História De encontro com o destino - Aquele desespero

" A infelicidade humana está na razão direta das necessidades  ilusórias que criamos."
                                                                                                              - desconhecido
 

...
Lentamente e sem prestar nenhuma atenção por onde andava, ela se dirigiu até a gaveta da mesa de canto da sala, que ficava bem ao lado do sofá, abriu-a pegou uma tesoura que sempre ficava ali e direcionou-a ao seu pulso.
Não adiantava tentar viver, nada fazia sentido. Com força cortou o pulso esquerdo em busca da unica coisa capaz de livrá-la de tudo aquilo.
...

Naruto viu o motorista estacionar seu carro na garagem já conhecida dos Hyuuga. Agora, mais do que nunca, tinha total autorização para entrar direto, pois insistira em dar uma olhada na Hyuuga nos dias em que ela estivesse de repouso. O Uzumaki estava agitado e angustiado, ela ainda estava em estado crítico, o psiquiatra não teve muito progresso. Quando saiu do carro o loiro suspirou profundamente. 

Foi andando apressado até a sala de estar, tinha uma sensação ruim, um frio agourento percorria sua espinha e quando lá chegou, seu coração parou por um instante. No sofá Hinata estava posicionando uma enorme tesoura sobre o pulso esquerdo, ele correu desesperado até ela.


- Hinata! - Naruto gritou parecendo assustá-la e tomou o objeto prateado das mãos frágeis. - Você tá louca, droga?! - ele a encarou ofegante, ela parecia realmente assustada, os olhos grandes passavam a ter certa compreensão que a dias o loiro não via.
Ele viu o sangue saindo pelo puso então sem pensar direito rasgou a manga da camisa que vestia e amarrou firmemente no braço branco como gesso.

- Ai! - disse a morena com a voz vacilante. - Naruto... O que aconteceu? - o Uzumaki a encarou encabulado, ela passava a outra mão sobre a cabeça.
- Você... Tentou se matar. - ele sentiu a voz estranha, o coração acelerado parecia que queria ir para o cerébro.
- Ah! - ela arfou. 
- Calma eu estou aqui agora...

Ele a abraçou, e só percebeu que chorava quando sentiu o gosto salgado das lágrimas em sua boca. Permaneceu pelo que lhe pareceu um longo tempo com Hinata em seu abraço.

- Por quê você fez isso Naruto? - disse ela, a voz ainda era vacilante. Como se quisesse dizer que ele não deveria ter feito.

Com isso uma raiva alucinante tomou conta do Uzumaki, ele a tirou do abraço, a encarou e mesmo que seu rosto continuasse confuso, ele a segurou pelos ombros fitou fundo os olhos de lua enquanto a chacoalhava como uma boneca de pano.

- Acorda Hinata! Como pode dizer isso?! Será que em algum momentou parou para pensar na Hanabi?! 
Ele gritava, viu que nos olhos dela agora tinham menos confusão. Mas parecia haver certa culpa ali e aquilo não podia ser bom, ou talvez... Bem, pelo menos agora ela estava com um pé na realidade.
- Eu não sei... Não consigo... Não tenho mais forças, Naruto... Minha vida acabou.

A raiva do loiro aumentou ainda mais ao ouvir a voz ofegante, ele pegou a morena por um braço e a levou até o banheiro que ele sabia ter um grande espelho o qual se podia ver o corpo inteiro.

