1. Spirit Fanfics >
  2. Deitado Sobre A Morte >
  3. Capitulo 1

História Deitado Sobre A Morte - Capitulo 1


Escrita por: igormateus

Notas do Autor


Ola pessoas, masi um capitulo, espero que gostem.

Capítulo 2 - Capitulo 1


1

                    Acho que hoje é meu aniversario, não sei apenas acho. Vejo Scott, com seu corpo magro e sujo, pegar uma coisa que parecia ser uma vela ou esta tentando ser uma vela e por um momento pensei que havia um rosto talhado na nela. Sua roupa estava visivelmente suja e contava com um buraco grande em suas costas e na frente, toda vez que eu me perguntava o que aconteceu para a blusa ficar daquele jeito, Lydia me disse que uma vez ele encontrou ou foi emboscado por uma dessas criaturas que eles sempre falam, que quando chega a noite temos que fazer silencio e viver na escuridão. O que estamos comemorando? Sete meses. Hoje pelo visto completa sete meses desde que eu acordei, durante os meses, lutei para sair da cama, reaprender a falar e tentar dormir. Foram dias de sofrimento que às vezes eu desejava ser morto ou esta realmente morto.

Tenho muito que agradecer a ele sem ele eu não estaria aqui hoje, ou estaria? Não sei e provavelmente nem ele sabe a resposta, já que ele nunca foi do tipo que era protetor com os amigos, mas essa era minha função eu não lembro direito, mas já ouvi ele falar que eu era destemido o cara que lutava contra os pobres e oprimidos o que queria levar justiça para todo lugar. E uma hora acordamos e vemos que um mundo pacifico é utópico.

 Scott me contou o que aconteceu nesse um ano e meio em que eu dormir. Ouvi que inicialmente um pânico se instaurou nas grandes metrópoles e que ate cidades grandes ficaram em quarentena e que algumas pessoas conseguiram escapar antes do primeiro surto. Semanas depois veio o segundo surto de uma forma mundial, ele me disse que empresas aéreas cobravam mais caro as passagens e que ele viu muito avião cair. Depois do segundo surto não demorou muito para a energia ser cortada já que uma das principais usinas que alimenta nossa região foi palco para um ninho daquelas coisas. Ele diz que eu tenho sorte de ter dormido, não ver o horror acontecer.

  Durantes esses meses em que fiquei acordado, vi Scott e Lydia saírem e voltarem todos os dias enquanto o sol ainda estava sobre nossas cabeças e quando a noite chegava eles apagavam as velas e tentávamos fazer o mínimo de barulho possível, normalmente tentávamos dormir nessa hora. O que eu ouvia do lado de fora me deu e ainda me da pesadelos durante a noite, os barulhos parecem de hienas só que mais medonhos, do jeito que criança tem medo. Ainda não sei o que são essas coisa e eles estão pra eu não encontrar com uma delas viva.

  Lydia disse uma vez que encontrou uma dessas coisas que não sabe me descrever o que é, para ela parecia uma coisa saindo de um filme de ficção cientifica tipo os filmes do Star Wars ou Alien, essas coisas são coisas de outro mundo e pela sua visão essas coisas seria o tipo de mal ou encontro que ela não desejaria para ninguém. Scott diz que tem dias que ele quase não dorme quando ela tem um surto por causa do encontro.

  Vejo Lydia entrando no quarto com o nosso jantar em latas de alumínio com cor de ferrugem, quando vejo isso fico imaginado o gosto da comida que contem ali. Já comi alguns que estavam a ponto de ficarem podre, quando a comida passava pela minha língua sentia um gosto azedo e sem contar que o cheiro não era dos melhores, ainda esta claro, mas Scott ainda não me disse o porquê de comermos sempre quando esta claro. Provavelmente por causa dessas criaturas, devem ser do tipo que so de ouvir você já tem ânsia de vomito ou perde completamente a fome, ainda estou decidindo qual delas vai ser. Poderia ser a duas, mas acho muito forte pra serem as duas.

 — Stiles, qual vai ser o pedido desse mês? – disse ela sorrindo ao depositar as três latas  no chão. Como de costumo sempre nessa época do mês eles colocam o jantar em um prato, para deixar todos confortáveis ou criar uma atmosfera agradável, mas durante os outros dias comemos nas próprias latas de metal deixando a comida com um gosto ruim, mais do que ela já tem quando.

No inicio eu só reclamava por causa do sabor, queria comer algo bom e demorou bastante tempo para me situar todos os dias Lydia me fazia repetir algumas palavras do tipo Meu nome é Stiles e o mundo que eu conhecia não existe mais, ela me disse que tirou essa frase de um livro chamado Jogos Vorazes, nunca ouvir falar disso, mas ela ate me recomendou para ler, isso ate parece piada, me recomendar um livro na nossa situação atual, outra coisa que eu ouvir é que a ambientação do livro não é muito diferente da que estamos vivendo.

