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História De Volta Para o Futuro - Querida, temos um carro novo!


Escrita por: Thalia_hyun

Notas do Autor


Olá, desculpem o atraso para atualizar, mas como diria Kakashi Sensei, eu me perdi no caminho da vinda😅

Boa leitura^^

Capítulo 3 - Querida, temos um carro novo!


Fanfic / Fanfiction De Volta Para o Futuro - Querida, temos um carro novo!

21h17 da noite

O som baixinho da TV é o único a ecoar pelo ambiente da sala escura enquanto eu permaneço jogado no sofá tentando vencer o maldito sono.

Não sei porque diabos eu já estou com sono logo hoje que tenho que encontrar com o Baek de madrugada, sendo que eu não costumo dormir tão cedo assim.

Talvez efeito colateral de mais um dia cheio... Tá, nem tão cheio assim, porque à faculdade hoje foi só comendo as delicias que o pessoal de gastronômia fez, mas meu emprego de entregador no mercadinho do senhor Choi pela tarde compensou a minha folga matutina.

Meus olhos estão tão pesados. Aigoo! Preciso tentar focar na televisão para não dormir. Por mais que eu não goste de jornal.

“A época de chuvas chegou em Bucheon, e com ela também vem os raios. Entenda mais sobre eles e como se proteger desses fenômenos da natureza...”

Não dorme Chanyeol, não dorme Chanyeol, não dorme Chanyeol.

“...Por esses motivos é que se recomenda não sair de casa em tempestades, não se aproximar de pontos altos...”

Aish! Qual é o problema desse jornal? Todo mundo já sabe disso. Essa reportagem só está me dando mais sono ainda.

“...um desses casos foi em seis de Maio de dois mil e doze, às exatas dez e quatro dá noite. Um raio atingiu a biblioteca municipal de Bucheon, acabando por destruir o telhado...”

Oh! Que coincidência, bem no dia do aniversário do Baek. O que ele devia estar fazendo naquela noite?

Outros diriam que ele estaria fazendo o óbvio, comemorando o aniversário com família e amigos, mas eu o conheço como a palma da minha mão, e tenho certeza que ele estaria projetando uma invenção nova.

Sorrio pequeno com os olhos quase fechando.

É, ele com certeza estaria fazendo isso.

Não vejo a hora de vê-lo.

Meu nené-

...


🚗🔥🔥🔥


28 de Novembro, 02h00 da madrugada.

Ouço meu celular tocar próximo a mim e abro meus olhos gradativamente. Olho em volta e vejo tudo escuro como antes, com exceção da televisão que ainda está ligada, mas agora ao invés do jornal, está passando um filme qualquer.

O celular continua tocando e eu tateio o sofá o pegando e atendendo sem me dar ao trabalho de ver quem é.

– Alô. – digo com a voz ainda embargada pelo sono.

– Channie?

– Oi, neném. – respondo sorrindo minimamente ao ouvir sua doce voz.

- Estava dormindo?

– Dormindo?... Não, não estava.

– Tem certeza? Sua voz parece sonolenta.

– Tenho, eu estava acordado esperando dar o horário pra te encontrar como me pediu.

Não é totalmente mentira, afinal eu estava mesmo esperando, só que o sono veio primeiro.

– Ótimo! Eu estou te esperando no shopping. Einstein está aqui comigo também, caso você esteja procurando por ele.

– Eu já meio que desconfiei. – respondo me referindo ao sumiço do cachorro – Já estou indo.

– Não se esqueça da câmera.

– Não vou esquecer. Beijo. – digo fazendo um estalo de beijo para que ele ouvisse do outro lado da linha.

– Beijo ¾ maior. Até logo. – se despede e desliga em seguida.

Me levanto do sofá, me espreguiçando em seguida e logo indo me arrumar para sair. Lavo meu rosto, escovo os dentes e penteio o cabelo, arrumando os fios para cima, dando forma ao topete que eu sempre uso. Saio do banheiro e pego minha câmera GoPro, juntamente com o pequeno tripé na gaveta da mesinha de cabeceira. Calço meus All Stars pretos, e sigo para a garagem pegar meu skate.

