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História De Fã para fã - O Capricho causador de tudo II


Escrita por: Idiomatica

Notas do Autor


Olá!

Mais um capítulo chatinho que explica e dá detalhes de como isso começou. Não tem musiquinhas porque minha criatividade não permitiu. Porém... espero que gostem!

Obrigada a @Moore e @LalaChans2 por comentarem nos últimos capítulos! :3

Boa leitura!

Capítulo 13 - O Capricho causador de tudo II


O Capricho causador de tudo II

 

Sábado,14 de setembro de 2013,
próximo à meia-noite...

 

 

Casa de shows Espaço Victory. São Paulo Capital. Brasil. Pós-show. Kai deixara de acompanhar os demais para voltarem para o hotel. Despediu-se deles rapidamente e ficou ali onde outros staffs circulavam preocupados em terminar seu trabalho o mais rápido possível. Ele ficou escorado na parede próximo a uma porta, com o olho fixo na cabeleira loira de Rose e no estressado staff que mais uma vez discutia com ela. Aquele mesmo alto que usava boina e tinha uma barbicha abaixo no lábio.

Ao que Rose passou pela porta Kai relou em seu braço para chamar a atenção.

Rose, podemos falar um pouco?

Ela sorriu doce e receptiva, mais do que o habitual.

─ Claro! Kai-kun. O que foi?

Ele sorriu e logo tomou a compostura séria de antes.

─ Por favor Rose, quero falar de algo sério.

A Pasta que ela segurava ficou mais junta ao tronco e ela estreitou os olhos ao olhar melhor para ele, talvez um pouco decepcionada.

─ Ah, achei que tivesse vindo me pedir desculpas. ─ nos olhos dele havia a pergunta “pelo quê” ─ Por ter me tratado mal lá no camarim.

─ Não te tratei mal. ─ Kai tinha um pequeno estranhamento

─ Você me deu as costas rindo. ─ Ela falava como se aquele fosse o maior absurdo.

─ Oh, desculpe então. ─ Passando por alto continuou ─ Queria lhe perguntar se você sabe, ou se teria como descobrir quem trouxe esse caixote aqui.

Os pensamentos da loira ficaram meio ingratos, mas ela continuou a dizer doce:

─ Não sei como aquele caixote veio parar aqui, Kai-kun. Aquele maldito não para de gritar comigo por isso.

Ela esperava que Kai lhe desse razão.

─ Rose, Você é a chefe da segurança, nada deveria entrar aqui sem que você soubesse.

─ Eu sei. ─ Balbuciou revirando os olhos com a cabeça levemente abaixada, para que ele não visse.

─ Acho que ninguém quer que você vá embora da equipe, né? ─ Kai voltava a sorrir simpático.

─ É. ─ Ela sorria, mas estava com uma leve raiva sem motivo. ─ Darei um jeito de descobrir para você.

─ Obrigado, Rose. Você me ajudará muito assim. ─ Kai sorriu já pensando em como contataria o empresário e ver se a ideia discutida no camarim teria chance.

Nem me pediu desculpas. Aposto que vai para uma boate agora. Pensou Rose. Enquanto Kai começava a tomar o rumo da saída, já alguns passos dela, ela resmungou sobre a boate como se quisesse que ele escutasse. E escutou, com ouvidos aguçados de um músico.

─ Não Rose. Já tenho planos para amanhã cedo. Otsukaresama deshita. Ii yasume. (Bom trabalho. Tenha um bom descanso) ─ Respondeu ele gentilmente.

Não era de hoje a aproximação que Rose fazia vez ou outra. Mas uma hora cansava sempre o tom doce e ser tratado como íntimo. Ela só via  Kai como líder da banda, charmoso e com covinhas e só, não como Uke Yutaka. E ela tinha oportunidades o suficiente. Kai começava a entender o que Takanori dizia algumas vezes: “Parece que só enxergam o Ruki. Tsc. Isso irrita demais!”

 

≾≿

Logo no dia seguinte, Hiroito ─ chefe imediato, empresário, produtor da banda ─ entrou em contato com Kai para avisar que nas primeiras horas de segunda-feira, no Brasil, eles já estariam dentro do avião em direção a França, onde seria o próximo show. Como líder ele que teve de negociar com Hiroito para a tal promoção tivesse de acontecer. Falavam por telefone mesmo.

─ Diga, menino, o que quer?

─ Não sou apenas eu, Hiroito-san, conversamos aqui e todos concordam com o pedido que vou te fazer.

─ Pois diga, não sei o que é.

─ Deve ter chegado aos seus ouvidos que ontem uma grande caixa de madeira apareceu no camarim depois do show.

