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História Ddaeng - O grande dia


Escrita por: atlantys e hemmera

Notas do Autor


Por hoje eu só quero desejar boa noite a todos e uma boa leitura para quem tiver calma pra lidar com o final :]

Capítulo 46 - O grande dia


Fanfic / Fanfiction Ddaeng - O grande dia

Com tudo confirmado, fui invadida por uma euforia muito grande e uma animação que nunca senti antes. Estes dois sentimentos foram os responsáveis por me deixar agitadíssima naquela noite enquanto andei de um lado para o outro dentro do meu próprio quarto com um puta sorrisão na cara. Aliás, era possível estar diferente com tudo isso me acontecendo ao mesmo tempo?

Jungkook já estava sabendo sobre o que foi decidido e agora minhas amigas também já estavam por dentro depois do Facetime que fiz com as duas em estado de surto. Já tinha postado tudo que eu pretendia em meu Instagram, mas ainda sentia vontade de gritar para que todos pudessem ouvir sobre o que iria me acontecer e como eu estava me sentindo em meio a isso tudo.

Meu coração estava acelerado, esperei tanto tempo por essa oportunidade que agora que o sonho está prestes a se tornar realidade, eu ainda estou incrédula. Fico sem acreditar em como tudo aconteceu rápido e no final deu certo. Lembrei do sorteio, lembrei que ganharia dois ingressos e poderia levar Jungkook comigo. E além disso, lembrei da resposta positiva dos meus pais para o que seria o melhor aniversário de todos.

Bem que meu pai disse que quando as coisas tem que acontecer, elas simplesmente acontecem. Quando chega o dia e a hora, o universo colabora para que tudo funcione como tem que ser. Há uns dias eu estava triste e sem expectativas sobre o show esgotado e agora estou decidindo mentalmente qual vai ser o meu look para a apresentação do The Neighbourhood no Venue House. 

Nossa, muito bem lembrado! Eu preciso escolher meu look!

É claro que eu vou estar usando a blusa que ganhei no sorteio, não tinha dúvidas sobre isso. Mas quanto ao resto das peças que eu pretendia usar, ainda faltava definir. Dei um pulo da cama e caminhei rapidinho até o meu guarda roupas. Sorri ao ver ali dentro o Cooky, a pelúcia que Jungkook tinha trazido da Coréia pra mim, estava bem guardadinho e ao vê-lo acabei lembrando de quem me deu e do momento em que recebi.

A primeira coisa que eu fui escolher foi minha calça. Queria estar bonita, é claro, mas também queria me sentir confortável. Escolhi dois jeans de cores diferentes e os coloquei em cima da minha cama. Um era um jeans mais rasgado e de lavagem clara, o outro era preto e sem muitos detalhes, apenas botões prateados em sua cintura alta. Coloquei a blusa perto dos dois e fiquei analisando.

Achei que ficaria mais bonito com o jeans claro, mas me lembrei que ele sempre ficava um pouco apertado em minhas coxas. E na hora de decidir entre o que era bonito e o que era confortável, optei pelo conforto. Guardei o jeans mais claro, deixei o preto sobre a cama e depois disso fui escolher o calçado para combinar. Eu tinha tênis de variadas cores, adorava sempre estar comprando um par novo, mas quando vi meu look todo preto até então em cima da cama, resolvi seguir com a mesma cor.

Mas antes de escolher o que iria usar nos pés, resolvi vestir a roupa completa para ver como iria ficar. Coloquei primeiro o jeans que tinha acabado de escolher, depois coloquei a blusa que ganhei do fã clube e fui para frente do espelho. O tamanho da blusa era perfeito, não precisaria nem colocar o tecido sobrando dentro do jeans porque não havia sobra. Me achei muito bonita com aquela roupa, fiquei sorridente e só depois disso fui ver uns calçados.

Eu tinha uma sapatilha bonita que gostava de usar quando ia sair em dias mais amenos, mas achei que não seria uma boa ideia. Já pensou se na correria da entrada eu a deixasse sair do pé? Ah, não. Não quero que algo assim aconteça comigo, não quero nada me atrapalhando. Sendo assim fui até meus tênis e comecei a olhar todos por ali.

No fim das contas eu escolhi dois: um par de Vans e um coturno bem de blogueirinha. Fiquei indecisa, os dois eram da mesma cor do meu look e eu não sabia qual escolher. Calcei o Vans primeiro, achei que ficou legal, mas parece que não deu aquele arremate no meu look. Ficou bom, mas parecia que faltava alguma coisa. Decidi então tirar e ir experimentar o coturno.

Pois é, estou decidida agora. Coloquei o par de botas e quando me olhei no espelho, achei que estava perfeito! Aquele coturno era um dos meus preferidos por ser tão confortável e era isso mesmo que eu precisava. Arrumei o cabelo com a mão ali em frente ao espelho e me senti muito bonita e confiante. Sorri toda animada ainda analisando meu look e depois de um tempo eu resolvi trocar de roupa. Teria mandado uma foto para Jungkook, mas queria que me visse só na hora.

Deixei a roupa arrumada no cabide e o pendurei ali na porta do armário. Coloquei o par de coturno debaixo do meu look ali no chão e depois disso pensei em ver alguns acessórios. Não queria muitos, não queria nada me incomodando na hora do show, então peguei meu porta jóias e comecei a olhar um por mim.

Escolhi um brinco em tamanho médio que era muito brilhante e bonito para combinar com meus piercings. Feito isso, achei ali um colar assim também muito simples, mas que daria um charminho legal. Separei os dois, deixei sobre a mesa e comecei a ver se algo mais me chamava atenção. Nah, acho que não, só isso está ótimo e eu não quero exageros.

Depois disso, por estar agitada e ainda nervosa com tudo, fui procurar outra coisa para fazer e me ocupar. Peguei a poltrona que ficava ali na frente da minha mesa de maquiagens, a levei para a frente do espelho e ali eu me sentei. O que eu faria no cabelo? Será que não seria um problema fazer um penteado todo elaborado e bonito? Eu tinha receio de que isso me atrapalhasse de alguma forma ou que bagunçasse fácil em um lugar onde eu não teria como arrumar.

Segurei o cabelo todo com a mão e simulei um rabo de cavalo no alto. É, meu cabelo segue em crescimento depois que cortei chanel, porém ainda não é o suficiente para prender tudo de uma vez lá no alto. Quando fiz isso, as mechas menores começaram a se soltar e eu já imaginei elas grudando em meu pescoço na agitação do show. É, rabo de cavalo alto estava sem condições.

Mas e se eu prendesse o cabelo não tão alto? Será que mais baixo ficaria melhor? E com algumas mechas soltas na parte frontal para dar um charme? Soltei o cabelo e simulei estar prendendo-o novamente, porém mais baixo e com as mechas da frente mais soltinhas. É, até que… Até que poderia funcionar. Continuei segurando e olhei de um lado a outro no espelho para ver se estava bom mesmo.

Nesse momento eu ouvi batidas na porta do meu quarto. Não sabia se era meu pai ou minha mãe, mas respondi mesmo assim. Meu pai perguntou se poderia entrar e eu falei que sim, que a porta estava aberta. Continuei ali segurando meu cabelo no alto até que eu vi a porta abrir. Vi meu pai e minha mãe chegando ali atrás de mim, acompanhei o reflexo deles pelo espelho, até que vi embrulhos em suas mãos.

— Feliz aniversário!!! — os dois falaram juntinhos.

Minha primeira reação ao vê-los ali foi olhar rapidamente até o relógio de parede pendurado bem atrás de mim. Era meia noite em ponto, certamente o primeiro minuto do dia 15 — também conhecido como meu aniversário. Sorri ao vê-los, por mais que eu soubesse que sempre iriam atrás de mim quando desse meia noite, eu ainda ficava surpresa. 

Soltei meu cabelo, levantei-me da poltrona e fui até eles assim como eles vieram até mim. O primeiro que eu abracei foi meu pai, como sempre o mais empolgado e o que veio mais rápido até onde eu estava. 

— Te desejo muitas felicidades, meu amor! E muita saúde! Eu amo você!

— Obrigada, pai — falei e sorri ainda abraçada com ele.

— E também desejo que você possa ver o The NBHD mais vezes — brincou.

— Eu também desejo! — dei risadas.

— Parabéns pelo seu dia, Anea! — minha mãe abriu os braços e eu fui até ela — Espero que aproveite essa data especial!

— Obrigada, mãe — sorri e me joguei em seus braços.

Eu gostava muito de abraçar meu pai, sempre me sentia muito protegida e livre de tudo que poderia me atingir. Era um conforto pra mim, sabe? Mas quando minha mãe tomava essa atitude de carinho, era duas vezes melhor. Não foi sempre assim, ela sempre foi muito carinhosa comigo e tínhamos um diálogo melhor também. Mas conforme as coisas foram mudando, isso também mudou.

Fiquei feliz com seu abraço. A abracei muito forte de volta e fiquei muito feliz, já fazia um tempo que ela não faria algo assim de forma espontânea. De fato foi muito importante pra mim suas palavras e seu carinho quando eu sentia sua falta e quando era meu dia especial. 

— Eu amo você — ela me disse quando ainda me tinha em seus braços.

— Também amo você, amo muito — a apertei ainda mais.

— E eu sei que você vai reclamar, mas tenho um presente.

— Vocês não aprendem mesmo, não é? — brinquei — Não precisava.

— Ei, eu também tenho! — meu pai se aproximou.

— Já disse e repito, não precisava desse incômodo todo.

— Eu queria saber de onde você tirou essa ideia de que um presente é incômodo — meu pai deu de ombros — Vamos, abra primeiro o meu!

— Ah, mas eu sei que é do meu que ela vai gostar mais — minha mãe brincou.

— Isso é o que vamos ver — meu pai a encarou com um sorrisinho irônico.

— Vou abrir o seu, mãe, já que foi o primeiro — respondi ao pegar o embrulho.