- Olha bem pra você! - ele não podia evitar gritar enquanto a segurava frente ao espelho. - Me diz o que vê... Me diz! - ela obedeceu e se analizou, a cada momento parecia mais desperta.
- Eu vejo uma garota branca e desgrenhada. - disse sem emoção.
- Só isso?! - vendo que ela não responderia ele continuou. - Mas sabe o que eu vejo?! Uma garota que merece ser feliz porque ela é capaz de fazer tudo por quem ama! E sabe do que mais? Ela é bonita, jovem, sensível,inteligente e forte! - ele sabia que gritava alto de mais, sentia a garganta protestar mas isso pouco importava.
- Como ser forte e... Ser feliz? Como? se tudo o que eu tinha se foi? - a voz ainda continuava fraca e sem muita emoção.
- Escute o absurdo que fala! Tudo o que você tinha se foi? E a Nabi?! E o Neji?! E a Tenten?! E... - ia dizer ele, mas não teve coragem. - Eim?! - a culpa parceceu voltar aos olhos perolados, mas dessa vez parecia mais intensa.
- A culpa foi minha... A médica me disse que minha gravidez era de risco e que eu precisava ficar em casa, mas achei... Não, eu tentei me convencer de que era exagero... E agora meu bebê está morto! - gritou ela, Naruto sentiu-se atingido pelas palavras, era como se ele mesmo estivesse machucado.
- Escuta... - ele a virou para encará-la. - Não quero que se sinta culpada, não é isso que quero... Eu quero que você entenda que a vida é uma droga, é uma porcaria. Mas nós temos que nos agarrar a ela com vontade, por nós mesmo e pelas pessoas que nos cercam, por que vale  pena... Acredite, eu já pensei em dar adeus ao mundo... 
"Mas quando cheguei ás vias de fato, a pele do meu pulso parecia tão branca e indefesa que não consegui nada. Era como se o que eu quisesse matar não estivesse naquela pele ou naquele pulso magro e azulado que latejava sob meu polegar, mas sim em algum outro lugar, mais profundo, mais secreto e muito mais dificl de ser alcançado. - Naruto não sabia que ainda lembrava disso. - Isso é de A redoma de vidro....
 Mas, Hinata, ouve algo a mais para mim... Quando vi os sorrisos das pessoas que me restaram eu percebi que valia mesmo apena, eu pude ver de verdade as manhãs, as tardes, as noites de lua cheia... É tudo tão magnifico!... Não sei como é perder um filho... Mas isso não foi culpa de ninguém, foi uma fatalidade! Você nunca quis isso Hinata!"

Algum tempo se passou e Naruto continuou fitando os olhos de lua, percebeu aliviado que suas palavras causaram algum efeito sobre a Hyuuga.

- Você... Pode... Pode me ajudar? Porque parece certo o que você diz... 
- Mas é claro que ajudo! - o loiro sentiu a voz abrandar. - Pode contar comigo.
- Eu me sinto uma... Fraca.
- Não se julgue tanto, todo mundo tem fraquezas. - os olhos da morena brilharam um pouco, então uma coisa se passou na mente do Uzumaki. - Me diga uma coisa, você já chorou depois da morte de seus pais e... A perda recente? - Hinata pensou por algum momento.
- Não.
- Chorar não é fraqueza, chorar é humano diguino de quem encara seus problemas... Você é humana! Chora!
Hinata ficou quieta o olhando por um longo tempo, parecia de fato considerar cada palavra. A realidade voltara talmente aos olhos enluarados, seus lábios começaram á tremular então em dado momento o choro veio, e parecia uma avalanche.
- Desculpe por tudo Naruto... - a voz da morena saiu rouca após mais de três horas de choro constante. Estavam agora sentados no sofá e a Hyuuga apoiava a cabeça sobre o ombro do loiro.
- Você não tem culpa.
- Então quem tem?
- A vida, ela tem dessas... - e ela chorou mais, e mais e depois ficaram mais algum tempo calados. - Me promete uma coisa, Hinata? - ela levantou a cabeça para olhá-lo.
- Cla-claro... - parecia que a morena não conseguia recusar o pedido.
- Nunca, nunca, nunca, nunca mais faça algo como isso novamente. - o Uzumaki lançou toda a força no olhar, Hinata fechou os olhos e respirou fundo.
- Eu prometo nunca, nunca, nunca, nunca mais fazer algo assim.

Naruto olhou profundamente nos olhos perolados e constatou satisfeito uma sinceridade profunda neles, e não pode deixar de sorrir. Hinata surpreendentemente também sorriu, e aquilo devreia ser a mesma sensação de enchergar as estrelas pela primeira vez.


Mansão Sarutobi
Sala de estar

Konohamaru estava no minímo desconfortável com a conversa entre a mãe e Hanabi, aquelas duas falavam muito sobre ele, e o pior é que a mãe o obrigava a ficar ali passando vergonha. Mas ele não estava aguentando tudo aquilo apenas por isso, e sim por Hanabi, a menina andava muito triste nos ultimos dias com o que aconteceu com sua irmã, e ele sentia-se na obrigação de distraí-la. 
Mesmo que fosse um tremenda luta tirá-la de perto de Hinata ele conseguira com o argumaneto de que Mei queria vê-la. O que Noha não entendia era o porque da mãe ter gostado tanto de Hanabi. E muito menos... Pelo amor! Como elas conseguem falar tanto?! Pensava ele.