Hiroito ficou brevemente em silêncio. A conversa que mal começara estava rápida e desacelerou quando seu tom ao telefone mudou do simpático de antes para algo mais sério.

─ Chegou sim.

─ Então. ─ Kai procurava as palavras ─ o conteúdo daquela caixa nos impressionou muito, e nós discutimos ainda no camarim se seria possível, de alguma forma, entrar em contato com aquelas que nos enviaram isso.

Se alguém pudesse ver o empresário do outro lado da linha veria a cara de espanto, mais a surpresa e o absurdo que Hiroito pensou.

─ Entrar em contato como, menino?

Kai engoliu em seco, mais difícil para explicar.

─ Gostaríamos de trazê-las para o Japão para que pudessem assistir aos shows da próxima turnê por lá.

Hiroito bateu na mesa para dizer, quase berrando:

─ Mas isso é um absurdo Kai!

─ Acalme-se Hiroito-san! Escute por favor! ─ dizia Kai sendo tomado por um pouco de aflição. Ele ouviu um suspiro do outro lado da linha e, continuou ─ Elas arcariam com a despesa dos shows, na parte vip, em pelo menos um deles e com mais metade da passagem!

─ Como pode pensar em uma coisa dessas? É um prezuízo! É muito caro! É impossível! ─ Parecia que o velho não havia escutado uma palavra sequer.

Kai olhou para o celular um tanto indignado se perguntando se aquele velho havia escutado do outro lado. Ao ouvir um suspiro voltou a tentar convencê-lo.

─ Arcar com as despesas do Shows, freqüentando a área vip. E Pagariam a metade da passagem ─ Nunca daria um prejuízo dessa forma! Ele pensou em completar, mas sabia que o outro poderia desligar na cara dele.

─ E você acha que elas iriam na área VIP? Estou dizendo um prejuízo! ─ A voz de Hiroito diminuiu gradualmente indicando que ele tinha afastado o telefone.

Pare de pensar só em dinheiro, Porco! Kai pensou enquanto aguardava silenciosamente na linha alguns momentos.

─ Kai, meu menino, a menos que elas apareçam em uns três shows a área vip, paguem 60% da passagem e ainda comprem alguns Goods, caí como prejuízo para nós trazê-las.

─ Não concordo, Sr. Hiroito. ─ Kai respondeu. Tudo pareceu se silenciar por um breve momento. Até o Escritório da PSC onde Hiroito estava parecia mais calmo.

─ Kai, sinto em te dizer...

─ Fazendo as contas Sr. Hiroito, uma diária para cada uma em um hotel quatro estrelas pode ficar de U$ 240 até 320. Um show na área vip sai bem mais que isso.

─ Cinco, dez, mais dias!

─ Certamente elas comprarão alguma lembrança, algo. Tenho certeza que não será um prejuízo.

Hiroito podia borbulhar de raiva pela confiança que o outro tinha. Mas talvez aquilo não influísse no seu salário então não fazia tanta diferença. A voz pareceu mais calma, porém séria ao responder.

─ Se quer tanto isso, Será descontado de vocês mesmos.

Kai riu do outro lado da linha.

─ Temos tantos benefícios que não usamos Hiroito. Não desconte tudo de nós, pode haver algum beneficio em trazê-las aqui além de realizar um capricho nosso.

Hiroito ficou em silêncio por alguns momentos, até poder se achar estranho. Na realidade ele havia Pensado em algo que fez valer o seu dia e concordar de imediato.

─ Está certo, você é muito inteligente meu menino. Vou ver a melhor forma e depois falarei com você para acertar detalhes e você repassará aos outros. Irei desligar.

─ Ah, está bem. Jya.          
(Até)

E desligou sem falar mais nada, naquele tom ameno, como se tivesse sido tranqüilizado.

Ele estava irritado, brigando que seria prejuízo... Depois saí despedindo com a voz alegre como se tivesse tomado um calmante... Sei lá. Pelo menos ele concordou. Kai estranhava. Da cama bagunçada qual estava ele então se levantou e tratou de vestir algo para tomar o desjejum e contar a possível boa notícia aos demais.  O restante do dia seria livre até o anoitecer, quando eles embarcariam para a França, no próximo show.

≾≿

 A verdade era que Rose sabia muito bem como o caixote foi parar no camarim. O show já tinha se iniciado há cerca de meia hora quando elas chegaram, e o segurança que era uma bola de músculos e bloqueava a porta com sua cara ao extremo de amigável. A primeira era baixinha e não identificou seu nome, apenas veio a dizer em inglês.

─ Olá. ─ uma minúscula pausa ─ Nós temos passagem livre por aqui. ─ o tom era doce apesar do que dizia.

O segurança riu e a segunda veio à frente:

─ Sou sobrinha de William Serrano.