A caixinha que peguei da mão de minha mãe era pequena e muito bonita. Tinha um laço azul em cima e era branca com glitter. Não sabia o que esperar, tentei até sacudir a embalagem antes de abrir, mas pensei que poderia acabar danificando algo. Sendo assim eu abri de uma vez e me deparei com um par muito bonito de brincos prateados.

Abri a boca pela surpresa e arregalei os olhos, eram muitos estilosos e eu não imaginava que iria ganhar algo assim. Os tirei daquela caixinha de embalagem de jóias e fiquei animada com eles nas mãos. Fui até o espelho, posicionei os brincos em frente as minhas orelhas e vi que ficavam muito bons. Eu já estava usando brincos, mas resolvi tirar e enfim experimentar o que eu tinha acabado de ganhar.

— Gostou? — minha mãe perguntou enquanto sentou-se na beirada de minha cama.

— Muito! É muito bonito! — falei empolgada.

— Escolhi prateado porque sei que você gosta de combinar com os piercings.

Tudo bem, por esta fala eu não esperava.

— Você reparou? — fiquei com o coração quentinho pelo detalhe.

— Sim e achei que você iria gostar desses brilhantes.

— Obrigada! — fui até ela e lhe dei um beijo no rosto — São lindos!

— Deixa eu ver como ficou — ela disse e eu virei o rosto para ela ver melhor.

— Uau — meu pai falou ao ver — Combinam contigo!

— Eu vou usar amanhã no show! — falei animada ainda mais.

— Vai ser a estréia — ela sorriu.

— Sim — assenti ainda me olhando no espelho.

— Querida, agora veja o meu! Quero saber o que vai achar! — meu pai disse.

O do meu pai era um embrulho maior e era em um formato quadrado perfeito. Estava com um laço branco em cima e o embrulho era da Frozen. “Frozen?” — foi o que eu perguntei quando dei risadinhas — e sua resposta foi sobre ter sido a única embalagem em tons de azul que ele encontrou no lugar onde comprou o presente. 

Achei curioso ele estar segurando o embrulho com as duas mãos, mas logo entendi o motivo. Era pesado e eu só senti isso quando segurei. Segurei e me assustei, meu pai riu e disse que não era tão pesado assim para implicar comigo. Fui para perto da cama e coloquei aquele quadrado ali no colchão. Tirei o laço e fui abrindo aos poucos com pena de rasgar toda a embalagem tão bonita da Frozen.

Quando tirei até a metade, me deparei com um livro. A capa estava de cabeça pra baixo, mas quando eu virei e vi o título junto ao nome do autor, arregalei os olhos de novo e fiquei muito animada. Mais um livro do Nicholas Sparks, meu romancista preferido. Puxa vida, minha prateleira agradece! 

Olhei o livro de cima a baixo ainda empolgada e depois disso fui ver o que mais havia ali dentro do embrulho que estava pela metade. Coloquei a mão e achei mais um livro, e mais um e mais um. Quatro livros ao todo, diferentes títulos para somar aos que eu já tinha e todos eram do Nicholas.

— Muito obrigada! Eu amei! — falei sorridente enquanto me joguei nos braços do meu pai me sentindo muito feliz.

— Gostou mesmo?

— Sim! Muito! Eu estava querendo esses dois aqui há um tempo! — apontei.

— Agora tem esses dois e mais dois novos para poder ler.

— Obrigada mesmo, eu amei! Puxa vida, não sei nem o que dizer! — sorri.

— Você merece isso e muito mais, meu amor — ele sorriu.

— Eu vou colocá-los na prateleira agora mesmo!

Tomei os livros nos braços e fui até lá. Eu costumava organizar meus livros pelas cores da capa, então eles ficaram espalhados, dois eram vermelhos, um branco e um preto. Deixei tudo ali bem arrumadinho e logo que terminei, meus pais anunciaram que já iriam dormir e que só ficaram acordados até aquela hora por conta do meu aniversário.

Novamente eu disse que não precisava dos presentes, mas falei que gostei muito e fiquei muito feliz. Ganhei mais abraços e beijos, logo depois disso eles saíram e eu voltei a olhar minha prateleira enquanto já estava sozinha em meu quarto. Olhei a prateleira, depois olhei os brincos no espelho mais uma vez. Fazia um tempo que eu não me sentia assim tão animada.

Lembrei do meu celular ali no carregador e fui pegar para tirar fotos. Queria muito postar sobre os presentes que eu tinha acabado de ganhar. Tirei do carregador e antes de desbloquear a tela, vi ali algumas notificações. Fui excluindo algumas que não me interessavam e as mais antigas foram subindo. Até que me deparei com simplesmente doze chamadas de vídeo perdidas de Jungkook — e isso tudo foi em cinco minutos.

O relógio na tela do celular me mostrou 00:05. Quer dizer, 00:06 agora e foi justamente nesse momento que o celular voltou a tocar enquanto estava na palma da minha mão. Sorri, corri até a cama e me joguei ali em cima do colchão. Passei a mão pelo cabelo e depois de três toques, eu atendi.

— Feliz aniversário para a mais gostosa de Vancouver!!! — ele berrou.

— E quem é a mais gostosa de Vancouver? — dei risadinhas.

— Essa loira aqui na minha tela — ele riu — Parabéns pelo seu dia, amor!

— Obrigada! — corei instantaneamente.

— Te desejo toda felicidade do mundo, meu amor! Hoje e sempre! E quero te lembrar que pode contar comigo para tudo! Tenha sempre isso em mente!

— Isso é uma coisa que jamais irei esquecer, Kookoo — respondi simpática.

— Este é o primeiro aniversário que estarei ao seu lado e espero poder comemorar muitos outros! Você é muito especial pra mim, quero te acompanhar sempre!

— É o que eu pretendo — assenti sozinha — Primeiro de muitos.

— E saiba que eu vou fazer de tudo para que este aniversário seja o melhor de todos! Fico muito feliz por podermos comemorar juntos! 

— Já está sendo — brinquei — Imagina só, o Ddaeng me desejando felicidades.

— Faço isso agora porque não pude soltar fogos de artifício na frente da sua casa.

— Meu deus! — dei risadas — Você faria isso?

— Mas seus vizinhos me odiariam por fazer isso a essa hora. Seus pais também e isso é algo que eu não quero pra minha vida — brincou.

— Você é doido, Jungoo!

— Doido por você, sua grande gostosa! — piscou pra mim — E estou ansioso para te ver.

— Eu também estou ansiosa por isso. Aliás, vou estar um poço de ansiedade por hoje, muita coisa vai acontecer.

— Será que vai acontecer algo a mais hoje? Hum?

— Tipo o quê? — provoquei.

— Dentro do meu carro eu te conto.

— Lamento abaixar suas expectativas, mas sabe que meus pais vão estar na minha cola, não é? Essa foi a condição, então não posso confirmar.

— Eu sou muito bom em dar um jeito em tudo quando quero alguma coisa.

— Ah, é? É bom mais em que?

— Em te ligar mais de dez vezes para ser o primeiro a dar os parabéns.

— Eu lamento — segurei uma risadinha.

— Ahhh! Quem foi?

— Meus pais vieram aqui quando deu meia noite.

— Tudo bem, eu perdoo os dois. 

— Bobo — falei toda apaixonada por ele — Ei, faça uma pose! Vou tirar um print!

— Vai me expor onde? Hum? — brincou.

— Como se você precisasse de mais exposição — dei risadas.

— Vai — ele ficou paradinho e sorriu enquanto eu fiz um biquinho para a foto.

— Pronto — falei depois de printar.

— Quero muito te ver, Anea — ele olhou bobo por mim pela câmera — Quero muito contribuir para que seu dia seja maravilhoso. Esta é uma data muito especial!

— Também não vejo a hora de te ver — sorri — Já escolheu o outfit de mais tarde? Alguma coisa entre Balenciaga e Dior?

— Não pensei nisso ainda e mesmo se já tivesse pensado, não iria te contar. Vai descobrir sobre minha roupa quando me ver na hora.

— Que metido — brinquei enquanto ele riu — Pois também não vou te mostrar a roupa que eu escolhi.

— Independente da roupa, vai estar maravilhosa como sempre.

— Quando você fala isso, meu rosto começa a ficar quente de vergonha.

— Você dizendo essas coisas agora me deixa com vontade de pegar o carro e aparecer aí do nada só pra ver de perto.

— Meu sonho.

— Eu tenho coragem.

— E eu tenho meus pais aqui dentro de casa — dei risadas.

E neste momento, recebi outra chamada.

— Travou? — ele disse.

— Minha prima estava me ligando.

— Imagino que irá receber muitas ligações hoje.

— Espero que não, isso me deixa muito tímida e eu não sei nem como agir.

— Mas é o seu dia, as pessoas vão querer lhe desejar felicidades.

— Eu realmente fico muito envergonhada, não gosto de falar ao telefone. Além disso, já te falei que não ligo muito para o meu aniversário, gosto que seja um dia normal.

— É só agradecer pelo carinho e pronto, não tem mistério — ele riu — Bom, então vou desligar para que possa falar com outras pessoas também. Agora que deu meia noite, creio que receberá mais ligações.

— Tudo bem, amor — assenti.

— Mais uma vez deixo aqui meus bons desejos pelo seu dia! Eu te amo!

— Obrigada, Kookoo! Eu também te amo!

— Mais tarde eu ligo de novo! Até! — acenou pra mim.

— Até logo, amor! Boa noite! — mandei beijos pra ele e a chamada foi desligada.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Dakotta me ligou mais uma vez. Fiquei com vergonha de atender, eu realmente não sabia como me comportar ao telefone. Ficar ouvindo bons desejos era algo legal, mas eu me sentia muito tímida por ficar só com agradecimentos. Sabia que meus tios também iriam querer falar comigo, então resolvi atender de uma vez, Dakotta não iria parar até conseguir.

