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História Deep sea- Hope and Justice - Isn't it lovely, all alone?


Escrita por: Pooph

Notas do Autor


Boa leitura 🌺

Capítulo 9 - Isn't it lovely, all alone?


Fanfic / Fanfiction Deep sea- Hope and Justice - Isn't it lovely, all alone?

A música sempre fora parte de sua personalidade. Por um tempo, as melodias eram todo seu amparo e aquilo nunca mudava.

Mesmo sendo um talento secreto e uma paixão tão íntima, quando Damian Wayne se punha a tocar, algo não estava certo. Definitivamente não estava.

Cada tecla jamais estara solitária, havia sempre uma nota complementando outra, cada toque singelo era um sentimento e cada melodia contava uma história.

Damian não servia para contar histórias em um diálogo, apesar de saber inúmeras. Durante uma manhã estava ele, sentado a frente do enorme piano de cauda preto. Se lembrava claramente das inúmeras aulas que tivera para aprender a tocá-lo

Com os ombros soltos e dedos leves, tocava uma melodia que o agradava. Tentava usar isso como fuga de seus recentes confusos pensamentos. Apesar de pouco a pouco sentir perder sua identidade, esse sentimento ao tocar jamais mudaria.

Tantas perguntas rodavam sua mente, era uma tentativa de se livrar delas, de limpar a cabeça e seguir forte. Nunca se imaginou passando por isso.

Quanto mais imerso no seu mundo privado, mais sentia todos esses sentimentos intensos, mais dolorosos. Por que isso só acontecia com ele?

Todos seu raciocínio foi cortado ao sentir a presença de mais alguém naquela sala. Sala cuja além de prateleiras e obras de arte, a única coisa que chamava mais a atenção do que o enorme piano era a varanda ao seu lado.

As cortinas voavam, sopradas pelo vento da manhã. Trazendo junto algo mais. Ele conhecia a maneira silenciosa como invadia o local. A maior prova de sua presença era o forte cheiro de cigarro que o vento trazia para dentro.

— Essa eu não conheço... Está compondo. — Falou passando pelas cortinas.

— Não acha cedo demais para estar fumando, Todd? — Damian respondeu, interrompendo seus movimentos e parando a música.

— Não. — Jason deu um sorriso convencido, se apoiando na parede.

— Eu não vou no seu funeral quando você morrer de câncer, maldita chaminé. — Damian falou o encarando.

— E não vai fazer falta alguma. Cigarro? — Jason o ofereceu, vendo Damian negar com a cabeça. — Ah claro, nicotina não é o tipo que você gosta, prefere as ervas...

— O que você está fazendo aqui Jason?

— Sabe, estava andando por esse lindo e nobre bairro quando pensei, por que não visitar o meu caro irmãozinho? — Disse com sarcasmo, sentando-se no banco ao lado de Damian.

— Está fedendo a cigarro.

— Estranho, jurei ter fumado rosas... — Respondeu ácido. Damian revirou os olhos.

— Grayson deve ter enlouquecido para te mandar aqui, quem é o próximo? Superman?

— Dickie está ocupado com esse lance de ser pai, Babs trabalha e quando o assunto é sobre você, Timbo não é uma opção. Então aqui estou, já que o assunto me convém.

— Nenhum assunto te convém Todd.

— Caso contrário eu não estaria aqui Little Bird. Vamos ver... — Falou pegando o caderno em frente ao piano, onde estavam as anotações de acordo com as notas da música recém escrita por Damian.

— Deixe me adivinhar, o nome da música é Jonathan Kent... Se eu não te conhecesse Al Ghul, diria que está apaixonado.

— Cala a porra da boca. — Damian puxou o caderno de sua mão, visivelmente irritado. — Nada aqui é do seu interesse Todd, vá embora!

— Aí eu teria que inventar uma desculpa para Dick, ele saberia da mentira, nós iríamos brigar, Bárbara ficaria do lado dele... E só iríamos nos falar meses depois quando ele precisar de algo. Então desembucha, caso queira que as reuniões familiares continuem.

