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História De Ponta-Cabeça - Dois Lados


Escrita por: TatyNamikaze

Notas do Autor


Olá! Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 10 - Dois Lados


Fanfic / Fanfiction De Ponta-Cabeça - Dois Lados

De Ponta-Cabeça

Capítulo Dez - Dois lados



Era um pouco depois do almoço, o treino de futsal havia acabado, e ele seguiu para o vestiário para tomar banho.

Sakura não o esperaria aquele dia, ela tinha que ir para casa fazer alguma coisa com a mãe, Sasuke não prestou muita atenção no que, pois precisou ir rápido para o refeitório.

Nos últimos dias, ele não arrumou confusão, estava se dedicando à mudança por mais difícil que fosse mudar realmente. Ele saiu à noite algumas vezes, pela janela como de costume, mas, diferentemente de antes, ele não aprontou. Sasuke apenas foi ver seus amigos na pracinha e aproveitou para andar um pouco de skate, o que já era um progresso para quem vivia aprontando.

As discussões em casa também haviam acabado, Fugaku, que sempre brigava com o mais novo por qualquer motivo, decidiu dar um voto de confiança ao garoto, vendo que ele estava mudando aos poucos, estava melhorando seu comportamento.

E Sasuke estava gostando disso. Sua casa nunca foi tão pacífica.

Ele enxugou o corpo ao sair do chuveiro do vestiário e, com a toalha na cintura, saiu do pequeno cubículo onde tomou banho. O vestiário estava vazio, como sempre, todos já tinham terminado os banhos e saído, até mesmo seus amigos, que disseram que não podiam lhe esperar naquele dia.

Sasuke pegou o uniforme no pequeno armário de metal destinado a ele, havia se esquecido de pegar uma roupa comum em seu guarda-roupa, portanto, teria que usar o uniforme mesmo.

Mas ele ia direto para casa mesmo, não era nada demais.

Vestiu a roupa e chegou em frente ao espelho. Os cabelos estavam ensopados, entretanto, ele não se importou, apenas bagunçou-os. Já pronto, o Uchiha pegou a mochila jogada no canto, colocou em um dos ombros e rumou para a entrada do vestiário, onde, por pouco, não chocou-se contra uma pessoa.

Os olhos do Uchiha seguiram para a figura a sua frente, e ele suspirou, cansado.

— Já está indo, Uchiha? — a voz de Gaara chegou aos seus ouvidos, entretanto, o garoto não deu atenção, apenas fez menção de cruzar a porta.

Porém, Gaara bloqueou seu caminho.

— Você de uniforme, muito engraçado isso. — debochou enquanto passava pelo moreno e entrava no local.

Sasuke sentiu o sangue ferver, Gaara tinha o poder de tirá-lo do sério facilmente. O Uchiha virou-se e olhou para o ruivo dentro do vestiário.

— Vai se ferrar. — esbravejou.

Esses dias de paz entre os dois estavam muito bons para ser verdade, era óbvio que não duraria.

Gaara riu das palavras do garoto.

— Nunca pensei que te veria de uniforme, Uchiha, o que foi? Seu papaizinho ameaçou te castigar? — provocou, e Sasuke sentiu o sangue entrar em ebulição.

Esse ruivo era o demônio.

— Cuide da sua vida, imbecil. — Sasuke disse e virou as costas, porém parou ao ouvir o garoto:

— Está fugindo? — Gaara comentou, dando passos em direção ao capitão do time. — Está amarelando? — parou frente a frente com o moreno, ambos se encarando. — Está com medo, Uchiha?

Se entrassem em uma briga ali, ninguém os impediria, afinal, estavam sozinhos naquela área, e Sasuke também sabia que era páreo, já que era muito bom com lutas.

Medo, o Uchiha não tinha.

Na verdade, medo era uma palavra que não existia em seu vocabulário. Ele nunca amarelava, nunca fugia.

Mas agora era diferente.

— Não vou cair em suas provocações, Gaara. — Sasuke disse, dando um passo atrás e sorrindo debochado. — Tenho mais o que fazer.

Deu as costas ao garoto, começando a caminhar.