Como já está de madrugada, com certeza não irei encontrar nenhum ônibus ou metrô circulando por aí, então vou ter que usar meu bom e velho skate. De vez em quando eu dou umas voltas com ele por aí quando me da na teia. As crianças sempre me olham hipnotizadas por causa dos propulsores a jato que o Baek instalou nele. Foi meu presente de aniversário do ano retrasado. Mas ao contrário do detector de melodias do ano passado, esses propulsores funcionam muito bem e vão ser uma mão na roda para eu chegar nesse shopping o mais rápido possível.

Não quero deixar meu neném esperando, e nem eu aguento esperar mais também, estou com muita saudade dele e curioso sobre a invenção nova.

O que será?


🚗🔥🔥🔥


Conforme vou me aproximando do shopping, freio o skate com o pé gradativamente para os propulsores aos poucos irem parando. Baek os projetou para funcionarem a base de velocidade, então é só eu parar de dar impulso no skate que eles vão parando de funcionar sozinhos.

Já em frente ao local pego o skate na mão e vou andando pelo estacionamento que no momento se encontra vazio – já que o shopping está fechado –, com exceção de um trailer branco parado aleatoriamente no local.

Mas cadê meu neném?

– Neném?! – chamo olhando em volta enquanto vou caminhando – Onde você está? Eu já cheguei! – anúncio – Trouxe a câmera também! – levanto a câmera acoplada ao tripé que seguro na mão.

– Au! Au! – ouço um latido e viro meu rosto vendo Einstein vindo em minha direção.

– Einstein! – sorrio me abaixando e fazendo um carinho no cachorro. – Oi garotão, papai sentiu sua falta. – ele late em resposta, abanando o rabo animadamente. – Cadê o papai Baek, hein?

De repente minha atenção é voltada para a grande porta traseira do trailer que se abre do nada e uma fumaça branca começa a sair.

Ué, achei que não tinha ninguém nesse trailer.

Conforme a porta vai abaixando com toda essa fumaça estranha em volta, um carro vai saindo de ré.

Mas espera, não é qualquer carro.

Wow! É um DeLorean.

Não sou um entendedor de carros, mas meu pai já teve um desses quando eu tinha por volta dos meus 9 anos de idade. Lembro que eu adorava passear nele com ele, e nesses passeios ele sempre falava tudo sobre o veículo como o bom amante de carros antigos que é.

Continuo confuso fitando o carro que agora já está no chão do estacionamento, à alguns centímetros a minha frente. A fumaça em volta vai se dissipando aos poucos e a porta do veículo finalmente é levantada – na vertical, como bem me lembro do carro de meu pai –, revelando um Baekhyun vestindo uma roupa branca de proteção à radiação, e galochas amarelas. Os fios de cabelo loiros bagunçados e pequenas olheiras embaixo dos olhos.

– Neném? – digo abrindo um sorriso instantâneo ao vê-lo.

– Channie! Você veio! – ele exclama, sorrindo bonito.

Ah, como eu amo esse sorriso.

– É claro que eu vim, achou que tava brincando? – brinco repetindo a famosa frase do Julius e me levantando.

– Na verdade achei que cairia no sono de novo. – rebate com um olhar de “Eu sei que você dormiu, seu dorminhoco”, e eu rio, me aproximando rápido e finalmente o envolvendo em um abraço apertado.

– Hmmm, eu senti tanta falta de você meu loirinho. – confesso próximo ao seu ouvido, enquanto o suspendo segurando sua cintura.

Baekhyun ri.

– Que exagero, até parece que eu estava viajando ou algo do tipo. – responde circulando meu pescoço com os braços.

– Mas parece que você estava viajando mesmo – me afasto um pouco para fitar seu rosto de frente –, nunca para em casa mais. Só te vi duas vezes essa semana, seu sumido. Se não te conhecesse, diria que está me traindo. – brinco e ele gargalha.

– Te traindo só se for com a ciência. – retruca e rimos juntos – Mas você está certo, eu andei bem ocupado esses últimos meses com minha invenção. – assume um tom mais sério – Sinto muito por isso, Chanyeollie. Você não está chateado comigo né?

– Chateado? De onde tirou isso?

– Porque ontem foi seu aniversário e eu nem ao menos estava lá para comemorar com você. – lembra em tom envergonhado e eu sorrio.

– Mas me deu um presente incrível... dois na verdade, a música também foi incrível.

– Ficou uma porcaria. – murmúra desviando o olhar e sorrindo fraco.