— O que você quer? — Damian falou ainda mais indignado. — E pode parar com esse cigarro?

— Não dá, eu fico absurdamente sexy fumando, pergunte a sua mãe, ela gostava. — Alfinetou. Damian trincou o maxilar irritado. — Eu estou brincando menino prodígio, mas é certo que temos um assunto a tratar.

— Eu não tenho nada a tratar com você.

— Ah sim, você tem. É por isso que eu estou aqui... Por que é um consenso que você tem andado muito silêncio, irritado e ainda mais insuportável do que antes... Talvez a resposta esteja nas músicas com o nome do seu melhor amigo.

— Eu não preciso de aulas sobre sexualidade, muito menos de alguém que provavelmente tem DSTs.

— Eu não tenho DSTs, mas fui escolhido de forma totalmente injusta para falar com você, então não enche.

Damian deu de ombros, voltando a tocar. Dessa vez o som fora identificado por Jason. Era uma melodia bem simples e de fato conhecida.

— Corpse Bride? — Falou se virando para o piano. Tocou nas teclas, tocando parte do dueto da música. Damian não reagiu, apenas continuou. Jason tocava descontraído, mal se importava com o som baixo. 

O silêncio entre eles seria pior do que o som das notas. Por alguma razão, continuaram, lentamente. Damian aos poucos procurava deixar sua melodia mais alta do que de Jason, e juntos, uma pequena competição começou.

As notas ganharam mais velocidade, ambos tendo certeza que provavelmente a música estaria saindo da sala e contagiando o resto da vasta mansão.

O garoto aos poucos diminuiu a velocidade e altura do som no qual tocava, o drama melancólico da música, causavam em ambos certos arrepios.

Sentiam a energia subir pelos seus dedos e aos poucos tomar conta do corpo. Jason cessou o som, deixando Damian terminar a música, enquanto observava a maneira como os olhos distraídos do garoto pareciam viajar por outro mundo.

— Não sabia que tocava. — Damian falou com a voz baixa ao terminar o som. 

— Tive tantas aulas quanto você.

— Como descobriu? — Perguntou desviando o olhar para baixo.

— Eu sempre soube. Não é algo de outro mundo, são pessoas.

— Eu não estou em negação.

— Quer saber a diferença? Você nunca vai entender o que passa na cabeça de uma garota como entende os garotos, mas só um homem sabe decepcionar de verdade. E esse é o seu potencial Damian.

— O que quer dizer com isso?

— Quanto tempo a sua indecisão vai durar? Não pensa que se Jon sente o mesmo, você está machucando ele?

— Eu não gosto dele! Eu não sou Gay!

— Chupar paus ou bocetas, é tudo a mesma coisa, no final são todos pessoas, e pessoas são trouxas, tomam atitudes escrotas, cometem erros e tem o mesmo final... Sete palmos a baixo da terra! — Jason falou com ironia. — Não é todo mundo que dribla a morte.

— Coração partido Todd? — Damian o alfinetou. — Roy Harper? Artemis? Ou Korian'd? Não... Não foi Korian'd... Dick Grayson. — 

— Não é da sua conta, toquinho. — Jason falou ficando sério. — Por quanto tempo você acha que vai conseguir se esconder atrás do sarcasmo e do seu ego inflado?

— Você se esconde até hoje, talvez eu passe os 25. 

— Você não me conhece Al Ghul e não pretendo que conheça. Pode ficar o dia todo compondo músicas com o nome de Jon e se recusando a aceitar quem realmente é, mas um dia, Jon vai embora. E quando ele voltar para Smallville, você vai se arrepender de não ter deixado todo esse drama atrasar o pouco tempo que tiveram. 

Damian ficou em silêncio, observando-o se levantar e ir em direção a porta.

— O mundo não gira ao seu redor e quando perceber que ser quem você realmente é não muda nada, você vai lembrar disso. 

— Por que está falando isso, Todd?

— Porque até alguém tão inconsequente quanto eu, tem que ter algum momento de reflexão Little Bird. — Jason se virou, prestes a deixar a sala.

