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História Dear Jesus, I'm gay. - Band-aid.


Escrita por: jaebunie

Notas do Autor


Vocês acreditam que eu fiquei ate as 5 da manhã escrevendo isso? Eu realmente não iria postar esse mês, mas vocês merecem, e eu tinha que desejar um feliz natal, e feliz ano novo pra vocês.
Eu ate me esforcei pra ficar um pouquinho maior, e acho que deu certo?
Eu espero que vocês gostem, obrigado por tudinho vocês são maravilhosos <3
PS: me perdoem pelos erros, eu juro que tava com muito sono na hora.

Capítulo 10 - Band-aid.


Eu sei, eu era chato pra caralho. Era um tampinha revoltado com a vida e com a maldita espinha que havia saído bem no meio da minha testa. Eu nem titubeei ao colocar um band-aid enorme no meio da minha testa, porque a meu ver era mais aceitável as pessoas acharem que eu enfiei um canivete na minha testa do que descobrirem que Byun Baekhyun foi castigado por Deus com uma espinha na testa.

Sim, além de eu ser chato pra caralho, eu era dramático. Mas não coloquem a culpa em mim, tudo isso é culpa dos meus genes. Eu era filho único, e o pior, eu era o único neto, único sobrinho, e único tudo em uma família que só tinha mulheres, ou seja, não justifica nada, mas eu gostava de pensar que sim.

Ah, voltando ao assunto dos genes, isso era culpa da minha mãe. Era os genes dela que gritavam nos meus poros para eu ser chato e dramático. E não que ela fosse chata e dramática, era só que, ela era muito chata e dramática.

— Eu já falei que não vou. — resmunguei de cara fechada.

— Eu não perguntei se você vai ou não para escola, agora entra nesse carro antes que eu puxe sua orelha ate la. — minha progenitora, a mulher que lavava minhas meias e cuecas, e que me obrigava ir a escola.

— Eu estou com o braço quebrado mãe. — tentei fazer um biquinho para ela ter dó.

— E se não entrar logo no carro, eu quebro o outro, entra logo Baekhyun. — ela me olhou brava.

— Mãe, falando sério, eu acho que não to bem, do nada me deu uma tontura e eu tava lendo na internet esses dias que tontura é sinal de câncer, e você lembra da tia Bete? Ela morreu de câncer, e…

— Baekhyun! — minha mãe falou brava.

— Mas eu to morrendo mãe. — choraminguei.

— Então vai morrer na escola, aqui em casa não, já não aguento mais você vendo seus filmes gays e ver você sem lavar esse seu cabelo a dois dias.

— Quantas vezes eu vou ter que Star Wars não é filme gay?

— Ah claro, essa briga de varinhas é bem hétero. — debocha.

— Não são varinhas…

— Que seja, você já tá me enrolando.

Eu entro no carro derrotado, com sono, e com uma espinha enorme na testa coberta por um band-aid.

 

— Você tem certeza que vai ficar bem bebê?

Lembra quando eu culpei minha mãe por eu ser um chato dramático?

— Mãe, foi você que me obrigou a vir pra escola, e agora vai ficar chorando? — pergunto sem entender.

— É que eu to preocupada com você Baekhyun, eu fiquei pensando nessa história de câncer e…

— Eu não tenho câncer, sua maluca. — falo afoito. — Olha mãe, eu to bem, vou sobreviver, não graças a você já que tu me arrastou para esse inferno sem dó nem piedade.

— Tem razão, vamos embora daqui, vamos direto pro hospital e pedir uma tomografia com urgência.

— NÃO! — grito. — A escola tá ótima, tchau mãe.

Abro a porta do carro para fugir o mais rápido possível dela, mas é claro, não seria minha mãe se não me fizesse passar vergonha enquanto gritava em alto e bom som para Deus e o mundo ouvir um “te amo bebê, deixei um lanchinho na sua bolsa, não fique sem comer e lave as mãos antes”. É, minha mãe é massa.

E como se já não bastasse a escola quase inteira me olhando, Luhan veio correndo em minha direção e me abraçou. A gente tava bem, para mim ainda era estranho toda aquela aproximação repentina do Luhan, mas para ele nos eramos os melhores amigos que fofocavam ate tarde da noite sobre a vida sexual dele com dois namorados, no qual eu insistia em dizer que não estava nem um pouco a fim de saber.