– Ah, que isso? Ficou fofa. – não estou mentindo, a música pode até não ter uma das letras mais elaboradas, mas ficou realmente muito fofa e divertida. A cara dele. – Eu gostei, de verdade.

– E das caixas de som?

Caixas de som? Achei que ele ia falar de forma mais científica.

– Não seria amplificadores de som? – pergunto franzindo as sobrancelhas e ele ri.

– Não, muito comprido. – diz simplista e eu o solto uma gargalhada.

O loiro faz uma expressão de desentendimento.

– Senti saudade – confesso por fim.

– Também senti, amor. – pousa suas mãos em minhas bochechas, as acariciando com os polegares, para por fim, me dar um selinho.

– Então quer dizer que você comprou um carro novo, uh? – volto meu olhar para o carro atrás dele – E nem me falou nada, seu danadinho.

– Pois é, eu comprei ele de segunda mão por um preço muito bom. O cara achou que não funcionava mais, mas eu consegui consertar. – sempre consegue, completo mentalmente – Só que ele não é apenas um carro, Channie, é um...

– DeLorean! Eu sei! Meu pai já teve um, lembra que eu te falei? – ele assente com a cabeça – A gente... podia estrear ele, uh? – sugiro, aproximando meu rosto do seu pescoço e roçando o nariz por ali.

– Estrear?

– É – começo a distribuir selares pela pele branquinha, enquanto ainda mantenho ele suspenso com os braços. –, você sabe – continuo selando e dando alguns chupões na área que eu sei que ele é sensível, tanto que já está dando alguns arfares –, tô com saudade, a última vez que fizemos foi na quarta.

– Channie... espera... Aigoo! Você sabe que eu sou sensível aí. – diz todo derretidinho, enquanto segura minha nuca.

– Sei, e é exatamente por isso que é o primeiro lugar que eu ataco. – sorrio sacana, subindo agora os beijos pelo seu maxilar e finalmente chegando em sua boca, colando nossos lábios em um beijo que começa lento, mas logo se transforma em um mais caliente, se é que vocês me entendem.

Sinto as pernas de Baekhyun contornarem minha cintura com as pernas, enquanto nosso beijo vai ficando cada vez mais intenso e necessitado.

Sem perder mais tempo vou andando com ele em meu colo rumo ao carro e abrindo a porta metálica. Assim que aberta deito o menor nos dois bancos e fico por cima, voltando a atacar seu pescoçinho sensível. Vou chupando a pele alva com gosto, junto à alguns selares e mordidinhas fracas.

– Hmm... – ouço ele gemer em deleite e sorrio satisfeito, deixando um último selar no seu pescoço.

Volto a ficar sentando e levo a mão até o zíper da sua roupa de proteção, não perdendo tempo em abri-lo.

– Chan... o que está fazendo? – ele pergunta baixinho.

– Tirando sua roupa, ué. – respondo simplista, abaixando a parte de cima do macacão até sua cintura e revelando uma de suas típicas camisas havaianas que ele usa por baixo, mas que logo vai estar fora de seu tronco. Porém antes que eu continue, ele segura minhas mãos.

– Channie, não temos tempo pra isso, eu tenho que te mostrar a... Awn! – interrompo ele ao voltar a desabotoar os primeiros botões e abrir a camisa, por fim abocanhando seu mamilo direito

Eu estou sedento por ele.

– Temos tempo sim... – solto seu mamilo que já se encontra rígido – vai ser rapidinho.... – argumento levantando o tronco de novo e tirando rapidamente minha jaqueta amarela junto a camiseta e as jogando em qualquer canto do carro.

Volto a grudar nossos lábios, o beijando com vontade. O menor não resiste e retribui o beijo. Sinto suas mãos passarem pelas minhas costas e então pousarem em meus ombros enroscando seus braços em mim em um abraço.

– Hmm... Não! – ele me empurra de repente e nossas bocas se separam num estalo. – Nada de sexo nesse carro, Park Chanyeol. – declara ainda meio ofegante assim como eu.

– Aigoo! Não seja mal comigo, neném, eu estou tão carente de você. – insisto em tom manhoso junto à um bico no final e ele ri.

Bonito, hein? Rindo da minha dependência dele. Eu não estou achando graça nisso.

– Segure esses hormônios, Chanyeol, eu prometo te recompensar depois. – começa se sentando e abotoando os botões da camisa florida, em seguida vestindo o macacão de proteção novamente. – Mas agora não, agora temos trabalho a fazer assistente. – dá uma passada de mão rápida na franja, tentando acentuar o cabelo bagunçado, mas sem muito sucesso.