— Todd... — Damian o chamou, fazendo-o parar na metade do caminho. — Pode me fazer um favor?

— O que?

— Preciso encontrar alguém.

— Os detetives da família são Tim e Bárbara, eu não encontro pessoas Damian. O máximo que eu posso te fazer é dar informações.

— Cain. Quero encontrar Cain. — Jason deu um sorriso debochado.

— Se eu soubesse a localização, estaria com ela. Se quer saber, pergunte a Bruce... Eu vou ver o que posso fazer.

✧✧✧✧✧✧

Quanto mais o tempo passava, mais as coisas ficavam confusas. Seus pensamentos passavam de um extremo a outro, as coisas ficavam cada vez piores.

Ele não queria agir de maneira diferente com Jon, então tentava manter sua sanidade intacta enquanto interagiam.

O tempo juntos começara lentamente a progredir, cada vez mais diálogos, mais atividades e Damian tentava não surtar com isso.

Depois da conversa com Jason, as coisas haviam piorado. Ele refletiu se havia uma única possibilidade de Jon sentir-se igual a ele. Questionou quanto tempo demoraria para que toda a admiração transformasse em paixão.

Ele não estava apaixonado, não queria estar.

Na praia ele desejou poder sentir paixão, mas agora tudo o que queria era se livrar disso. Não pensou o quão dolorosa podia ser.

Na sua cabeça, algo estava errado, muito errado e talvez o erro fosse ele. Por que não conseguia aceitar o que sentia?

A ausência de sentimentos por tanto tempo, o fizera Extremamente vunerável a sentimentos fortes como esse. Não saber o por que seu corpo reagia assim, não saber controlar estava o matando. E por alguns segundos desejou o sentimento de solidão do que essa sensação.

Continuava a tocar a mesma música, aprimorando o som aos poucos, da maneira que gostava. Era como um desabafo, o piano jamais diria a alguém tudo isso, mas estava alí para o ajudar a pensar.

Talvez Jason estivesse certo, ele não iria querer se arrepender quando Jon fosse embora. A música era suave e um tanto melancólica.

Ele procurava uma fórmula que expressasse os olhos de Jon, algo que o causassem tantos arrepios quando o azul do garoto. Ouviu alguém entrar na sala, pelo passo ele identificou quem era.

Jon sentou-se ao seu lado, sem iterrompe-lo. Ele continuou focado na música, mesmo que vez ou outra o olhasse.

O Kent sorriu com o som, o fazendo voltar toda sua atenção para ele. Damian o olhou nos olhos tão azuis. Aquele mar profundo era seu porto seguro.

A pupila dilatada em direção a ele eram ainda mais negras que qualquer outra coisa que ele chegou a ver. Refletindo sua própria imagem nos olhos.

Ele notou o quão bobo parecia, perdido no mar de Jon, nem percebeu que seus dedos continuavam a tocar as últimas notas. O tom que tanto lhe agradava veio a sua mente enquanto observava Jonathan.

Ele se perguntou quanto tempo demoraria para que se tornasse uma bola de neve incontrolável e totalmente destrutiva, se é que já não era.

— Tem algo que você não saiba fazer Damian? — Perguntou encantado com o som.

— Acho que não. 

— Como é o nome da música? — Perguntou, Damian engoliu em seco.

— Eu ainda não decidi.

— Eu realmente não sabia que você tocava.

— Eu toco quando preciso pensar. — Falou, observando Jon tocar nas teclas de modo aleatório.

— Tenho algo para te falar Damian... — Jon começou, a frase fez todo o corpo do Wayne arrepiar. Jon puxou o ar para começar a falar, mas algo o interrompeu.

O celular de Damian começou a tocar. Ele imediatamente desligou, sem se importar com quem havia ligado.

— Pode dizer. — Engoliu seco.

— Ah, não era nada importante, eu esqueci o que ia falar. — Jon falou corando levemente. — Eu estou morrendo de fome.

