ter a intenção, mas foi automático. Reparei em seus olhos também, em seus piercings e seu cabelo amassado pela touca. E nisso, ficamos calados.

— Tenho uma vontade muito grande de te beijar quando me olha assim. — Falou enquanto continuou me observando. — Mas isso colocaria a perder tudo que combinamos.

— É, eu... Eu sei.

— Quero poder esperar o momento certo pra isso, mas a vontade que eu tenho é muito grande. — Segurou minha mão e a acariciou. — Acho que se eu nunca tivesse te beijado, seria diferente. Se trataria de uma curiosidade. Mas como já sei como é, eu fico ansioso para poder repetir.

— Não sei o que dizer quando me fala coisas desse tipo.

— Olha pra mim. — Ele disse e eu olhei.

— O que foi?

— Seus olhos são verdes, não é?

— Sim.

— São lindos... E são capazes de me deixar sem fala quando me olham.

— Eu também gosto dos seus olhos.

— O que vê neles?

— Eles são puxados na medida certa. — Sorri. — E são totalmente escuros como nunca vi antes.

— Gosto de minha pálpebra dupla. — Assentiu.

— Isso também. — Falei. — Dá um charme.

E nesse momento, o assunto acabou outra vez. Estávamos sozinhos por ali e só o que ouvimos foi o barulho do mar que estava de ressaca. O vento estava nos embalando um pra perto do outro por estar frio, mas quando faltava pouco para deixar algo rolar, me lembrei de Jungkook falando que não ia colocar tudo a perder.

Sendo assim, pensei em algo para dizer. Se Jungkook e eu ficássemos ali daquele jeito algo poderia acontecer e como tínhamos planos de ir com calma, eu quis tomar uma atitude. Resolvi manter a conversa e sendo assim me lembrei de algo que eu sempre pensava quando ia à praia.

— Você já ouviu falar em Atlântida?

— Oi?

— O mito da cidade perdida de Atlântida.

— Não. — Ele ficou curioso. — Vai me contar?

— Quer saber?

— Quero.

— É um mito que foi narrado por Platão há muito tempo atrás que fala sobre um continente que ficava no Oceano Atlântico. Era um continente habitado e lá viviam os Atlantes, que segundo o mito, era uma civilização que era muito bem desenvolvida e também muito rica em conhecimento e em tecnologias. 

— Uau. — Disse Jungkook prestando atenção.

— Atlântida era um lugar que tinha muitos recursos naturais e outras obras primas feitas pelos Atlantes. Era um lugar muito desenvolvido, com muitas minas de ouro e metais. O mito diz que esse conhecimento e essas riquezas vinham de Poseidon, que no caso, foi o criador deste continente. Diz que ele era o protetor do lugar e que ele era quem mantinha Atlântida.

— Isso está ficando bom.

— Os Atlantes já tinham tudo que era necessário, tinham uma vida muito boa e proteção divina por parte de Poseidon. Porém conforme o tempo foi passando eles foram se corrompendo pela ambição e também pelo desrespeito quando tiveram que proteger seus territórios contra invasões de europeus. Dessa forma eles se protegeram, mas depois quiseram  invadir essas terras.

— Nossa. — Disse Jungkook ainda prestando atenção.

— Foi nesse momento quando Atlântida virou um grande caos e os Atlantes mudaram completamente toda a sua civilização que Poseidon convocou uma... “Reunião” com os deuses e nesse momento foi acertado qual seria o castigo que aquele povo iria sofrer por ter sido tão desobediente, egoísta e ambicioso.

— E o que aconteceu?

— Depois disso foi uma série de desastres naturais que vieram para abalar o continente. Primeiro vieram os tremores de terra e o escurecimento do céu. As florestas começaram a ser incendiadas e em pouco tempo não restou nada. E foi aí que para acabar com tudo, ondas gigantes engoliram Atlântica por completo e em apenas uma noite, ela sumiu.

— Sumiu?!

— Sumiu. — Assenti. — Atlântida foi para o fundo do mar e lá ficou, porém não se sabe onde ela pode estar localizada caso ela tenha existido de fato. Algumas pessoas imaginam que pode estar perto da Espanha e outros apostam que até mesmo na Antártida. E aí vai de pessoa pra pessoa acreditar ou não.