— Você está é com medo, Uchiha. — comentou Gaara, com um tom mais alto devido à distância.

Estava afim de descontar toda a sua raiva no Sasuke, odiava aquele garoto exibido com todas as forças e sabia que não havia hora melhor do que aquela, afinal, ninguém veria. Não arrumariam confusão com o diretor.

— Medo seria a última coisa que eu sentiria de você, Gaara. — Sasuke respondeu sem olhar para trás. — Você não assusta nem criança, quanto mais a mim.

E virou no corredor, deixando o ruivo cuspindo fogo para trás.

Foi difícil controlar a raiva pelo garoto e como foi. Sasuke até mesmo ponderou sobre a briga, ninguém veria, ele podia dar um socos naquela cara, não é mesmo?

Não, ele não podia.

Sasuke disse que mudaria, não adiantava fazê-lo apenas em casa. Essa mudança incluía seu comportamento na escola, ou seja, incluiria uma trégua entre ele e o ruivo imbecil.

E era isso que ele faria.

Não importava o quanto Gaara lhe provocasse, ele não cairia na provocação. Sasuke não se deixaria levar pela raiva.


. . .


Era noite, e, como das outras vezes, Sasuke saiu de casa. Seus amigos e ele haviam combinado de passar as horas jogando videogame na casa do Naruto, e foi para lá que ele fora e sem avisar os pais como sempre fazia.

A noite foi se arrastando conforme os jovens jogavam os mais diversos jogos: de corridas, de tiros, de lutas e muito mais, e comiam os sanduíches que dona Kushina preparou para eles. Foram horas de diversão, estavam tão distraídos que nem prestavam atenção no tempo.

— Já estou ficando com sono. — Juugo reclamou depois de perder uma corrida e ceder a manete para o Uchiha.

Agora, era Sasuke contra Suigetsu.

— Calma, são só quatro da manhã, e é sábado mesmo. — Naruto disse sem tirar os olhos dos dois competidores. — Não acredito que vai perder, Sasuke! — comentou, indignado.

— Vai se ferrar, Naruto! — Sasuke disse de volta, acelerando o máximo que podia para ultrapassar Suigetsu e os outros dois corredores que havia passado por ele.

E conseguira, obtendo a dianteira.

— Mas, voltando, Juugo, você pode ficar aqui, tem colchão sobrando, só tem que colocar no chão. — Naruto sugeriu.

— Eu também vou ficar. — Suigetsu se convidou sem nem saber se podia, mas já estavam acostumados com isso.

— Tudo bem, só que vai ter que dormir no sofá. — o loiro respondeu enquanto tomava a manete da mão do garoto, visto que ele havia perdido a partida para Sasuke. — E você, Sasuke?

— Vou para casa. — ele respondeu enquanto dava início à mais uma partida. — Só mais essa, e vou embora.

— Tem certeza? Está tarde. — Naruto comentou, era bem tarde, de fato.

— É tranquilo. — Sasuke deu de ombros, não possuía medo.

A corrida iniciou-se, Sasuke estava na frente e manteve-se assim por duas voltas, até que, na última, pouco antes da linha de chegada, Naruto lhe ultrapassou.

O loiro cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, e Sasuke bufou, irritado. Odiava perder.

— Vou indo. — lançou a manete para Juugo. — Até amanhã.

Caminhou em direção à porta.

— Você vai na festa do Kimimaro hoje à noite, não é? — Suigetsu perguntou, só para conferir. Era óbvio para ele que Sasuke iria.

— Vou. — respondeu apenas isso, não havia porque falar que ia acompanhado, não era?

— Certo, até mais tarde, Sasuke. — Naruto acenou sem olhar para ele, estava iniciando outra corrida.

O Uchiha saiu pela porta e, imediatamente, sentiu a corrente de ar fria daquela hora, arrependendo-se por estar usando apenas uma fina blusa de mangas compridas por cima da camiseta.

As ruas estavam bem escuras, os postes de iluminação não clareavam muito por onde passava, porém ele não se importava. Naruto não morava muito longe de sua casa, eram apenas cinco minutos de caminhada.