Agradeci pelo carinho, meus tios e minha prima nunca esqueciam de mim e sempre me ligavam poucos minutos depois da meia noite. Dakotta era a única prima que eu tinha mais ou menos com a minha idade e ela morava longe, mas vez ou outra se fazia presente. Éramos amigas além de primas e nem a distância era capaz de mudar isso. Falei com meus tios, carinhosos como sempre, e depois de quinze minutos de chamada, desligamos.

Me levantei da cama e enfim fui tirar as fotos que eu pretendia postar em meus stories. Eu queria muito mostrar os livros e a jóia que eu tinha ganhado. Deixei o celular sobre a cama, peguei tudo da prateleira e levei para a mesinha de maquiagem. Deixei arrumado de um jeito bonito ali e a primeira foto que eu tirei foi dos livros. Coloquei todos um ao lado do outro e pronto, a foto estava ótima! 

Fiquei com o celular na mão enquanto pensava em uma legenda legal para escrever ali antes de postar. Abri a caixinha de texto e fiquei olhando para a tela tentando ter uma inspiração para algo legal, e foi nesse momento que eu comecei a receber notificações do Insta. Meu celular começou a vibrar de poucos em poucos segundos e eu só conseguia ver “começou seguir você” escrito ao lado de users variados.

Ué?

Ignorei aquelas notificações insistentes e voltei à legenda. Comecei a digitar e escrevi ali que aquele tinha sido o presente que meu pai tinha me dado. Falei sobre Sparks ser meu romancista preferido e falei que eu gostei muito do presente. Coloquei emojis com corações nos olhos e coloquei um filtro na foto. Pronto, postei!

Enquanto o story estava carregando, comecei a receber notificações de curtidas e comentários também. Os users eram diferentes a cada vez e eu fiquei curiosa com aquilo. A todo o momento meu celular estava tocando o alerta de notificações e eu ainda estava sem entender. Abri a página dos stories de novo e fui tirar a foto da jóia que eu tinha ganhado.

Resolvi fazer diferente desta vez. Coloquei a caixinha dos brincos aberta em cima da minha mesinha e fiz um boomerang. Bom, na verdade eu tentei duas vezes até conseguir, não era expert nas funções do Insta e nunca seria. Ficou legalzinho, olhei o resultado, coloquei um filtro por cima e pronto, agora era só escolher a legenda — e enquanto isso, mais notificações de curtidas e novos seguidores.

Escrevi que este presente eu tinha ganhado de minha mãe e falei que ele combinava com meus piercings prateados. Coloquei ali também que eu iria usar no show e que estava ansiosa por isso. Finalizei a legenda com emojis de coração e pronto, publiquei. Só depois que os stories já estavam postados é que eu fui ver o que estava rolando ali no meu perfil, mas antes de ir ver as notificações, eu fui até a página principal e atualizei.

Eu tinha ganhado cerca de oito mil novos seguidores.

Dei um sorrisinho e já pude imaginar o que estava rolando. Atualizei a página outra vez e agora tinha mais oitenta novos seguidores. Olhando no ícone das dms ali no cantinho, vi que tinha uma mensagem não lida. Fui até lá e o que eu encontrei ali foi o chat com o Ddaeng em primeiro lugar, e junto ao ícone de sua foto de perfil, estava escrito: 

“@ddaeng mencionou você em seu story”

Céus, mas o que esse garoto tinha aprontado para ter provocado todas aquelas notificações em meu perfil? Eu já tinha deixado o @aneakendric público há um tempo e isso foi bom, já pensou ter tantas solicitações de uma vez assim? Eu não daria conta. Abri o chat e me deparei ali com uma foto nossa que Jungkook tinha postado. Era uma foto recente que tiramos juntos em um de nossos encontros.

Sorri apaixonada ao ver aquilo ali. Cliquei para ver o story e queria muito saber o que ele tinha colocado naquela legenda. Pressionei a imagem para que não seguisse aos próximos posts e foi nesse momento que eu parei para ler a mensagem que ele tinha deixado. Certas coisas, para fazer um mistério, Jungkook postava só em coreano. Mas dessa vez ele postou mesmo em inglês.

“Hoje é o dia da princesinha de Vancouver! Parabéns por mais um ano de vida @aneakendric! Desejo felicidades e que todos os seus sonhos se realizem. Você é muito importante pra mim <3

PS: ela não é linda?”

Tudo bem, agora ele conseguiu fazer meu coração derreter. A foto era bonita, estávamos bem pertinho um do outro. Era noite e foi do lado de fora de uma balada qualquer quando nos afastamos da multidão para dar uns beijos e conversar. Voltei a ler aquela mensagem que ele escreveu e voltei a ficar corada ali sozinha em meu quarto. Agora entendo de onde vieram tantos seguidores novos.

Reagi ao seu post com corações, voltei às Dms e resolvi lhe escrever. “Você é demais” foi o que eu coloquei ali pra ele, adicionei um emoji fofinho e enviei. Aproveitei que já estava ali e adicionei também seu story aos meus já que ele tinha me mencionado. Fazia um tempo que eu não compartilhava nada de Jungkook em meus próprios stories.

“Fiquei em dúvida se postaria uma sequência de fotos suas ou se colocava uma que temos juntos, mas acabei decidindo por essa que tiramos ao final do evento na Kosmos” ele respondeu quase instantaneamente. Curti a mensagem e falei que suas fãs iriam ficar enciumadas pelo post, Jungkook nunca postava nada assim tão próximo e tão simpático perto de alguma garota. Eu já tinha aparecido em seu feed antes, porém não tinha sido assim tão perto dele e também não foi com uma mensagem daquele jeito. 

Ele riu e me deu a melhor resposta possível. “Eu sou seu” foi o que ele me enviou depois da piadinha que eu fiz. Notar este comportamento de Jungkook só me fazia ficar em questionamentos sobre como eu não me apaixonei por ele antes. Curti a mensagem enquanto continuei vendo as novas notificações de seguidores. Nem precisei comentar sobre isso com ele, ele certamente já sabia o que seus posts poderiam causar.

Voltei aos meus stories e fui até lá postar o print de nossa chamada de vídeo. Marquei Jungkook na legenda e coloquei somente um coração na legenda. Achei que não precisaria dizer mais nada. Publiquei e depois disso fui mencionada em mais dois outros posts de outras pessoas. Além de ter ligado, Dakotta postou uma foto nossa e além dela, fui mencionada também no post de Jasmine, uma amiga virtual da Flórida.

Deixei o celular de lado por um tempo e fui guardar os livros na prateleira novamente. Guardei também o par de brincos e só depois disso eu resolvi me aprontar para ir dormir. Quer dizer, ao menos eu ia tentar fazer isso. Gostava de encarar meu aniversário como um dia normal e comum, mas por conta do show que estava por vir, eu estava ansiosa e agitada.

Fui escovar os dentes, passei um creme noturno no rosto e depois disso eu resolvi ir pra cama. Iria conseguir dormir facilmente? Não, mas precisava tentar. Não queria ter uma péssima noite de sono antes do show, queria estar bem disposta para aquela noite para poder aproveitar ao máximo. Nem peguei mais meu celular depois disso, me deitei e tentei não me distrair com nada, me embolei em meus lençóis e tentei esquecer que realizaria um sonho na próxima noite.

— Surpresaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! 

Sabe quando você acorda no susto? Foi bem assim que eu acabei por despertar depois daquele berro duplo. Além de sentir aquele som me tirar do belo sono que eu estava tendo, senti uma pressão em cima de mim e senti meu corpo se sacudindo rapidamente. Não entendi nada, acordei e abri os olhos, mas por instantes eu fiquei desorientada até ver Jeanie e Lauren em cima de mim.

Eu não sabia nem o que dizer, não esperava por isso. Olhei envolta e vi que eu estava em meu quarto, mas demorei a assimilar porque elas estavam fazendo uma surpresa. Elas continuaram agitadas ali em cima de mim e eu vi que nem valeria a pena tentar reclamar sobre isso. Elas estavam sorridentes, animadas e com embrulhos nas mãos. Eu nem sabia sobre a hora, mas acabei por não me preocupar com isso. Sorri, passei a mão pelos olhos ainda sonolenta e as fitei.

— Meu deus, vocês são doidas! — falei ainda cheia de preguiça em cima da cama enquanto sorri e bocejei. 

— Feliz aniversário!!! — elas falaram juntinhas de novo.

— Obrigada! — sorri e abri os braços para elas.

Lauren e Jeanie me abraçaram ao mesmo tempo. Retribuí Jeanie com o braço direito e Lauren com o esquerdo, trouxe as duas para perto de mim simultaneamente e ali ficamos jogadas em cima da minha cama. E enquanto eu ainda me via envergonhada pela cara de sono que certamente estaria naquele momento, elas continuaram os bons desejos sobre felicidades de muitos anos de vida. 

— Eu tenho um presente e não quero ouvir reclamações sobre isso — disse Lauren, me deixando sem respostas ao entregar a bolsa com o nome de uma loja Alternativa.

— Eu também tenho e espero muito que você goste! — disse Jeanie com toda a delicadeza do mundo como de costume.

— Não precisava — falei ao pegar as embalagens ainda deitada na cama — Mas agradeço mesmo assim, fico feliz quando vocês me agradam.

— Abre o meu primeiro! — disse Lauren — Sei que vai gostar!

— Tudo bem — falei, me sentei na cama e as duas foram para as pontas do colchão.

Coloquei as duas embalagens em meu colo, passei a mão pelo meu cabelo todo bagunçado e enfim eu comecei abrir o presente de Lauren. Assim como o embrulho dos presentes de meus pais, o presente dela também estava decorado com um papel azul — minha cor preferida.  Tirei as fitas que estavam fechando a sacola e enfim peguei algo lá dentro.

