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História De quem você menos espera - Capítulo 5 - Diversão


Escrita por: divergentmars

Notas do Autor


Boa leitura, meus amores.

Capítulo 6 - Capítulo 5 - Diversão


Fanfic / Fanfiction De quem você menos espera - Capítulo 5 - Diversão

Tinha feito uma seleções de filmes para assistir naquele sábado. Perambulei entre a Netflix, Amazon, HBO, até achar os que me prendessem atenção. Fazia carinho no meu gato enquanto assistia os filmes. Chorei com romance e passei nervoso com um filme de suspense, onde fui obrigada a tirar antes que eu tivesse um ataque de pânico, muito comum após o ocorrido. O filme era antigo, com a Angelina Jolie, ela era a protagonista e falava sobre um psicopata que estava a solto no Canadá.

Ando até a cozinha levando meu prato para fazer mais um lanche. Sim, comer, comer, comer e não engordar, essa é uma das minhas características maiores. Aproveito para checar meu celular. Há uma mensagem.

“Oi, sai do serviço agora, hoje não consegui parar para olhar o celular. Espero que esteja melhor do machucado.”

Hoje mais cedo a polícia havia vindo aqui enquanto eu estava no hospital. Cheguei quando eles estavam saindo. Me informaram que a queixa foi da minha vizinha, a velha rica que vive sozinha, assim como eu. Quantas histórias diferentes não devem ter naquela vizinhança. Expliquei a situação sobre meu gato e pedi desculpas pelo tempo que perderam ali.

Sorrio com a mensagem. Sei que nós dois nem poderíamos estar nos falando assim e que isso pode gerar confusão, mas ninguém estraga o que ninguém sabe, e também, eu me sinto solitária, e sempre fui uma pessoa carente de atenção. Dinheiro não compra tudo.

“Muitas horas trabalhadas, deve estar cansado. Vou deixar você descansar. Obrigada, mais uma vez, pela preocupação de hoje.”

Pego algumas torradinhas secas e uma geleia para passar nelas. Um copo de suco de laranja e já estava perfeito. Saio cantando até a sala e pensando em qual filme seria melhor assistir. Meu celular vibra em cima da mesinha de centro segundos depois que o largo ali.

“Na verdade estou indo me arrumar para sair. O que fará nesse sábado chuvoso?”

Ele estava puxando assunto comigo, finalmente iria ter alguém com quem conversar. Respondo, pensando que não deveria colocar que não irei fazer nada para ele não me achar doida, alucinada e sozinha. Reescrevo a mensagem diversas vezes antes de enviar.

“Estou em casa assistindo filmes, todas as pessoas mais próximas já possuem compromissos.”

“Se você quiser, vou ir num bar com mais um casal de amigos... Está convidada.”

“Não vai ficar ruim pra sua imagem?”

Respondo com essa pergunta, mas na verdade já estava me empolgando com a ideia de fazer algo diferente do que estar sozinha o tempo todo com meu gato.

“Eles não são da polícia.”

Comemoro silenciosamente e agradeço por estar fazendo algo diferente de nada no final de semana. Deixo todas as coisas sobre a mesinha de centro e corro para o meu quarto. Abro a previsão do tempo e está dizendo que irá fazer um pouco de frio. Já estava até esquecendo-se de responder ao Bruno.

“Então eu irei. Onde será?”

Todas as roupas que estão no meu closet me lembram do Chord. Minha alegria aos poucos se esvai. Pego um vestido preto que usamos em uma comemoração de aniversário, onde fomos até um iate alugado e passamos a noite. Balanço a cabeça, deixando uma onda de tristeza entrar em mim. Passo os olhos pelas outras roupas: vestidos, camisas, pijamas, sapatos... Tudo o que eu tinha me lembrava ele. Aperto o vestido contra meu peito e permito que uma lágrima caísse sobre ele.

Um dos sapatos me chama a atenção, uma sandália que comprei quando ainda estávamos noivos. Usei-a pela primeira vez quando fomos viajar para Los Angeles.

Pego uma calça jeans azul escura, a sandália, uma camisa que compramos em um festival onde tem alguns trechos de musicas famosas e uma jaqueta de couro.

“Vamos em um bar no Queens... Não se preocupe, o lugar é seguro.”

Rio, ele realmente está achando que eu nasci em berço de ouro?

“Você não me conhece mesmo, Hernandez. Em qual rua e qual horário?”

“Realmente, não conheço. Vamos na Kissena esquina com a 59th. Irei sair de casa daqui uns quarenta minutos.”

“Em uma hora chego lá”

Tomo um banho rapidamente e me visto para ir de encontro com o Bruno e seus amigos. Passo um rímel nos cílios e um batom mais clarinho e por cima da blusa ponho uma jaqueta de couro. Nunca fui de usar maquiagens pesadas, meu rosto é pequeno, assim como meu corpo, e quando peso a mão na maquiagem, acabo ficando com muita informação o que não favorece meu rosto.

Pego uma bolsa pequena que suporte as chaves, celular e carteira. Penso que poderia ir de carro, mas provável que irei beber, então pedirei um Uber. Ando alguns passos com a sandália e meu machucado no pé começa a incomodar. Droga! Tinha ficado uma roupa tão legal.