Logo, a residência do Uchiha apareceu no campo de visão de Sasuke e ele seguiu até lá. A luz da sala estava acesa, o que ele estranhou, entretanto, ainda assim, ele não quis entrar pela janela, era melhor ir pela porta mesmo. Mas, com certeza, receberia um sermão dos pais pela chegada tardia.

Com a sua cópia da chave, Sasuke abriu a porta, encontrando sua mãe de pijama e andando de um lado para o outro enquanto Itachi e Fugaku estavam sentados no sofá. O irmão estava com o celular na orelha, provavelmente, ligando para alguém.

— Voltei… — Sasuke comentou, baixo e estranhando encontrar todos ali.

Era hora do sermão, ele sabia.

Respirou fundo.

— Graças a Deus, você apareceu. — Mikoto o abraçou forte, deixando o menino sem reação. — Nunca mais faça isso, está ouvindo? — esbravejou quando soltou-o.

Sasuke estreitou os olhos.

— Você sabe que eu saio à noite, não é a primeira vez, por que toda essa preocupação? — ele perguntou, confuso.

— Já são quase cinco da manhã, Sasuke. Não é hora de chegar em casa. — foi Itachi que respondeu, o celular já estava jogado sobre a mesinha de centro. — Tentei te ligar umas dez vezes.

Respirou fundo. De fato, Sasuke não chegava esse horário, o máximo que ficava fora de casa era até as duas, mas havia perdido a noção do tempo.

— Meu celular descarregou. — respondeu o caçula, dando de ombros.

— E por que não ligou de algum outro celular? E o que fazia que demorou tanto assim? — definitivamente, dona Mikoto estava brava e preocupada, já Fugaku decidiu não intervir, deixaria a esposa conversar com o garoto dessa vez, talvez fosse melhor, afinal, se o fizesse, acabaria brigando com o filho de novo.

— Eu perdi a noção do tempo, estava na casa do Naruto, jogando videogame. — respondeu, o que serviu para deixar Mikoto mais tranquila.

Pelo menos, o mais novo não estava arrumando confusão.

— Certo… — ela comentou, mais aliviada. — Mas, por favor, não faça mais isso. — pediu enquanto caminhava pela sala. — Eu fiquei preocupada, acordei para beber água e não te vi no seu quarto… — colocava a mão na face e, vez ou outra, passava no cabelo, a fim de acalmar-se. — Não saia sem avisar assim, Sasuke, por favor.

E foi aí que Sasuke percebeu o efeito que suas ações tinham. Ele nunca havia parado para pensar na preocupação, na verdade, ele só pensava na raiva de seus familiares por causa dos problemas causados, mas não nesse sentimento.

E ele sentiu-se culpado por isso.

— Desculpa, mãe. — pediu pela primeira vez, e era sincero.

Pela primeira vez, ele via que estava totalmente errado.

— Não vai mais acontecer, eu prometo.

Mikoto via a sinceridade através dos olhos do filho pela primeira vez também e sorriu em seguida. De fato, seu filho estava mudando, ela via.

— Certo, vou confiar em você. — ela respondeu antes de abraçá-lo de novo e, agora, ele retribuiu, sorrindo de leve.

Os olhos ônix dele pararam nas duas figuras mais altas, ambas de pé olhando para ele e a mãe, e Sasuke não viu a mesma expressão expressão de sempre nos semblantes, pelo contrário, as expressões eram leves.

Sorriu bem de leve de novo, antes de sentir a mãe soltá-lo.

— Agora vamos dormir porque já está quase amanhecendo. — Mikoto disse, e os outros concordaram com acenos.

Sasuke foi o primeiro a subir depois de acenar e entrou em seu quarto, caindo logo na cama em seguida. Estava exausto.

Foram poucas horas de sono, as vozes no andar de baixo o despertaram e ele resolveu levantar-se, afinal, não conseguiria dormir de novo. Trocou de roupa, optando por uma calça jeans rasgada e clara e uma camisa do Iron Maiden, lavou o rosto no banheiro no fim do corredor e desceu as escadas.

