História De Repente, Pais. - Lee Taeyong. - HIATUS. - 03. Apoio, Pensamentos Estranhos E Descobertas.

(P.O.V Taeyong) ❃Sala❃

❀Domingo❀

✾16:40✾

Passei a mão no rosto, querendo matar aquela tal de Kyung Mi.

Como é que ela sai e deixa uma criança assim?

Será que Jeno realmente não fala? Ou tem medo?

Ele anda? Desde que chegou, só pepgo o garoto no colo, tenho que ver isso.

Cadê a Fernanda também? Porra, demora do caralho.

- 'To aqui. - Soltei um grito.

Extremamente fino, por sinal.

- 'TÁ LOUCA, GURIA? QUE SUSTO! - Coloquei a mão no peito. - Sabe ler mentes agora? - Franziu a testa e se sentou ao meu lado.

- Da onde tirou isso?

- Sei lá, tu é estranha.

- Me erra, rapaz. - Prendeu o cabelo. - E então, o que vai ser? - Suspirei e olhei para os meus pés.

- Eu... Eu... - Fechei os olhos. - Vou ficar com ele... - Silêncio... - Só até saber se... Jeno é realmente meu filho. - Essa casa nunca ficou tão quieta. - Aigoo... Diga al-

Parei de falar ao sentir seus braços ao redor da minha cintura e sua cabeça em meu ombro.

- TY... Pode contar comigo, ok? - A olhei. - Independente do que acontecer, do que decidir, vou te apoiar. - Pisquei algumas vezes. - Quero retribuir tudo o que já fez por mim.

Nossa... Nunca vi Fernanda falando coisas assim.

- Fernanda... - Me olhou nos olhos. - Obrigado... Por... Estar aqui agora... - Sorriu fraco. - Se não estivesse aqui... Eu não ia saber o que fazer... - Mordi o lábio inferior.

- Sempre vou estar aqui, TY.

Isso 'tá tão estranho...

Mas... Pela primeira vez...

Eu gostei...

Muito esquisito isso, gente.

- Que bom. - Sorri.

Fiz algo que nunca imaginei fazer na vida.

Retribui o abraço.

Fernanda tem o cabelo cheiroso.

E macio.

Estou nas nuvens.

Nossa...

Não sabia que abraçar ela era tão gostoso.

Vou fazer mais vez-

Que porra 'tá acontecendo?

Ih, sai de mim.

Te orienta, Lee Taeyong.

- É... - Cocei a garganta e me afastei. - Como vamos fazer?

- O que?

- Jeno não pode ficar sozinho.

- Bom... - Pareceu pensar. - Tu fica com ele de manhã, enquanto estou na faculdade e eu fico de noite, enquanto tu trabalha.

- E o teu trabalho?

- Que trabalho? - Franzi o cenho. - Ah! O meu trabalho... - Coçou a garganta. - É... Eu... Estou de férias.

- Entendi. - Férias? Ela não me disse nada... Hm...

- Podíamos colocar ele na escolinha, assim não tem perigo.

- Verdade. - Me levantei. - Amanhã vou agendar esse teste.

- Tudo bem. - Umideceu os lábios. - Nono é tão fofo, não acha?

- Realmente.

- Se parece contigo. - A olhei.

- É... - Passei a mão no cabelo. - Precisamos comprar coisas saudáveis para esse menino.

- Agora?

- Desde que chegou, só comeu porcaria.

- Salada de frutas e pipoca não é porcaria.

- É sim.

- Não acha melhor comprar amanhã?

- É... Melhor mesmo.

- Mas falando em comer... - Juntou os lábios.

- Fernanda, tem que aprender a cozinhar, sabia?

- Mas eu est-

Parou de falar e colocou a mão na boca.

Medo dessa garota aqui hein.

Acho que tem algo rolando viu...

Hm...

Suspeito.

Depois vou dar uma de detetive e investigar.

Chupa CSI.

...

Ok, isso não fez sentido.

ENFIM.

Vamos só dar continuidade aqui, por favor?

Obrigado.

- Vou lá fazer algo. - Me virei. - Mas só porque estou com fome também.

- Tu é um amorzinho, TY.

- Sei disso. - Joguei meus cabelos imaginários e andei até a cozinha. - Vejamos...