Abro meu closet na procura de outro sapato, um que seja mais confortável e sem salto. Massageio o pé sentada no pequeno sofá enquanto olho para as opções que tinha na minha frente. Como sempre peguei o velho e bom Vans. Dei uma olhada no machucado e o cobri novamente com a atadura que o médico fez.

Isso me fez lembrar o buraco que está na janela. Quando sai do closet, olhei para a janela com vidro quebrado que agora está tapado com a persiana. Balanço a cabeça em reprovação a minha atitude, mas eu não consigo controlar essas coisas. Minha mãe diz que eu não preciso de terapia, e sim de igreja. Obviamente eu não vou a nem um, nem no outro.

Pego minha bolsa novamente, checo meus pertences e peço meu carro. Vou o caminho todo até o lugar aonde íamos nos encontrar pensando que é um pouco de loucura me encontrar com ele desta forma. Duas semanas atrás eu nem o conhecia.

Desço do carro já pegando o celular para mandar uma mensagem pra ele.

- Hey! - Ouço um chamado e olho para os lados. Bruno está ao lado de um casal e mais um homem. Ando até ele com um sorriso.

Foi engraçado, nós não sabíamos como nos cumprimentar. Ele foi com um aperto de mão, eu fui num abraço, ele então foi para o abraço e eu fui para o aperto de mão. Nós dois rimos e seus amigos também.

- Tudo bom? - Pergunto brevemente. - Olá. - Aceno lentamente no ar e recebo um coral de cumprimentos.

- Pessoal, essa é a Shelby. - Ele aponta pra mim. - Esses são August, Claire e Kevin.

- Prazer, gente.

- Garota, eu amei a sua camisa. - Claire meio que aponta para a minha camisa com um copo de bebida na mão. - Hendrix.

- Sim, eu também amo ela.

- Passa o nome da loja depois.

- Comprei ela num evento. - Torço os lábios e ela também. - Mas fique a vontade caso queira emprestada.

- Então tira aí. - Eu fiquei por momentos tentando entender o que ela disse, mas todos riram e então eu ri também. Depois caiu a ficha que era apenas uma brincadeira. Acho que não estou acostumada com brincadeiras de amigos que saem para beber. Minha amiga está casada, sai de vez em quando comigo. Minha irmã é casada também, e tem os seus afazeres.

- A hora que vocês quiserem entrar, avisem. - Kevin se afasta de nós, atendendo o celular.

- Você quer?

- O que é isso? - Questiono.

- Vermute.

Balanço a cabeça negativamente e faço uma careta quando a fumaça do cigarro vem no meu rosto.

- Você fuma? - Bruno me pergunta, seguido de abrir a sua carteira de cigarro.

- Já fumei, muitos anos atrás. - Não fazia ideia de que ele fumava.

O cigarro foi meu vício de adolescente. E a bebida também. Fui uma adolescente rebelde demais e cigarros e bebidas fazem parte do pacote. Não demorei muito para me afastar do cigarro, e nem foi tão difícil. Ainda bem.

Nós ficamos na rua até eles terminarem seus cigarros. Quando entramos no bar, eles já tinham até uma mesa preferida. Nela tinha uma iluminação que descia bem próximo a mesa. Lugares que formavam um U em volta da mesa. Reparei bastante na decoração do local, tudo parecendo antigo, mas muito confortável. Há mesas de sinuca no meio do local e duas máquinas caça-níquel num canto. Um lugar bem diferente do que eu frequentaria com Chord.

Pedimos bebidas e conversamos um pouco, quer dizer, eu demorei um pouco para conseguir me enturmar no assunto. Eles falavam algumas coisas que eram mais entre eles, aí quando perceberam, começaram a questionar coisas sobre mim. Momentos depois eles levantaram para jogar.

- Você está bem? - Bruno me pergunta, quando fica apenas eu e ele na mesa.

- Estou sim. - Balanço a cabeça, mesmo com ela apoiada na minha mão.

- Se não estiver confortável, eu entenderei.

- Estou bem confortável, só com receio de falar coisas sobre mim e seus amigos me acharem uma rica, metida e nojenta.

- E você não é? - Ele solta uma gargalhada.

- Vá a merda, Hernandez. - Toco um pacotinho de sal que está no centro da mesa.

- Estou brincando. - Ele levanta as mãos. - Eles não vão achar isso de você.

- Fiquei com vergonha de dizer o que eu fazia no trabalho, onde moro, essas coisas. - Dou de ombros.

- Hey. Não se sinta reprimida. Seja o que você é. - Bruno toca a minha mão e eu sinto algo estranho, como um arrepio.

- Obrigada. - Puxo minha mão esquivando do seu toque.

- Vocês vão jogar? - August chega um pouco mais perto para perguntar, com um taco em mãos.

- Vamos? - Ele olha para mim e pergunta.

"Seja o que você é". Isso que eu devo ser, quem eu sou. Passo os dias em casa querendo ter amizades e com quem fazer alguma coisa, e agora eu tenho a oportunidade. Não posso amarelar. Balanço a cabeça positivamente, pondo um sorriso no rosto.


Notas Finais


Sei que o capítulo está morno, mas na minha concepção será crucial mostrar a evolução dessa relação... Me falem o que acham.
Obrigada por estarem lendo, e meu muitíssimo obrigada a quem está comentando também. Vocês são de ouro.
Volto em breve. <3


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