- Agradeço novamente Mei-sama, mas estou sem fome. - disse Nabi sorrindo um pouquinho.
- Ah! Como é educada... Fico feliz por meu filho ter uma namorada como você. - a mãe deu um sorriso meigo.
- Namorada?!- Noha e Nabi exclamaram ao mesmo tempo.
- Não é bem assim mãe...
- É nós não...
- Ah, não precisam ficar negando queridos, são um pouco jovens mas formam um belo par...
- Ah, não Mei-sama, somos bons amigos. - Nabi estava completamente corada.
- É, somos só amigos. - o Saruobi sentiu o rosto arder.
- Am... Sei, mas se um dia resolverem ter algo além de amizade, tem minha aprovação. - ela ainda sorri meigamente... Francamente será qe poderia ficar pior?
- Mãe acho que isso...
- Muito bem! - Mei levantou de subito. - Eu terei que ir á empresa agora, mas podem ficar avonatade aqui.
- Ah, arigato. - disse Hanabi sorindo ainda rubra.
- Noha... Seu pai Asuma, ligou e disse que está a caminho. Quando ele chegar á noite discutiremos seu castigo, mas por hora está proibido de sair de casa. - Noha ficou com medo da mãe, nunca era bom sinal quando ela falava com tanta gentileza, por trás havia aquele tom de ameaça digna de flme de terror.
- Ah! Que saco! - explodiu ele com raiva.
- Olha como fala Noha! - Hanabi o ameaçou com um sussurro.
- Um... Bem até mais garotos... Não façam nada que não fariam se eu estivesse por perto. - A expressão de Noha devia ser a mesma de constrangimento que Hanabi fazia pois sua mãe riu ao sair.
- Cara to muito lascado - disse Konohamaru após alguns minutos se dando conta da realidade perigosa. - Meu pai vai chegar... Vou ficar de castigo até a faculdade!
- Tem que admitir que você mesmo causou isso.

O Sarutobi podia ter respondido, mas algo que nunca lhe ocorrera antes passou por sua mente, ele olhou para cima em busca de pensar melhor. O candelabro balançava levemente e majestosamente como... Que droga! Pensou ele, naquele momento odiava aquele maldio candelabro. 

- Noha você ainda tá aí? - ele se assustou e olhou de esgueira para Hanabi.
- Desculpa eu me distraí.
- Novidade... - a Hyuuga fez um muxoxo.
- Você é muito responsável... É tão diferente de mim. - sussurrou o moreno, a menina arqueou a sobracelha pela mudança repentina na conversa.
- É verdade, mas se você quiser pode mudar. - Noha encarou a morena por um momento.
- Por que você fica perto de mim? Eu não sou a melhor compahia do mundo. Você poderia ter se afastado quando percebeu o quão eu sou irresponsável... Por quê não caiu fora? - Hanabi pensou por um momento.
- É verdade que você não é a melhor compahia do mundo... Mas, você não vê a vida como o resto das pessoas... - disse ela de repente intensa, depois  mudou para desperta. - Mas me diga, você quer que eu caia fora?
- Não! - o menino perguntou-se se sua esteria inexplicável foi muito nítida na voz.
- Então... - ela deu de ombros. - Só vou embora se você quiser.
- Por quê? - Konohamaru sentiu o peito saltitar sem nenhum motivo aprente esperando a resposta da menina levemente corada.
- Ué, você pode ser um imbecil mas é meu amigo. 

O sorriso dela foi tão verdadeiro que o Sarutobi apenas ficou o olhando, admirando... Como ela podia ter uma resposta pra tudo? Depois de algum tempo Hanabi pareceu desconfortável e o menino se perguntou porque, só então percebeu que passara tempo de mais olhando e corou.