~No outro dia~ ❃Sala❃

❀Segunda-feira❀

✾09:54✾

Estou aqui na cozinha, preparando algo para Jeno, enquanto ele está na sala, vendo desenho.

Gente, esse garoto é muito quieto.

Não fala nada, só balança a cabeça.

Ele é muito bonzinho e obediente também.

Ou talvez esteja assustado com tudo, tenha medo de fazer as coisas e levar xingo.

Podia ser assim na casa dele, né?

Mas estou fazendo de tudo para acalmá-lo, para deixá-lo confortável.

Dei até um ursinho da Fernanda para ele. Espero que ela não se importe.

O que?

Eu não tenho urso.

Ok... Tenho...

Mas sou apegado demais na pelúcia.

Desculpa sociedade, mas o nome do panda é Chico.

ENFIM.

Ao terminar a comida, coloquei num pratinho, arrumei bem caprichado.

Olha que lindo.

Bem melhor que os pratos daquele programa culinário.

Como é o nome...?

Hm...

MASTER CHEF! ISSO!

Bem melhor.

Se eu fosse participar, com certeza ia ganhar.

Sou foda né, senhoras e senhores.

Os jurados iam babar nas minhas comidas. Não iam achar nenhum defeito.

Iam até me usar de exemplo.

Como na escola.

Olha aí, me perdi de novo.

Caralho viu.

Não consigo nem ter foco em nada, certeza que ia queimar os pratos todos.

Do jeito que sou aéreo, não duvido nada.

ENFIM.

Tenho que levar comida para o menino, gente.

Ele deve estar morrendo de fome.

Caminhei para a sala, mas, antes de colocar os pés nela, pude ouvir uma vozinha.

A voz de Jeno.

EITA.

Bora espiar, Brasil.

Vem comigo.

- 'Sela que... Mamãe vai voltar? - Com quem ele 'tá falando, Jesus Cristo.

Se bem que eu também falo sozinho ás vezes...

- Ele fala? - Tipo agora.

Na real, não estou falando sozinho, estou falando com vocês...

Que...

São os...

QUEM SÃO VOCÊS?!

Por que estão aqui?

Foco no Jeno, Taeyong, FOCO!

Continuando aqui, por favor.

- 'Pu que... Mamãe não gosta de mim? - Meu peito doeu. - 'Xou um menino mal? - Fungou. - Mas eu fazia tudo 'dileitinho... 'Sela que... Eles... Vão... Me machucar? - Pisquei algumas vezes.

O que aquela mulher fazia para Jeno?

Uma vaca mesmo.

Traumatizou o guri.

Palhaçada isso hein.

Ele não fez nada 'pra ela.

Se estava com raiva, devia descontar em mim.

Já que eu sou o suposto pai da criança.

Ainda bem que não posso bater em mulher, se não já tinha dado três tapas na cara daquela sem sal.

Água de salsicha.

- 'Xaudades de casa... - Me aproximei.

- Jeno... Você... Fala? - Me olhou assustado.

- 'Diculpa... Eu... - Se encolheu. - Não 'quelia 'atlapalhar... - Ele estava com os olhinhos cheios d'água.

Ai, que dó.

Realmente estou preocupado com a criação que aquela mulher deu a Jeno.

- Ei... - Me agachei.

- 'Pui favor... Não me bate. - ELA BATIA NELE? COMO ASSIM?! SÓ PORQUE ELE FALA?! QUE TIPO DE MONSTRO ELA É?!

EU NÃO VI-

Calma, eu 'to gritando.

Desculpa.

Vamos de novo.

Eu não vi nenhuma marca no corpo dele, na hora do banho.

- Nono... - Coloquei o prato na mesa. - Ei... - Passei a mão em seus cabelos. - Eu não vou bater em você, ninguém vai, meu anjo. - Fez biquinho, deixando as lágrimas caírem. - Não chore, ok? Ninguém vai te machucar.

- Não?

- Claro que não. - Fungou. - Eu prometo que não vou deixar ninguém te machucar, 'tá bom?

- Verdade? - Estendi o mindinho.

- Verdade verdadeira. - Juntou os nossos mindinhos.

- 'Jula 'juladinho?