O segurança não falou nada. Ignorando-as. Tereza, a que falava, sacou uma identidade onde tinha sua foto e no campo de seu nome estava preenchida “Tereza de Lara Serrano”.

─ Está vendo aqui nessa identidade? Se o senhor for esperto, lembrará quem é o meu tio.

 A segurança que a garota falava fez o brutamonte pensar um pouco. O rádio dele apitou e começou a falar em seu bolso.

Achira wa dare? 
(Quem são essas aí?)

Alguém estava vendo pelo sistema de câmeras as duas querendo entrar. Provavelmente caixa nenhuma estava à vista das câmeras. O brutamontes e aquele que supervisionava as câmeras começaram a conversar enquanto as duas não pareciam sequer se importar, desocupadas falando e deixando o tempo passar ─ Esperando serem reconhecidas, na realidade.

Não demorou a que chamassem aquele que a segunda chamou de tio. William serrano demorou-se um pouco para chegar até a sala de câmeras, mas assim que fez isso autorizou a entrada delas. Então a chefe da segurança foi chamada  ─ Aí entra a Rose ─ para acompanhá-las e certificar-se de que a sobrinha de William não iria para nenhum lugar que não lhe era direito.

Justamente por ser sobrinha de alguém importante, lhes foi permitida ficarem sozinhas, e observadas de longe. No caso a sobrinha de William era Ster, e a outra era Valquíria. Rose indicou onde elas não poderiam ir ou entrar e correu para cuidar de algo sobre que seu rádio apitava.  E mesmo atrás do palco, o barulho era intenso.

 Rose foi, correu e voltou. Acomodou as duas em uma sala onde o corredor que tinham seguido da entrada desembocava. E não havia caixa nenhuma ali. Ela também não fez perguntas e não deu atenção, pela aparência jovem delas, Devem estar aqui só porque não têm nada para fazer Pensava ela. Logo ela tomou seu posto habitual. Foi neste momento que Valquíria pegou um pacotinho da mão de Ster, levantou-se e voltou o corredor até o inicio e ali parou, encostou a porta e passou o olhar. Surpreendeu-se ao ver que tinham dois seguranças: o brutamonte de antes  ─ grande e com uma cara fechada ─ e outro de aparência mais discreta, o qual se aproximava de uma caixa ao lado de uma caminhonete alguns metros dali, no estacionamento.

Ela pediu licença e andou apressada alguns metros do estacionamento até a sua caminhonete. Pediu licença a aquele outro trajado de terno que iria vistoriar a caixa. Explicou que aquela caixa pertencia a ela e que ela precisava levá-la para dentro, mas que ela não tinha forças para isso. O segurança a olhou e sem pensar pegou o rádio falando com o outro segurança, o brutamontes, que ainda estava na porta. Ele concordou e se esforçou para colocar a grande caixa na caçamba da caminhonete.

Val ofereceu-lhe uma nota de cinquenta reais e disse quanto valia em dólar. Ele não questionou e continuou a ajudar até que o caixote estivesse ma mesma sala onde Ster estava.

Doumo arigatou gosaimasu.    
(Muito obrigado) ─ Ele disse se inclinando e tomou a direção da porta sem nem questionar quem elas eram.

─ Nossa, ninguém perguntou quem somos. Sistema de segurança ó... ─ Ster disse um pouco indignada com o polegar negativo.

─ Não... Eles se falaram por rádio antes de me ajudar. ─ Valquíria já sorria pensando que uma das portas do corredor seria o camarim.

─ Certo, certo. Que seja. Agora a caixa não pode ficar aqui.

─ Se tirar aquela garrafa gigante acho que conseguimos carregar até o camarim.

─ Tá vamos logo. Tenho que encontrar meu tio depois. ─ Ster guardou o aparelho que tinha na mão e levantou-se do pequeno sofá em que estava.

O corredor desembocava na salinha em que estavam e está tinha para o lado o que pareciam ser banheiros e o outro lado mal havia iluminação. Ster conhecia a estrutura de casa de shows pela freqüência que conseguia entrar nos camarins, afinal tivera a sorte de nascer parente de cantores brasileiros.

Apenas olhar um pouco acima do sofá e se poderia notar que atrás de uma parede de drywall estavam montadas as placas que deviam manter o palco firme. Seguindo o corredor na direção em que haviam vindo havia três portas, uma a direita e duas à esquerda. O camarim devia ser o maior cômodo, então deveria ser a sala à direita. Foi a escolha certa. Apenas de abrir a porta já se pode sentir uma mistura de perfumes no ar, e aquilo faria qualquer admiradora se embriagar por alguns instantes, pelo menos.

