1. Spirit Fanfics >
  2. De Andrômeda Black e Teddy Tonks >
  3. Posso dormir aqui?

História De Andrômeda Black e Teddy Tonks - Posso dormir aqui?


Escrita por: amoraweasley

Notas do Autor


oiiiii pessoal,
Me desculpem de verdade pela demora, é que eu estou em época de prova e acabou virando um bagunça. Mas não vou mais demorar tanto assim é uma promessa. Postar por semana é a minha meta e o meu compromisso com vocês.
Mas aqui está,
Boa leitura

Capítulo 47 - Posso dormir aqui?


Fanfic / Fanfiction De Andrômeda Black e Teddy Tonks - Posso dormir aqui?

P.O.V Andrômeda

Fiquei parada olhando até ele desaparecer no corredor e um pouco mais depois disso, minhas pernas estavam bambas e pareciam que a qualquer hora iam desabar com o peso, mas não com o meu peso e sim com o peso do meu coração. O que tinha acontecido ali... não sei explicar, a noite tinha sido maravilhosa... perfeita na verdade, para terminar daquele jeito. Ainda dava para sentir o calor do beijo de Teddy na minha testa assim como a tristeza de ter tido ele tão perto e agora tão distante.

Já ouvi dizer que a vida é feita de escolhas, inclusive das que perdemos, das que não aproveitamos e tenho certeza que acabo de deixar uma escolha por outra... Nem sei ao certo se escolhi alguma coisa, a minha cabeça queria uma e meu coração outra e nisso fiquei sem reação... minha cabeça estava sã que aquilo era errado, que me afastar de Teddy era o certo, que não beija-lo era o que tinha que ser feito para o meu bem e para o bem dele, afinal não daria certo uma cobra e um texugo... uma sangue puro e um nascido trouxa, tantos preconceitos... tantos perigos. Mas ao mesmo tempo meu coração, meu corpo desejavam o contrário... eu queria com todas as forças poder ter dado um impulso que seja... mas não o fiz... não devia, não devo.

Fiquei entre esse conflito... me aproximar de Teddy foi a coisa mais corajosa que eu já fiz em toda a minha vida. Mesmo quando tentei sair dando o boa noite não consegui...porque eu não queria fazer aquilo só que ao em vez disso quem se afastou foi ele. Quem deu o último boa noite foi ele... ele quem deu as costas, talvez me veja como amiga. Talvez eu estivesse fantasiando tudo o que achava que estava percebendo, bem feito Andrômeda isso que dá viver com a cabeça nos livros e achar que qualquer gentileza pode significar alguma coisa.

Como pude ser tão menininha de acreditar que podia ser alguma coisa, deixei nas mão dele e a reposta foi bem clara... somos apenas amigos. O que ele deve ter achado de mim? O beijo na testa deve ter sido dó, deve ter me achado oferecida no mínimo... “ Só levei ela para aprender a cozinhar e ela acha que eu estou dando em cima dela?” Andrômeda sua ridícula ele não é Lucius para fazer isso, que qualquer ato seja para se aproveitar.... e talvez seja por isso que você goste tanto dele.

Eu gosto dele? Nunca fui romântica apesar de ler tantos livros... nunca senti uma paixão. Já fiquei com garotos e já tive meus namorinhos, mas em nenhum desses casos eu cheguei perto do que os personagens das histórias sentem... pelo menos até agora. Meu primeiro beijo foi Bella quem arranjou, com um garoto do sétimo ano... eu tinha treze, detalhe Narcisa perdeu o BVl antes que eu perdesse o meu BV com esse garoto. Foi horrível, não foi como eu imaginava e elas ficaram me zuando por acreditar nos beijos dos contos de fada e depois de tanto beijar trasgos até acreditei... mas achei que hoje, até um momento atrás eu poderia ter esse beijo... Loucura Andrômeda , talvez elas tenham razão.... aliás estou condenada a casar com o maior trasgo de todos os tempos. Não sou uma princesa e não estou predestinada para o “Felizes para sempre”, sou uma bruxa e nas histórias trouxas... isso não dá certo.

Quando os pensamentos me deixaram em paz por alguns segundos percebi que já era hora de sair dali, passei o trajeto inteiro pensando na noite em que tinha vivido, parecia até um sonho. Quando cheguei no meu dormitório fui invadida por outro pensamento.