- Juro juradinho. - Sorri. - Vem cá, vem... - O puxei para um abraço.

Jeno passou os braços ao redor do meu pescoço, me apertando.

Que abraço gostoso.

Me lembra do abraço de Fernanda....

Ai, credo.

Por que estou pensando naquela menina?

Que saco.

Foco no Jeno!

Gente... Isso cortou o meu coração.

Por isso ele se fingia de mudo...

Sinto que mesmo sendo novo, já sofreu bastante.

Acho que o que ele mais precisa agora, é conforto e carinho.

E estou disposto a fazer isso por ele.

Vai ser difícil? Muito.

Não faço idéia de como cuidar de uma criança.

Mas tudo bem, eu dou conta.

Sou Lee Taeyong né caralho.

Sou foda.

E... Também... Tenho... Fernanda do meu lado.

...

Ok, esquece que eu falei isso.

- Posso falar sempre? - Se afastou e subiu no sofá.

- Pode sim. - Me levantei. - Pode ser o mais tagarela da casa. - Sorri. - Até mais que a noona Nanda.

- A noona é muito legal.

- Ela é estranha. - O entreguei o prato.

- Hyung, vocês 'namolam? - Comecei a tossir.

Que idéia é essa, Brasil?

Guri doido mesmo.

...

Hm. 

- Não. - Meus olhos ficaram trêmulos.

- 'Pui que?

- Porque... Eu... Não gosto dela.

- 'Pui que?

Ai, não.

- Fernanda não faz o meu tipo.

- 'Pui que?

- Como está a comida?

- 'Gotosa. - Sorriu.

- Vou pegar um suco 'pra ti. - Saí da sala.

Da onde ele tirou isso?

Namorar a Fernanda? Impossível.

Quem é que atura?

Vai morrer sozinha, coitada.

Ok... Talvez não.

MAS ENFIM.

Comigo é que não vai ter um relacionamento sério.

- Namorar a Fernanda... Que piada. - Ri sem humor. - Nunca na minha vid-

- Hyung, t-

- AAAAAAAAAA! - Coloquei a mão no peito. - Que susto, Jesus amado... - Tombou a cabeça para o lado.

- 'Diculpa...

- 'Tá tudo bem, carinha. - Sorri, mesmo estando com o cu na mão. - O que aconteceu?

- Tem alguém na 'poita.

- Ah, eu... Vou lá atender. - Peguei um copo de plástico e coloquei suco, logo o entregando. - Pode voltar a comer, Nono. - Sorriu e voltou para a sala.

Passei a mão no cabelo, ainda assustado com a aparição repentina do menino.

Andei até a porta e a abri, vendo Jaehyun, vulgo meu melhor amigo.

- J-

- Caralho, que bom que está em casa! - Me abraçou. - Puta merda, tu n-

- Jaehyun! Que feio! Falar palavrão é muito feio, sabia? - Olhei de relance para Jeno, que cagou para nós dois.

- O que deu em você, rapaz? - Passou por mim. - QUEM É ESSA CRIANÇA FOFA? AAA! QUE BELEZINHA! - Respirei fundo.

Fechei a porta e me virei, vendo Nono correndo até mim, parecendo assustado com a atitude o Jung.

Quem não ficaria?

- Calma, pequeno, ele é do bem.

- Hyung... - Abraçou minhas pernas.

- 'Tá assustando ele, Jaehyun. - Parou de surtar.

- Desculpa. - Coçou a garganta. - Qual é o teu nome, fofinho?

- Jeno. - Falou baixinho.

- Jeno? Que nome lindo. - Se aproximou.

Olha... Agora que percebi... Jeno anda.

Muita lerdeza a minha perceber só agora.

Misericórdia.

'To pagando mania da Fernanda.

Ela que é lerda.

Oras...

Aliás, por que ela não sai da minha cabeça ultimamente?

Eu hein...

Loucura isso.

- 'Bligado. - O olhei.

- Não precisa ter medo, Nono. - Passei a mão em seus cabelos. - O Jaehyun hyung não vai te machucar, ok? - Juntou os lábios. - Lembra da minha promessa? - Me soltou.

- 'Xim. - Sorriu.

- Não se preocupe, estou aqui, carinha. - Tocamos os punhos.