Eventualmente Baekhyun está com os cabelos rebeldes, mas não é algo que o incomode – visto que ele não liga tanto para aparência –, e muito menos a mim, na verdade seu cabelinho loirinho bagunçado é seu charme pra mim.

– Trouxe a câmera?

– Yep! Está bem ali. – digo pegando minhas roupas e as vestindo novamente, já conformado que não vai ter oba oba no carro novo. Aish.

Saio do carro e pego o tripé com a GoPro que eu deixei em cima do meu skate, em seguida me virando e vendo Baekhyun já fora do veículo.

– Neném, onde arrumou esse trailer? E essa sua roupa...

– Não se importe com isso, Chanyeol, não se importe com isso. – desconversa, rapidamente pegando uma prancheta no carro e segurando embaixo de uma das axilas – Pronto? – pergunta me fitando.

– Oh! Pera. – ligo a câmera e começo a gravar – Prontinho! – anúncio fazendo um sinal de positivo com o indicador da mão livre enquanto o olho através da pequena tela.

Ele dá um pigarreio com o punho em frente a boca antes de começar a falar.

– Boa noite, eu sou o doutor Byun Baekhyun. Estou no estacionamento do shopping dois pinheiros. Estamos na madrugada de sábado, vinte oito de novembro de dois mil e dezessete, duas e dezoito da manhã. – dita rápido olhando em seu relógio de pulso e eu faço o mesmo com o meu sem interromper a gravação. – E esta é a experiência temporal número um.

Ele então mira seu olhar no Einstein, que está sentadinho observando tudo.

– Vem Einstein, meu rapaz, entra aí, entra aí! – chama sorrindo com empolgação e o cachorro prontamente o obedece, balançando o rabo para os lados em sinal de animação. Ele sempre foi um cachorro muito dócil e inteligente. – Bota o sinto. Isso, isso. – ele passa o sinto pelo corpinho peludo, em seguida se certificando de que está bem preso.

Baekhyun então puxa o relógio digital que estava preso por um cordão em seu pescoço, e faz o mesmo com o Einstein que também tem um. Me aproximo com a câmera, já sabendo que ele vai mostrar algo e quer que eu capture.

– Por favor, note, que o relógio do Einstein está em precisa sincronia com o meu relógio de controle. – segura os dois relógios lado a lado, que marcam exatas duas e dezoito da manhã. – Entendeu? – múrmuro um “Aham” em concordância.

– Ótimo! – ele solta os relógios e se inclina para dentro do carro pegando uma espécie de controle remoto – Faça uma boa viagem, Einstein. – deseja fazendo um carinho breve na cabeça do cachorro, para então fechar a porta do carro.

Eu não entendi porque ele falou isso, mas não vou perguntar, porque sei que já iria saber.

Baekhyun então se afasta um pouco enquanto e mexe no controle remoto em suas mãos.

– Esse negócio tá ligado ao carro? – pergunto curioso o seguindo e parando de frente para o carro ao seu lado.

– Olha só. – puxa uma antena presa na parte superior do controle e volta a focar no carro.

– Tô olhando. – respondo voltando minha atenção para o DeLorean também.

Baekhyun então empurra uma pequena alavanca, fazendo o carro começar a dar a ré sozinho.

– Wow! – murmúro surpreso.

Ele continua dando a ré no carro, e então faz ele virar em uma curva.

Acabo prestando mais atenção em seus dedos controlando o aparelho, do que no carro em si, acabando por virar a câmera para ele.

– Eu não, o carro! O carro!

– Oh! Foi mal! – viro a câmera depressa, voltando a filmar o carro fazendo uma curva e então dando ré novamente, até estar em uma certa distância de nós.

Ao parar o carro, Baekhyun então me puxa, me levando com ele até estarmos parados paralelamente ao Delorean parado ao longe.

– Se meus cálculos estão corretos, atingindo oitenta e oito milhas ou cento e quarenta quilômetros por hora, vai ver uma coisa muito séria. – dá um sorrisinho por fim, me fitando de lado enquanto ainda mantenho a câmera filmando o carro.

