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História DECALCOMANIA - Jeon Jungkook - Chapter Three


Escrita por: Helodora

Notas do Autor


O capítulo passará por edições e revisões, desculpem qualquer erro 😘

Capítulo 6 - Chapter Three


Fanfic / Fanfiction DECALCOMANIA - Jeon Jungkook - Chapter Three

Psicopatas podem ser extremamente sociáveis. Pessoas desse jeito são psicopatas por predisposição genética, mas se controlam frente ao “socialmente aceito”. Normalmente elas são são pessoas que tentam não machucar as demais, pelo menos não fisicamente, e não muito calorosas, não gostam que socializar e têm uma falicidade incrível de manipular os que estão ao seu redor.


                                🩸


O frio se estendia, cobrindo Seul como um manto gélido. Já era noite quando o homem decidiu segui-la, ele observou-a em cada um de seus movimentos, desde a saída da clínica até algumas paradas em lojas e então sua casa. Mesmo quando a Dra adentrou seu apartamento os olhos dele não a deixaram, muito pelo contrário, ele não a deixou ir tão facilmente. " ela chamou minha atenção, que lide com isso " ele dizia para si mesmo, várias e várias vezes. Com esforço o homem encapuzado conseguiu pular o muro traseiro do prédio, seus movimentos foram calculados para que ninguém o visse. A vegetação ampla que servia como decoração o ofereceu cobertura e uma visão privilegiada da Dra. Seu apartamento como muitos outros era ladeado por janelas amplas e transparentes. O fato dela morar no primeiro andar do complexo o fez sorrir com um prazer distorcido.

Heyong foi recebida com um beijo caloroso dado por seu marido, esse que alegara sofrer de saudades dela durante todo o seu dia, isso arrancou um sorriso amplo da morena. Esse sorriso permaneceria intacto mesmo se soubesse que não muito longe dali estava um homem observando cada um de seus passos? Sua vida privada estava sendo exibida para ele como um filme é exibido no cinema.

                                >◇<

— Ele quer outra consulta? — Park perguntou surpresa, normalmente ela encontrava seus pacientes uma vez por semana. Lhe é estranho o pedido de Jeon, porém mesmo sendo incomum para sua agenda, ela permanece ansiosa para encontrar novamente aquela criatura curiosa e de uma beleza exorbitante.

— Sim senhora, ele insistiu. Pagou até mais por isso — Gurin sorria abertamente enquanto organizava os horários de Park em sua prancheta. " Ele até mesmo pagou mais, talvez queira falar sobre os assuntos que ele evitou na última consulta. " Heyong possuía esses pensamentos rondando sua mente, era de sua natureza tentar sempre achar os caminhos que levaram alguém até certo ponto. Psicologia era um curso feito para ela, sob medida.

— Ele marcou de vir que horas? — Heyong, mesmo não querendo admitir, esperava que ele fosse seu primeiro do dia. Havia algo no jovem que prendia completamente a atenção de Park, como se ele fosse um buraco negro que suga todo seu interesse. Ela esperava que ele fosse o primeiro, queria se aventurar na mente daquele ser tão magnífico.

— Ele será o segundo da fila senhora, o primeiro será o senhor Lee. O pobre senhor está se sentindo muito mal desde a última consulta — Senhor Lee foi abandonado por seus filhos. Era  um homem bem falante, porém, a solidão o tinha tornado quieto e afastado do mundo. O coração da Dra. pesa ao vê-lo com sua expressão distante e constantemente deprimida. Ele enfrenta o pior lado do envelhecimento. Solidão.

— Entendo, vou levar pães doces para ele — um sorriso leve surgiu nos lábios desenhados de Heyong, ela costumava levar doces e chá sempre que o senhor comparece ao seus consultório, isso o deixa mais animado de qualquer forma.

— Certo Doutora, irei organizar tudo por aqui — A secretaria se curvou logo seguindo seu caminho.

Heyong não se demorou muito na cafeteria, em poucos minutos ela já estava em frente a sua porta, uma sacola com diversos doces e duas canecas de chá pesavam em suas mãos. De uma vez ela abriu a porta com o sorriso mais amplo que suas bochechas conseguiam reproduzir.

— Muito bom dia, senhor Lee! — sua voz animada preencheu a sala, o idoso que antes estava sentado em uma das poltronas logo se pôs de pé para cumprimentá-la. Senhor Lee sempre a tratou como filha, mesmo que fizesse isso para tentar suprir a falta que seus próprios filhos deixaram em si, Heyong jamais se importou com o tratamento mais caloroso que o idoso dava a ela.

— Heyong! Estou muito feliz em vê-la — Lee sorriu, exibindo com orgulho seus dentes gastos e rugas ao redor dos olhos. A feição de alguém que batalhou por muito durante a vida, mas que  não desfrutava disso.

A sessão ocorreu de forma animada e transparente como nas diversas outras, Lee transformava seu tempo em uma espécie de lazer, ele conversava e contava piadas sobre seu dia. Heyong teve certa dificuldade para implantar uma dinâmica que fizesse com que a consulta lhe mostrasse caminhos para dar a ele uma saúde mental mais estável, sem fazer com que ele deixasse de agir como aafaga época.

Os minutos correram graças a consulta divertida e dinâmica, mesmo que o senhor Lee estivesse deprimido no início, ao final ele ja esborçava alguns sinais de melhora. Heyong se sentiu alegre por ele, senhor Lee podia ser bem cabeça dura mas no final acabava se abrindo, deixando Heyong amparar as partes mais delicadas de sua mente.