- Woah... Vocês são próximos... - Me olhou. - E se parecem... - Pareceu pensar. - MEU DEUS TU ENGRAVIDOU A FERNANDA! E NEM ME CONTOU?! SABIA QUE ESSE NEGÓCIO DE MORAR JUNTO IA DAR NISSO!

- Para de gritar, cacete! - Bufei. - Nono, por que não continua a assistir os desenhos, hm?

- 'Tá bom, hyung. - Baguncei seus cabelos e ele correu para o sofá.

- Vem, vamos para a cozinha. - O puxei para a cozinha.

- Me conta tudo.

- Jaehyun, eu não engravidei a Fernanda, ok?

- Sei... - Cerrou minimamente os olhos.

- O que 'tá acontecendo é... - Contei tudo. A cada palavra, a boca do Jung abria mais. - E é isso.

- Gente... - Se sentou. - Então... Ele... É teu filho?

- Talvez seja.

- Que irresponsabilidade Taeyong.

- Sem sermão, por favor.

- Você que sempre diz sobre proteção... Agora olha aí...

- Acidentes acontecem, Jaehyun.

- Isso daí foi burrice, né?

- Não 'tá ajudando, cara.

- O que a Fê achou disso?

Só um minutinho... "Fê"?

Eu nem sabia que eles tinham essa intimidade toda, senhoras e senhores.

Não que eu ligue.

Foda-se também.

Não tenho nada com isso.

Só...

Humpf.

...

ENFIM.

Que brisa.

Credo.

- Ela está me ajudando com tudo.

- Não ficou brava? - Levantei uma sombrancelha.

- Brava? Por que ela ficaria brava?

- De saber que você... Ficou com outra e... Agora tem um filho.

- Isso é motivo 'pra ela ficar brava?

Onde é que esse sujeito quer chegar, meus queridos?

- Vai que... Fernanda gosta de você. - Gargalhei.

- Bela piada.

- Vejo o jeito que ela te olha.

- Tu quase nem vem aqui, Jaehyun, deixa de ser bobo.

- E você?

- Eu o que?

- Gosta de-

- Não! Para! - Bufei. - Nunca vou gostar de alguém como ela.

- Mas a garota é tão linda.

Isso eu vou ter que concordar com ele.

- Não me importo com aparência, meu filho.

- Então por que?

Vontade de tacar a chinela na cara desse indivíduo.

Homem chato.

Por que todo mundo 'tá dizendo essas coisas?

Ai, que porra viu.

- O que veio fazer aqui? Fala logo, ainda tenho que ir no mercado.

- Sei bem que sábado e domingo tu não trabalha.

- Prossiga.

- E... Vai rolar uma festa-

- Não vou, próximo assunto.

Aqui é assim, direto e reto.

- Ah, qual é! Tu nunca sai!

- Antes era preguiça e falta de vontade, agora tenho uma criança para cuidar. - Umedeci os lábios. - E também falta de vontade. - Revirou os olhos.

- Cara, tu é tão chato, sem graça mesmo.

- Jaehyun, me escuta. - Segurei seu rosto. - Eu tenho uma CRIANÇA PARA CUIDAR!

- Deixa com a Fê.

- Deixar com a Fernanda? Aquela menina desengonçada? Que não sabe nem cuidar dela mesma?

- Qual é, acha que ela ia deixar Jeno em perigo?

- Com certeza.

- Por favor, pensa com carinho. - Suspirei.

- 'Tá! Vou pensar.

Mentira, vou pensar porra nenhuma.

- Legal. - Passou a mão no cabelo. - O que tem 'pra comer?

- Folgado mesmo viu. - Revirei os olhos. - Depois tu vai me ajudar nas compras.

- Eu?

- É, você mesmo.

- Por que eu?

- Porque sim, agora cala a boca e procura alguma coisa 'pra você, não sou teu empregado não.

- Hm, que audácia. - Jeno chegou na cozinha, com o copo e o prato na mão.

- Hyung... Acabei. - Peguei de sua mão.

- Olha, comeu tudo, que belezinha. - Sorriu.

- 'Tava muito 'gotoso.

- Quer mais?

- Não, 'bligado. - Sorri.