Meu loirinho então volta a mexer as alavancas principais do controle remoto, e ao longe vejo o pneu de trás do carro começar a rodar para trás e esquentar, consequentemente soltando fumaça. Baekhyun continua aumentando a velocidade e fazendo o pneu queimar por alguns breves segundos, até que ele dá a partida no veículo de novo, que agora está vindo a toda velocidade.

Em nossa direção.

Cada vez mais perto.

Arregalo os olhos.

– Baek! – digo alarmado, empurrando ele para o lado, mas não tendo sucesso já que ele nem se moveu.

– Fique aí, apenas observe. – diz calmamente segurando meu pulso e eu obedeço, voltando a filmar o carro que está cada vez mais próximo.

Aigoo! Seja lá o que ele estiver esperando que aconteça, eu espero que dê certo, senão seremos estraçalhados por um DeLorean em alta velocidade, e ainda por cima com um Einstein tranquilão no banco do motorista.

Byun Baekhyun, eu estou confiando em você... de novo.

O carro continua vindo, cada vez mais rápido, e quando eu já estou pronto para sentir o baque do carro contra o meu corpo, vejo uma luz forte se formar na frente do veículo e então ele desaparecer do nada, deixando apenas um rastro de fogo que passa por de baixo de nossas pernas, continuando pelo caminho que o carro seguiria se não tivesse sumido.

Mas que diabos aconteceu aqui?

– O que foi que eu disse, Channie?! – Baekhyun exclama eufórico – Oitenta e oito milhas por hora! – comemora dando pulinhos enquanto eu continuo totalmente confuso, com a boca formando um perfeito ‘o’, e os olhos arregalados fitando o rastro de fogo e a placa do carro ainda girando, e por fim, caindo no chão exalando fumaça.

– O deslocamento temporal ocorreu à exatamente duas e vinte da manhã e zero segundos! – Baekhyun continua, enquanto eu abaixo para pegar a placa intrigado, e acabando por queimar a mão.

– Ai! – péssima idéia – Meu Deus, Baekhyun – começo sacudindo a mão, mas dando de ombros para a dor. Esse é o menor dos problemas agora –, você desintegrou o Einstein!

– Tenha calma, Channie, eu não desintegrei nada. – diz se aproximando enquanto segura o controle em baixo da axila e um bloquinho e caneta em mãos – A estrutura molecular do Einstein e do carro estão completamente intactas. – explica simplista enquanto toma nota no bloquinho.

 – Então onde eles estão?! – pergunto atordoado.

– A pergunta certa é: Quando eles estão?! O Einstein acaba de se tornar o primeiro viajante do tempo! Eu o mandei – da alguns passinhos para trás – para o futuro! – revela apontando para um lugar aleatório, extremamente empolgado. Me viro voltando a fita-lo confuso. – Um minuto no futuro para ser exato. E precisamente – volta a andar de forma aleatória enquanto escreve no bloco –, às duas e vinte e um da manhã e zero segundos, vamos encontrar com ele e com a maquina do tempo.

– Tá legal, espera, espera aí. – me pronuncio, me aproximando dele de novo – Está me dizendo, que fez uma máquina do tempo... com um DeLorean? – pergunto ainda tentando absorver toda a situação.

– Na minha opinião, se vamos fazer uma maquina do tempo com um carro, por que não fazer com estilo?!... Sem falar que o DeLorean estava a preço de banana como eu já havia falado. E além disso a carroceria de axo inoxidável fez a dispersão do fluxo... – ele se interrompe ao ouvirmos o barulhinho do relógio em seu pulso apitar. – Cuidado! – me empurra depressa e antes que eu tenha tempo de entender o motivo da ação repentina, minha pergunta é respondida assim que vejo o DeLorean reaparecer atrás dele, envolto as mesmas luzes de antes. Como se tivesse saído de um buraco negro.

Ele anda alguns metros longe de nós meio desgovernado e gira uns cinquenta graus, provocando um ruído dos pneus arrastando no chão, e por fim parando e exalando fumaça.

Eu e meu marido nos entreolhamos e então ele vai em direção ao carro devagar, o analisando.

O carro está parcialmente coberto por algo branco.

– Ai! – ele afasta rápido a mão que encostou na porta para tentar abri-lá.

– O que foi, neném?! Tá muito quente? – pergunto preocupado.

– Gelado. – ele corrige.

Então a coisa branca é gelo.

Baekhyun então usa o pé para levantar a porta congelada revelando um Einstein são e salvo.