“ Ficar com Teddy me fez perceber o quão incompleta eu sou sem ele. Pensei que vendo ele toda aquela vontade, toda aquela saudade iria embora...mas não. O tempo que passei com ele mais os poucos minutos atrás em que ele se despediu de mim só me fez querer vê-lo mais ainda... querer ficar com ele independente de qualquer coisa, então... devo acabar com isso. A paixão cega qualquer um e nesse caso eu tenho que estar o mais lucida possível, sou uma garota de família sangue-puro preconceituosa ao extremo, estou de casamento marcado e sofro do mal de todos os tempos... a paixão platônica. Ficar com Teddy só irá alimentar meu desejo, alimentar minhas esperanças e isso só irá aumentar, as pessoas vão perceber... vão comentar, Lucius vai ouvir... Ciça vai ouvir, vai perceber e logo... minha família também”- meu coração apertou mais do que nunca, mas não só de tristeza... também tinha medo, um medo que jamais senti. “ Não posso colocar em risco a segurança dele por um simples amor platônico meu...tenho que me afastar pelo bem dele... Me afastar de Teddy é mantê-lo seguro e isso é certo a se fazer.” Meu coração não estava mais pesado, na verdade eu nem o sentia mais... parecia que a minha decisão tinha se materializado e arrancado ele de mim me deixando apenas com um enorme vazio no lugar.

Abrir a porta foi algo involuntário, como se entrando do meu quarto eu podia fugir daquela dor só que não deu... aquela dor estava no peito. Mas eu não ia mudar de ideia, não podia... pelo bem dele, é o certo a se fazer. Me joguei na minha cama e lágrimas começaram a molhar meu travesseiro, não as controlaria nem se eu quisesse. Aquela dor não podia ser suportada no coração, ela tinha que vazar pelos olhos se não eu iria explodir... o choro é uma falsa forma de amenizar.

- Andrômeda, você está bem? – Ciça estava sentada na cama dela, tinha acabado de acordar... talvez pelos gemidos de choro que falhei em abafar.

- Es... estou ótima Ciça – tentei disfarçar a voz o máximo que pude e embora tenha falhado um pouco o sono dela ajudou. Narcisa não disse nada e voltou a dormir.

Me controlei até sentir que ela já estava em um sono profundo e desabei...

Me afastar de Teddy é o que deve ser feito, é o certo a se fazer – eu tentava me convencer, mas cada vez que eu repetia parecia que machucava mais.

Acordei mal... pior, péssima, não sei se pelo fato de não ter dormido nem duas horas ou por ter chorado quase que o final da madrugada inteiro. Ciça já tinha ido tomar café o que me deixou bem mais a vontade.

Levantei sentindo uma dor de cabeça insuportável, fui ao banheiro e quase cai de costas com o susto que levei. Eu estava horrível, meu cabelo estava um nó só, tinha rímel na minha cara toda e meus olhos estavam inchados, isso sem tirar a enorme olheira embaixo deles, mas eu não estava com a mínima vontade de limpar...nem de nada. Aos poucos as cenas da noite anterior vinham na minha cabeça e eu quis muito acreditar que era um sonho, que nada daquilo tinha acontecido...  que eu não tinha sentido nada e muito menos tomado a decisão que tomei, só que quando vi meu caderninho de anotações e o livro de culinária em cima do meu criado mudo soube que aquele sonho não só tinha sido realidade como também acabou virando pesadelo. Uma ou duas lágrimas começara a cair, deitei na minha cama para passar quem sabe o dia deitada... se eu me trancasse no quarto seria mais fácil para me afastar da tentação de ver Teddy... mas quando eu deitei parecia que tinha caído em uma possa de tão molhado que estava meu travesseiro. Droga! Só joguei uma água no rosto e coloquei meu uniforme, desci para o salão principal sem me permitir olhar para a mesa da Lufa-lufa.

- Anjo, você caiu do céu? – Lucius nem me esperou sentar para lançar essa.

- Meu Deus Andie, o que aconteceu com você? Caiu da vassoura? – Rox se sentou do meu lado, não estava sendo engraçada e sim preocupada.

- Só tive uma má noite de sono... – Ciça olhou para mim desconfiada enquanto passava a geleia no pão... estava com sua cara de “ Você não me engana, depois vamos conversar”.

- Mesmo assim meu amor, você é a mais linda de todas. – Lucius pegou a minha mão e a beijou.  Eu não merecia isso... mas nem revidei, não estava com animo nem para brigar com ele.