- Depois vamos ao mercado, tudo bem? - Assentiu. - Vou deixar você escolher as coisas que gosta.

- Sério?

- Sim. - Abriu um sorriso contagiante e bateu palmas.

Morro de amores.

- Eba!

- Ele é uma graça.

- Realmente.

- Hyung, quando a noona Nanda volta?

- Um pouquinho mais tarde.

- Jeno, o que acha de Fernanda? - Olhei para Jaehyun.

- Ela é um máximo! - Máximo? - A noona sempre me dá beijinhos de boa noite.

- Ah, é? - Riu soprado. - E o que mais?

- A noona é engraçada.

- Ela é palhaça, esse é o termo certo, Nono. - Falei.

- Taeyong!

- Que?

- Para de queimar o filme da garota, credo.

- Ué, é a verdade.

- Ridículo mesmo.

- Cala a boca.

~Quebra do tempo~ ❃Rua❃

❀Segunda-feira❀

✾20:45✾

Assim que Fernanda chegou em casa e viu Jeno falando, gritou: "O NENÉM FALA!"

Eu ri muito da carinha confusa do garotinho.

Mas não é disso que queria falar.

Nem sei porque estou falando da Fernanda.

Droga! Sai da minha cabeça, guria!

Enquanto estava trabalhando, a única coisa que pensava era nesses dois.

Ok... Isso não teve coerência nenhuma. 

Pensei se conseguiram se virar sozinhos.

Por que tem um criança que não sabe cozinhar, não sabe ficar quieta um minuto e cai sozinha.

Ainda tem o Jeno.

Espero que estejam bem.

Abri a porta e olhei ao redor, torcendo para escutar algum barulho estranho de Fernanda.

Fechei a porta e olhei para o sofá.

Eles não estavam ali.

Cozinha. Nada.

Ô Deus.

Corri para o quarto de Fernanda, já chegando metendo a voadora na porta.

- FERNANDA, V-

Parei de falar ao ver os dois brincando no chão, com diversos brinquedos ao redor.

Eles riam bastante.

Ai, que alívio.

- Hyung chegou! - Jeno se levantou e correu até mim, abraçando minhas pernas.

- Oi, TY. - Percebi que seu cabelo estava... Bem... Estranho.

- O que houve com o teu cabelo, minha filha? - Peguei Jeno no colo.

- Jeno fez um penteado lindo, não acha?

- Lindo? - Olhei para Jeno. - É, muito lindo, ficou maravilhoso.

Parece quem tem um bicho morto ali.

Cabelo todo bagunçado, preso com... Grampos.

Nossa, vai dar trabalho para desfazer isso hein.

- Posso fazer no seu, hyung?

- É... Claro... - Olhei pedindo socorro para Fernanda, que riu. - Como foi a tarde?

- Boa! A noona me levou 'pra tomar 'soivete! Depois fomos na casa d-

- De brinquedo! - Interrompeu o garoto. - É, compramos vários brinquedos. - Coçou a garganta.

- 'Xim! - Bateu palmas.

- Vocês comeram algo além de porcarias?

- Claro que sim.

- Não me diz que tu que cozinhou, porque nossa... Sua comida é horrível.

- Jaehyun que cozinhou.

- Ah, bom, Jaeh- Jaehyun? Como assim?

- Ele veio aqui, porque esqueceu a carteira. - Carteira? Esse homem nem anda com carteira.

Não que eu saiba, pelo menos. 

- Sei.

- Ele ficou grudado com o Jeno, coitado.

- Esse hyung me dá medo, hyung. - Ri soprado.

- Ele é do bem, Nono.

~Quebra do tempo~ ❃Sala❃

❀Segunda-feira❀

✾22:55✾

Todos aqui em casa já estão de banho tomado e bem alimentados.

Jeno já está dormindo lindamente, enquanto eu e Fernanda estamos na sala, vendo TV.

- Taeyong, tu já agendou o exame? - Arregalei os olhos.

- Puta que pariu. - Peguei meu celular.

- Depois eu que sou lerda.

- Mas você é, agora fica quietinha, 'pra agradar Jesus. - Pesquisei o número, disquei e liguei.

{Ligação}

- Alô? - Era uma voz masculino.

Informação desnecessária?

Não sei.

