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  3. 2 de setembro de 2012

História Dear Friend - 2 de setembro de 2012


Escrita por: Mrscurly

Notas do Autor


Estou atualizando Dear Friend, e espero que gostem do primeiro capítulo do ano.
Agradeço aos comentários e aos favoritos que a fic teve até agora.
Boa Leitura.

Capítulo 3 - 2 de setembro de 2012


2 de setembro de 2012

Querido amigo,

A faculdade está se saindo muito pior do que meu período no colegial foi, e mesmo depois de uma semana ter se passado, eu ainda tinha dificuldade em encontrar o caminho para a lanchonete ou para o meu quarto.

Tive uma decepção com o professor de História da Literatura, o senhor Anthony, pois tudo o que ele fazia em aula, era mandar os alunos lerem vinte páginas de um livro embolorado que diz que o escritor de O Grande Gatsby é Mark Twain.

Não acho que essa informação esteja correta.

Os grupos de amigos já estão formados, e mesmo eu me esforçando muito, a única evolução que consegui, foi começar uma conversa estranha com Kimmie sobre sprays aerossóis, onde aprendi duas coisas.

Um: Kimmie era uma pessoa extremamente naturalista, que estava planejando formar um grupo na faculdade denominado “SAAC”, ou Somos Anti Aerossóis e Capitalismo, ao qual eu já estava convidada para ser a tesoureira.

Dois: Aerossóis diminuem a chegada de radiação solar na superfície terrestre.

Enquanto escrevo essa carta para você, sentada em um dos banquinhos de cimento do grande jardim do campus, penso seriamente em aceitar o convite de Kimmie, pois seria uma boa forma de interagir, e eu também não quero ficar sem radiação solar, pois parece uma coisa importante.

Depois de três dias fugindo das aulas de Literatura Contemporânea, resolvi conhecer a professora Meg – como gostava de ser chamada – na sexta feira, e talvez aquela decisão tenha sido a melhor que fiz durante toda a semana.

Professora Meg era uma mulher que poderia muito bem estar em algum comercial estranho de perfumes caros, pois chamava atenção dos alunos de sexo masculino, que pareciam nunca ter tido uma relação com o sexo oposto.

Ela dizia coisas engraçadas sobre os vampiros com pré-disposição ao homossexualismo dos livros atuais, ou sobre a demência natural das personagens principais e, toda a sala caiu na gargalhada, até mesmo umas meninas que usavam bottons “Team Edward” em suas mochilas de marca.

Infelizmente, toda a alegria acabou no momento que a professora Meg propôs um trabalho em duplas, valendo metade dos pontos finais do bimestre, sobre o modismo dos livros contemporâneos.

Eu até poderia ficar empolgada com esse trabalho, se Christopher estivesse ali comigo, pois nós sempre fazíamos trabalho em grupo juntos, e passávamos horas comendo doces baratos e ouvindo música boa, deixando tudo para a última hora.

Mas depois daquele dia ruim, eu nunca mais tive uma tarde daquelas, com ninguém. Acho melhor eu mudar de assunto, caro amigo, pois talvez essas lembranças façam as imagens feias voltarem.

Os nomes das duplas foram sorteadas por Meg, e eu já estava começando a ficar nervosa, pois meu nome não saía, e comecei a perder as esperanças de um bom trabalho, quando o nome de Kimmie saiu com o de um menino franzino, que parecia não conhecer creme contra acne.

Estranhamente, estava começando a gostar da minha companheira de quarto, mesmo não sabendo muito a seu respeito, nem sabendo se ela me achava esquisita.

− Sophie Milles. – Os olhos da professora Meg varreram a sala, e pararam em mim, sem eu nem mesmo ter levantado o braço. – Sua dupla será o senhor Edward Morgenstein.

Ouvi alguns risinhos baixos, mas não entendi ao certo o porquê. Não via nada de errado com aquele nome, apenas me parecia de alguém vindo dos nossos conterrâneos bebedores de chá. Uma tossida baixa me chamou a atenção, e assim que virei a cabeça para o lado, sardas e cabelos ruivos me encararam com uma cara engraçada.

− Sophie, certo? – Ele estendeu a mão, apertando a minha fortemente, fazendo com que eu arregalasse os olhos, assustada. – Vou te chamar de Sophs, você não se importa, não é?

− Eu, claro que... – Minha voz estava baixa, e era visível o meu acanhamento.

− Ótimo. – Ele abriu um largo sorriso. – Pode me chamar de Ed, todos meu chamar assim...Na verdade me chamam de Wesley, mas não sei o porquê.

− É uma menção ao personagem de Harry Potter. – Murmurei, tentando abrir um sorriso, mas aquele garoto me assustava.