- Andie, come– Rox puxou vários pães e bolos para perto.

- Não sinto fome – fui seca, mas sem querer ser. Rox até se assustou com o meu tom de voz.

- Você vai comer! – não era mais uma sugestão amigável, era uma ordem.

- Não estou com vontade – tentei ser mais delicada, mas não funcionou.

- Deixe eu ver se consigo fazê-la comer – Luicus disse pegando um prato de pão doce.

- Lucius senta! Se você pedir ela vai fazer greve de fome – Rox estava começando a ficar impaciente. 

- Andrômeda pare com essa postura de criança mimada e come logo – Ciça falou com calma e repreensão, enquanto bebia seu café.

- Narcisa, você é a princesinha e eu que sou a criança mimada? – Narcisa bateu a xícara na mesa. Naquele momento nem Rox nem Lucius falaram nada, sabem que em briga de irmãs não se mete.

- CARTAS! – um garoto da Corvinal gritou.

O correio coruja invadiu o salão principal trazendo alegria e euforia. Não demorou muito para que eu pudesse ver a coruja do nosso pai vindo em nossa direção, ela deixou duas cartas na nossa frente. Nos olhamos como se estivéssemos estabelecendo um trégua. Peguei a carta e abri, ficamos meio desajeitadas porque estávamos uma de frente para a outra, mas demos um jeito.

Queridas Andrômeda e Narcisa,

Meus amores, como vocês estão? Como vai a escola? Espero que bem e espero também que estejam se divertindo, especialmente você Andrômeda! Seu último ano não deixe que passe em branco, faça loucuras... mas não muitas, não siga meus passos, tenho trinta e quatro anos ou seja não tenho idade para ser avó! Ah era isso que eu queria comentar com vocês... VOU SER AVÓ! Não sei se fico feliz ou choro... quer dizer já chorei rios de felicidade junto com inconformação. Merlin, a irmã de vocês não só encarou de frente o problema como também se jogou  de cabeça, hein! Estou muito orgulhosa de ver que ela está aceitando as circunstâncias, acho que até está gostando... ai vocês tinham que ver a felicidade dela quando contou para nós que estava grávida, os olhinhos dela até brilharam e o sorriso então... ia de  orelha a orelha! Nem Lestrange sabia, tomou o maior susto até precisou sentar e vocês tinham que ver a cara que o pai de vocês fez, eu quase morri de rir... quer dizer, depois de segura-lo para não matar Lestrange. Quer dizer, ele não tentou fisicamente, mas o olhar dele... tinha até medo de imaginar os feitiços que ele devia estar conjurando mentalmente. Quando ele chegou em casa começou a xingar tudo o que podia, até a nona geração antepassada do Lestrange e nem quer papo com ninguém, se trancou no escritório e levou uma pilha de álbuns de fotos de vocês quando crianças. Acho que ele não estava preparado para isso, bem... nem eu estava, claro que sabíamos que íamos ter netos, mas não tão cedo...  a menos de três meses ela tinha acabado de chegar de Hogwarts e agora já está esperando um bebê! Tudo bem que depois de um mês de lua de mel já dava para ter uma certa desconfiança... mas o importante é que ela está bem e muito feliz por sinal, ela até tenta disfarçar, mas eu todo o dia eu pego ela olhando para o espelho para ver se a barriga cresceu sem tirar que ela não tira a mão da barriga. Como eu queria que vocês duas estivessem aqui para compartilhar tamanha alegria, tenho certeza que Bella gostaria muito de ter as irmãs do seu lado. Estamos todos morrendo de saudades e sei que daqui a poucos anos nós estaremos todos reunidos que nem antigamente. E Andrômeda amanhã eu irei a um chá da tarde na mansão dos Malfoy para conversarmos sobre o seu casamento e a senhora Malfoy... é uma pessoa difícil de lidar, então me deseje boa sorte.

Mil beijos e abraços, da sua mãe com lágrimas nos olhos de tanta saudade,

                                                                                                 Druella Black.