– Há-Há-Há! Einstein, seu danado! – ele fala de forma, não repreensiva, mas sim contente em ver o nosso cachorro, enquanto o faz um carinho com as duas mãos.

Baekhyun então volta à pegar os relógios e segura-los, lado a lado.

– O relógio dele está com um atraso de exatamente um minuto do meu e ainda funciona! – declara em tom animado e então coloca o cachorro para fora do carro. O peludo vem até mim e eu logo trato de fazer um carinho também, feliz em vê-lo bem. – Ele está ótimo! – Baek exclama em empolgação – E está totalmente por fora do que aconteceu. Pra ele a viagem foi instantânea! Por isso o relógio dele está com um minuto de atraso do meu, ele pulou esse minuto pra chegar instantaneamente à este momento do tempo. – explica gesticulando com as mãos – Vem cá! – pega minha mão – Vou mostrar como funciona.

– Certo! – digo o seguindo até o carro e voltando a ligar a câmera.

– Primeiro – senta no banco do motorista, antes ocupado pelo Einstein, e então aciona uma alavanca acoplada ao carro, que liga outro painel cheio de datas e horários. Só agora percebo que ele incrementou muita coisa no carro, não só por fora mas também por dentro. – Este mostrador diz pra onde você vai, este onde você está e este onde você esteve. – explica apontando para cada um, que estão um embaixo do outro. – Você entra com o tempo de destino nesse teclado. Digamos que você queira ver o dia da declaração da independência. – digita alguns números no teclado e então uma data nova aparece no primeiro mostrador.

AGO 15 1945

Exatamente a data que nosso país teve sua independência do Japão, e que hoje em dia é feriado nacional.

– Ou testemunhar o nascimento de cristo. – volta a falar e teclar outra data que aparece no mostrador em seguida.

DEC 25 0000

Baekhyun é de família católica. Eu também acredito em Deus e em Jesus, mas para por aí, minha família e eu nunca fomos de frequentar à igreja, então me considero apenas um bom e velho cristão mesmo.

– E uma data memorável na história da ciência, vinte e nove de abril de dois mil e doze! – tecla mais uma vez e a data mencionada por si aparece no mostrador.

Franzo as sobrancelhas abaixando a câmera.

– O que aconteceu nesse dia, neném?

– Eu estava em pé na beira da privada da casa de meus país tentando arrumar um problema no encanamento. A louça estava molhada, eu escorreguei, bati com a cabeça na pia, e quando voltei tive uma revelação!

– Meu deus, neném! Você bateu com a cabeça na pia?! Se machucou muito?! – pergunto preocupado.

– Uma visão! – ele continua, ignorando minha pergunta. – Uma imagem na cabeça. – aponta para a mencionada – Uma imagem, disto! – aponta agora para uma caixa metálica com um vidro na frente, presa a lataria do carro. Dentro posso ver através do vidro, três pequenos tubos, parecem mangueiras, e se interligam formando uma só no meio. – É isso que torna a viagem no tempo possível, o capacitor de fluxo.

– Capacitor... de fluxo? – repito tentando entender.

– Isso! Eu levei tanto tempo pra finalmente tirar à minha idéia do papel... consequentemente usei toda a herança que meu vô deixou pra mim também.

– Você o quê?!

– Eu não ia precisar; Channie! Eu não precisei fazer a faculdade desde o começo, só o mestrado e doutorado, esqueceu?

Isso é verdade, Baekhyun até começou a faculdade de física quântica depois que terminamos a escola, mas ele logo impressionou à todos lá, mostrando que já sabia de tudo e mais um pouco do que estudava. O diretor então decidiu aplicar um teste para ele, e se passasse poderia pular todos os anos que teria que estudar normalmente, fazendo apenas o mestrado e doutorado.

Como ele se saiu? Bom, meu neném gabaritou a prova. Simples assim. Nada de novo sob o sol.

E ainda foi contratado pela faculdade para lecionar lá por tanta genialidade.

E depois ainda dizem que loiros são burros. Puff.

– Claro que não, eu só não sabia que você investiu toda a herança do seu avô nessa maquina do tempo... – coço a cabeça, ainda assimilando as novas informações – Aliás, esse carro, ele funciona a gasolina comum? – pergunto curioso.

– Infelizmente não. – diz parando de andar e se virando para mim – Ele requer uma coisa um pouco mais forte, plutônio. – revela como se não fosse nada e eu arregalo os olhos.