Ao tocar, percebi que era de tecido. Era uma blusa, talvez. Ou então um moletom, sabia que longe disso eu não estava. Segurei, tirei ali de dentro de uma vez só e quando olhei o que tinha em mãos, notei que era uma blusa do Chase Atlantic. A blusa era preta estampada com letras brancas e vermelhas. Estava escrito “Phases” que era o nome da última turnê que fizeram e ao ver que era uma peça comemorativa, eu arregalei os olhos e abri um baita sorrisão.

— Puta merda, eu não acredito!! — falei ainda eufórica com a blusa na mão.

— Eu te falei que ela ia adorar — Lauren se gabou para Jeanie.

— Amiga, eu gostei muito! Meu deus, eu ainda não tinha nenhuma peça de roupa do Chase Atlantic! Eu só tenho o cd e alguns posters! — afirmei muito animada.

— Não era a estampa mais bonita do site, mas eu achei legal porque ela foi lançada para a turnê.

— Sim! Esse é o nome da última turnê que eles fizeram na Europa! 

— Experimenta! Espero ter acertado o tamanho.

— Vou fazer isso agora mesmo! — sorridente, eu respondi enquanto coloquei a blusa por cima do meu pijama mesmo.

— Acertou em cheio — disse Jeanie a Lauren — Gostei muito dessa estampa!

— Ficou muito boa! Obrigada, Lau! — falei e logo puxei ela para um abraço.

— Que nada — ela sorriu e me abraçou de volta.

— Bom, o meu é menorzinho, mas eu também tenho certeza que você vai gostar.

— Será uma jóia? — falei ao tatear o embrulho.

— Não, mas foi caro igual — Jeanie riu e Lauren também.

— Agora eu fiquei mais curiosa ainda! — falei desamarrando o laço.

Jeanie foi a única que não providenciou o embrulho em tons de azul. A embalagem era holográfica e tinha uma daquelas típicas etiquetas “de/para” coladas no topo. A parte engraçada foi que ela escreveu no espaço em branco.

De: Michelle Trachtenberg

Para: Dove Cameron

Dei risadas ao ver o que Jeanie tinha escrito ali. Essa era uma piadinha interna que tínhamos sobre parecermos com pessoas famosas. Eu realmente achava que ela parecia com a atriz de Gossip Girl, era tão pálida quanto, tinha aqueles olhos mais azuis do que o céu em um dia de verão e os cabelos pretos e lisos totalmente iguais ao da Michelle. E enquanto isso, ela sempre me disse que eu era a cara da Dove Cameron.

— Muito bom, eu amei! — comentei em risadinhas sobre a etiqueta.

— Eu sabia que você iria gostar — ela riu.

— Mulher, abre logo! Eu quero ver o que é! — disse Lauren, ansiosa.

— Eu não queria rasgar a embalagem, é tão bonita — falei abrindo aos poucos.

— Pode rasgar, não tem problema! — disse Jeanie.

Depois do que ela disse, eu tratei de abrir com mais rapidez e com menos cuidado. Ansiosa e sorridente, tirei o adesivo dos cantinhos daquele embrulho, coloquei a mão lá dentro e quando encostei logo entendi que era maquiagem. Havia dois recipientes triangulares talvez, um pouco pontudo. Não sabia se era um delineador, ou um gloss. Não perdi mais tempo, fiquei animada e tirei a mão ali de dentro de uma vez só.

Pois é, eu simplesmente tinha acabado de ganhar duas unidades do Stunna Lip Paint da Fenty Beauty. Os dois eram vermelhos, porém em tons diferentes. O nome do primeiro que eu vi era Uncensored e o outro era Tiger Tini. Arregalei os olhos de uma forma que eu nem sabia explicar como consegui e isso fez Jeanie ver que eu simplesmente fiquei chocada com o presente.

— O batom da Rihanna!!! — berrei.

— Arrasou, Jen! — Lauren fez um hi-5 com ela ao ver o que era.

— Dois tons diferentes de vermelho porque eu sei que a senhorita não usa outra cor.

— Eu amei!!! Meu deus do céu!! — falei abrindo as embalagens e sentindo o cheiro do produto em seguida.

— Felizmente eu sei escolher bons presentes — ela riu.

— Deve ter custado os olhos da cara — Lauren riu.

— Eu guardo muitos cupons de frete grátis e de desconto também.

— Uau! Sério, eu estou chocada!! — falei e logo abri os braços — Obrigada, amiga!

— Que nada, você merece! — ela disse em meus braços.

— E pensar que você não queria presentes, não é? Sua besta quadrada — Lauren brincou.

— Eu retiro o que eu disse sobre isso — falei ainda olhando os batons e a blusa em meu corpo — Sério, muito obrigada! Eu amei!!

— Testa! Vamos ver se fica bom! — Jeanie apontou para o Uncensored.

Eu não tinha nem lavado o rosto ainda, nem sequer escovei os dentes. Mas cara, era um dos batons da Fenty Beauty! Me levantei da cama, fui até o espelho grande que eu tinha em meu quarto e não pensei duas vezes antes de experimentar o batom. Ah, mas como eu amo batons vermelhos, sempre me caem muito bem e esse eu sabia que não seria diferente.

Terminei de passar, fechei a embalagem e virei para as minhas amigas. Eu sabia que ficaria bom, mas não sabia que ficaria assim tão impactante em mim. O batom sobressaiu muito mais em meus lábios pelo meu tom de pele e ele era em uma nuance de vermelho aberto. Ficou bem forte e era assim mesmo que eu gostava. Ficou simplesmente perfeito!

Comentei com minhas amigas que eu estava postando foto dos presentes que eu tinha ganhado até então. Lhes mostrei os livros e o par de brincos também e enquanto elas estavam vendo o que eu já tinha recebido, eu tirei foto da camisa e dos batons também. Pensei rapidinho em uma legenda, marquei as duas nos posts e pronto, mais algumas atualizações!

Larguei o celular depois de ver que eram dez e meia da manhã. Guardei as coisas em seus devidos lugares, comecei a arrumar minha cama enquanto minhas amigas ficaram espalhadas pelo quarto e enquanto conversávamos, minha mãe bateu na porta do meu quarto. Sorridente, ela perguntou se a surpresa deu certo e se as meninas conseguiram me acordar.

Elas disseram que sim e logo contaram para a minha mãe como fizeram. Mostrei a camisa e os batons, ela disse que ficou bonito em mim aquele lip paint e que a blusa era de ótima qualidade. Neste momento, minha mãe disse que tinha arrumado a mesa para o café da manhã especial e nos chamou até a cozinha. A princípio seria só nós três como em todas as manhãs, mas dessa vez tivemos convidadas.

Tomamos café da manhã todos juntos ali à mesa. Eu nem liguei por estar de pijama ainda e de cara amassada. Estava me sentindo bem e muito feliz, ficamos conversando o tempo todo e eu aproveitei para comer bastante coisa já que minha mãe tinha se juntado com meu pai para preparar muitas coisas gostosas.

Pensei que minhas amigas ficariam mais um tempo comigo em minha casa, mas na verdade elas estavam esperando Chelsea, a irmã de Jeanie voltar de um compromisso para levá-las embora. Lauren tinha um compromisso para mais tarde e Jeanie iria com sua irmã buscar sua mãe no centro da cidade. Lamentei, mas voltei a agradecer pela surpresa.

Poucos minutos depois, Chelsea entrou em contato. Minhas amigas se despediram dos meus pais primeiramente e enquanto isso eu fui tentar arrumar meu cabelo para não ir ao lado de fora de casa parecendo uma louca. Acompanhei as duas até a porta, as abracei e agradeci outra vez pela visita e pelos presentes.

A irmã mais velha de Jeanie já estava do lado de fora quando saímos. Enquanto as duas estavam caminhando até o carro, Chelsea abriu o vidro e me desejou feliz aniversário aos berros. Acenei pra ela agradecendo, sorri por ter achado engraçado seu berradeiro e depois que as três se encontraram, foram embora e eu voltei ao lado de dentro de minha casa.

Eu planejava ter acordado depois de meio dia, mas até que consegui descansar bem quando levantei às dez. Fui ao banho e coloquei uma roupinha melhor. Eu não gostava de visitas repentinas, mas sabia que isso poderia acontecer no dia do meu aniversário — até porque só eu fazia questão de que este fosse um dia normal. Aproveitei o tempo para fazer uma hidratação legal em meu cabelo e pensei em prepará-lo para mais tarde em breve.

Voltei ao meu quarto ainda com a toalha na cabeça, peguei o celular e fui ver se Jungkook tinha me enviado alguma coisa. Foi tanta coisa acontecendo que eu até esqueci sobre os seguidores que eu estava recebendo desde aquele post que ele fez. Fui direto ao meu perfil, atualizei a página e pelas minhas contas agora eu já tinha ganhado dezessete mil novos seguidores.

Antes de dormir eu tinha ganhado oito mil e agora o número estava superando o dobro disso. Fotos que eu tinha apenas com quatro ou cinco comentários, agora tinha entre cento e vinte e cento e cinquenta. Recebi umas trinta e quatro solicitações de mensagens na Dm e já poderia imaginar que seriam respostas das pessoas que vieram através de Jungkook. Eu tinha postado o print com ele e eu sabia o que isso poderia ter causado.

“Bom dia, gatinha. Já olhou seus números hoje? Já leu os novos comentários também? As pessoas estão especulando que eu estou namorando contigo, minhas dms estão uma loucura.”

Ler aquela mensagem me deixou um pouco preocupada sobre o que poderia estar acontecendo. Eu tinha acabado de chegar ao Insta e ainda estava vendo as novidades. Jungkook falou dos números e dos comentários, pensei logo em coisas negativas, mas ao final de sua mensagem eu vi emojis de risadas. Ou seja, aparentemente estava tudo bem e ele estava se divertindo com aquela interação. 