— Alfred deve estar servindo o café. — Damian falou sem jeito, se levantando junto a Jon. Antes de sair da sala ele avistou de relance um carro preto parado em frente a mansão.

— O que foi?

— Nada. — Falou ainda curioso. Deu de ombros, pretendendo investigar sobre o carro mais tarde.

✧✧✧✧✧✧

Já era a terceira vez que Damian olhava em direção a Janela do corredor, observando o carro preto que ainda estava parado em frente a mansão.

Estava sentado na cadeira de seu quarto, completamente entediado. Jon estava junto dele, jogado da cama enquanto usava seu celular.

Suas costas estavam apoiadas na ponta de um dos lados da cama, com o rosto de ponta cabeça, quase caindo. Damian queria rir da posição do garoto, se não o achasse extremamente encantador fazendo aquilo.

— O que está olhando? — Jon perguntou com um sorriso.

— Nada. Cuidado cair. — Respondeu desviando o olhar para a janela novamente. — Fazem horas que aquele carro está parado alí na frente.

— Pode estar só estacionado... — Jon falou se levantando, olhando em direção ao carro.

— Não... Não tem nenhuma casa próxima além da mansão Wayne e o motorista ainda está no carro.

— Damian... — Chamou atenção. — Não reconhece o carro?

— É parecido com um carro que Franklin entrou, parecia estar fugindo... — Damian se pos a pensar.

— Não acho que seja o mesmo, é da Lex Corp. — Jon falou se levantando.

— O que?

— É da Lex Corp, alí está o adesivo e o motorista está usando o uniforme. — Jon apontou. — Por que Lex Luthor mandaria vigiar a mansão Wayne?

— Eu não sei, mas tem algo errado.

— Vamos falar para o seu pai? — Perguntou, ainda analisando o carro.

— Mais tarde...

Eles se olharam brevemente, sem dizer nada. Os olhos confusos e avoados de Jon, o observavam quase como sepudesse ler sua alma.

Novamente ambos entraram em transe com o olhar, Jon adimirava o verde esmeralda que parecia brilhar através do olhar do garoto. Havia algo nele que ele não sabia explicar, mas que fazia seu estomago borbulhar.

Não era atual essa maneira incerta e confusa como ele relacionava o garoto. Mas tudo em Damian parecia perfeito demais.

Ter a atenção dele voltada a si, era um desejo que Jon jamais pensou poder ser realizado.

Em sua infância, não importava como, ele sempre tantava chamá-lo a atenção, ser divertido. Mas a maioria das vezes, acabava que Damian mal dava bola para suas tentativas.

E isso o magoava demais.

Últimamente percebeu o quão estranho estava, Ele sempre evitava contato físico, quase como se temesse algo. Podia ver nos olhos dele o cansaço aparente e a confusão.

Era um menino tão martirizado, e Jon queria poder fazer algo para o ajudar, mas quase nunca encontrava uma brecha para entrar de vez na vida do Wayne.

Seus olhos o liam, cada centímetro de pele.

Aquilo fez Damian arrepiar, se afastou, tentando se controlar e evitar contato com Jon. O garoto abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido pelo som de batidas na porta.

— Mestre Damian, seus amigos vieram te visitar. — Disse a voz de Alfred por trás da porta.

— O que? Por que você chamou gente aqui? — Jon sussurrou.

— Não precisa sussurrar — Respondeu em tom normal. — O quarto tem isolamento acústico.

— Por que seu quarto tem isolamento acústico? — Jon perguntou, sentindo sua voz falhar de leve. — Esquece, por que chamou eles?

— Preciso investigar Franklin, ele não viria sozinho.— Foi até a porta, ao abri-la se deparou com Mila e Franklin, que falavam animadamente com Alfred.

— Boa tarde cavalheiros. — Mila falou irônica, com uma expressão curiosa para Damian.

— Obrigado Alfred. — Damian falou, o mordomo assentiu, saindo para longe. Mila deu um sorriso para Damian, indo até ele para um abraço.

— Estava sozinho no quarto com Jon hein. — Sussurrou em seu ouvido, ironica.

— Cala a boca.