— Você voltou! — ele disse animado.

— Não haja como se não tivesse me visto ontem. — ri da sua euforia.

— Ontem, hoje já é outro dia, e meu Deus o que é esse troço na sua testa? — ele perguntou cutucando meu curativo.

— Um portal para o inferno. — resmungo. — Quer parar de cutucar minha testa?

— Você se machucou? — ele cutucou mais uma vez. Porra, era a merda de uma espinha interna, cada vez que Luhan cutucava eu sentia doer na minha alma.

— Não, mas se não tirar a mão dai eu é quem vou machucar você.

— Grosso.

Ajeito meu cabelo de um jeito que o band-aid suma um pouco, mas alguns fios acabam grudando no adesivo e desisto de tentar cobrir aquilo. Eu já tava na merda mesmo.

Luhan me puxa para a sala, tagarelando sem parar sobre algo que eu nem sei o que era, talvez fosse sobre o quanto eu tava ferrado na aula de química, ou coisa do tipo, mas eu não conseguia prestar atenção, porque a cada passo que nos damos, mais perto da sala de aula nos ficamos, e além de dezenas de adolescentes chatos, e professores mais chato ainda, tinha o Chanyeol, e desde o dia do hospital, eu e Chanyeol não havíamos nos vistos, nem nos falado desde então.

E eu queria falar que foi um alívio quando eu entrei na sala e percebi que ele não estava, porque não foi. Passei meus olhos mesa por mesa com a esperança de ver as pernas tortas do Chanyeol esticadas sobre alguma cadeira pequena demais pra ele.

— Ele não chegou, ainda. — ouvi Luhan dizer.

Olhei pra ele já pensando em formular uma desculpinha de que eu não estava procurando ele, mas eu já havia confessado para Luhan uma vez que talvez eu achasse Chanyeol meio bonitinho, então ia ser em vão eu tentar enrolá-lo.

— Por que não? — pergunto.

— Ele vai chegar mais cedo, foi buscar o Kris no aeroporto.

— Quem é Kris?

— Um amigo do Chanyeol. — Luhan explica.

— Que amigo do Chanyeol? — pergunto curioso.

— O Kris. — ele diz mais uma vez.

— E quem é esse Kris?

— Olha Baekhyun, isso já tá ficando meio chato.

Eu decido não perguntar mais sobre Kris, O amigo do Chanyeol. Me sento na minha mesa e todos me olham como se eu estivesse doente, e eu sei que com essa coisa na testa eu devo parecer mesmo.

Fico a primeira aula inteirinha olhando para porta, e nem consigo prestar atenção na aula direto. A professora chama minha atenção mais uma vez e eu só levanto meu braço engessado com a desculpa que não podia escrever. Luhan me olha abismado e sibila “você é canhoto idiota”. Canhoto eu sou, idiota não.

Quando o sinal da segunda aula bate, o dito cujo entra todo afobado na sala. Ele sorri mais que uma hiena, e passa por mim sem me ver. Fecho a cara na hora, porque qual é? Não sou obrigado.

A segunda aula passa rápido, porque claramente eu durmo ate babar em cima dos meus braços, e na terceira aula eu só acordo porque acho o professor maneiro, então presto atenção.

Mas ai chega o intervalo, e eu fico um pouco na sala conversando com o professor e negociando a minha nota na matéria dele que não esta uma das melhores.

Saio da sala saltitante e felizinho da vida.

— E ai? — Luhan me pergunta assim que chego em sua mesa no refeitorio, por sorte Chanyeol ainda não esta la.

— Um boquete por um dez. — sorrio travesso.

É obvio que era brincadeira, mas Luhan não se da conta disso.

— Você não tá falando sério. — Luhan me encara perplexo.

— Ué, por que não? Suho é bonitinho. — falo roubando um salgadinho dele.

— Baekhyun! — Luhan exclama. — Você não poder fazer um boquete nele por notas.

— Quem vai fazer um boquete? — Sehun aparece de repente e eu quase dou um pulo pelo susto.

— O Baekhyun. — Luhan abre a matraca pra falar.

— Você vai fazer um boquete no Suho? — Sehun quase grita, eu tenho certeza que as meninas da mesa do lado estão rindo não porque me acham bonitinho.

— Você é um fofoqueiro Luhan, — bufo — e eu tava brincando.