Sei lá, eu não sei muito o que esperar sobre esse lance de redes sociais e o mundo dos influenciadores digitais. Eu poderia esperar de tudo, de shipps até hate. Mas aparentemente as fãs de Jungkook eram um pouco mais bem resolvidas e com a cabeça no lugar do que eu poderia ter imaginado. Os comentários em minhas últimas fotos tinham elogios e as solicitações de dms eram de feliz aniversário.

Coitada daquelas pessoas que decidiram ir ao meu perfil para fofocar sobre o que estava rolando entre Jungkook e eu. Mal elas sabiam que eu era uma das primeiras na fila do low profile. Em meus stories só havia foto de vez em quando e todas as noites eu divulgava uma música que eu gostava de ouvir. Não sou blogueira e não vou agir como uma.

Como eu já disse, já apareci no perfil de Jungkook antes. Ele já postou um vídeo meu em uma festa e já tinha postado outras imagens que tirou enquanto eu estava distraída. Mas assim como eu aparecia, outras pessoas também. Lembro-me que quando estava na Coréia, Eunha apareceu bastante, assim como seus outros amigos. Scot nem tanto, mas Evan vez ou outra estava se promovendo no Ddaeng também.

Dessa vez foi diferente, ele fez um texto como não tinha costume de fazer e postou uma foto em um cenário curioso. Estava tudo escuro ali, estávamos grudadinhos e sozinhos na imagem. Colocou emojis de coração e foi só elogios a mim. É, para ter causado aquele tipo de reação nas seguidoras, ele realmente surpreendeu ao fazer o que fez.

“Bom dia, docinho. Acabei de ver minhas dms e também os novos comentários. Pobres dessas pessoas que estão achando que vão encontrar fofocas em meu perfil, só posso lamentar (emojis de risadas). Espero que aqueles posts não causem confusão para o Ddaeng, mas se acontecer, a culpa é toda sua (mais risadinhas).”

Respondi Jungkook e depois disso fui ver uma olhada nos stories que postei sobre meus presentes. Sei lá, acho que o máximo de visualizações que eu já tive foi 700 — o auge do auge. E agora, simplesmente estava com 13K no meu primeiro post. Só consegui dar risadas de nervoso, não sabia se isso era bom ou ruim.

Bom, resolvi parar de olhar tudo isso e fui ao perfil do The NBHD House, o fã clube que me deu os ingressos. Eles tinham postado stories há pouco e eu fui ver todos. Já estavam falando sobre o show e mostrando os preparativos. Ouvi a voz de Alessa ao fundo de um dos vídeos e fiquei tentando adivinhar se quem gravou foi Marshall ou Clark — os outros membros do FC.

Fazer isso me deixou muito ansiosa e animada. Depois de interagir naqueles stories, fui ao perfil oficial da banda para ver se tinha coisa nova. Encontrei ali vídeos do último show que eles fizeram e também algumas imagens de uma mesa de café da manhã. Certamente estavam hospedados em algum lugar por Vancouver e isso me deixou inquieta por demais.

Tive que largar o celular para não ter uma crise. Ainda com a toalha na cabeça, fui pegar a roupa que eu tinha separado e comecei a arrumar ela em cima da cama. Coloquei ali bem esticadinha a blusa que ganhei do FC, coloquei a calça jeans preta ao lado e levei meu par de coturno para perto também. Fotografei tudo individualmente e postei no meu Insta para deixar registrada a minha ansiedade e animação para mais tarde.

Feito isso, me afastei do meu celular de vez. Jungkook ainda não tinha respondido e eu não queria mais ver o número de seguidores. Fui para a frente do espelho secar meu cabelo e logo pensei em como poderia arrumá-lo para mais tarde. Já fazia um tempo que eu não fazia ondas em minhas mechas, desde que eu o cortei, nunca mais modelei. Bom, talvez agora fosse um ótimo momento para fazer de novo.

Quando sequei meu cabelo, saí do quarto e fui até a sala de estar. Não sabia o que assistir, estava ansiosa demais para focar em algo e escolher. Decidi então encontrar minha mãe na cozinha e ofereci ajuda com o almoço. Já estava quase pronto, mas já que eu tinha pedido algo para fazer e me distrair, ela me pediu para preparar a jarra de suco.

Almocei com meus pais e o cardápio do dia foi meu prato preferido. Festa de aniversário meus pais até aceitavam quando eu dizia que não queria, mas fingir que era um dia comum, isso não. Nos detalhes eles faziam coisas diferentes, café da manhã, almoço, um presentinho ou outro e outras coisas mais. 

Conversamos um pouco ali à mesa, me ofereci para lavar a louça e meu pai também. Ele disse que era meu dia e que eu poderia deixar isso com ele, mas eu falei que estava ficando doida com o assunto do show e queria me distrair. É, enfim ele aceitou e além de lavar a louça eu arrumei a cozinha e guardei toda a louça em seu devido lugar.

— Já sabe que horas pretende sair de casa? — meu pai chegou à cozinha.

— Ainda não decidi.

— Precisa ir muitas horas antes? Será?

— Acho que não — falei terminando de guardar os últimos pratos — É um showcase e o lugar é pequeno, acho que não preciso me adiantar tanto assim.

— Me avise quando já estiver decidida para eu saber que horas vamos sair.

— Está bem — assenti e ele saiu.

Pois é, aí está uma coisa que eu não tinha parado para pensar ainda. Depois de muito ficar pra lá e pra cá dentro de casa, depois das duas horas da tarde, fui atrás de Jungkook. Queria falar com ele sobre isso, então resolvi pegar meu celular, ir até o jardim e ligar para ele, quem sabe assim iria acabar me decidindo fácil.

— Oi, mô — disse ele, arrancando um sorrisinho meu.

— Oi, está ocupado?

— Pra você? — ele riu — Nunca.

— Estava pensando sobre o horário para mais tarde.

— Ia te perguntar isso mesmo, já tem algo em mente?

— O show começa às 21 — falei e pensei — Me dá uma sugestão.

— Acho que duas horas antes já está bom. Já vamos ficar na fila e mesmo que não esteja tão cheio, vamos conseguir ficar mais perto do palco.

— Acho que cheio vai estar, o show esgotou faz tempo.

— Mas para ser na Venue, não é para um público tão grande.

— Verdade.

— Acho que podemos acertar nesse horário mesmo, está bom pra você?

— Sim — assenti sozinha andando pelo jardim — Caso aconteça qualquer imprevisto, ainda assim estaremos na hora.

— Isso mesmo.

— Então ta bom — falei e dei mais uns passos por ali — Eu estou muito ansiosa.

— Imagino — ele riu — E aí, recebeu muitas ligações hoje?

— Algumas — afirmei — Mais da família mesmo.

— Não ficou desconsertada, ficou? — segurou uma risadinha, mas eu ouvi.

— Fiquei — falei e sorri envergonhada — Mas tudo bem, logo vai acabar.

— E sobre as mensagens no seu Insta? Foram muitas?

— Sim e isso me deixou um pouco assustada — fui sincera.

— Fica fria, amor — falou com firmeza — Está tudo sob controle.

— Ganhei muitos elogios em minhas fotos e isso foi surpreendente.

— Surpreendente? Mas o que você esperava?

— Hate — brinquei e ele riu.

— Boba… — falou bem humorado.

— Também tenho muitos seguidores por agora. É claro que não tanto quanto você, mas em vista do que eu tinha antes, o número está consideravelmente maior.

— Pode abrir uma caixinha de perguntas depois, vai ser legal falar com essas pessoas que acabaram de chegar.

— Certamente só vão falar sobre você.

— Acho que não — disse ele — As pessoas não sabem quem você é, então acho que é isso que elas vão querer saber.

— Vão querer fofocar sobre affair, isso sim.

— Mas é claro que o que eu estou dizendo é só uma ideia, você não precisa fazer isso. As pessoas te seguiram porque quiseram e isso não significa que agora você precisa agir como uma blogueira se não quiser.

— É, eu sei — assenti — E quanto às suas dms? Ainda uma loucura?

— Eu me divirto com essas pessoas — ele riu — Me divirto ainda mais com as mensagens em português que eu recebo.

— Você entende?

— Vez ou outra eu traduzo algumas mensagens e elas sempre são bem humoradas.

— E estão falando sobre o que exatamente?

— Estão dizendo que combinamos.

— Meu deus, mas você só me deu os parabéns — fiquei surpresa.

— Para um bom entendedor, um feliz aniversário como aquele já basta — fez piada.

— É, tem razão.

— E algumas dizem que se eu ainda não te pedi em namoro, devo fazer isso logo. Ou então estão perguntando quando pretendo fazer isso.

— É… — levantei as sobrancelhas como se ele fosse ver — Que coisa, né?

— Eu que o diga — ele riu — Mas pode deixar, eu vou dizer a todos que você afirmou que não é minha namorada. Aliás, aquela garota do fc pode ser testemunha sobre o que você disse sobre nós.

— Você não consegue superar aquilo, não é? — dei risadas.

— Que nada, eu estou é muito tranquilo.

— Hum — levantei as sobrancelhas de novo.

— Já decidiu sua roupa?

— Sim — assenti — E você?

— Estou com uma em mente, mas ainda não fui provar.

— Não pode se atrasar, ok?

— Eu… Eu estive resolvendo umas coisas hoje cedo.

— O quê?

— E depois minhas fãs que são fofoqueiras — brincou.

— Ah, então ta bom — dei de ombros ali sozinha — Não pergunto mais.

— Já falei pra você ficar fria.

— Quando o assunto é você, isso é totalmente impossível.

— Falas como essa fazem minha animação aumentar bem devagar.

— É a animação que está aumentando?

— Garota — ele riu — Calma!

— Ah, eu só quero que a hora passe logo. Quero começar a me arrumar o quanto antes e quero sair de casa logo.

— Imagino.

— Estou ansiosa demais, já assisti todos os stories da banda hoje.

— Não deveria fazer isso, só vai te deixar ainda mais inquieta.