Mila e Franklin entraram no quarto, observando todo o local.

— Olha só! Esse é um mini Damian e mini Jon? — A garota falou apontando para um quadro em cima do criado mudo. 

A foto havia sido tirada no aniversário de 12 anos de Jon, no qual Damian não estava nem um pouco empolgado para ir. A festa acabou em uma grande briga, já que as outras crianças invejaram o presente que Jon ganhou do Wayne, um videogame de nova geração que ainda não havia sido lançado pela marca.

Na foto, Jon abraçava Damian por trás com um grande sorriso, enquanto ele fazia uma expressão assustada com o contato físico exagerado.

— Você ainda tem essa foto? — Jon falou percebendo o quadro pela primeira vez. Damian deu de ombros.

— Cara, o seu quarto é irado demais. — Franklin disse andando pelo local. — Ai, alguém quer ir no bar aqui perto comprar algumas besteiras?

Damian analizou a frase, se acompanhasse Franklin teria a oportunidade de tentar descobrir algo. 

— Por que não vai você Jon? — Mila falou com um sorriso, Damian percebeu a maneira como Jon olhou irritado para Mila.

Aquele olhar dizia muito para quem conhecia o garoto. Era evidente que Jon não estava gostando nem um pouco da presença de Mila.

— Okay, eu vou. — Falou dando um sorriso amarelo para ela. Damian quis argumentar, mas Mila o lançou um olhar que pedia para que ambos ficassem a sós.

Não demorou para que os dois garotos saíssem do quarto, deixando Mila e Damian sozinho.

— O que quer? — Falou ríspido.

— Calma lá, não vamos nos exautar só por que eu mandei seu crush pra longe. — Disse com ironia.

— Mila, ele não é meu crush.

— Repita para si mesmo, até que se torne verdade. No caso, você vai morrer repetindo isso.

— Vou perguntar de novo, o que você quer?

— Okay Damian, eu quero te ajudar a aceitar que você é gay. — Falou o fazendo revirar os olhos. — Se você realmente aceitar que é gay, o que vai mudar?

— Nada, eu não sou.

— Você já sentiu atração sexual por garotas?

— Não é dá sua conta. — Ela bufou com a resposta.

— Eu estou tentando! Você precisa ser sincero comigo! Nada do que vamos falar vai sair desse quarto Damian, eu juro de dedinho.

— Tabom Mila, depois disso, você vai me deixar em paz. — Impôs. Ela deu um largo sorriso assentindo.

— Então, já sentiu atração por garotas?

— Não.

— Você já assistiu porno hétero? — Falou, ele revirou os olhos mais uma vez, apoiando sua costa na parede.

— Já.

— Já sentiu atração por garotos? — Perguntou. Ele ficou em silêncio, pensando na resposta, mas cabaou não dizendo nada.

— Vou considerar isso como um sim. Já assistiu porno gay?

— Aonde você quer chegar com essas perguntas idiotas? — Falou irritado.

— Eu não quero chegar a lugar algum, eu quero que você chegue na conclusão que está gostando de um menino!

— Está tirando a minha paciência Mila.

— Por Deus Damian! Eu vejo a maneira como você olha pra ele! Você ta completamente derretido! Para de pensar com a cabeça do seu pau e percebe o que está diante de seus olhos!

— Quer saber! Eu estou gostando dele, tá! — Gritou, batendo a mão na escrivaninha ao seu lado. Mila se assustou com a agressividade, mas logo sua expressão se tornou um sorriso contente.

— Você adimitiu! Olha só! Não se sente mais leve agora? — Falou chegando mais perto dele.

— Só por que você me irrita.

— Se for preciso te irritar para você adimitir as coisas e ficar bem, me nomeie a Miss insuportável. — Falou com humor, o que o fez sorrir minimamente. Ela pôs as mãos no ombro dele, puxando para o outro lado do quarto e o fez sentar na cama.

— Você é muito estressado, pensa demais nas coisas e no fim não chega em nenhuma conclusão. Relaxa Damian, ou a ansiedade vai te consumir por inteiro. — Disse começando uma massagem em seus ombros.