— Vocês estavam brincando? — dessa vez um garoto se senta na mesa em que estamos.

Conheço ele porque era da minha sala, mas quase pergunto o que raios Kim Jongdae estava fazendo ali.

— A gente não, mas provavelmente Baekhyun vai brincar muito com o brinquedinho do professor Suho. — eu encaro Sehun como se fosse arrancar a língua dele fora, e eu iria se Luhan não tivesse puxado o namorado para defendê-lo.

— Você vai o que? — Kim Jongdae pergunta bravo.

— Mas que porra, eu não vou nada eu estava brincando com o Luhan, e mesmo que eu fosse, a boca é minha, eu chupo que eu quiser mas que inferno. — falo já sem paciência e me levanto para pegar meu lanche.

A vida é realmente uma merda. Primeiro uma espinha, depois minha mãe achando que eu realmente tinha câncer, e depois Chanyeol me encarando em pé logo na minha frente enquanto Sehun ainda tagarelava que eu ia fazer um boquete no Suho.

Saio de lá sem falar nada, e vou em direção a fila imensa do lanche. Não do a mínima enquanto ouço alguns me xingarem por cortar a fila, pego qualquer coisa e volta pra mesa onde o assunto boquete havia morrido. Pelo menos isso.

Me sento do lado do Kyungsoo, que eu sabia que ele não ia la muito com a minha cara, mas a gente divide o molho da batatinha, e isso é um grande avanço para nos dois, considerando que Kyungsoo era eu só que com amigos. Chato e baixinho.

Eu não levanto os olhos da minha batatinha frita por nada nesse mundo, mas eu sei que Chanyeol está me encarando. E o tal Kim Jongdae também. O clima tava mais pesado do que final de programa culinário.

— E o Kris? — Sehun pergunta numa tentativa de aliviar o clima.

E merda, eu era muito otário, porque não me aguento ao ouvir sobre o precioso Kris e levanto minha cabeça para olhar para Chanyeol.

— Ele vai ficar em casa essa semana. — Chanyeol responde sorrindo.

— Quem é Kris? — sussurro para Kyungsoo.

— Alguém que você provavelmente não gostaria. — Kyungsoo sussurra de volta, e eu apenas concordo com a cabeça.

O resto do intervalo eu me limito a colocar o máximo de batatas fritas na boca antes que o sinal bata, e por sorte eu consigo.

Obvio que eu passei mal o resto das aulas por causa das batatas gordurosas e quentes que eu comi com a maior pressa do mundo por pura gula, e quando o sinal bate anunciando o final das aulas, eu tenho vontade de sair correndo para casa para passar o resto do dia culpando minha mãe por ter me levado na aula, mas eu fico quase dois anos me esgueirando da chuva horrenda alá fim de mundo que cai enquanto espero minha mãe me buscar.

— Mãe! — resmungo no celular em uma mensagem de voz, uso minha melhor voz de filho único que existe no mundo. — Não acredito que vai deixar seu bebê pegando chuva aqui.

Ouço alguém rir atrás de mim.

— Droga. — me encolho de vergonha.

— Minha mãe vai vir me buscar, quer uma carona? — eu não precisava nem me virar pra saber que era o Chanyeol, mas, mesmo assim, eu me viro.

Eu estava pronto para negar, mas eu espirro uma vez, e outra, e outra, e na quarta vez eu aceito a carona.

— Você tá melhor? — ele pergunta enquanto esperávamos a mãe dele.

Ambos estávamos sentando lado a lado em um banquinho em uma área coberta encarando as poças de água.

— To legal. — respondi. Meu Deus, eu não sabia o que falar e toda vez que eu tentava, eu espirrava.

— Toma, veste isso.

Chanyeol me ofereceu a blusa que estava em seu colo ate agora poucos. Eu não estava com frio, mas como meu sistema imunológico era uma droga, eu peguei a blusa para me proteger dos pinguinhos de chuva que se infiltravam na minha pele e quase gritavam “opa, olha a pneumonia chegando.”

— Valeu. — disse enquanto vestia a blusa. — Não só pela blusa, mas por ter ficado comigo la no hospital.

Eu quero enfiar minha cabeça em uma das poças e me afogar ali de tão vermelho que eu estava. Por sorte Chanyeol não me olhava.

— Eu achei que estava bravo comigo. — ele diz de um jeito infantil.