— Não consegui evitar.

— Vai descansar um pouco e procura algo na tv para assistir. Sei que você ficou pra lá e pra cá desde que acordou, então vai ser bom para estar bem disposta mais tarde.

— É, vou tentar parar um pouquinho.

— Ah, e me avise quando for sair de casa, ok? Pretendo chegar mais ou menos no mesmo horário que você.

— Tudo bem, nos encontramos na fila?

— Quem chegar primeiro manda a localização para o outro.

— Ok.

— Vai descansar um pouco e fica longe daqueles stories — ele riu — Me liga antes de sair.

— Beleza — assenti — Até logo, meu bem.

— Tchau, amor! Até! — ele respondeu e eu desliguei.

Eu ainda tinha vontade de procurar coisas para fazer para me distrair, mas fiquei com a ideia de Jungkook na cabeça e tentei me convencer de fazer aquilo que ele indicou. Eu não estava me sentindo cansada, mas aquela noite seria longa e seria bom se eu conseguisse ficar um pouco quietinha antes da agitação toda.

Fui ao meu quarto e liguei a tv. Deixei meu celular no carregador e não fui mais ao Instagram. Não sabia se iria conseguir dormir, mas se conseguisse me acalmar um pouco, já estava no lucro. Ainda faltava algumas horas até a hora de eu me arrumar, então foquei em me distrair ali com a tv, ainda estava cedo e eu poderia relaxar um pouco.

E até que enfim, chegou a hora.

Antes de mais nada eu fui avisar ao meu pai que pretendia chegar duas horas antes — ou algo perto disso, até um hora e meia já estaria muito bom. Avisei que o show começaria às 21 e depois disso acertamos o momento de nossa saída. Pedi que ele avisasse minha mãe sobre isso e enfim fui ao banho para poder vestir a roupa que tanto esperei.

Cantarolei no banho enquanto coloquei meu celular para tocar as músicas feito um som ambiente. Estava frio lá fora, mas ali dentro estava bem morno assim como a temperatura da água. Eu ainda tinha bons minutos para me aprontar, então não tive pressa. Fiz tudo com calma, passei meus hidratantes e depois disso cuidei dos piercings. Me vesti ainda no banheiro e depois disso fui ao meu quarto.

Antes da maquiagem, calçado e acessórios, pensei em arrumar meu cabelo. Eu pretendia deixá-lo ondulado de novo depois de tanto tempo, então assim que cheguei por ali já fui ligando o babyliss. Voltei meu celular ao carregador e tirei a música, não queria ficar sem bateria na hora do show e não queria voltar para casa sem vídeos e fotos do momento.

Meu cabelo tinha crescido um pouco, as ondas ficaram mais bonitas nele agora pelo cumprimento. Me lembrei da última vez que tentei fazer e ficou muito diferente do que eu imaginava. Na minha cabeça eu fiquei parecendo um abajour, mas minha mãe disse que ficou bonito. Nunca mais usei o babyliss desde então, mas agora até que estava funcionando.

Formaram-se cachinhos, mas eu gostava mesmo quando ele só estava com leves ondas. Fiz ele bem modelado e assim o deixei, quando cheguei à última mecha, comecei a passar as mãos para que ele se abrisse mais e assim, aos poucos fui chegando ao resultado que eu desejava. Passei um pouco de fixador e pronto, me olhei no espelho e achei que estava perfeito. 

Depois do cabelo, fui cuidar de minha maquiagem. Eu não tinha pensado em nada específico, mas queria fazer alguma coisa leve. Parei ali perto da minha mesinha e comecei a escolher algumas coisas. Iluminador, blush, pó translúcido para selar, rímel e algo para fortalecer a cor de minhas sobrancelhas. Ah, e é claro que eu iria usar o batom vermelhão que Jeanie tinha me dado mais cedo.

Comecei a fazer tudo ali diante do espelho, fiz com calma, mas a todo o momento eu estava de olho no relógio ali no topo da parede atrás da minha cama. Pouco a pouco fui usando todos os produtos que eu tinha escolhido por ali e acabei pegando um pouco de base também para usar em alguns pontos. Deixei o batom por último e pronto, me olhei no espelho e achei que estava perfeito.

Nossa, com maquiagem e ondas no cabelo sou outra pessoa.

Me senti confiante e muito bonita. O rímel que usei deixava meus cílios com mais volume e isso destacava o tom de verde dos meus olhos. O blush me deu um ar de saúde e tirou um pouco da minha palidez. Com as sobrancelhas arrumadas e penteadas… uau, realmente dá uma diferença. O iluminador deu um glow em pontos específicos do meu rosto e o batom vermelho elevou o nível.

Feito isso, fui aos acessórios e ao meu perfume. Coloquei uma pulseira prateada no braço e depois disso coloquei os brincos que minha mãe me deu. Nossa, eles ficaram tão bonitos ao lado dos piercings e dos outros brincos que eu estava usando… Ficou uma coisa linda! Pensei em um colar também, mas achei que seria demais, então fui arrumar outras coisas que faltavam. 

Meu celular vibrou nesse momento, mas ao olhar para a tela, vi que faltava pouco para 100% de bateria carregada. Logo eu estaria saindo de casa, então pensei em deixar ele ali mesmo por mais um tempinho para completar. Fui procurar meias confortáveis, calcei meu par de coturno e só quando eu me olhei no espelho depois de tudo isso é que eu lembrei de um detalhe.

Não seria bom eu levar uma bolsa?

Droga, mas como eu fui lembrar disso só agora? Arregalei os olhos ao me dar conta disso e fui até o meu guarda roupas. Graças aos céus a maioria de minhas bolsas eram pretas, então seria fácil combinar. Separei umas três, mas achei que eram grandes demais e que não precisava de tudo aquilo. Peguei meu celular, documento e o ingresso ainda no envelope e resolvi escolher a primeira que coubesse.

A escolhida foi uma simples e que me custou bem pouco. Sei lá, eu nem sabia qual era a marca, mas coube tudo dentro dela e era isso que importava. Ela era transversal, então eu poderia regular para que ela ficasse grudada em meu corpo e assim não precisaria me preocupar com nada, porque ela jamais iria cair de mim ou eu iria perdê-la por aí.

Coloquei dentro da bolsa um elástico para prender o cabelo e também o batom para retocar. Pensei se deveria levar algo mais além daquilo, mas me convenci que não. Me sentei na cama já com tudo pronto, peguei meu celular e vi que a mensagem que eu tinha recebido há pouco era de Jungkook. Ele já estava pronto e só estava aguardando eu sair de casa para sair também.

Dei uma última olhada no espelho e puta que pariu, eu estou muito maravilhosa! A blusa me caiu muito bem, o tamanho estava ótimo e a estampa minimalista foi tudo. Passei um pouco de perfume, peguei minha bolsa e enfim saí do quarto. Desci as escadas fazendo barulho com o breve saltinho do meu coturno e enfim encontrei meus pais no sofá da sala.

— Vamos? — meu pai disse.

— Sim — assenti e me aproximei — Já estou pronta!

— Já falou com a sua amiga? — minha mãe me fitou.

— Ainda não, mas vou falando pelo caminho.

— O show será dividido por áreas? Tipo vip e comum?

— Não sei quantas divisões vai ter, mas eu sei que o meu ingresso é para o primeiro setor.

— Deve ser o que fica mais perto — minha mãe falou.

— Acho que sim — assenti.

— Sua amiga e as outras pessoas que você já conheceu vão estar neste mesmo setor?

— Sim — assenti outra vez — Alessa me disse que ficaríamos perto uma da outra.

— Então ta bom — minha mãe concordou.

— Vou ir tirando o carro da garagem — meu pai se levantou e foi saindo — Veja se não está esquecendo de nada.

— Ok — falei e abri a bolsa de novo para olhar.

— Não esqueça o documento, terá que comprovar sua idade na porta, eu acho.

— Já está aqui — levantei, mostrei a ela e guardei de novo.

— Tudo certo?

— Sim — assenti nervosa e ansiosa.

— Então vamos — ela falou e passou por mim — Aliás, você está muito bonita!

— Mesmo? — sorri ao fitá-la.

— Essa cor lhe cai bem e as botas estão combinando.

— Obrigada — assenti com o coração quentinho pelos elogios de minha mãe.

— Vamos, você não pode se atrasar — ela chamou e eu fui até a porta com ela.

“Acabei de sair de casa, acredito que consigo chegar em vinte minutos. Estou com meus pais, então vamos esperar eles irem embora para você aparecer. Vamos nos falando”

Digitei essa mensagem para Jungkook e depois disso eu me rendi aos stories da banda no Instagram. Já estava na estrada nesse momento, estava sozinha no banco de trás toda sorridente e inquieta de tanta animação. Acho que só iria cair a ficha do que estava para acontecer quando eu realmente visse os membros da banda na minha frente.

O trânsito estava bom, então eu acho que minha estimativa da minha casa até a Venue iria funcionar. Minhas mãos estavam inquietas, eu já tinha estalado os dedos umas mil vezes seguidas. Arrumei meu cabelo, deixei o nó do cadarço do coturno mais apertadinho e a todo momento eu estava fazendo algo para tentar acalmar minha ansiedade.

— Será que ela já chegou?

— Hum? — falei ainda distraída olhando pela janela com o celular na mão.

— Sua amiga.

— O que tem ela? — olhei para minha mãe.

— Ela já está lá?

— Com certeza — assenti — Ela faz parte do FC e eles jamais se iriam se atrasar, creio que serão os primeiros da fila. Aliás, eles iam vender algumas camisas por lá, então iriam precisar chegar cedo para poder andar pelas filas.

— Entendi — ela disse.

— Vou mandar mensagem pra ela agora.