Deixaram a caixa no centro do camarim, no meio do caminho. De um lado tinha as bancadas muito bem iluminadas para as maquiadoras. Do outro a parede com uma pequena mesa de apoio e um pouco à frente tinha dois sofás em perpendicular. Abriram a caixa e recolocaram a grande garrafa de champanhe, arrumaram o que saíra do lugar em carregar e descarregar a caixa, lacraram com fita isolante e saíram.

Já na porta Valquíria quis aproveitar seu último instante ali antes de ir embora. Com a mão na maçaneta ainda olhou bem o camarim para guardar cada detalhe em sua memória. O cheiro de perfume fraco no ar, porém presente. E a luz amarelada nos espelhos lembrando-a que aquilo era um camarim. Ao chamado da amiga ela fechou a porta com um sorriso no rosto  e agradeceu muitíssimo a amiga ter a ajudado.

─ Se não fosse por você isso não seria possível. ─ Mostrou um sorriso de orelha a orelha.

Ster deu um sorriso compreensivo e a abraçou.

─ Eu não ia deixar você deprê sozinha em casa. Vai que você faz alguma besteira! ─ Riram. ─ Ah, vai, é tedioso demais.

─ Você sabe que as besteiras que eu poderia aprontar eu já atentei. ─ Riam como se fosse uma piada.

─Ah, tabom. Eu esqueci. ─ Dizia Ster com uma voz engraçada ─ Se eu conhecesse a banda, curtisse a música eu teria vindo no show contigo.

─ As letras são lindas, mas o japonês não me desce... Blá blá blá.

Riram mais uma vez e Val continuou:

─ Depois você vai buscar o seu vrum vrum lá em casa ta?

─ Ai Val, para com essas onomatopéias. ─ Passava a mão nos olhos ─ Você não é mais criança, amiga.

─ Não podemos deixar nossa criança interior morrer! ─ Val mostrou a língua e apressou o passo para a saída mandando depois um beijo no ar.

 

≾≿

 

Dali três semanas, Rose tomou uma bronca e uma carta formal com o destinatário a Tereza Serrano ─ Ster ─ Foi enviada assinada em nome da PSC.

Ao ler o conteúdo da carta por cima, Ster ligou para Val e as duas se encontraram na casa onde ela morava com os pais, em São Paulo.

Val informou a todas que contribuíram com o presente por meio de Skype, Facebook e WhatsApp. Se aceitassem as condições impostas, iriam para o Japão em Dezembro do mesmo ano.

Determinado trecho da carta, Val leu para todas cada vez que contatou cada uma delas. Este especificava as condições. Dizia:

“1- Pagando 40% da passagem de ida, e a volta integral. Poderão acompanhar os músicos da banda The GazettE a certa distância.*

*O custo das diárias nos mesmos hotéis que eles ficarão hospedados fica por conta da PS Company, filiada da Sony Music. Sendo a distância que ficarão deles estipuladas pela empresa e pela vontade deles.

 

2- Terão que comparecer aos shows e somente aos shows durante a duração deles. Não comparecendo aos ensaios nas casas determinadas para evitar tumultos com outras fãs.

 

3- É explicitamente proibido quebrar o sigilo desta promoção. Não podendo a contar a ninguém de fora do contrato, com exceção daquelas que são menores de idade que poderão informar aos pais somente. E estes deverão assinar ciência de que não poderão quebrar sigilo.

 

4- Se a permanência de vocês junto com os membros da banda vier a público, de qualquer forma, serão enviadas de volta antes do período estipulado de 15 dias.

 

Sendo essas condições cumpridas, poderão embarcar no aeroporto internacional da cidade de São Paulo no dia 30 de novembro de 2013 com rumo ao aeroporto de Haneda (aeroporto internacional de Tóquio). Se aceitarem, entrem em contato com o número indicado.”

 

Ster achou graça de como pensaram que ela fazia parte do grupo de fãs. Valquíria ficou boquiaberta com a capacidade da companhia de localizá-la se ela nem morava mais em São Paulo. A carta veio em português correto, da forma mais inacreditável possível. Era porque tinham enviado para a casa de William Serrano, e Ster tinha passado na casa do tio e acabou descobrindo.

─ Aproveita sua chance Val. É uma pra nunca mais. Com chance de acontecer de uma em um milhão. ─ Ster tirava sarro.

Contrato aceito, sem dúvidas.


Notas Finais


Peço desculpas a possíveis erros porque eu revisei com um pouco de pressa depois de reescrever o cap hehe.
Eu disse que ficou chatinho né? A menos que vocês tenham sacado algo... "A ideia de Hiroito"

Bem. Se houver leitores novos, eu não mordo, adoraria um comentário!
Kissu! Até!


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