Eu encaro seu rosto através do reflexo de uma poça meio embaçada, e eu vejo que ele está me encarando por la também.

— Por que achou isso?

— Sei la, você foi meio que…

— Idiota? — o interrompo. Ele ri balançado a cabeça. — Eu costumo ser assim quando estou com dor, e quando não estou também, mas você entendeu.

Chanyeol e eu ficamos em silencia mais uma vez. Era legal ficar ouvindo as gotinhas de chuva caírem enquanto a gente ficava se olhando pelo reflexo da poça d'água.

— Quer conhecer o Kris? — Chanyeol pergunta de repente, dessa vez mais animado.

Ele ate se vira pra mim ao falar do O grande amigo, Kris.

Não, não quero conhecer o Kris.

— Sim. — respondo e só depois me dou conta do que eu falei. Merda, eu não quero conhecer o Kris.

— Cara, você vai adorar o Kris, ele é o cara, você acredita que ele está fazendo faculdade de arquitetura na…

E eu paro de ouvir, porque francamente, eu la quero saber o quanto o Kris é legal, e maneiro, e que faz faculdade de arquitetura, e que é mais interessante que eu, e etc? Eu não.

Chanyeol continua animado e tagarelando no meu ouvido ate sua mãe chegar. Ele para de falar, graças a Deus, e pega minha mão e sai puxando em direção ao carro.

E ele não solta quando entramos no carro.

A mãe do Chanyeol era tão tagarela quanto ele, e como eu disse, as mãos sempre são culpadas pelos genes dos filhos, mas eu a acho agradável, e fico conversando com ela por todo o caminho ate chegarmos a casa de Chanyeol.

E ele ainda estava segurando minha mão. E não a solta ate estarmos dentro da sua casa, onde Kris, o magnífico estava.

— Não acredito que você acabou de chegar e já tá roubando minha irmã. — Chanyeol fala em um tom de brincadeira com um outro cara, que eu deduzo ser o Kris.

E porra, o cara era O Kris mesmo. Devia ter dois metros de altura, e um cabelo cinza muito maneiro. Mas o meu era mais bonito, que fique claro.

Kris cumprimenta Chanyeol em um daqueles toques de macho. Eu continuo parado sem saber o que fazer.

— Talvez a irmã não, mas esse aqui… — Kris sorri malicioso pra mim, e epa! Sai dessa cara.

— Kris, esse é o Baekhyun. — Chanyeol para ao meu lado e joga um braço por cima dos meus ombros. — E ele não vai dar moral pra você.

— E pelo jeito nem pra você. — Kris riu quando eu tirei o braço pesado do Chanyeol de cima de mim. — Você devia ter me avisado que ele ia vir, eu ia adorar passar a tarde toda com você anjo, mas eu tenho que sair hoje. — ele piscou para mim.

Eu encarei aquilo perplexo.

— Relaxa, ele é hétero. — Chanyeol riu do meu espanto.

— Você não me achava hétero quando a gente dava uns beijinhos Channie. — Kris fez um biquinho e se aproximou de Chanyeol, e eu por instinto, ou idiotice mesmo, puxei a barra na camiseta de Chanyeol para trás, fazendo Kris rir.

— Não enche Kris. — Chanyeol riu junto. — Ele só tá tirando com a sua cara, Baekhyun.

— É Baek, eu to ligado no casinho de vocês. — Kris sorriu simpático. — Mas é sério cara, a gente se conhece melhor um outro dia, agora eu to realmente indo. — ele passou por mim e deu um tapinha nas minhas costas. — Não façam nada do que eu não faria.

E eu fiquei encarando o garoto de dois metros sair gritando pela casa pela mãe de Chanyeol avisando que ia sair.

— Ele é bacana né? — Chanyeol perguntou pra mim.

— É. — foi a única coisa que eu consegui responder.

Ele era louco, abusado, e Chanyeol parecia gostar muito dele. E eu só conseguia responder é.

— Baekhyun? — Chanyeol me chamou baixinho.

— Hm?

— Ta puxando minha camisa. — ele disse sorrindo sem graça.

So então percebi que ainda tinha minha mão na sua roupa, soltei apressado.

— Vem, vou te emprestar uma toalha pra você secar o cabelo antes que fique doente.

