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História De Joelhos (Malec) - Eu sabia o perigo de estar com você.


Escrita por: coracoesvazios

Notas do Autor


Vamos ao capítulo ❤️

Capítulo 49 - Eu sabia o perigo de estar com você.


Fanfic / Fanfiction De Joelhos (Malec) - Eu sabia o perigo de estar com você.

MAGNUS

 

O som de água correndo me acordou de um sono morto. 

Estendi a mão para o travesseiro ao meu lado, sentindo nada além de ar. Claro que estava vazio. Estava quase sempre vazio nos dias de hoje.

Verificando meu telefone, eu gemi na hora. Quase três da manhã. Excelente.

Rolando para fora da cama, passei a mão pelo meu cabelo e cambaleei em direção ao banheiro principal. Abri a porta e pisquei contra a luz forte, esfregando os olhos. 

— O que você está fazendo?

— Nada. Volte a dormir. – Alexander disse, nem mesmo se incomodando em olhar para mim.

Ignorando sua dispensa, me aproximei. Ele estava vestido da mesma forma que estava antes, menos o paletó. Ele também havia tirado a gravata e aberto vários botões da camisa. As mangas brancas estavam enroladas em seus antebraços, o que era uma coisa boa, já que suas mãos estavam cobertas de sangue.

Eu respirei fundo e encontrei seu olhar no espelho.

Ele engoliu em seco antes de responder a minha pergunta não feita. 

— Não é meu. Pelo menos, acho que não. – Ele lavou as mãos sob a água e estudou seus dedos inchados. 

Havia alguns cortes, mas de jeito nenhum o sangue era todo dele. O que significava que outra pessoa teve uma noite de merda e foi tudo por causa dele.

Eu queria dizer a ele que não me importava de quem era o sangue... Que o que eu não gostava era que ele entrasse pela porta às três da manhã coberto de sangue de alguém, como se fosse apenas mais um dia em um trabalho sujo. Quer dizer, para ele era apenas mais um dia.

 

Mas esse era o tipo de trabalho que ninguém deveria ter, muito menos o homem com quem eu estava me relacionando. Se é assim que você chamaria essa coisa entre nós.

Uma vez que suas mãos estavam limpas, Alexander tirou suas roupas e as jogou na cesta para lavagem a seco, entrando no chuveiro sem olhar para trás.

Balançando a cabeça, voltei para a cama, embora estivesse oficialmente bem acordado.

Por um lado, a “promoção” de Alexander trouxe muitos benefícios. O apartamento de luxo, o salário, o prestígio. 

Mas a troca? Isto... Sem saber em que condição ele voltaria do “trabalho”, ou se ele voltaria para casa. Sem mencionar a ameaça sempre presente da policia e outros criminosos.

Não era como se eu pudesse dizer qualquer coisa, no entanto. De uma forma fodida, eu me beneficiei disso. Como Alexander... eu morava em um apartamento incrível sem pagar aluguel. 

Ele praticamente pagava por tudo, apesar do fato de eu ter trabalhos suficientes na música para gerar uma renda bastante estável. 

Sempre que eu me oferecia para pagar por qualquer coisa, ele ficava ofendido. Mas eu ainda não gostava disso.  

Era dinheiro de sangue. Literalmente. E não havia uma única coisa que eu pudesse fazer sobre isso.

Eu ainda estava acordado quando ele deslizou entre os lençóis, nu, sua pele quente e úmida do banho. Ele se aproximou, envolvendo um braço em volta de mim e me puxando contra seu peito. 

Arrepios se espalharam pelos meus braços quando ele acariciou a parte de trás do meu pescoço, acompanhado de uma expiração pesada, como se ele estivesse aliviado.

Estar envolvido nele despertou velhos sentimentos, para minha irritação. Apesar do fato de meu pau ter decidido acordar também, eu não estava com vontade. Não que isso importasse para ele. 

Assim como seu trabalho, o sexo era um tema tabu na residência dos Lightwood. Beijar era o máximo que ele estava disposto a fazer nesses dias e mesmo isso terminava abruptamente, geralmente com um ou ambos irritados e precisando de um banho frio.