— Nossa... Eu não sabia dessa história.

— Dizem que alguns dos Atlantes conseguiram sobreviver e que espalharam descendentes por aí. Como podemos identificá-los? Não sabemos.

— Isso tudo é muito interessante.

— Há muitas teorias e especulações sobre onde ela pode estar caso tenha existido de verdade, mas isso é um grande mistério até hoje. A primeira menção a Atlântida foi relatada por Platão e a partir daí toda a história começou. 

— Um continente privilegiado com pessoas boas e muito desenvolvidas. Um contato com o externo, uma grande corrupção e depois disso um castigo divino. — Sorriu. — Como ficou sabendo disso tudo?

— Minha mãe me contava essa história quase todas as noites antes de eu dormir. Ela me fez acreditar que éramos descendentes dos Atlantes. — Dei risadinhas.

— E você acredita até hoje?

— Não. — Disse eu. — Mas acho interessante a ideia.

— Olha, preciso confessar que gostei muito disso tudo.

— Ela disse que se meu nome não fosse Oceanea seria Atlanta.

— Também é bonito.

— Oceanea é mais difícil de encontrar do que Atlanta.

— Realmente.

— Durante muito tempo eu acreditei nisso. E ela falava que nós Atlantes não poderíamos denunciar nossa existência, então teríamos que manter segredo. — Dei risadinhas. — Até os cinco ou seis anos eu achava mesmo que eu tinha algo a ver com Poseidon.

— Se fosse comigo eu continuaria acreditando só por achar isso tudo uma coisa muito maneira. — Ele riu.

— Bons tempos. — Falei sorrindo.

— Ah, espera aí... — Jungkook pareceu ter sido invadido por uma ideia.

— O que foi?

— Isso tudo tem algo a ver com o Aquaman? Ou eu estou confundindo?

— O nome dele é Arthur. — Dei risadas. — Mas na verdade, ele é filho de um humano com uma Atlante, sendo assim ele é “meio a meio” se é que posso dizer assim.

— Seria o Arthur seu primo? — Jungkook riu.

— Será? — Dei risadas.

— Eu assisti ao filme do Aquaman e agora me lembrei de umas coisas. Não sabia toda a história por trás do enredo do filme.

— Na parte do filme em que eles estão embaixo d’água, na verdade estão em Atlântida que certamente está no fundo do mar.

— Uau! Que foda! Eu nunca tinha prestado atenção nisso! 

— No filme o Arthur tem que voltar para assumir seu posto de rei de Atlântida que está na mão de outro.

— O rei Orm.

— Sim. — Falei. — Está vendo? Você sabia um pouco da história e não tinha nem percebido.

— Eu estou muito surpreso com isso tudo, não sabia que era uma coisa que envolvia Platão e um mito que realmente foi registrado.

— Pra você ver como são as coisas.

— Eu me lembro do Rei Orm e também de uma gostosona de cabelos vermelhos e roupa verde. Acho que é ela que vai atrás do Arthur.

— Gostosona de cabelos vermelhos.

— É, uma ruiva muito linda. — Ele riu.

— Mera. — O fitei e sorri. — É a princesa Mera.

— Isso! Acho que esse é o nome dela!

— Quando vai atrás do Arthur ela ainda é princesa, mas quando eles ficam juntos e ele assume o trono, ela se torna a rainha de Atlântida.

— Eu acabei de ter uma ideia para um apelido. — Me olhou com um sorrisinho de coelho no rosto.

— Mais um apelidinho. — Dei risadas.

— Gostei de Mera. — Me fitou. — Rainha dos Atlantes.

— Está pensando em me apelidar de Mera?

— Não? — Me olhou.

— Eu não me pareço com ela. — O encarei. — Não tenho cabelos vermelhos.

— Mas você é...

— Sou o quê? — Prendi uma risada e o encarei.

— Beleza, então agora eu fiquei sem ideias.

— Eu seria a Atlanna nessa história toda.

— Atlanna?