- Alô, boa noite. - Tem que ser educado, né?

- Boa noite, o que deseja? - Uma pizza.

Desculpa.

Não seja grosso, Taeyong.

- Eu gostaria de agendar um exame de dna. - Franzi o cenho ao sentir Fernanda deitar em meu colo.

Olha que mina folgada.

- Certo, me informe os nomes.

- Lee Taeyong e Jeno.

- Ok... - Me pediu mais algumas informações.

- Quando posso ir?

- Nosso consultório está cheio, então... - Deu uma pausa. - Só temos horário para daqui três semanas.

- Três semanas?

- Sim. - Suspirei.

- Não tem outro horário?

- Infelizmente não, senhor.

- Certo... - Passei a mão no rosto. - Melhor que nada, pode ser isso aí mesmo.

- Ok. - Umideci os lábios.

Ele disse mais algumas coisas.

Depois desliguei.

{Ligação encerrada}

- E aí, 'pra quando é o exame?

- Daqui três semanas.

- Tudo isso? - A olhei.

- Sim. - Respirei fundo. - Escuta, sua folgada, nem pediu para deitar no meu colo.

- Que se foda. - Fiquei incrédulo.

- Boca suja mesmo. - Dei um peteleco em sua testa. - Vai dar má influência para Jeno.

- Vou nada, cala a boca.

- Olha a audácia da pessoa. - Balancei a cabeça negativamente.

- TY, Nono ficou perguntando daquela megera. - Mordeu o lábio inferior.

- E o que falou?

- Que ela foi viajar.

- Entendi. - Suspirei. - A cabecinha dele deve estar tão confusa...

- Será que ele está gostando daqui?

- Não sei, parece que sim.

- Vamos fazer de tudo para que... Ele se distraia.

- Melhor mesmo. - Me encostei no sofá.

Olha só eu não estava preparado para essa situação.

DO NADA, uma criança, que SUPOSTAMENTE, é meu filho começa a morar aqui em casa.

Tenho que mudar todos os meus hábitos, para não passar má influência.

E agora Fernanda aparece na minha mente em momentos estranhos e aleatórios.

Sabe... Estava aqui pensando...

E... Se eu me apegar demais nesse garoto, mas... Ele... Não for meu filho?

- Fernanda?

- Hm? - Seus olhos estavam fechados.

- Vai dormir no meu colo mesmo?

- Sim. - Soltei um riso involuntário.

- Muito folgada mesmo.

- Taeyong... - Falou manhosa. - Me faz cafuné?

- O que? Nem fudendo.

- Por favor... - Pegou minha mão e levou até seus cabelos loiros e macios. - Só um pouquinho... - Estalei a língua no céu da boca.

- Ok! Mas só um pouco. - Comecei a fazer cafuné em seus fios.

O cabelo dessa garota é realmente macio. Bem gostoso de mexer, aliás.

A respiração da brasileira ficou pesada e a sua expressão facial suavizou.

Dormiu?

É isso mesmo?

Que rápido.

Depois de dez minutos, o sono bateu e resolvi ir para cama.

Mas como?

Com Fernanda aqui?

Não posso deixar ela nesse sofá duro não.

Com muito cuidado, me levantei e olhei para a menina.

- Só arrumo dor de cabeça viu. - Suspirei.

Nem o caralho que vou acordar ela.

Parece estar dormindo tão gostoso.

Passei a mão no rosto e peguei Fernanda no colo.

- Jesus amado. - Ela meio que morreu mesmo né? Nossa, 'tá jogada.

A ajeitei no meu colo e andei até o quarto dela.

Antes de entrar, ouvi um barulho alto.

MEU DEUS!

BATI A CABEÇA DA GAROTA NA PAREDE!

MISERICÓRDIA!

Será que matei ela?

Ai, senhor...

Eu sei que vocês estão rindo.

Gostam da desgraça alheia, né?

Finalmente entrei no quarto - dessa vez não bati nada dela - e a deitei na cama, ao lado de Jeno.

Ok, Fernanda está viva.

Parece nem ter sentido nada.

Que bom.

Fiquei observando os dois dormindo, tão fofos...

Me aproximei de Jeno e depositei um beijo em sua testa.

Isso foi bem automático, aliás.

Continua??