— O que está errado? – ele murmurou contra minha pele, sua grande palma pressionada contra meu peito nu, bem sobre meu coração.

— Nada. – Mentira total, mas não valia a pena a discussão. 

Eu simplesmente não tinha energia esses dias. Gastava toda minha força para manter as coisas básicas, como higiene e fazer o meu trabalho. Ser animado o tempo todo era fodidamente exaustivo.

— Então por que seu coração está batendo tão rápido?

— Estou feliz em ver você.

— Você não me vê há quinze minutos.

— Bem, quando você vem para a cama nu, o que você espera? – eu rolei nas minhas costas para olhar para ele.

Cantarolando sua descrença, ele me beijou de qualquer maneira. Ele segurou o lado do meu rosto, enquanto sua língua passava pelos meus lábios em busca do minha. 

Não sei por que ele se incomodou.

Sem qualquer discussão, ele aparentemente decidiu fazer um voto de celibato após o meu ataque, me deixando frustrado e seco – mas então ele me beijava assim. E eu não deveria ficar excitado? Pouco provável. 

Era como se ele não confiasse em si mesmo, o que era absolutamente ridículo. Ele era uma das pessoas mais rígidas e disciplinadas que eu já conheci, exceto Azriel. Não havia como ele de repente “perder o controle” ou o que quer que estivesse o deixando tão preocupado.

Mentalmente, eu ainda não estava no clima. 

Fisicamente era outra história. 

Meu pau traidor ficou em total atenção com apenas meu short agindo como uma barreira entre mim e o pau já duro de Alexander. Um fato que também não significava absolutamente nada. Ele parecia não ter nenhum problema em nos dar aos dois bolas azuis com zero alívio à vista.

Bem, foda-se. Eu estava mais do que cansado de esperar que ele tomasse uma atitude.

Usando a velocidade a meu favor, rolei rapidamente, montando em seu colo e pegando seu rosto entre minhas mãos. Antes que ele pudesse falar, eu o beijei novamente, persuadindo seus lábios a abrirem com a minha língua.

Seus dedos cavaram em meus quadris, me segurando no lugar enquanto seu pau pressionava contra minha bunda.

Girei meus quadris, tentando criar mais atrito. O rosnado baixo na parte de trás de sua garganta veio um segundo antes de ele puxar sua boca para longe da minha.

— O que você está fazendo?

— Que porra parece? – Me inclinei para recuperar sua boca, mas ele virou o rosto. 

Implacável, eu alcancei seu pau. Ele agarrou minha mão em um aperto, não ao ponto de dor, mas definitivamente um aviso de que ele não estava brincando. 

Mesmo com a luz fraca no quarto, eu podia ver sua carranca enquanto ele olhava para o teto. Uma pontada doentia de rejeição me atravessou, ampliada por sua desculpa idiota.

— Está tarde.

— Faz três meses, Alexander. – Eu tentei declarar isso como um fato simples, mas saiu nítido com mais do que um pouco de raiva. 

Três meses desse constrangimento entre nós. Três meses desde que quase morri nas mãos dos homens que poderiam ser classificados como "colegas de trabalho" de Alexander. E três meses desde que ele quis ter algo a ver comigo nesse aspecto.

— O médico disse...

— O médico não disse nada sobre seu pau estar fora dos limites. Ok? – Saí de cima dele e voltei para o meu lado da cama, mas não me deitei novamente. Tesão e raiva não eram exatamente os melhores humores para tentar dormir. – E a última vez que verifiquei, meu pau estava bem também. Funcionando muito bem, como você pode ver.

Ele permaneceu frustrantemente silencioso, olhando para o teto em vez de ter uma conversa. Puta que pariu. Não era como se eu quisesse que ele me mostrasse sua maldita alma. 

Apenas queria que ele me desse uma pista de quando eu seria bom o suficiente para ele novamente, quando ele finalmente superaria o que quer que fosse seu maldito problema e voltasse ao jeito que as coisas costumavam ser. 

Mas ele faria isso? Ele diria algo disso? Não.