- Sabe, eu tava pensando no candelabro... Esse candelabro tá me enchendo o saco. - Hanabi olhou para cima depois olhou para Noha.
- O que você tem contra ele? é tão bonito e chique.
- Não, não é mesmo... Tá mas pra um bicho que se esconde no armário, fica aí se movendo e voltando, perigosamente lento. - ele bufou.
- Tá... Ele é uma metáfora pra... Um, já sei, ele é uma metáfora de você, você sente que está de vagar com a ameaça dos futuros castigos, está se sentindo preso ao chão da casa como o candelabro está preso ao teto. 
- Você sabe mesmo de tudo né? - ela sorriu convencida.
- Eu me esforço, mas não é muito dificil saber a forma como você pensa.
- Valeu por me chamar de previsivel. - a garota deu de ombros.
- Vamos jogar x-box?
- Acho que é bom jogarmos porque tenho uma pressentimento que eu não vou poder por um bom tempo...- Noha sentiu-se triste.
- É verdade... Mas não fica assim, antes dos 60 anos você estará livre. - disse a Hyuuga com alegria.
-  Obrigado, agora eu to bem melhor.
- HA-HA! - Hanabi imitou a risada de Nelson dos Simpsons e depois caiu na gargalhada. Revoltado Konohamru pegou uma almofada e a jogou no rosto da menina.
- Seu baka! - rindo ela revidou, então os dois começaram á jogar video game, mas o bendito candelebro não saia da cabeça do Sarutobi que constantemente desaviava a mente do jogo. - Cara, você ta horrível hoje.
- Já chega! Vou dar um jeito nessa coisa agora mesmo. - ele levantou-se determinado.
- Konohamaru, você não vai... - começou Hanabi, mas vendo que Noha achara uma chave de fenda na gaveta do criado mudo ela parou. - Você vai mesmo tentar fazer essa idiotice? 
- Vou sim... Só preciso de uma escda.
- Não, você não vai tentar desparafusar o candelabro.
- Sim, eu vou.
- Mas você enlouqueceu de vez?! Você não pode fazer isso.
- Me dê razões suficientes
- Ah! - ela gritou com desdém. - 1) Isso é loucura. 2)você não agentaria o peso de uma escada tão grande. 3) você não conseguiria desparafusar com essa chave. 4) se aguentasse o peso da escada,  e conseguisse desparafusar jamais aguentaria o peso do candelabro.5) Isso é loucura. 6) se você sobrevivesse ao candelabro sua mãe e mataria aos poucos. 7) Seu pai te ressucitaria. 8) pra te matar de novo. 9) depois ele te ressucitaria pra te deixar de castigo e te mandar pra uma escola militar. 10) já falei que isso é loucura?
- Realmente olhando por esse ângulo não parece tão animador. - Hanabi revirou os olhos.
- Eu tenho uma solução simples.
- Qual?
- Vamaos jogar x-box no seu quarto. - disse ela com arde obviedade, Konohamaru pensou um pouco.
- Uma ideia bem mais fácil... - declarou vencido.

Mansão Hyuuga
Sala de estar

Naruto estava sentado enquanto esperava por Hinata, começava a ficar preocupado pela demora da mesma, começou a imagina-la tentando se enforcar no clooset, mesmo sem saber se ela tinha um, ou então tentando se afogar na banheira, ou se eletrocutar com a ajuda de um secador, ela poderia ter um desses, afinal quase toda garota tem um secador... O loiro começou a ficar nervoso com a ideia de ter que arrombar a porta do quarto dela, no entanto, para a sua tranquilidade a morena apareceu no topo da escada.
Seu rosto estava inchado, mas ela escondia os olhos debaixo de um óculos escuro estilo aviador.O vestido era preto e solto contrastando com o tom de pele, no pulso onde ela cortara havia uma munhequeira, ninguém perceberia o curativo com aquilo encobrindo. Naruto achou que mesmo com tudo aquilo ela ainda estava muito bonita.

- Quem bom que já terminou de se arrumar... Você está muito bonita. - na verdade bonita é pouco, pensou o loiro.
- Obrigada.. Mas sabe, eu tenho espelho. - ela deu um sorrisinho. - Onde pretende me levar?
- Um... É uma surpresa, confia em mim? 

Ele teve medo da resposta mas para sua surpresa a Hyuuga não exitou e pegou em sua mão com um sorriso minimo. Naruto não podia ter certeza, mas talvez Hinata poderia vir a se tornar sua amiga... Mas aquilo naquele momento não importava, o que importava mesmo era que Hinata ficasse bem, e voltasse a ser a jovem doce e bela.

Continua....