Ele podia ouvir as vozes que vinham da cozinha, seus familiares pareciam conversar sobre a faculdade de Itachi. Andando devagar, o Uchiha seguiu para o cômodo e sentou-se na cadeira vazia de frente para o irmão.

— Bom dia. — cumprimentou no seu tom de sempre.

Itachi, Mikoto e Fugaku o cumprimentaram de volta e voltaram a conversar. O clima estava bom, ninguém comentou nada sobre o ocorrido de horas atrás, o que era estranho. Mas a verdade era que os adultos não estavam bravos, eles decidiram acreditar nas palavras do mais novo.

Sasuke começou a comer suas torradas e a beber o suco de laranja que a mãe havia preparado.

— Como anda na escola? — Fugaku perguntou do nada, atraindo a atenção de Sasuke para si, o qual lhe olhava meio atônito enquanto largava a torrada no prato.

Era a primeira vez que seu pai perguntava pela escola.

— Vai bem… — respondeu Sasuke, ainda meio perplexo.

— Hm. — Fugaku resmungou. Ele via que Sasuke parecia estar tentando mudar, o que lhe fez lembrar-se da última discussão deles e das palavras do filho...


— E qual o problema em eu ser eu mesmo? Você sempre me compara com ele, eu já estou cansado disso.

— Pararia de comparar se você não arrumasse tantos problemas, mas você não faz por merecer.

— Eu nunca faço, claro, nunca fiquei em primeiro lugar nas provas da OHS seis vezes seguidas como Itachi ou tenho as melhores notas da classe como ele tinha na minha idade, não é? Eu nunca faço nada de bom, não é? Só arrumo problema!


O errado nunca foi apenas o Sasuke, Fugaku via isso agora. Ele tinha errado muito com o filho também, talvez, não devia ser apenas o mais novo a mudar.

Fugaku também devia.

E ele começaria isso agora.

— E as notas? — perguntou.

Sabia que era uma pequena e simples atitude o que estava fazendo, porém já era um grande passo para iniciar uma mudança. Aos poucos, ele sabia que conseguiria e que, por conseguinte, a convivência em casa seria melhor.

— Ótimas. — Sasuke respondeu.

Era estranho demais aquela conversa para ele, mas Sasuke tinha que admitir que estava gostando daquele diálogo pacífico para com o pai.

— Acho que dá para fechar a primeira etapa com nota máxima em quase todas as matérias. — completou e sentiu-se feliz quando viu um sorriso discreto nos lábios do pai.

— Isso é excelente, filho! — Mikoto elogiou, e Sasuke apenas sorriu de leve antes de voltar a comer.

O silêncio perdurou após isso, mas não um silêncio incômodo, era confortável, e Sasuke estava se sentindo imensamente bem.

Era estranho, mas bom.

— Posso ir na festa do Kimimaro hoje à noite? — o Uchiha mais novo perguntou de repente, o que fez seu pai olhá-lo meio atônito.

Ele ouviu a promessa que parecia sincera mais cedo, mas, ainda assim, não acreditava que Sasuke o faria. Pelo menos, não tão cedo.

Fugaku olhou para a esposa brevemente, que lhe sorriu fraco, orgulhosa e, em seguida, voltou a observar o filho mais novo, que estava agindo extremamente diferente de antes.

Mudança essa que o mais velho estava gostando e esperava que durasse.

— Pode… — Fugaku respondeu.

Seu filho estava demasiado diferente em sua frente, talvez, devesse lhe dar um voto de confiança, não? Isso também ajudaria em sua própria mudança, seria mais um passo para se tornar um novo pai.

Um pai melhor para aquele que estava determinado a ser um filho melhor também.

— Desde que não beba, fume ou use outras drogas. — exigiu.

E pensou que o filho lhe retrucaria com alguma coisa, porém ele apenas lhe resmungou uma monossílaba:

— Hm.

Resposta essa que Fugaku considerou como um sim.

Sasuke voltou a comer calmamente e em silêncio após resmungar, porém, embora não mostrasse, estava feliz com o que aconteceu ali.

Pela primeira vez.

É, parece que as coisas estavam mudando...


Notas Finais


E então? Gostaram?
Beijinhos e até o próximo.


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