História Sobe uma cerejeira - Yisuo - Capítulo I

P.O.V Yasuo

Eu estava andando sem rumo enquanto minha visão já estava turva depois de vários saquês, malditos, como podem expulsar um homem por beber e lhe dar dinheiro, só por eu ser eu? Ser um “assassino” como julgavam? Argh que ignorantes 

Andei apenas alguns passos sem tirar os olhos do chão me certificando que não cairia até pétalas de cerejeiras começarem a aparecer, levantei o olhar apenas por curiosidade e jurei ver um homem encostado no tronco da árvore, as pétalas fluíam com o vento, caíam e rodopiavam, em outra situação eu admiraria a paisagem, mas naquele momento os giros das pétalas me davam enjoo e segundos depois senti o corpo ficar mais pesado do que o normal e cai no chão, a ultima coisa que pude ouvir fora alguém cantarolando baixinho como se estivesse em paz...que inveja 

~•~•~•~

Acordei com uma luz contra meu rosto, resmunguei sentindo o enjoo novamente acompanhado de uma dor de cabeça, foi quando percebi estar sobre uma cama, eu não me lembro de deitar em uma cama...isso não esta certo, virei um pouco para o lado sentindo um cheiro doce que eu não sabia identificar, mas era viciante e acabei afundando-me mais no travesseiro para inalar aquele aroma, se eu realmente estiver na casa de alguém isso deveria ser inapropriado, quem sabe pervertido 

Me sentei na cama olhando ao redor, era um quarto aconchegante e simples contendo uma bela decoração, ao lado estava minha katana e um pequeno jarro com água, suspirei pensando aquilo ser um pouco suspeito porem bebi do mesmo jeito, afinal se me quisessem morto eu não estaria aqui

Poucos minutos após eu ter arrumado a katana corretamente em minha veste sai do quarto em posição de defesa

- Você acordou! -Uma voz estridente gritou em meu ouvido me assustando, nem o ouvi chegar- Mestre! -Gritou novamente e olhei ao lado, era um vastaya-

- Quem ê você? -Arqueia as sobrancelhas com curiosidade-

- Wukong, venha comigo -Sua apresentação não fora nada formal porem não me importei com isso- 

Não tive tempo para me apresentar devidamente quando fui puxado por ele até algum cômodo, não resisti pois a curiosidade era insistente, e quando senti um cheiro de comida a fome também se tornou insistente 

Logo ele parou de repente e imaginei estarmos no lugar desejado, olhei de relance, era uma cozinha, nem muito grande e nem muito pequena, havia uma mesa no centro dela com alguns pratos de comida já prontos, minha barriga roncou quando olhei a comida tão atrativa 

- Mestre! -O vastaya, Wukong, gritou novamente e eu fiz uma careta pelo barulho que me causava leves dores de cabeça-

- Não grite Wukong, nosso convidado ainda não parece 100% -Estremeci com a suavidade daquela voz e finalmente notei a presença do homem que estava a poucos metros de mim, parecia estar cozinhando...- 

- A claro como sou bobo -Riu balançando a cabeça-

- Pode pegar folhas de menta Wukong? -Sua voz era gentil, me senti relaxar em sua presença, era a primeira vez que senti segundos de paz durante anos de minha vida-

- Claro! 

- Obrigado -Assim que o macaco saiu ele me olhou automaticamente me causando um certo incomodo, não consegui ver seus olhos pois o mesmo usava óculos peculiares, igualmenre com seu cabelo que permaneciam escondidos por algum tipo de capacete ou coisa parecida- Sente-se, Yasuo -Assenti me sentando mas com nervosismo, ele sabe quem sou, com toda a certeza vai me expulsar ou me matar-

Ouve silêncio por minutos, até que ele colocou uma pequena panela na mesa, sopa, eu estava em uma situação complicada mas isso não me impediu de querer provar aquilo

- Essa é para você, vai aliviar sua ressaca -Sorriu lavando as mãos e pegando uma tigela colocando sopa até sua metade- espero que esteja de seu agrado 

Eu sorri quando a tigela foi colocado na minha frente, o aroma era agradavel e havia macarrão também, mas a situação ainda me incomodava, ninguém nunca fora tão gentil comigo em anos...me fazia questionar se aquilo não era um sonho ou se eu não estivesse morto

- Por que esta fazendo isso? -Suspirei enquanto tomava a sopa lentamente sem deixar de olha-lo- 

- Porque eu não faria? 

- Sabe quem eu sou, oque eu fiz

- Você não fez nada, se não me engano sua inocência foi provada -Riu baixinho, era um som belo que soava como melodia, me sinto um pouquinho bobo por pensar coisas assim sem nem conhece-lo-

- Mas por algum motivo as pessoas continuam me vendo como um assassino, sem falar que ainda não recuperei minha honra...-Eu realmente não entendo o porque disso, as pessoas são ignorantes, acreditam no querem apenas-

- Melhor não pensar muito nisso -Ele suspirou parecendo tenso- Como esta a sopa?

- Maravilhosa -Eu sorri recebendo outro em troca- Alias ainda não me disse seu nome

- Ah claro como sou indelicado -Estendeu a mão sorrindo um pouquinho- Me chamo Yi, é um prazer conhece-lo

Eu sorri encantado, era a primeira vez que fui tratado como igual, com gentileza, Yi fora a primeira pessoa em anos que não parecia ligar para oque diziam sobre mim ou meu passado, apertei sua mão com um sorriso verdadeiro sentindo algo no estômago, borboletas? Isso é normal? Acho que não, eu realmente não gostava da ideia de solta-lo, mas o fiz mesmo assim

- Pode ficar aqui o tempo que precisar aliás, é bem vindo -Eu mal acreditava em que estava ouvindo, talvez eu deveria mesmo estar morto agora, pois a um anjo em minha frente-

- Aqui! Folhas de menta -O macaco voltou depois de minutos, acreditava ser meio hora-

- Por que demorou tanto? -Yi perguntou em um suspiro mas sem desviar os olhos de seu prato-

- Ah eu me distrai -Riu deixando as folhas sobre a bancada logo se sentando na mesa-

- Ei quero saber sobre sua técnica! -Olhou para mim animado me fazendo arquear a sobrancelha- Acha que conseguiria ganhar do meu mestre?

Eu ri um pouco continuando minha sopa, enquanto Wukong não ficava quieto, na verdade agora que percebo...estou feliz