Narcisa e eu ficamos paradas, quando nos olhamos pudemos sentir a dor que a outra estava sentindo.  A saudade de Bella já não era algo tão doloroso, mas ainda fazia presença todos os dias e sem tirar que agora sentimos saudades de algo que ainda nem existe. Já imaginamos como será o nosso sobrinho ou a nossa sobrinha e cada vez que pensamos em uma possibilidade nos faz sentir mais vontade de conhecer e mais vontade de estar perto. Além do mais, eu daria tudo para poder ter visto a cara dos nossos pais quando souberam da notícia “ Vocês deviam ter visto” , sim devíamos... mas não pudemos. Porque Bella não pode esperar mais um ou dois anos para ter esse bebê!!! Seria tudo tão mais fácil, mais gostoso, mais feliz. Quando olhei a data daquela carta vi que ela tinha sido enviada á uma semana atrás e só chegou agora a nossas mãos... Depois de ter sido avaliada por alguém do ministério, o que para mim foi uma grande falta de privacidade, outra pessoa qualquer sabe que minha irmã está grávida, que o meu pai está morrendo de raiva do genro, sabe que tem uma mulher de trinta e quatro anos que vai ser avó, sabe que em menos de três meses minha irmã acabou “aceitando” as consequências ... mas era pela causa certa, achar qualquer tipo de informação que ajude os aurores com alguma pista sobre os comensais e até mesmo o Lord. Outro caso aonde o “certo” segue a razão e não o sentimento.

A outra carta estava endereçada a mim e também tinha sido escrita por mamãe, mas isso não fez com que Narcisa se afastasse.

Querida filha,

Lhe escrevi ontem que iria me encontrar com a senhora Malfoy, sua futura sogra e eu falei muito bem de você no nosso encontro e não foi um encontro muito amigável... não sei se já comentei, mas a Senhora Malfoy já foi namoradinha do seu pai e ele terminou com ela logo depois que nos conhecemos... ela até podia disfarçar, mas a frieza dela comigo era notável, mas então... No começo achou que eu estivesse falando de Narcisa, porque ela achou Ciça mais bonita, mas só pelo fato dela achar mulheres loiras mais bonitas. Mas depois eu expliquei que você era a de cabelo castanho e ela disse que você era aceitável, embora dissesse que você precisa se arrumar mais, passar mais maquiagem e pentear mais o cabelo e eu disse a ela que as Black’s não precisam de nada disso para ficarem bonitas, são bonitas de nascença e que você sempre preferiu a sua beleza natural e isso já era o suficiente para te fazer a mais bela de muitas. E embora ela ás vezes quisesse saber mais sobre a minha “filha loira” eu voltava o assunto para você. A senhora Malfoy fazia uma cara... mas mudando de assunto, ela começou a perguntar como você era e o que vocês gostava de fazer, se você estava disposta a servir na causa, se era uma mulher recatada e do lar e bem.... eu tentei dar uma maquiada nas coisas porque para essa mulher é difícil e eu queria passar uma boa impressão sua para ela. Na verdade ela fez muitas perguntas e a cada resposta ela torcia o nariz arrebitado dela e eu não consegui entender se aquilo era bom ou mal. A única parte em que me senti incomodada foi quando ela disse que precisava saber dessas coisas para poder avaliar a “namoradinha” do filho e eu tive que corrigi-la porque você não é uma simples namoradinha e sim a NOIVA dele... quanta petulância! Tive vontade de jogar chá no cabelo daquela mulher, mas me contive, afinal queremos unir as família e não separa-las... e se a junção das nossas família não fosse tão lucrativa em vários ângulos eu teria perdido a compostura... Chamar a minha filha de “namoradinha”.... ham! Ela ainda teve a ousadia de falar que você não estava demonstrando tanto afeto quanto o filho dela e para que um casamento desse certo a mulher tinha que estar aos pés do marido e não ao contrário... Não sei quem é a mais difícil, a sogra de Bella ou a sua, pelo menos a senhora Dolohov é mais simpática. Começamos a resolver as coisas básicas para o seu casamento e teve algumas discórdias, mas acabamos entrando em um acordo. Então minha querida fique esperta com sua sogra, ande na linha e seja uma boa nora... mesmo que sua sogra seja um dragão e eu digo isso porque passei sendo mal vista por sua avó e que Deus a tenha bem guardada LÁ. Ela vivia fazendo o possível para tornar a minha vida o inferno sempre que podia, mas graças a Merlin seu pai sempre ficou do meu lado. Bem meu amor, era só isso.

Um beijo, da sua mãe que te ama muito,

                                                            Druella Black.

