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História Dear Lemon Boy - Recuperação menino limão - BONUS


Escrita por: bloom_sky

Capítulo 31 - Recuperação menino limão - BONUS


Eu estava navegando entre as vidas. Naquele vão conhecido como breu, sem um navegador para me conduzir, mas eu estava tranquilo. Eu sentia que minha alma tinha cumprido seus propósitos e minha missão de vida já tinha se completado. Mas, nem durante um profundo sono eu pude descansar, vozes, cheiros, tudo ainda estava a minha volta, e um maldito barulho, um chiado desconhecido que invadia minha cabeça me deixando com dor, como se fosse possível.  

  - Ele... ELE ESTÁ ABRINDO OS OLHOS RECOVERY – Gritou, terminando de me fazer acordar, ainda desnorteado sendo pego de surpresa pela luz forte, voltando a tentar fechar e abrir minhas pálpebras.  

  - O que, que ta acontecendo? - Falei mesmo que sem muita facilidade, sentindo minha garganta tão seca quando meu rosto. - Sede...  

  - A sim, pera! - o menino ruivo aparente se levantou as pressas, indo para o outro lado do quarto ao mesmo tempo que a senhora baixinha se sentava no banco para ficar mais alta e poder olhar para mim, levando uma pequena lanterna para próxima do meu rosto, abrindo meu olho com seu polegar e vendo como estavam meus sintomas.  

   - Você está se sentindo bem? Alguma dor?  

  - Apenas de cabeça - Me sentei na cama, tocando minha testa, passando alguns fios de meu cabelo para trás da orelha. - Que dia é hoje?  

  - Aqui. - Chegava na mesma hora o menino ruivo com o copo de água, levando está para direção do meu peito, e eu, tentei a pegar com minha mão, que mal se movia, olhando irritado para a mesma, continuando a tentar. - Espera, eu te ajudo. - O garoto aproximou o copo de meus lábios e eu fiquei ainda mais furioso, tomando a água pela maior sede que sentia. - Você está bem?  

  - Estou. - Virei meu rosto. - Que dia é hoje? - Perguntei novamente.  

  - Fazem dois dias que está aqui – Arregalei meus olhos, voltando a tocar minha testa, sentindo ainda mais dor de cabeça.  

  - Venha, Kirishima, deixe o senhor Bakugo descansar – A velhinha pegou a mão do ruivo, que olhava para mim como um cachorro perdido, ele não queria sair dali.  

  - Pode ir, Kiri. Descanse também. - Falei, na tentativa de o fazer me deixar a sós com a velhinha, que conseguiu se livrar dele, fechando a porta da enfermaria e então se sentando ao meu lado novamente. - E então?  

   - Meu poder é limitado.  

  - E?  

  - Preciso que esteja saudável, pelo menos que esteja bem, para que suas células se reconstruam naturalmente.  

  - Tem forma?  

  - Bakugo, você perdeu a mobilidade das pernas, da sua cintura para baixo é tudo vão, basicamente. Eu tentei te curar, mas precisava d você acordado.  

  - Tem forma ou não?  

  - Tem. Mas vai exigir muito esforço e uma dieta a risca, você vai precisar exercitar suas pernas sem parar, e não vai poder deixar de lado o tratamento mesmo que demore o resultado.  

  - Não tem outro jeito? - A velhinha discordou. - Tudo bem, eu consigo fazer isso.  

  - Descanse por agora, querido. Vai ser uma semana cheia – A velhinha deu-me um beijo na testa que foi capaz de me ajudar levemente com a dor de cabeça, e então se retirou da sala de enfermagem.  

Sozinho ali eu só fazia ficar mais frustrado, minha cabeça não relaxava em momento algum, eu meditava entre pensar em minha situação e na vontade que tinha de ao menos agradecer. Não conseguia mudar minha direção, exceto quando a questão era pensar em Kirishima Eijiro e na forma como tinha sido muito meigo quando se confessou. Ele me fazia sentir as borboletas no estômago, recordar apenas dos bons momentos e nem sempre isso era bom.  

Mas, apesar disso, naquele momento era perfeito pensar em coisas boas. Um sorriso largo invadiu meu rosto, e eu deitei a cabeça naquela almofada como se flutuasse nas nuvens. Eu estava mesmo pensando em morrer por alguém, e o quão louco isso parecia na minha cabeça, não teria explicação. Eu, quem sempre lutei por minha vida própria e minha profissão, estava sendo capaz de deixar todos os meus sonhos materiais, para morrer por um sonho absurdo de amor. Era ainda mais estranho.  Mas não tão estranho, e ao mesmo tempo óbvio, quanto Eijiro escondido atrás da janela da enfermaria, sendo entregue por seus fios mais agitados.  