Enquanto estava digitando uma mensagem para Alessa, Jungkook me respondeu. Ele tinha me enviado uma mensagem de áudio, então tratei de escrever para minha amiga bem rapidinho para poder ouvir o que ele tinha falado. Avisei a Alessa que já estava a caminho e perguntei para qual lugar eu deveria ir quando chegasse. Feito isso, abaixei o volume e dei play no áudio de Jungkook.

— Oi, mô — e mais uma vez ele me fez ficar derretida — Já estou a caminho, saí de casa assim que você me avisou. Talvez você chegue primeiro, eu já estou indo para a Venue, porém parei para abastecer o carro. Mas logo estou chegando, me avise quando eu puder aparecer, ok?

Respirei fundo e sorri apaixonada ao ouvir sua voz. Teria gravado um áudio, mas estava acompanhada ali dentro do carro, então resolvi digitar. Avisei a ele que antes de tudo eu iria encontrar com Alessa e que depois disso meus pais iriam embora. Falei que ele poderia esperar um pouco no carro e que poderia aparecer na fila quando eu avisasse.

Nesse momento, Alessa apareceu e me deu as indicações que eu precisava. Disse que o portão de entrada para o primeiro setor era à esquerda do estacionamento e era ali onde ela estava. Disse que já estava ali há um bom tempo, ela e os meninos eram os primeiros da fila e também me falou que já tinham vendido todas as camisas que levaram.

Nossa, só de saber esses detalhes sobre como estava o lugar do show eu fiquei ainda mais animada. Falei que eu estava perto e que logo iria encontrá-la. Falei para ela não ligar para os meus pais, que certamente lhe fariam perguntas, mas expliquei que eles eram desconfiados e protetores, então era daí para a pior.

Ela riu e falou que estava tudo bem. Disse que estava tranquilo lá na fila e que eu conseguiria chegar perto dela bem facilmente. Falou que não iria se importar em falar com meus pais e falou que queria me apresentar aos meninos que estavam com ela no Fc, pois eu ainda não tinha conhecido Marshall e Clark.

Faltavam cinco minutos para chegarmos — ou até menos do que isso. Já estávamos no centro de Vancouver e isso só me fez ficar ainda mais inquieta e agitada. Fiquei atenta olhando pela janela até que alguns metros à frente, eu consegui ver a fachada da Venue House em um grande letreiro formado por neons.

Meu coração ficou acelerado e eu logo apontei para o meu pai mostrando onde era. Alessa já tinha me dado informações, então eu já sabia onde ficava o estacionamento. Lhe indiquei, fomos até lá e quando entramos, vimos poucas vagas disponíveis. Foi nesse momento que eu me lembrei que o show estava esgotado. Saímos do carro juntos e antes mesmo de sairmos dali, avisei a Jungkook que eu tinha acabado de chegar, mas pedi que ele não aparecesse ainda caso já estivesse na área. 

Segui por onde Alessa indicou e já comecei a ver a movimentação de pessoas ali na frente. As filas eram separadas e eu não pude identificar para qual das entradas era aquela que estava ali. Olhei para o monte de gente que estava ali e fiquei impactada, tinha mais pessoas do que eu poderia ter imaginado antes.

Seguindo pela entrada do local, vi ali o poster de divulgação do show que aconteceria naquela noite. Sorridente, parei e peguei o celular para tirar foto daquele banner com o nome do The NBHD e a data do evento. Feito isso, segui andando com meus pais até onde minha amiga tinha indicado e enfim eu vi uma fila naquela direção. Fui na frente para encontrar Alessa e ainda fiquei hipnotizada pela decoração e pelos neons na entrada do local.

— Nossa, está bem movimentado — minha mãe disse vindo atrás de mim com meu pai.

— E ainda faltam duas horas para o show — dei risadas.

— Ainda tem muita gente para chegar, eu acho — meu pai falou.

— Sabe onde sua amiga está? — minha mãe falou.

— Sim, é nessa direção — falei e segui andando.

Caminhei procurando Alessa com os olhos e enfim eu consegui encontrá-la. Quando a vi, fui andando ainda mais rápido e quando ela olhou em minha direção apoiada ali em uma das grades, eu acenei toda animada e quase corri até ela. Ela acenou de volta e apontou para onde eu deveria seguir para contornar as grades e chegar até ela.

— Oi!!! — falei quando a abracei feliz.

— Feliz aniversário, Oceanea! — ela disse ao retribuir meu carinho.

— Obrigada! — respondi e olhei para ela animada.

— Puxa vida, eu achei que você tinha chegado e tinha esquecido de me avisar!

— Eu só me confundi ali no meio de tanta gente, por isso demorei. Mas enfim eu cheguei e estou muito ansiosa!

— Ei, gostei da blusa! — ela falou brincando.

— Estamos uniformizadas — falei sobre ela estar usando uma igual.

— Ficou boa em você — ele me olhou — Está muito bonita!

— Você também — sorri e olhei seu look.

Alessa estava muito bonita, estava usando um look típico e característico de uma pessoa que escuta música indie. Usava a blusa que fez, um jeans todo rasgado e largo, um Converse cano médio todo sujinho e estava segurando uma jaqueta nas mãos. Seu cabelo estava solto, tinha um volume bonito e estava bem penteado. 

Estava usando anéis nas mãos, brincos bonitos e estava bem maquiada. Os tons de sua make eram claros e pareciam naturais, estava muito bem feita e polida. E quanto mais eu olhava pra ela, mais eu achava ela parecida com a Zendaya com os cabelos bem pintados de preto.

— Ah — falei ao me dar conta de que tinha esquecido algo — Esses são meus pais — falei e trouxe os dois para perto.

— Prazer, Heather — minha mãe lhe estendeu a mão sendo simpática.

— Eu me chamo Alessa — ela sorriu de volta.

— Eu me chamo Bruce — meu pai apareceu.

— Prazer em conhecer vocês — Alessa foi gentil e sorridente.

— Anea vai poder ficar aqui com você? — falou minha mãe.

— Sim, eu avisei aos demais aqui atrás que comigo tem três pessoas.

— Ainda bem que avisou, se não iriam pensar que estou furando a fila — sorri amarelo.

— Está tudo bem, já resolvi isso — ela assentiu.

— E onde estão eles? — perguntei.

— Eles foram ali comprar… — ela falou, olhou para os meus pais, pensou e concluiu — Refrigerante.

— Ah, sim — falei já percebendo algo no ar, mas segui com o assunto — Estão aqui desde muito cedo?

— Sim e só fizemos um lanche perto das cinco da tarde. Agora eles foram comprar um refrigerante ou água, não sei, só estou com sede. 

— Tudo bem — assenti.

— A que horas deve terminar o show, Alessa? — meu pai perguntou.

— Ih, eu não vou saber te informar.

— Eu ligo assim que acabar, pai.

— Ah, então ta bom — ele assentiu.

— Quando for esperar seu pai vir te buscar, fique em um lugar onde tem bastante gente. Não vá ficar isolada por aí, ok? — minha mãe deu indicações.

— Certo — falei e senti meu celular vibrar dentro da bolsa.

— Pode passar para esse lado da grade, Oceanea — ela disse.

— Tudo bem — falei e fui indo.

— Tenha cuidado — minha mãe se aproximou — Esse lugar vai ficar cheio.

— Não se preocupe, ela vai ficar perto de mim o tempo todo, eu garanto — Alessa sorriu.

— Quem ouve essa conversa até pensa que estão falando sobre uma criança — brinquei — Está tudo bem, mãe.

— E esqueça de ligar quando tudo acabar, vou vim bem rapidinho — meu pai completou.

— Ok — assenti.

— Seja cuidadosa, querida — meu pai deu um beijinho no topo da minha cabeça.

— Serei, eu prometo — assenti e sorri.

— E fique perto dos seus amigos — minha mãe reforçou.

— Não vou deixar ela sair de perto de mim — Alessa falou mais uma vez.

— Está bem! Bom show pra vocês! Aproveitem! — meu pai acenou e sorriu.

— E tire fotos! — minha mãe falou parecendo sinceramente alegre por mim.

— Vou tirar! — acenei pra eles.

Vi meus pais indo embora enquanto passei para o lado esquerdo da grade ao lado de Alessa. Eles foram saindo devagar, ainda estavam chocados pela quantidade de pessoas que tinha ali. Deram uma última olhada na minha direção, me viram já ao lado de Alessa ali naquele cantinho e só depois disso eu os perdi de vista.

— Desculpe por isso — falei um pouco envergonhada — É a primeira vez que vou a um show sem um deles me acompanhando, então…

— Que nada, está tudo bem — ela riu — Foi fofo ver os dois preocupados contigo. Os meus pais já nem ligam mais pra isso, eu só aviso a eles onde vou e pronto.

— Que inveja — brinquei e ela riu.

— Está na cara deles que estavam preocupados contigo, por isso tentei passar segurança ao falar que estaria comigo o tempo todo. Achei que isso iria confortá-los um pouco.

— Obrigada por isso — assenti — Aliás, o que você iria falar sobre os meninos quando deu uma pausa e depois falou sobre refrigerante?

— Clark foi fumar e Marshall foi comprar cerveja — ela riu — Mas eu achei que seria uma péssima ideia falar sobre isso na frente dos seus pais.

— Ufa — falei e respirei aliviada — Seria péssimo mesmo! Ainda bem que você percebeu e não falou nada sobre isso.

— Mas logo eles estarão por aí. Eu fui vender as camisas e fiquei fora da fila enquanto eles guardavam o lugar. Agora quem está guardando o lugar sou eu.

— Entendi.

— Aliás — ela me olhou curiosa — Você não iria trazer alguém?

— Ah, sim — assenti — Ele ainda vai chegar.

— Pensei que viriam juntos.

— Meus pais queriam me trazer e blá blá blá.

— Saquei — disse ela — Ah, olha só quem vem ali.