– Plutônio?! – exclamo incrédulo – Tá me dizendo que essa coisa é nuclear?! – indago apontando para o carro atrás de mim.

– Ei, ei, ei! Continua filmando, por que você parou? – reclama e eu levanto a câmera de novo – E não, essa coisa é elétrica. Mas eu quero uma reação nuclear, pra gerar um virgula vinte e um gigawatt, de eletricidade.

– E como é que você conseguiu isso? Não dá pra entrar em uma loja qualquer e comprar plutônio, a menos que você tenha... roubado. – digo a última palavra baixo e arregalo os olhos lembrando do jornal que li hoje de manhã.

“Plutônio roubado”

Era a príncipal notícia.

Essa não.

Essa, essa, não.

– Baekhyun você roubou isso?! – questiono alto e ele para na hora o caminho que fazia em direção ao trailer e se vira com os dentes cerrados em uma expressão alarmada enquanto balança as mãos em negação em frente ao corpo.

– Fale baixo. – diz em tom susurrado, se aproximando e tapando minha boca com uma das mãos – É claro que eu roubei. Mas foi de um grupo de nacionalistas líbios. Queriam que eu fizesse uma bomba, então eu peguei o plutônio deles e dei uma capsula de bomba à eles cheia de peças usadas de fliperama! – revela sorrindo arteiro por fim e voltando ao trailer, me deixando com uma expressão de incredulidade para trás.

Juro que meio queixo nunca caiu tanto quanto agora.

– Vem cá, Channie, vamos pegar sua roupa de radiação, temos que preparar a recarga! – chama empolgado se enfiando no trailer.

– Byun Baekhyun, de todas as coisas doidas que você já fez, essa foi a mais perigosa! Você... você ficou maluco?! Roubar plutônio desses caras, e ainda enganar eles. Baek, essa gente é perigosa e...

– Chanyeol, você vai me ajudar aqui ou não? Tá pesado. – me interrompe arrastando uma caixa amarela com um símbolo de radioativo na frente, até a porta do trailer.

– E você não ouviu nada do que eu falei né? – completo baixinho com um olhar entediado e vou ajudá-lo.

Afinal, o assistente oficial/marido/pau pra toda obra, sou eu.


🚗🔥🔥🔥


Já completamente vestidos com as roupas de proteção à radiação. Volto a filmar enquanto Baekhyun pega um tubo transparente de vidro, com um líquido também transparente dentro que protege o real componente ali, o plutônio. Um líquido de coloração alaranjada dentro de outro tubo mais fino.

Baekhyun coloca o plutônio no tanque, e ele entra sozinho, como se fosse sugado após ele enroscar o tubo. Ele então coloca a tampa no buraco e tira a máscara de proteção.

– Tá seguro. Revestido com chumbo. – diz como um sinal para eu também tirar a máscara e eu assim faço. – Já pode parar de gravar.

Ele então coloca o tubo mais grosso de vidro de volta na caixa e entra no trailer, saindo alguns segundos depois com duas malas.

– Por que trouxe nossas malas? – pergunto confuso o fitando passar por mim.

– Porque pode não haver camisas havaianas no futuro, e é pra lá que nós vamos. – abre o capô do carro e coloca as malas lá.

– Agora tá explicado porque tinham poucas cuecas na minha gaveta hoje de manhã. – falo comigo mesmo – E espera aí, nós vamos pro futuro?! – pergunto animado.

– Mas é claro! Ou vai me dizer que não que ir? – para na minha frente, me fitando com as mãos na cintura.

– Claro que eu quero, sabe que eu vou a qualquer lugar com você. – ele sorri largo com minha resposta – Maaaas...

– Mas...?

– Quando voltarmos da viagem, vamos ter uma conversinha sobre essa história de você ter roubado plutônio desses caras. – dito isso ele suspira e revira os olhos – É sério, Baekhyun, roubar é errado, ainda mais desses caras barra pesada.

– Yah! Chanyeol, eu fiz um favor a sociedade em tirar esse plutônio das mãos daqueles malucos, eles queriam fazer uma bomba!

– Eu sei, amor, mas eles são perigosos e podem vir atrás de nós. – retruco preocupado.

– Se vinherem estaremos no futuro vendo os carros voadores e os idols robôs. E além do mais, eles não vão me... achar. – para de falar, passando a olhar agora um ponto fixo atrás de mim.