 

Eu nem quis ler a carta quando vi qual era o assunto e quando terminei me arrependi de ter lido até o final... além de ter o marido que vou ter, terei que fingir ser a nora perfeita para a mãe dele... MERLIN, O QUE QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO?  Olhei discretamente para  o Malfoy e vi que também tinha ganhado uma carta, uma carta que pelo visto não estava lhe agradando muito. Será que era da minha querida sogrinha falando sobre a “namoradinha” dele?...

Peguei meu material e fui embora o mais depressa que pude. Soquei a última carta na minha bolsa e senti algo brilhante e vermelho que estava atrapalhando... uma maçã.

“ Para você não morrer de fome! Rox”

A letrinha dela estava toda rabiscada, ela tinha escrito o mais rápido que pode e provavelmente enquanto eu lia as cartas... se tinha um ponto positivo em me tornar uma Malfoy com certeza era ter Rox como minha cunhada.

- Andie!!! – eu congelei quando ouvi aquela voz – Andie, está tudo bem com você?

Ele correu na minha direção e se pôs na minha frente com aquele sorriso e um ar preocupado.

- Está. – fui seca... aquilo doeu mais em mim do que nele. Força Andrômeda... – Porque não estaria?

- Porque você chegou no salão principal com uma cara péssima e saiu de lá com uma pior ainda. O que aconteceu? – ele pegou meus braços carinhosamente, minhas peras começaram a bambear com aquilo. Ele olhou para mim quando eu cheguei, se preocupou comigo e eu o ignorei.... força Andrômeda.

- Essa é a minha cara de todos os dias. – ele recuou um passo – Você veio só para falar que estou horrível?

Aquilo o acertou em cheio, ele recuou outro passo e seu sorriso estava indo embora... o sorriso que eu tanto queria para mim.... eu estava fazendo desaparecer.

- Nã... sim, quer dizer não. Bem... – ele se aproximou... ficamos perto, bem perto. Ele estava intensamente corado e um tanto perdido, ele tirou uma mexa do meu cabelo que estava no meu rosto e se aproximou um pouco mais. Senti meu coração pular com aquilo, senti a vontade... senti um desejo... senti uma esperança... e então me afastei.

- Des... de... desculp... desculpa Teddy, mas eu quero chegar mais cedo na aula para poder terminar um... um... um dever que está incompleto.

- Ah, claro... – ele disse triste e abaixou a cabeça – então... tchal Andie.

Ele veio todo tímido me dar um beijo na bochecha, mas eu desviei.

- Adeus Teddy... – falei sem olhar para ele e segui meu rumo

Eu não sabia o que queria, mas eu pedia a todos os Bruxos que ele não viesse atrás de mim... para tornar aquilo mais fácil .Me controlei para não sair correndo, andei calmamente até virar o corredor...  me sentei no chão tentando controlar as lágrimas que caíam, eu estava sentindo raiva de mim mesma.

“ isso é por ele Andrômeda, é o certo”. Senti uma lágrima solitária cair. “Se isso é o certo, então porque me sinto tão culpada?”

...

Setembro já estava quase no final, o calor já estava se tornando suportável com o vento do outono que se aproximava. A noite já estava em um clima bom o suficiente para usar uma coberta, mesmo que fina e a chuva era ótima para ler um livro... quer dizer, seria se eu tivesse cabeça para ler. Eu já estava pronta para dormir, mas a leitura ainda me chamava antes do meu sono.

- Andrômeda, você está bem? – Narcisa se sentou na beirada da minha cama.

- Sim Ciça, por que a pergunta? – eu abaixei o livro que estava lendo, para que pudesse vê-la.

- Porque já faz mais de uma semana que você está estranha...

- Eu não estou estranha! – fechei meu livro com uma certa indignação.

- Está estranha sim!

- Isso é coisa da sua cabeça Narcisa. – fiz cara de desinteressada e voltei a procurar o parágrafo em que tinha parado minha leitura.

- Não é não! – ela pegou o livro da minha mão e me olhou com repreensão. ODEIO QUANDO TIRAM MEUS LIVROS DE MIM!!! – Você está calada, mais do que o normal. Anda sempre desconfiada como se estivesse com medo de esbarrar em alguém.... e está triste. Dá para ver isso no seu olhar, ele não brilha já faz um tempo e sem tirar a sua aparência... desculpa Andie, mas você está mais feia que um gigante.

- Se já acabou, pode me devolver meu livro? – tentei pegar o livro da mão dela só que ela desviou.