Jesus. Eu deveria ter sabido melhor, em todos os aspectos – deveria ter sabido melhor do que trazer isso à tona, deveria ter sabido melhor do que esperar algo dele além de um silêncio teimoso.

Jogando as cobertas para trás, saí da cama novamente e desapareci no armário. Quando voltei completamente vestido e com tênis de corrida, ele se sentou e acendeu a luz ao lado da cama. 

— Onde você está indo?

— Para uma corrida.

Gemendo, ele saiu da cama e foi para o armário.

— Eu não preciso que você venha comigo. – eu rebati, pegando meu celular do criado-mudo. – Vou ligar para Oleg se for um problema tão grande assim.

— Oleg se foi. – disse Alexander do fundo do armário.

— O quê? – Fiquei onde estava, olhando para a fileira de paletós, ​​esperando que ele reaparecesse. Quando o fez, ele também estava em roupas de corrida com uma expressão resignada. – O que aconteceu com ele?

— Ele se foi. – Alexander repetiu tão categoricamente quanto da primeira vez.

— Você quer dizer que você o matou. – Quando ele não negou, eu sabia, sem dúvida, que meu ex-guarda-costas estava em pedaços no fundo do Lago Michigan. Cruzando os braços sobre o peito, olhei para ele. – Foi um maldito acidente de carro, Alexander! Acidente! Eles nos atingiram! E eu nem me machuquei.

— Ele deveria ter sido um motorista melhor. – respondeu Alexander com um encolher de ombros. – Um motorista melhor não teria sido atingido. 

— Isso não está bem. – Parei antes de dizer qualquer outra coisa e saí do quarto. 

Pegando meus fones de ouvido do balcão da cozinha, eu alonguei meus passos quando o ouvi atrás de mim.

Consegui chegar à porta da frente e abri-la alguns centímetros antes que sua grande mão se estendesse ao meu redor e a fechasse. Como se fosse fazer um pouco de diferença, eu puxei a maçaneta novamente, esperando que talvez ele entendesse.

— Eu não sou mais seu maldito refém, Alexander! Me deixe sair. – Eu não olhei para ele, mas isso não significava que eu não estava ciente de seu olhar azul pálido enquanto queimava minha pele.

— Ele conhecia os termos. – disse ele, como se isso justificasse completamente o assassinato de um cara que não fez nada de errado.

— Sim? Eu também! – Virei meu rosto para ele, nem mesmo tentando esconder minha raiva crescente. – Eu sabia o perigo de estar com você. Tudo o que aconteceu naquele beco é por minha conta. Pare de descontar em todos os outros na minha vida, porra!

— Magnus. – Ele deu um passo para trás com um vacilo, como se eu o tivesse esbofeteado.

— Não. Eu sou o culpado, ok? O que aconteceu comigo? Minha culpa. Eu não dou a mínima para o que você, ou o terapeuta dizem. Eu não te escutei, porra. Eu me coloquei nessa situação. Mas você está andando por aí culpando todo mundo pela minha merda. Tem que parar.

— Eles não tinham o direito de...

— Chega. – No momento em que senti a pressão na porta diminuir, eu a abri novamente e enfiei meu pé na abertura para que ele não pudesse fechá-la. – Estarei na academia. Considerando que Azriel literalmente é o dono da porra do prédio, eu deverei estar seguro, você não acha?

O músculo em sua mandíbula flexionou, mas ele não disse nada enquanto recuava. Ele parecia tão chateado quanto eu me sentia. 

Eu sabia que deveria, mas não senti o menor arrependimento por ter brigado às três da manhã. Talvez se ele tivesse um emprego normal, poderíamos ter tido essa briga em um jantar como um casal normal.

Mas, novamente, não havia nada “normal” sobre a gente. Nunca houve e nunca haveria. Eu estava começando a me perguntar se ainda valia a pena. Se ele achava que eu valia a pena.

Enfiando meus fones de ouvido, saí pela porta e desci o corredor. Não precisei fechar a porta. Alexander fez isso por mim – a batendo com muita força.


Notas Finais


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