História Death Note - Continuação - A carta do misterioso "O"

     Uma semana se passa, e Josh Andrews já estava habituado àquela humilde pousada de peregrinos estrangeiros que L providenciou provisoriamente pra ele. Mas já eram onze da manhã, e esse foi o primeiro dia em que L não lhe visita nem telefona...o que o deixa preocupado. A pousada não é muito longe da casa de L: fica no bairro Roma V, à XV quilômetros de distância.

     – De jeito nenhum, Leonard! Você me trás aqui...me faz mil promessas de paz e segurança, dizendo que aqui é mais seguro que em Londres...e agora isso!?

     Foi a primeira discussão séria do casal. Tuppence acabou sabendo da verdadeira identidade de L por meio de uma publicação de uma revista medicinal onde estava a foto dele quando criança, que ela recebeu pelo correio durante a última visita de L a Josh na pousada na manhã anterior. No envelope onde estava um exemplar da revista havia uma carta ameaçadora:

     "Eu vejo seu rosto, L...eu sei quem você é. Só eu sei que você está vivo, e sei onde te encontrar. Também sei a quem enviar esta foto para que ele possa te matar. Aguarde instruções caso queira viver. Vejo que tem uma boa família. Se sua familia tentar fugir do país, eu os matarei. E saiba que demônios também adoram maçãs. Assinado: ‘O’ ”

     L queria convencer Tuppence de que a mensagem era um trote...ou no máximo um blefe de algum golpista, e que golpistas costumam enviar a mesma mensagem pra diversas pessoas de diversas famílias diferentes esperando que uma delas se desespere e caia no jogo dele.
Tuppence não é boba e não é fácil de se deixar enganar, ainda mais vindo de uma família repleta de políticos astutos e mentirosos.

     Ela, na verdade, assim que recebeu e leu a mensagem, não acreditou, apesar de conhecer aquela antiga publicação daquela revista, e de saber que aquela foto era de seu querido "Leonard". Quanto ao fato da foto ser de Leonard, ela não tinha dúvida, pois já havia lido aquela revista anos antes. Mas o que encafifou a cabeça dela era a informação da carta acusando seu querido “Leonard” de ser o famoso detetive L do qual ela sempre ouvia falar na TV e em boatos de internet. Tuppence ainda cogitou a possibilidade daquilo ser um trote de algum estudante da faculdade onde trabalha. Mas, inteligente que é, ela lembrou da forte ligação de Watari e de Sir Henry, seu avô, com "Leonard".

     Sua curiosidade sobre ser ele L ou não a estava deixando louca, e ela precisava confirmar isso a qualquer custo. Mas é claro que se ela perguntar, seu marido vai esconder. O mesmo vale pro seu avô. Ela teria de ser esperta e dissimulada!

     Devido à gravidez de quase quatro meses, ela estava em casa e teve tempo livre pra vasculhar a internet sobre a misteriosa biografia de L e de seu misterioso porta-voz. Ela sabia de algumas das viagens pelo mundo de seu tio-avô, Watari e viu na internet que coincidiam com os países onde o famoso detetive L fazia suas missões. Então, dissimulada como uma boa filha de políticos sabe ser, ligou pra Sir Henry, seu avô, forjando um chôro, informando sobre uma carta de ameaça endereçada a L, ameaçando a vida dela e de seus filhos também, dizendo que agora não podem sair do país.

      – Por que o senhor não me contou antes de eu me casar que Leonard era L!? - gritava Tuppence no chororô mais falso do mundo - Agora olha o risco de vida que os meus filhos
estão passando por sua causa! Se tivesse me avisado, eu jamais teria me casado com ele, pondo em risco a vida de meus filhos... Por que não me contou?! Eu te odeio!

     – Perdôe-me minha querida...eu queria ter te contado, mas eu não podia porque era sigiloso demais...

     “A-há!” – pensou ela, comemorando a confissão e confirmação do avô de que Leonard é mesmo L. Mas continuou fingindo desespero:

     – Quem mais sabe que Leonard é L, vovô? O mundo todo? Só eu que sou a única burra aqui? - acrescenta ela, tentando reforçar a confirmação.

     – Dentre os que estão vivos...somente eu, você e o George da Wammy's House. - disse, ocultando os agente do FBI Robert e Michael. Vou providenciar tirar você daí agora mesmo, querida. Vou avisar a Primeira-Ministra.

     – Não, vovô...não precisa vir me buscar não. Vou conversar com Leonard primeiro e ver o que faremos. Ele já está chegando em casa.