- Só devolvo quando você me disser o que está acontecendo com você. – ela disse autoritária.

- Já te disse que estou bem.

- Isso tudo começou depois de você ter saído toda linda naquela noite... – ela nem tinha me ouvido, começou a se lembrar daquele momento. – Você voltou chorando...

- Chorando? Narcisa, acho que você devia passar na enfermaria porque está fantasiando muito as coisas. - eu já estava começando a me desesperar, mas consegui disfarçar.

- Você chegou tarde... e chorou... – ela olhava para o nada, parecia estar se lembrando de um passado distante – Chorou sim! Eu me lembro de acordar com os seus grunidinhos de choro.

- Não, eu não chorei... naquela noite eu estava meio resfriada, estava com o nariz ruim. Você deve ter me ouvido fungar ou coisa assim – ela não se deu por convencida.

- Aonde você foi naquela noite? – ela já estava começando a ficar impaciente.

- Eu já te disse, fui á biblioteca para estudar em grupo!

- Arrumada daquele jeito?! – foi mais uma acusação do que uma pergunta.

- Não posso me arrumar de vez quando? – agora eu estava perdendo a paciência... me doía mentir para Narcisa.

- Não só pode como deve, o que não pode é se arrumar daquele jeito e depois virar esse trapo que você está... chorar de noite, não só aquela como em outras porque eu sei que não foi só em uma que você chorou!

- EU NÃO CHORO! – Narcisa até se assustou, se levantou da cama e deu um passo para trás...mas logo depois se aproximou, ficando cara a cara comigo.

- Então vai ser assim? Não vai me contar? – tinha raiva na sua voz, mas também tinha tristeza.

- Não tem nada para contar.

Narcisa não falou mais nada apenas fez um aceno com a cabeça, o mesmo que o nosso pai faz quando está decepcionado. Ela foi em direção a porta e a bateu com força... aquilo me destruiu, não poder contar doía mais em mim do que nela. Eu não podia contar, não podia... dói estar sozinha, dói não poder dividir com minhas irmãs, dói ficar apenas com os meus sentimentos, os meus pensamentos... parecia que eu ia explodir, aquilo ia acabar me enlouquecendo se eu não contasse para alguém, mas o meu fardo é carregar isso comigo.

Teddy já tinha ido me procurar nesse espaço de tempo, mas sempre que o via chegando  eu fugia, tentava dar uma desculpa para quem estivesse por perto só para poder ir para algum lugar. Eu tinha medo de ver Teddy, tinha medo de simplesmente jogar tudo para o ar... falar que estava com saudades dele e do sorriso... ele também sente e eu sei disso, caso contrário não iria me procurar, mas o que eu teria em troca? Okay ele estaria perto de mim, mas eu não o teria do jeito que eu quero, do jeito que eu desejo ... vou alimentar uma paixão que não é reciproca e que pode acabar me cegando e o colocar em risco, risco por estar perto de mim...

Parecia que o quarto tinha começado a girar, eu estava tonta, não estava me sentindo bem... eu só preciso de alguém, alguém que não me julgue, alguém que me entenda!

E em segundos senti um feitiço tomar conta de mim, uma luz. Nem tirei o pijama, saí correndo pelos corredores sem ligar para as pessoas ao meu redor... direita, direita, esquerda, vira, sobe, esquerda, direita, esquerda. Então logo eu vi, um quadro enorme com uma mulher gorda vestida com seu vestido rosa desbotado, já sonolenta.

- Senha? – ela disse entediada.

Droga! Qual era senha... são tantas coisas que podem ser a senha.

- Ham... bem... Talvez seja.... Ai meu Merlin, me ajuda. - A mulher então girou e abriu a entrada para o salão da grifinória – Como?

- Você disse a senha... Merlin! Esses alunos atrapalhados. – ela disse resmungando – Vai entrar ou não?

- Vou! – entrei correndo e todos os alunos que estava no salão comunal estranharam, mas eu não estava nem aí.

Eu corri que nem louca, alguns meninos estranhavam, xingavam... mas nada ia me impedir. Passei dormitório por dormitório, trezentos e seis... quinhentos e dois .. Achei! Bati duas vezes, demorou um pouco para a porta abrir, mas quando abriu eu vi um garoto quase do meu tamanho, cabelos pretos desajeitados e com óculos tortos.