Assim que o idoso se despediu uma onda de ansiedade percorreu o corpo esguio da doutora, " ele virá logo " sua mente dizia. Alguma parte dela a crucificava por seu desejo de mergulhar mais a fundo na constelação que Jungkook era, enquanto outra repetia diversas vezes que isso era o seu trabalho. Mergulhar nas emoções e rações de alguém fazia parte da sua vida, ajudar as pessoas a lidar e compreender de uma maneira mais fácil sua mente.

— Senhora, ele virá logo — Gurin anuncia, ela retira as embalagens que antes pertenciam aos doces que elas desfrutaram junto ao mais velho. Heyong permanecia com o coração palpitante, estava mais que inquieta com a expectativa que tinha sobre a consulta de hoje, se tudo ocorresse bem ela poderia ter as respostas que não lhe foram dadas no dia anterior e com isso iria saber melhor como ajudar o rapaz.

Sem mais tardia Jungkook se fez presente na sala, trajado com cores claras que lhe davam um ar jovial e inocente, suéter cor creme e calças de um azul celeste, seu cabelo se encontrava penteado para os lados fazendo seu rosto ficar mais em evidência. 

— Fiquei bastante surpresa quando soube que viria hoje também – ela disse por fim, um sorriso meigo e de certa forma envergonhado se fez presente no rosto do jovem.

— Eu senti que lhe devia respostas, nossa última consulta pareceu rasa demais — seus olhos tremeluziam, era como se ele estivesse se sentindo culpado por não ter respondido as perguntas." Isso pode ser problemático. "

— Não, não se sinta na obrigação de responder a tudo.  Aqui nós visamos muito o tempo dos nosso pacientes, não quero que se sinta pressionado logo no segundo dia — Heyong tentou rir para amenizar o clima que se instalou, porém a expressão confusa permaneceu no rosto de Jungkook, era como se ele esperasse que ela o fizesse dizer tudo mesmo contra sua vontade.

" pais controladores talvez? " outra pergunta lhe rondou. Essa necessidade de expor tudo o que se passa, o faz parecer um militar.

— por onde iremos começar doutora? Estou um pouco nervoso sobre nossa conversa — sua cabeça se fez baixa novamente, ele parece ser de porcelana, quebradiço e frágil.

— Vamos tentar nos aprofundar nas perguntas da consulta passada, que tal? Acredito que você tenha pensado um pouco sobre as respostas — Heyong analisou Jeon da maneira mais técnica possível, nenhuma micro expressão lhe escapou e isso a fez perceber que ele estava apreensivo sobre as duas principais perguntas.

— Eu pensei sim, pude refletir também — Jungkook  Sorriu, " ele costuma mudar de humor facilmente e da maneira abrupta " pensou Heyong.

— Refletiu? Isso é ótimo Jeon, sobre o que você refletiu ? — O humor de Jeon é algo que necessita uma atenção, porém o fato dele refletir sobre as perguntas deixou Heyong com uma expectativa bem elevada sobre seu momento com ele.

— Acabei refletindo sobre como esses problemas atrapalham minha vivência — as sobrancelhas de Park se ergueram, além de refletir sobre, ele também pensou em como isso o afeta. Para Heyong esse é um dos grandes avanços que uma consulta pode nos dar, saber como enfrentar e lidar com certas ocasiões.

—Isso é incrível Jeon, e como ela te afeta?

— afeta a forma como lido com as coisas...— novamente Heyong se encontrou com uma resposta que não sanava suas dúvidas, elas eram apenas multiplicadas.

— Certo e o que sua família faz para influênciar sua forma de lidar com seu entorno, Jeon? — " talvez eu esteja atirando no escuro, ele não respondeu antes e talvez não responda agora ", enquanto esperava uma resposta milhões de questões vieram a sua mente, a família de Jeon estava no topo.

— Eles cobram o perfeito, quando não lhes entrego isso sou visto como um fracasso — " humm, isso é bem comum. Certo. Pais costumam cobrar dos filhos vitórias para encobrir suas suas próprias derrotas. Devemos ter cuidado com esse tópico ". A postura de desconforto de Jeon se fez presente, Heyong viu aquilo como uma linha invisível que foi traçada para manter um limite de respostas e perguntas. 

— E  seus relacionamentos Jeon? Como estão? — " talvez seja melhor partir para outro galho antes que este se rompa ". Novamente Heyong estudou as reações que a segunda pergunta provocavam nele, medo.

Jeon não tem apresentado boas reações em relação a família e relacionamentos e isso pode ser algo muito, muito grave.

— É bem complicado doutora — A postura curvada estava ali novamente, as mãos massageando o couro cabeludo com força. Heyong queria desbravar Jungkook, queria se afundar em sua mente e descobrir por si mesma o que o atormenta tão profundamente.

— Jeon se for complexo de mais para explicar podemos testar outras formas para que você se expresse — seus olhos brilharam diante da proposta como vaga-lumes em um campo aberto, sua reação deixou Heyong mais que excitada, ela estava muito mais que disposta a ajudá-lo na sua descoberta  sobre sua mente.

— Como faremos, Doutora? — A voz melodiosa de Jungkook atravessou a sala e acariciou Heyong como se mel fosse despejado em seus ouvidos. "Esse jovem é encantador em todos os sentidos ", esses pensamentos a rondavam com mais frequência do que deveriam.

— Podemos utilizar o método de Rorschach — Heyong sorriu assim como Jungkook.

 Era ali que as histórias se cruzariam definitivamente, era o ponto de partida para o pesadelo sair da mente da doutora e passar a atormentá-la na vida real. 



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