História De Fã para fã - Uma carta e muitas dúvidas

Aquela era uma conversa que não parecia ter sentido, e nem resultado, para todos ali. Exceto para o líder da banda, Kai.

─ Mas eu não estou entendendo o que você quer. Ela te deixou uma carta, e diz que não quer ficar com você. O que você quer? ─ Indagava Takanori

─ Eu sei que ela está aqui no Japão. Ela deveria ter ido embora. ─ respondeu Kai firme.

─ Olha, eu entendo como você deve estar frustrado Kai, mas... ─ Uruha, o guitarrista, dizia.

─ Kouyou, cala a boca. ─ Kai respondeu brusco ─ O que essa carta está dizendo não deve ser verdade! ─ Uruha olhou em direção a Takanori e suspirou.

─ Oe, não precisa falar assim, Kai! ─ Aoi já estava negativo e com os braços cruzados.

─ É a letra dela não é?  ─ dizia Reita, um tanto quanto indiferente.

Ignorando a pergunta, Kai falou novamente.

─ Eu e ela, todos nós. Passamos por vários hotéis, várias situações, as coisas estavam começando a dar certo... Não faz sentido. ─ A firmeza da voz de Kai foi se perdendo conforme falava  ─ Mas ela ainda está aqui, droga!  ─ ele pausou ─ Não era pra ela estar aqui.

─ Mas tudo foi muito rápido. Você não sabe se é verdade, podem estar mentindo. ─ Miyavi tornou a tentar acalmar os ânimos dos amigos.

─ Muita coisa está dando errado. ─ pausou ─ Yuu, a Stella deve te esperar lá. E Kou, a Lana, você disse que ela.

─ Não, não... ─ o sorriso breve de Aoi pareceu irônico ao responder. ─ A Stella, não vai me esperar. Mas eu, diferente de você Kai, não estou me lamentando porque não saiu como o planejado! ─ Aoi respondeu em um tom exaltado.

─ Sei que eu não eu não devia me meter pessoal, mas... todos estão nervosos. ─ Miyavi dizia ─ Calmos as coisas fazem mais sentido. Sinto muito por tocar no assunto, Kai.

─ Não... É só ─ ele pausou, bufou e olhou para os outros membros da banda ─ Eu apenas estou confuso por não saber. Não era pra nada acontecer assim.

─ Não sei porque está tão irritado, desgraçado. ─ Aoi resmungou a alguma distância.

─ Uma carta de ameaça Yuu. ─ sorriu de forma irônica ─ Descobri hoje também, mas eu falo depois.

Assentiram.

Kai levantou-se do banquinho de madeira que estava e seguiu Miyavi para onde havia uma cozinha improvisada. Beberia uma água gelada para se acalmar. Olhou o papel um tanto amassado em sua mão e o empurrou para longe através da bancada, até que o mesmo caísse no chão.

Miyavi  entregou-lhe o copo de água gelado empurrando-o levemente pela bancada. Seguiu a direção que ouvira o barulhinho do papel. Ele se perguntou se era aquilo que estava fazendo Kai ficar daquele jeito. No papel estava escrito à mão tudo no alfabeto mais simples do Japão, o simples hiragana. Indagou se podia ler e Kai assentiu com uma cara de poucos amigos. A carta era grande. Algumas palavras destacadas, por um maior espaço, lhe chamaram a atenção:

Kai no koto suki desu.  Demo... Otoko Kai no Oshiro no wa yori suki desu.

(Eu gosto do Kai. Mas... Eu gosto mais do homem atrás do Kai)

Kono tegami wa ai no tegami dewa nai.
Yurui kangae ga
Kotoba ni hon’yaku ♪

(Essa carta não é mais uma carta de amor.São pensamentos soltos)
Traduzidos em palavras)

Sayounara no tegami desu.

Kimi no tonari iru no koto hoshigaru dewa nai.

(É uma carta de Adeus.
Estar do seu lado não é mais meu desejo.

Watashi wa subete no koto ga shiru. Yuukkun

(Eu sei de tudo, Yukkun)