— Mãe do Arthur e primeira rainha de Atlântida.

— Não lembro dela no filme.

— A loira de olhos claros. — Falei. — Interpretada pela Nicole Kidman.

— Simmmmm! Uma que aparece no começo! 

— Ela mesma.

— Sim, ela é loira e tem os olhos verdes! Pronto! Está decidido!

— E você vai acostumar a não me chamar mais de Anea? — Sorri e o fitei gostando disso tudo.

— Atlanna só em momentos especiais. — Piscou pra mim.

— Gostei disso. — Corei, mas afirmei.

Nesse momento, meu celular vibrou com mensagens no grupo que eu tinha com minhas amigas e ao ver a tela acesa, notei a hora. O tempo voou enquanto fiquei ali com Jungkook sem fazer nada de mais e quando me dei conta já era perto das dez da noite. Era cedo pelo que eu poderia imaginar, mas levando em consideração que eu estava no shopping que fechada às dez da noite, eu notei que precisava me adiantar.

— Não vamos tirar uma foto antes? — Ele falou.

— Juntos?

— Não? — Me olhou.

— E vamos postar?

— Não há necessidade, mas quero ter uma foto contigo.

— Tudo bem.

Nesse momento, Jungkook pegou seu celular e logo que eu me aproximei dele, sorrimos e tiramos nossa primeira foto. Sim, foi a primeira até então e eu sabia que ficaria só entre nós dois. Ao ver o resultado, acabei gostando e pedi que me enviasse. E foi enquanto ele fez isso que eu fui até perto da areia e tirei uma foto só do mar para o meu Insta.

— Você olha pro mar de um jeito diferente. — Ele me notou ali.

— Você precisa ver quantas fotos eu tenho.

— Que você mesma tirou?

— Sim.

— E o que faz com elas?

— Eu guardo pra mim.

— Poderia postar em algum lugar, certeza que outras pessoas que são como você iriam curtir.

— Você acha?

— Acho. — Sorriu. — Tenho certeza que são fotos muito bonitas.

— Eu tenho tantas... Nem sei qual gosto mais.

— O que você faz no @woceanic além de ser uma stalker? — Riu.

— Eu não sou uma stalker, Kookoo. — Corei e dei risadas.

— Eu sei muito bem que você é sim. — Deu risadas.

— Eu não faço nada de mais por lá.

— E por que não usa para postar suas fotos do mar? — Me olhou animado. — O user é perfeito para o conteúdo.

— Nossa, eu...

— O que foi?

— Eu nunca tinha pensado nisso.

— Vai por mim, é uma boa ideia. — Sorriu. — E se quiser, eu posso divulgar no meu perfil para ter bastante visibilidade.

— Vai me divulgar no @ddaeng?

— Se você quiser eu posso fazer isso logo depois do primeiro post.

— Tudo bem, eu vou pensar nisso. — Assenti sorrindo.

— Ótimo.

— Mas mudando de assunto agora... Acho que preciso ir.

— Eu já imaginava. — Olhou no seu relógio de pulso. — Até porque o shopping fecha as dez, não é mesmo?

— Sim.

— Tudo bem, vamos indo. — Disse ele.

Eu já estava de pé, então depois disso Jungkook levantou-se. Quando eu menos esperava ele me deu um abraço por se sentir muito a vontade para fazer isso e eu o correspondi. Eu sabia que ele queria um beijo e eu também, mas um abraço naquele momento foi perfeito. Nos abraçamos enquanto sentimos a maresia bem gelada em nosso rosto e depois disso voltamos ao carro.

Coloquei o indie pra tocar novamente e depois disso começamos a ouvir Team da Lorde. Continuamos conversando sobre as postagens no @woceanic e eu comecei a achar tudo isso uma ideia muito boa. Jungkook me incentivou e disse que divulgaria sempre para que eu tivesse muitos admiradores do mar por lá junto a mim. E assim fomos falando sobre isso o caminho inteiro.

Chegamos em minha casa vinte e cinco minutos depois.