Assim que falou, Alessa levantou o queixo na direção oposta a que eu estava olhando. Nesse momento eu me virei e pude ver alguém vindo ali. Aquele cara estava usando a mesma blusa que eu e ela estávamos vestindo, estava de Vans, tinha umas correntes no pescoço e duas latas de cerveja na mão. E como eu gosto de fazer comparações, posso ver certa semelhança entre ele e o The Weeknd.

— Demorou — Alessa falou.

— Só fui achar lá do outro lado — ele falou e nesse momento ele me fitou.

— Bom, essa é a Oceanea — Alessa apontou pra mim — A vencedora do sorteio.

— Por favor, só me chame de Anea — falei um pouco tímida.

— E aí? — ele estendeu a mão.

— Prazer — apertei a mão dele e sorri.

— Esse é o Marshall — ela disse — Não parece, mas ele é meu irmão mais velho.

— Achei que vocês se parecem sim — respondi.

— Infelizmente — ele fez piada e entregou a lata pra ela.

— Idiota — ela deu um tapa nele e pegou o que ele entregava.

— Foi mal, eu só trouxe duas — Marshall disse — Não sabia que você já estava aqui.

— Sem problemas — assenti.

— Você bebe, Anea? — Alessa me fitou.

— Sim, mas estou bem, não se preocupe — falei.

— Anea vai ficar aqui com a gente, já guardei seu lugar.

— Beleza — ele respondeu — Cadê o Clark?

— A chaminé ambulante está por aí. Já deveria ter voltado, mas nem quis me dar o trabalho de ligar pra saber.

— Ele sabe a hora que vai abrir o portão, vai chegar antes disso.

— Clark também é irmão de vocês? — perguntei.

— Não — Marshall respondeu.

— Clark é alguém que conhecemos pelo Twitter quando estávamos começando a organizar nosso fã clube. Eu e meu irmão tivemos a ideia, mas pensamos que seria legal ter mais alguém com a gente. Clark se ofereceu, depois disso nos juntamos de vez e pronto, estamos aí até hoje com nosso FC — disse Alessa.

— Maneiro — respondi.

— Daqui a pouco ele aparece — respondeu Marshall.

— Anea está esperando uma pessoa que combinou de vir com ela — afirmou Alessa — Deve estar chegando logo.

— Ah, é — disse Marshall — Você ganhou dois ingressos.

— Sim, estão comigo aqui — falei e apontei para minha bolsa — Minha companhia já deve estar chegando. Aliás, vou saber disso agora.

— Como ele se chama mesmo? — perguntou Alessa.

— Jeon — falei da mesma forma que ele se apresentou no dia dos ingressos — Ele já deve estar aqui perto.

— Ele parece ser legal, acho que os meninos vão se dar bem com ele.

— Jeon? — perguntou Marshall — Parece coisa de asiático.

— Sim — assenti com o celular na mão indo ao Instagram.

— Bingo! — Alessa falou e deu risadas.

— Ah, entendi — Marshall riu ao perceber que de fato ele era e depois disso deu mais uns goles em sua cerveja.

— Olha aí, chegou a Maria Fumaça — Alessa disse em risadinhas depois de um tempinho.

— Vai se foder, vai — ouvi uma voz ali por perto.

Enquanto o Instagram estava carregando, levantei meu olhar e dei de cara com outro garoto ao lado de Marshall. E vamos às comparações, este parece com o vocalista do Chase Atlantic. Tinha cabelo grande, usava uma toca amassando suas mechas e usava a mesma blusa que eu, Alessa e seu irmão. Notei tatuagens meio grunge, piercings, notei também seu outfit todo preto igual ao meu e percebi que ele realmente era chegado a uns entorpecentes. 

Foi como Camila Cabello disse em uma das suas músicas: um pouco mais velho, jaqueta de couro, péssima reputação e vontades insaciáveis. Foi incrível o tanto de coisas que eu notei e entendi sobre aquele garoto só de olhar pra ele. E posso confessar uma coisa? Ainda bem que ele chegou depois que meus pais já tinham saído, porque se tivesse chegado um pouco antes, a história da minha noite seria outra.

— Diga oi à nossa amiga — Alessa apontou pra mim — Foi ela que ganhou o nosso sorteio.

— Então foi você a sortuda — ele falou, chapadão.

— Fui — assenti — É um prazer conhecê-lo.

— Eu sou o Clark — estendeu a mão e esperou um hi-5.

— Anea — bati na mão dele.

— Nossa, a hora está demorando muito para passar — desabafou Alessa.

— Não está — disse Marshall — Acontece que chegamos muito cedo e já estamos nos cansando de ficar aqui.

Os três começaram a conversar e eu voltei minha atenção novamente ao celular. Fui até as dms e vi que Jungkook tinha me mandado mensagem há uns seis minutos. Já tinha chegado e estava no carro esperando meu sinal. Vi que ele estava online quando eu abri a mensagem, então resolvi ligar de uma vez.

— Oi — ele atendeu no primeiro toque.

— Estou aqui à esquerda do estacionamento. Você vai vir nessa direção e vai passar por duas filas, siga em frente e na próxima fila é onde eu estou.

— Beleza — ele disse — Já posso ir?

— Vem — assenti comigo mesma ao falar.

— Ok — ele respondeu e logo desligou.

— Fala sério — Alessa colou do meu lado com um sorrisinho no rosto — Vocês são um casal, não são?

— Não oficialmente — sorri e ela entendeu tudo.

— Saquei que rolava algo quando naquele dia ele disse sim e você não.

— Ele não esquece esse dia — dei risadas.

— Já está vindo?

— Sim, já falei pra ele onde estamos.

— Beleza.

Fiquei ali ao lado de Alessa, Marshall e Clark e permaneci olhando na direção por onde eu tinha vindo quando cheguei, porque certamente era por ali que Jungkook iria vir. Fiquei apoiada na grade e com o celular na mão, atenta para a sua chegada a qualquer momento. Os minutos foram passando e nada dele, comecei a achar estranho, por mais que tivesse muita gente por ali, o estacionamento não era longe.

Essa demora foi me deixando ansiosa e eu nem prestei mais atenção na conversa dos três ali perto de mim. Me desliguei do assunto e fiquei olhando naquela direção pronta para berrar para Jungkook me achar entre os outros quando ele aparecesse ali. Mas ele não apareceu e quando eu fui pegar o celular para ligar pra ele para saber o que houve, ele me ligou primeiro.

— Kookoo — falei ao atender — Onde você está?

— Amor, não te achei.

— Você veio por onde eu indiquei?

— Sim, mas tem muita gente.

— Contou as filas? Estou na terceira daí pra cá.

— Nem estou conseguindo diferenciar as filas, as pessoas estão todas espalhadas.

— Vamos fazer o seguinte — falei e logo fui saindo de trás da grade — Eu vou te encontrar no estacionamento.

— Tudo bem.

— Me diga em qual parte está.

— Estou na metade das vagas do lado direito.

— Ok — falei e fui me afastando.

— Ei, onde você vai? — Alessa me tocou no braço chamando minha atenção.

— Jeon não nos encontrou, está uma bagunça lá do outro lado e ele não conseguiu chegar aqui — expliquei — Vou encontrar com ele.

— Quer que eu vá contigo? — Alessa falou novamente.

— Não precisa, vou bem rapidinho. Pode segurar minha bolsa?

— Não vá se perder, garota — ela disse ao pendurá-la em seu ombro — Preste atenção aí nessa multidão!

— Beleza, qualquer coisa eu te ligo.

— Ok — ela assentiu e eu saí andando.

Pra falar a verdade eu até que me sentiria mais segura andando por aí com alguém, principalmente se esse alguém fosse Alessa, que já tinha rodeado a Venue inteira para vender as camisas e sabia muito bem por onde estava indo. Mas por este mesmo motivo eu não quis incomodá-la. Já estava pra lá e pra cá desde cedo, não queria que fosse se cansar ainda mais para procurar Jungkook comigo. 

Resolvi ligar para ele quando saí da fila e fui andando até o estacionamento. Fiquei com ele na linha e falei que já estava indo até lá. Comecei a observar tudo por ali e notei que não estava como ele tinha falado. Jungkook falou que não identificou as filas e que tinha muita gente embolada no mesmo lugar. Mas ao passar por ali, vi o pessoal enfileirado normalmente. Tinha mais gente do que antes? Sim, mas estava muito bem organizado.

O que foi que rolou ali pra ele ter falado tudo aquilo e não ter me encontrado? Fui andando até lá e fui percebendo que Jungkook mentiu ao falar tudo que falou ao celular e eu não consegui entender o motivo. Ele continuava se queixando ali pra mim, falando que estava uma loucura ali nos portões de entrada e eu estava vendo que não estava. 

— Já estou perto — falei ainda notando os detalhes que não batiam.

— Está bem, estou aqui do lado do carro.

— Qual é mesmo o lado? — perguntei enquanto andei por ali tranquilamente até chegar à porta do estacionamento.

— Direito.

— Acho que já estou te vendo.

— Ainda não te vi — ele respondeu — Vem mais pra perto.

— Ok — assenti e continuei andando.

Tinha alguma coisa rolando ali e eu percebi desde que comecei a me afastar de onde estava com Alessa e os meninos. Jungkook me viu ainda de longe, mas permaneceu perto do carro. Poderia já ter ligado o alarme e ter vindo em minha direção, mas o que aconteceu foi que eu fui até ele quando nem precisava. Desliguei a ligação e fui até lá, não havia muito movimento e eu ainda achava tudo aquilo estranho.

— O que está rolando aqui, hein? — me aproximei desconfiada.

— Então é assim que você vai me cumprimentar? — ele riu, estava planejando algo.

— Hum — falei e me aproximei aos poucos — É bom você explicar por que me fez vir andando de lá do outro lado até aqui.

— Quer descobrir? — ele abriu a porta do carro e sorriu com intenções.

— Eu deveria ter imaginado — dei risadinhas.


Notas Finais


Parte dois só o tempo dirá quando vai chegar :]


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