– O que foi?

– Ai meu Deus, eles me acharam. – diz de olhos arregalados.

– Quem? – olho para trás e vejo uma Kombi azul chegando.

– Os líbios! Corre, Channie! – grita desesperado.

Mas antes que nós pudessemos fugir, um cara sai de dentro da kombi em movimento, ficando em cima dela, e o pior.

ELE TÁ COM UMA FUCKING METRALHADORA.

– Se abaixa, Baek! – digo o empurrando para o chão comigo e protegendo seu corpo dos tiros.

Por sorte o cara não conseguiu acertar nenhum e ainda ficou sem balas.

– Ele vai recarregar! Dá tempo deu pegar minha arma no trailer! – Baekhyun fala se levantando e correndo em direção ao trailer.

– Neném, NÃO! – grito desesperado.

Antes que ele pudesse chegar no trailer, a kombi para em sua frente e o cara dá vários tiros nele a sangue frio.

– NÃÃÃÃO!!! BAEKHYUN!!! – grito desesperado já sentindo meus olhos cheios de água – SEUS CANALHAS! – xingo completamente possesso pela raiva.

O cara então me encara e mira em mim como próximo alvo.

Fecho meus olhos com medo, já pronto para ser baleado assim como meu amor foi, mas tudo que escuto é o barulho do gatilho, apenas o gatilho sendo acionado várias vezes. Abro os olhos e vejo que o cara está sem balas de novo.

Corro desesperado para dentro do DeLorean, visto que é meu único meio de fulga no momento. O cara ainda está recarregando e parece que a kombi está tendo problemas para dar a partida.

Dou uma última olhada no corpinho do meu neném jogado no chão do estacionamento próximo ao trailer e aperto os olhos sentindo meu rosto completamente molhado e a respiração ofegante, totalmente perturbado com essa visão.

Baekhyun.

Meu neném.

O amor da minha vida... está morto.

Isso só pode ser um pesadelo meu Deus.

Ouço o maldito continuar tentando fazer a kombi pegar, até que ele consegue. Fecho à porta do carro depressa e dou a partida começando assim uma fuga.

Eles continuam na minha cola, com o cara da arma voltando a atirar. Ouço o som das balas batendo na lataria do carro e acelero mais ainda.

Em certo momento eles chegam próximo a janela e eu faço uma curva fechada pela rua, tentando desviar de ser baleado. Acabo batendo com força o braço no teclado e ouço o mostrador fazer o barulho de quando uma data é escolhida. Dou de ombros pra isso, visto que eu estou no meio de uma fuga.

Faço outra curva tentando despistar os caras mas não da certo e eu só acabo voltando para a rua do shopping.

Faço o carro se mover em zigzag, fugindo das balas e então entro de novo no estacionamento do shopping aumentando mais a velocidade.

Olho pelo retrovisor do carro e vejo o cara pegando uma arma maior.

– Puta que pariu. – digo de olhos arregalados e piso forte o pé no acelerador – Vamos ver se vocês chegam a cento e quarenta quilômetros por hora, seus malditos.

Continuo pisando o pé com força no acelerador e indo em linha reta pelo estacionamento.

A seta já está quase marcando 140 quilômetros por hora, porém mais à frente vejo que já estou quase no muro e se continuar nessa velocidade vou bater com tudo.

Contínuo com o pé no acelerador e seguro firme o volante.

O relógio finalmente marca a velocidade que eu preciso e então quando estou a ponto de me chocar contra o muro, ouço o carro fazer barulhos altos e aquelas mesmas luzes de antes surgirem na frente do capô.

Aperto os olhos ainda com medo do baque.

Mas ele não vem.

Abro novamente e vejo que o carro continua andando, só que agora não estou mais no estacionamento do shopping e sim em outro lugar.

Um terreno grande de obras.

Piso o pé no freio mas acabo batendo o carro com tudo em uma montanha de areia antes que ele possa parar.


Notas Finais


Esse capítulo merece ao menos um comentário pelo fato desta autora de humanas aqui estar tendo que calcular as datas(mentira, eu uso uma calculadora de datas online😂).

Enfim, esse capítulo foi bem agitado não? Vocês gostaram? Eu espero que sim^^

Nos vemos no próximo então.

Bye bye^^🖖

P.S. Não roubem plutônio!


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