Para não chamar atenção com aquele carro preto e diferente, pedi que Jungkook me deixasse na esquina de minha casa. Algo me disse que eu iria encontrar meus pais antes do que eu imaginava, então para não ser descoberta, eu quis fazer dessa forma. Nos despedimos com um abraço muito carinhoso ainda dentro do carro, agradeci pelo passeio e depois disso eu fui andando pela calçada.

Jungkook ficou parado com seu carro ali na esquina. Com os faróis ligados ele ficou o tempo todo sem sair do lugar enquanto eu caminhei e fui me aproximando de minha casa. Olhei pra trás quando me vi diante de minha porta de entrada e ele entendeu o que eu quis dizer. Depois disso ele piscou os faróis, ligou a seta e foi embora enquanto eu entrei.

Logo que cheguei dei de cara com meus pais assistindo tv. Antes mesmo de eu me aproximar eles já perguntaram como tinha sido o passeio e eu falei como se nada tivesse acontecido. Inventei uma história qualquer sobre ter ido ver um filme com as meninas e depois disso eu fui ao meu quarto quando falei que a bateria do meu celular estava acabando.

Me livrando daquela conversa, segui até o meu cômodo preferido da casa e lá eu me joguei na cama. Ainda sorridente com tudo isso e me sentindo muito feliz, peguei meu celular e abri o chat com Jungkook no Insta. Ali estava a foto que tiramos e isso me fez sorrir feito uma boba toda gamada.

Ficamos muito bonito juntos...

Ainda no Instagram, decidi ir até o @woceanic para ver as novidades. É, minha intenção ali era ver as fotos no feed, mas logo que cheguei lá, lembrei da ideia de Jungkook. Aquilo tudo me pareceu mais atraente ainda e eu acabei não resistindo. Demorei um tempo, mas mudei minha bio. E enfim, eu postei a primeira foto. Eu tinha apenas 22 seguidores até então e não esperei nada de mais, sendo assim, fui falar sobre isso com Jungkook. 

Pensei em mandar um print, mas resolvi mesmo foi mandar o link do post. Jungkook já seguia o @woceanic, então talvez ele mesmo iria ver a foto no seu feed antes de ver minha mensagem. Mas mesmo assim eu mandei. Falei que tinha começado com minhas fotos e que eu contava com sua ajuda.

Quinze minutos depois disso tudo, quando eu já tinha tomado banho e tinha arrumado algumas coisas pelo quarto, meu celular tocou. Novamente eu vi o nome dele na tela e corri para atender. Confesso que ouvir sua voz nesses momentos era melhor do que trocar mensagens. 

Começamos a conversar brevemente quando eu atendi. Jungkook tinha avisado que tinha chegado bem e que tinha gostado do passeio. Falamos o que sentimos durante a ida até a praia um para o outro e depois disso eu falei sobre o @woceanic. Falei que já tinha postado e que iria continuar postando.

Jungkook ficou feliz por eu ter aceitado sua ideia e disse que ia curtir a foto o quanto antes. Disse que me divulgaria para o seu público e disse que em breve eu teria números altos. Fiquei feliz e animada, é claro. Mas após um tempo, o assunto mudou. E como já era de se esperar, falamos sobre um próximo encontro.

Primeiro Jungkook me perguntou se eu tinha algo em mente e eu falei que não. Realmente não pensei em nada e falei que poderia ficar por sua conta o nosso destino. Foi nesse momento que ele voltou num assunto antigo sobre as boates e as festas a noite. Tinha falado que tanto ele quanto eu tínhamos parado com isso e que ele sentia falta. E foi quando eu falei que achava legal a ideia de voltar, ele me disse algo que me fez sorrir cheia de intenções.

“Está na hora de voltarmos à Kallahari”


Notas Finais


E ai? O que estão achando? Esses dois combinam demais <3
Deixem o feedback de vocês, isso ajuda muito!
Vou divulgar o insta da woceanic para vocês acompanharem as fotos que ela guarda — ou guardava — apenas para ela. ;)
Woceanic: https://www.instagram.com/woceanic/

É isso, vejo vocês na próxima!! Beijoss <3 @hemmera & @atlantys

twitter: https://twitter.com/everyddaeng


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