- Andie? O que es...– eu não esperei nem  ele terminar de falar, eu lhe dei um abraço bem apertado.

- Ahhh que saudades de você!!! – eu o abracei mais forte ainda. Os outros saíram da cama quando escuram a minha voz.

- Andie? O que aconteceu? – Sirius coçou o olho por ter acabado de acordar.

- SIRIUS! – quando abracei ele não pude segurar, as lágrimas começaram a cair e logo eu estava chorando que nem uma criança.

- Calma, calma, eu estou aqui. Estou aqui com você – Sirius me abraço e começou a passar a mão no meu cabelo. Quando me controlei afrouxei o abraço e olhei para Sirius.

- O que aconteceu? - Lupin colocou a mão sobre o meu ombro.

- É tanta coisa...

- Temos tempo – Potter se aproximou e estava com os mesmos olhinhos de preocupação que os outros. Mas eu não me sentia cobrada a falar, me sentia confortável em meio deles.

- Quanto tempo? – brinquei com eles.

- A noite toda – Sirius tirou a mexa de cabelo que caia no meu rosto.

Eu larguei de Sirius e mesmo ele não querendo me soltar fiz um aceno para mostrar que estava tudo bem. Me sentei na cama de Tiago e pude ouvir o ronco de Pedro do outro lado do quarto. Eles se sentaram ao meu redor com os olhinhos atentos.

- Eu... não... não sei se devo contar. – falei olhando para o chão.

- Você não acha que é pior guardar para si mesma? – Potter pôs a mão no meu braço para me confortar.

- Mas é que... eu... não sei se agora.... não sei se agora é o momento para contar. – as lágrimas começaram a descer.

O que eu ia contar? Não tina história ainda, não era nada. Não posso chamar de nossa história... não me parece uma história digna de um livro para ser contada, ainda não...

- Então não conte – Lupin disse atrás de mim, mas ele não disse bravo nem chateado. Ele apenas me deu uma escolha em um tom amigável – Se acha que ainda não está preparada para se abrir sobre isso não conte.

- Mas... mas eu vim até aqui. Acordei vocês, me... me desculpem o incomodo. Vou contar... – limpei as lágrimas, mas fui interrompida.

- Não! – Sirius foi firme no que disse – Se acha que ainda não está preparada para contar... se acha que não deve, não precisa.

Eu até me assustei de ver Sirius agir daquele jeito, meu primo era um dos seres mais curiosos e impacientes do mundo, sempre encheu meu saco para saber de alguma coisa que eu escondi dele... já até desistimos de fazer de fazer festas surpresas para ele. Mas agora ele estava do meu lado, todo cuidadoso e tentando me entender... eu sabia que por dentro ele podia estar se roendo para saber do motivo, pincipalmente por esse motivo estar me fazendo chorar... mas ele estava guardando para si ...para me ajudar.

- Se quiser pode só chorar, eu li em uma revista feminina que isso ajuda a aliviar a dor ou seja lá o que você estiver sentindo. – Tiago que sempre tem um sorriso maroto agora mostrou um sorriso cauteloso, também queria saber... mas por mim ia deixar passar.

Aquilo só me deu mais vontade de abraça-los.

- Não querendo quebrar o clima, mas por Merlin... por que você estava lendo uma revista feminina?  -Todos nós olhamos para o Tiago que não se intimidou com a pergunta

- Meu caro Lupin, para pegar as meninas você tem que entende-las, traduzi-las e pensar como elas. – o sorriso maroto voltou.

- Ah, mas para que? Você já age como uma vai ser moleza pensar que nem elas kkk – Thiago perdeu o sorriso enquanto riamos.

- Viu, já está sorrindo. Nunca um problema será maior do que a capacidade de sorrir quando se está com amigos – Lupin disse limpando uma lágrima do meu rosto.

- Posso dormir aqui? – eles olharam um para o outro e sorriram.

- Será o maior prazer – Sirius respondeu na hora – Bem vinda ao nosso dormitório!

- Os sonhos de Lupin estão se realizando – Tiago deu um empurrão de ombro no amigo e logo recebeu uma travisseirada na cara. 


Notas Finais


Iaiiii meus amores? Gostaram?
Gente, eu amo os marotos <3 Escrever sobre eles sempre me anima.
mais uma vez desculpa pela demora, prometo que irei fazer o possível para não se repetir.
obrigada por lerem
bjs
até o próximo capítulo.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...