Chanyeol me puxou pela sua casa ate chegarmos em um quarto que eu deduzi ser seu. Não era rosa e gay como eu imaginei ser.

— Senta ai, vou pegar a toalha e te trazer outro band-aid.

Levei minha mão ate a testa e não senti o curativo ali, a única coisa que senti foi aquela maldita espinha interna. Choraminguei frustrado. Na embalagem dizia que era aprova d’agua, eu paguei quase vinte reais naquela miseria.

Eu sei que era muito drama da minha parte, mas que quis chorar, e eu nem sabia se era por causa da espinha. Eu só queria chorar, e foi isso que eu fiz. Chorei que nem uma criança que rala o joelho pela primeira vez.

— Meu Deus Bakehyun! — Chanyeol apareceu desesperado na minha frente. — Você tá bem? Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma…

— Eu quero um cachorro Chanyeol. — choraminguei mais uma vez.

Ja sentia meu nariz entupir, e eu devia estar em um estado lamentável, parecendo um pinto molhado e chorão.

E eu queria tanto um cachorro, um filhotinho que nem o Chanyeol, que gostasse mais de mim do que de um cara que tem um cabelo maneiro.

— Certo, um cachorro, a gente pode ir ver um cachorro pra você. — Chanyeol se agachou na minha frente e começou a secar meu cabelo de forma desajeitada.

— Mas não pode ser qualquer cachorro. — funguei enquanto tentava respirar, minha voz saia anasalada e tremida.

— Okay, vai ser um cachorro especial. — ele disse me olhando.

— Ele tem que ser que nem você, você promete que vai me arrumar um cachorro que nem você? — perguntei tentando para de chorar.

— Isso foi meio ofensivo? — ele perguntou confuso.

Eu ri, meu Deus, eu estava deplorável, chorando, rindo e com o nariz entupido e minha espinha estava doendo.

Chanyeol passou o polegar sobre as lágrimas que ainda molhavam meu rosto. Aos poucos eu fui parando de chorar, com Chanyeol limpando as últimas lágrimas que caiam. Ele se senta no chão, enquanto me encara sentado em sua cama.

— O meu cachorro vai chamar Chanyeol. — digo depois de um tempo de silêncio.

— Vai? — ele pergunta risonho.

— Vai.

Deixo meus joelhos irem de encontro ao chão, e fico ajoelhado entre as pernas abertas de Chanyeol. Ele me puxa para mais perto.

— É um nome bonito. — ele fala baixinho.

— É. — concordo. Levo minhas mãos ate seus ombros e as deixo ali, brincando com a gola da sua camisa. — O meu Chanyeol vai ter orelhas grandes, e vai ser um filhotinho irritante e fofo. — Chanyeol ri. — E não vou deixar o Kris perto dele.

— Não vai? — Chanyeol me puxa para baixo, ate que eu esteja sentado entre suas pernas.

Ele aproxima seu rosto do meu, e fica passando seu nariz por minha bochecha em um carinho leve. Eu me permito fechar os olhos.

— Não, — resmungo baixinho. — e ele vai gostar mais de mim do que do Kris.

A risada do Chanyeol se choca contra meu pescoço, me deixando arrepiado naquela area.

— Baekhyun, o jeito que eu gosto do Kris é totalmente diferente do jeito que eu gosto de você, — ele se explica. — Kris e eu crescemos juntos, somos como irmãos.

— Eu não estava falando de você. — o encaro. — Eu estava falando do meu filhotinho.

— É claro que estava. — ele sorri, e encosta sua testa na minha.

— Chanyeol, você sabia que eu não gostava de cachorros? — pergunto, e ele nega. — É loucura demais eu querer muito um agora? — ele nega.

Eu podia colocar culpa na chuva que caia la fora, que deixava o clima muito confortável, ou na blusa quentinha que eu vestia do Chanyeol, mas a verdade era que eu me sentia confortável ali com ele, e eu queria negar, queria dizer pra mim mesmo que eu não queria um cachorro, e que a metáfora do cachorro foi a coisa mais ridícula do mundo, mas a quem eu queria enganar? Eu realmente não gostava de cachorros, mas sabe quando você passa na frente daquelas feirinhas e adoção, e vê um filhotinho te encarando, e você percebe que a única coisa que quer é aquele filhotinho, mesmo que você nunca tenha tido um antes? Porque é aquele que você quer.