— Eu não sei o que fazer! E isso me irrita! Eu não sei agir perto dele!

— Não precisa pensar demais sobre isso, não tem nada de errado em estar apaixonado. Esse é o sentimento mais bonito que você vai sentir. — Falou soando positiva.

— Esse sentimento está me matando.

— Por que você não queria aceitar! Mas agora aceitou, não se sente bem melhor? Olha Damian, eu tenho certeza que Jon também gosta de você, são feitos um para o outro.— Disse dando um suspiro contente. — E vocês vão ser um ótimo casal, fazer coisas de casal e vai ser legal, você deve saber disso. Já teve relacionamentos antes, não teve?

— Não.

— Não? Tipo, nem um ficante? — Falou incrédula.

— Não, eu tinha outras preocupações.

— Espera aí, então significa que você é BV e virgem! — Disse rindo.

— E tem algum problema?

— Não, nenhum. Exceto o fato de você não saber beijar. Quero dizer... Isso não é ruim! Jon é bonzinho demais para dizer algo.

— Acha que ele vai notar?

— Pensa um pouco Damian... Jon é gay assumido a dois anos, vocês estavam afastados a três. Para ele se descobrir, óbviamente ele deve ter ficado com algum garoto. Jon parece inocente, mas ele não é nenhum santo.

Damian começou a pensar, brincando com o seu colar de sempre entre os dedos. Mila estava certa, Jon poderia ser o primeiro garoto que ele gostava, mas com certeza Damian não seria o primeiro de Jon.

Isso se Jon sequer gostasse dele. Haviam tantas possibilidades, junto dessa nova frase de Mila, ficou apreensivo.

Se ele viesse a se relacionar com o garoto, gostaria que essa experiência fosse tão boa para Jon, quanto seria para ele. Mas não queria deixar a entender que era inexperiente.

— Olha, eu estou só comentando. Não faça disso uma insegurança. — Falou passando a mão em sua costa, Damian mal ouviu o que ela disse. — Você já fez disso uma insegurança, né?

Ele a olhou sem dizer nada, não foram necessárias palavras. A maneira expressiva que se davam seus olhos já disseram tudo, aquilo seria sim uma nova insegurança.

— Olha Damian, não deixe a ansiedade vencer okay! Eu falei da boca para fora, talvez eu esteja errada e... — Dizia tentando amenizar a situação, mas ele continuava a olhar para o nada, rodando a placa de metal do colar nos dedos. — Você nem está prestando atenção no que eu estou dizendo!

Continuou em silêncio.

— Tabom, olha eu posso te ajudar com isso, mas não sei se você vai gostar da idéia. — Mila falou o chamando a atenção, Damian se virou para ela totalmente determinado.

Com os recentes meses de amizade, a garota havia percebido que Damian era demasiado egocêntrico para deixar alguém perceber as coisas que ele não era bom.

Outra coisa que ela havia percebido, era que ele sempre mantinha uma constante pose autoritária de superioridade, tentando esconder suas inseguranças e ansiedade.

Isso fazia com que ela tivesse uma tremenda vontade de o conhecer melhor e de ajudar essa versão do garoto, no qual ela sabia ser bem martirizado. O olhar no rosto de Damian entregava que, não importasse qual fosse o preço, ele queria surpreender Jon.

— Considere que eu sou bem experiente no assunto e você não. Eu posso te ensinar, se quiser, é claro... Só se quiser. — Falou. Ele ficou quieto, pensando na possibilidade.

— Não veja isso como uma oportunidade de fazer qualquer coisa. — Respondeu ríspido.

— O que? Claro que não Damian! Você é meu amigo, eu não sou um monstro okay?

— Certo, mas isso fica em segredo. — Falou engolindo em seco. — O que eu tenho que fazer?

— Me beijar.


 


Notas Finais


Música que Damian e Jason tocaram juntos: https://youtu.be/Xly2WfQw3AY
Música que Damian "compôs": https://youtu.be/84iLMZGgOTo


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