   - Saía daí. - Falei com um sorriso no rosto, mas a voz grosseira e grotesca de sempre.  

  - Com licença... - ele dizia baixinho e vinha se aproximando super rápido, pegando o banquinho e se sentando ao meu lado como uma criança preocupada. - Como... Como se sente?  

  - Estou bem, ver seu rosto me deixou bem. - Falei apenas para lhe ver corar, e levantar o rosto num sobressalto, me encarando com aqueles olhos fumegantes.  

  - Bakubro... - ele hesitava, mas pegava minha mão deitada na minha perna, segurando firme e levando até seu próprio rosto, onde a acariciou na sua bochecha. - Foi muito, muito másculo... Não, foi muito corajoso o que você fez por mim. Eu fiquei com medo de não poder lhe agradecer. Ou te ver de novo. 

   - Não seja um idiota, eu vou viver muito ainda, eu prometi que ficaríamos juntos por um bom tempo, esta tentando se livrar de mim? - Falei zombando, vendo este se alegrar um pouco, me dando um leve cutucão no braço e rindo anasalado.  

  - Claro que não. - O silêncio reinou por ali, mas eu estava começando a achar que estávamos nos confessando mais um pouco. Aquela falta de gritaria e barulho apenas deixava claro que podíamos nos ler e entender, e tudo bem ficar quieto as vezes.  

  - Quer saber o mais estranho? - Falei para cortar o silêncio.  

  - O que?  

   - Eu lembro de sentir sua falta enquanto estava inconsciente. Lembro de me sentir sozinho o tempo todo, como se já tivesse feito tudo ao meu alcance. Mas acho que agora entendi, sinto sua falta, Eijiro. Quero ficar com você o tempo todo. Você é o garoto mais adorável que já conheci, o mais engraçado, e tudo que você faz me surpreende. E gostaria de poder dizer que esses são os motivos pelos quais gosto de você, porque isso me faria parecer um ser humano muito evoluído… Mas acho que tem mais a ver com seu cabelo ruivo e suas mãos macias… E com o fato de você ter cheirinho de bolo de aniversário. - Falei recordando das sensações que o menino causava em todos os meus sentidos.  

  - eu não sei o que dizer, bro – Kirishima começou a chorar emocionado, com um grande riso no rosto, soltando minha mão para pular na cama e abraçar meus ombros, me agarrando com força. - Isso foi muito lindo.  

  - Cabelo de merda... - apertou o ombro dele, - me solta, ta me enforcando – apertou ele mais forte, até que me soltasse e então pudesse respirar. - Cacete, se contenha!  

  - Desculpe!!! - ele desceu um pouco mais, me abraçando pelo peito, ficando deitado na maca comigo, grudando seus pés ao meu. - Bakugo, eu amo você, eu amo, amo, amo, amo demais você, você é tudo para mim e eu não sei dizer palavras bonitas, mas tu és para mim um chuchu que eu colhi, você é meu elfo encantado!  

   - esta usando frases passadas de desenhos para me elogiar? - O outro acenou em sim. - Que diabo é elfo encantado?  

  - é uma música oras.  

  - QUE PORRA DE MUSICA???  

  - “era uma vez um elfo encantado que morava num pé de caqui. Encima morava um doende safado que vivia fazendo pipi. Um dia o Elfo se aborreceu e na porta do doende bateu, e foi nessa ocasião que eles então, se casaram” essa, viu?  

   - Essa é a música mais idiota que eu já ouvi.  

  - Eu gosto dela.  

  - Você tem um péssimo gosto!  

  - Eu gosto de você. - Ele brincou e imediatamente eu lhe olhei irritado, como se fumaças saíssem de mim e eu estivesse pegando fogo, e ele já entendia o recado. - Mas claro que você é a exceção!!!!!  

  - Bom mesmo!  

O ruivo permaneceu ali do meu lado, ficou ali quando Recovery reapareceu para me dar uma lista do que fazer, e continuou do meu lado mesmo quando eu recebi algumas broncas e elogios de All Might. Se grudou tanto a mim, que não me deixava levantar sozinho, estava ali até para ir ao banheiro comigo, e por mais constrangedor e sufocante que fosse, entendia suas razões e aproveitava para dar uma risada por fora. 



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