E eu pego ele pra mim. Não o filhote é obvio.

Me aproximo de Chanyeol o suficiente para beijá-lo. Minhas mãos agarraram seus fios castanhos, e ele retribuiu apertando minha cintura. Nossas bocas se chocavam com mais pressa do que eu imaginava que teria. Era como se nos dois esperássemos há tempos. Eu não tinha álcool para culpar, era apenas eu e minha vontade de beijá-lo, e nossa, como eu queria aquilo.

Os selares começaram a se aprofundar ainda mais, e Chanyeol me puxou para mais perto, e por mais que uma parte em mim titubasse, eu nem pensei duas vezes para ir para seu colo. Senti a necessidade de puxar os lábios dele entre meus dentes, e o fiz, tento em troca um gemido rouco de Chanyeol. Deslizei minhas mãos por seus braços, um pouco mais muculos do que eu estava costumado, mas não achei ruim.

Chanyeol me apertou contra seu colo, e algo ali me fez acordar para realide.

— C-chanyeol… — murmurei entre um selar e outro.

— Hm?

Nossos olhares se encontraram e Chanyeol finalmente pareceu se tocar do que eu queria dizer.

— Ah droga, foi mal Baek, eu juro que não queria passar dos limites com você, quer dizer, eu quero, muito, mas não assim, e o que eu to falando? Eu nem sei se você quer e eu tava aqui sendo um idiota e…

— Chanyeol, cala a boca. — selei seus lábios que estavam vermelhinhos. — É só que… vamos com calma. — tenho certeza que fiquei vermelho ai dizer aquilo, então abaixei a cabeça.

— Vamos. — ele levantou meu rosto e ficou me encarando. — Baek, você poderia meio que, sair do meu colo? É meio complicado pra mim ir com calma assim. — ele riu quando eu sai do seu colo com pressa.

Eu finalmente me toquei do que tínhamos feito, e congelei.

Não era como se eu me arrependesse, mas droga, eu não sabia como agir. Ate minha barriga roncar, e eu e Chanyeol começarmos a rir.

— Vem, vamos comer alguma coisa. — ele estendeu sua mão para mim.

Fiquei olhando por um tempinho ate estender a minha ate a sua, e entrelaçar meus dedos pequenos nos dele.

Passei mais um tempinho com Chanyeol, sua mãe e sua irmã. Nos não tocamos mais no assunto sobre “o que rolou no quarto”, mas vez ou outra nos olhávamos e sorriamos sem graça parecendo duas menininhas ridículas apaixonadas.

Não que eu estivesse apaixonado, mas qual é, eu estava coisado pelo Chanyeol, e nem me pergunte o que era coisado porque nem eu saberia explicar.

Por fim, minha mãe resolveu lembrar que tinha um filho e me mandou uma mensagem avisando que iria me buscar na casa do Chanyeol, então ele me levou ate a porta e ficamos la, parados encostado na varando da casa dele enquanto minha mãe não chegava.

— Baekhyun? — Chanyeol me chamou relutante.

— Hm?

— Sobre aquilo… — ele começou — foi só aquilo?

Eu ri internamente do jeito que ele falava. Era fofo.

Antes que eu pudesse responder, ouvi a buzina do carro da minha mãe. Me aproximei dele e fiquei na ponta dos pés para conseguir deixar um selar nos seus lábios cheinhos.

— Quem sabe, Chanyeol. — sorri e sai correndo na chuva para dentro do carro.

Eu não olhei para trás, mas eu sabia que ele estava sorrindo.

— Credo, o que é isso na sua testa? — minha mãe perguntou assim que eu entrei no carro.

Mães, sempre as melhores.

— Eu quase peguei uma pneumonia, fui pra casa de um estranho, e ainda beijei ele na sua frente, e a única coisa que você tem pra falar é da minha espinha?

— Eu já sabia de tudo isso antes mesmo de acontecer, bobinho, — ela sorri apertando minhas bochechas. — eu leio seu horóscopo todo dia.

Eu não discuto. Porque mais louco do que minha mãe acreditando em horóscopo diário, era eu voltando pra casa sorrindo que nem idiota tentando convencer minha mãe a adotar um cachorro.


Notas Finais


Baekhyun continua chato? Espero que tenham gostado da participação do Jongdae, e claro, do Kris, ate a proxima xuxus <3


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