− Ah, claro! – Ele riu, fazendo com que a professora Meg chamasse sua atenção, antes de voltar a falar sobre estrutura de textos. – Eu li esse livro em chinês, por isso não sei muito bem sobre o que se fala.

− Você fala chinês? – Perguntei curiosa, enquanto anotava palavras avulsas que via na lousa.

− Eu? Claro que não! Por que eu falaria? – Seus olhos claros me estudavam, me deixando incomodada.

− Mas então por que leu... – Eu tentava entender o que se passava na cabeça daquele menino, mas já não entedia o que se passava na minha.

Felizmente, naquele momento, o sinal para o fim da aula soou, e todos os alunos começaram a se espremer pela porta, e com uma pressa que eu nunca tive, arrumei meus poucos livros e corri para fora da sala, tentando ao máximo fugir daquele menino.

− Ei, Sophs! – Olhei para trás, e ele estava driblando alguns alunos, acenando para mim.

Eu não sei porque Ed me assusta, talvez pelos seus olhos observadores ou seus sorrisos largos, mas algo nele me incomodava e eu já estava ficando com medo.

− Nós precisamos marcar um dia para fazer o trabalho. – Ed havia me alcançado, mesmo estando ofegante.

− Você pode escolher. – Disse, acanhada com o contato de sua mão em meu ombro.

− Dê uma passada no Boobs no sábado e podemos começar. – Ele coçou a nuca, e percebi uma tatuagem do ketchup Heinz na parte interna do seu braço.

− Boobs? – Para mim, aquele era o último nome que eu pensaria para algum lugar.

− É uma lanchonete, à dois quarteirões do campus. O dono, Jhonny tarado, deu o esse nome por causa dos seios da namorada dele. – Ele riu da minha cara de espanto. – Ele devia estar chapado naquele dia.

− Ed, eu não... – Tentei negar, pois para mim, uma lanchonete onde o dono chamava Jhonny tarado, não me parecia um bom lugar para encontros escolares.

− Vamos lá, Sophs. – Ele passou o braço da tatuagem de ketchup pelos meus ombros, e começou a me puxar pelo corredor. – Eu trabalho lá nas horas vagas, é um lugar legal, não se assuste com o nome.

− Tudo bem, eu acho. – Respondi baixinho, tentando ser evasiva, pois queria que ele me soltasse.

− Ótimo! Alice via amar te conhecer. – Tinha medo de perguntar quem era Alice e descobrir que era a namorada do Jhonny tarado. – Vá lá na hora do almoço, fazemos o trabalho e ainda te apresento ao melhor chessburger da região.

Eu apenas sorri e acenei com a cabeça, e logo em seguida, Ed beijou-me as bochechas, acenando antes de correr ao longo do corredor, alegando que estava atrasado para o primeiro expediente.

Minha cabeça parecia que iria soltar-se do meu corpo e sair rolando pelo campus, pois pensamentos confusos começaram a me bombardear, e eu sabia que era hora de ligar para a doutora Whitmore.

Naquela noite, tentei ligar para mamãe enquanto Kimmie tagarelava sobre o seu parceiro de trabalho, que de acordo com ela, era um assassino da terra, pois usava sprays para cabelo como quem toma água.

Queria falar com minha mãe sobre Ed, e sobre as sensações estranhas e os pensamentos confusos, mas ela não me deixou falar um segundo sequer, pois não parou de contar sobre como as coisas estavam indo em Pheonix, como estava Olivia e meu sobrinho e até sobre o clube de tricô que ela havia entrado recentemente.

Até tentei responder as perguntas que elas fazia sobre as aulas e a universidade, mas mamãe se certificou em responder ela mesma às perguntas.

Aquela conversa foi a coisa mais sem sentido que vivi até hoje.

O sol está forte hoje, e alguns alunos jogam bola no gramado do jardim, enquanto as garotas ficam cochichando sobre o porte físico deles. Nada muito fora do comum.

Ouço uma música que descobri um dia desses na minha rádio favorita, de uma cantora que parecia não ter músicas muito “dançantes” como dizia Kimmie, mas para mim, tinha uma letra agradável.

A hora do almoço está chegando, e minha vontade era de me trancar no quarto para não precisar ir até o Boobs e encontrar Ed, mas metade da nota bimestral era algo significante.

Não foi desse jeito que pensei fazer meu primeiro amigo, nem imaginei que ele seria tão “excêntrico” quanto Ed, mas estou feliz de certo ponto, pois consegui interagir, e talvez eu consiga me acostumar com o jeito dele, caro amigo, pois vou esforçar para isso.

Com amor,

Sophie.

P.S.: Você vai acreditar se eu falar que fui acertada por uma bola de futebol enquanto relia essa carta? Acho que as pessoas não deviam jogar futebol quando não sabem.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo, e até a próxima.
Xoxo, Gabi G.


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