 O meu pedido é por mais dias assim – retribui o sorriso e pego a vela perto de Scott e sou um sopro nela, se não fosse a pequena claridade tentando encontrar um caminho para dentro do local eu não conseguiria ver a fumaça branca fazendo uma dança majestosa enquanto se dissipava. Ele reclama que contar meu desejo não vai ajudar, ainda mais agora que ele não vai se realizar.

  Rebato que ele esta fazendo drama e Lydia fica apenas rindo e comendo a comida que eu chamo gentilmente de gororoba ou ainda não encontrei um nome para chamar isso, mas comida eu sei que não é.  Ficamos ali por mais um tempo jogando conversa fora. E quando o primeiro barulho foi ouvido, eles se levantaram e correram pelo apartamento fechando janelas.

  Pela primeira vez em sete meses eu consegui ignorar o barulho em minha volta, Scott disse que não seria fácil ignorar o barulho. Tentei me levantar com cuidado para ver se conseguiria ajudar, mas com a mesma velocidade que eles foram eles voltaram.

Pode ficar sentado ai – ele me disse autoritário, mesmo ele sabendo que eu já posso ficar em pé, ele acha que eu não conseguiria ficar muito tempo – Vamos ver se você vai poder andar o dia inteiro outra hora.

Então quer dizer que vou sair do meu castigo? – disse zombando dele, ele me olha com uma cara seria, sabendo que ainda não vi nada do exterior. Ele não me responde apenas sai do quarto.

  Lydia entra praticamente em seguida sentando do meu lado, com um copo de agua e me entrega a agradeço pelo gesto e puxo assunto que estava na minha cabeça já havia algum tempo. Como ela esta com uma pessoa como Scott? E onde esta ela?

Eu não sei se ele comentou com você, mas eu era sua enfermeira no hospital, enquanto você estava – vejo ela parando de falar e completo com a palavra que ela queria dizer, que nenhum dos dois falam, me sinto uma criança proibida de ouvir certas palavras de seus pais – Isso, eu cuidei de você ate toda a confusão acontecer e Scott aparecer.

  Estava na cara que ela não iria contar os detalhes, provavelmente alguma promessa que ela fez a Scott, a essa altura do campeonato eu poderia suportar qualquer coisa dentro desses meses percebi que Scott não comentou nada sobre nossas famílias, mas fiquei pensando o que poderia ter acontecido com eles. Já que ele não me deu nenhuma informação costumo pensar que eles estão vivos.

Foi uma sorte ele ter aparecido, sinceramente devo muito a ele... – disse simplista e saiu do quarto e eu poderia jurar que a tinha visto chorar.

  Quando eu ouvi sua voz me pegando de surpresa meu corpo todo estremeceu.

Não vai morrer com esse susto não em – brincou.

Claro que não, você vive me lembrando de que existe coisa pior do que esses sustos repentinos que você me da e além do mais pra quem sobreviveu a um acidente esse susto não vai me matar assim.

Olha sobre a Ly – ele a chamou por um apelido e com outro tom de voz, acho que se eu lembra–se do jeito que ele era eu poderia dizer que ele estava gostando dela – Ela não gosto de lembrar o que ocorreu.

O que aconteceu pra ela ficar assim? - por mais que seja errado querer saber, eu precisava saber, já que éramos amigos acho que esse era o mínimo para termos uma relação saudável, ate mesmo por que eu poderia falar alguma coisa que ferisse seus sentimentos sem nem mesmo perceber.

Ela viu o namorado dela, ser atacado por uma daquelas coisas. Éramos–nos um grupo de cinco pessoas, mas eles não conseguiram se adaptar a essa mudança radical e se mataram – pareciam que ele tinha lido a minha mente quando ele me respondeu o que se passava em minha cabeça no momento – Não foi aqui nesse apartamento – ele vê a minha expressão de alivio e pena por causa de Lydia.

Tudo bem, mas quando for à hora quero que me conte o que você esconde de mim, não quero ficar no escuro e olha que passei muito tempo no escuro. – tento brincar e a única coisa que sai de minha boca é um sorriso forçado.

Ele me joga um vou ver como Lydia esta e sai do quarto. Acho que esse é aquele ponto onde não tenho mais nada pra fazer. Nos momentos seguintes fico olhando para a porta, nenhum sinal de Scott, provavelmente esta ajudando Lydia, imito uma voz infantil em minha mente e fico rindo de mim mesmo.

Quando sinto meus olhos se fechando eu me deito na cama, o colchão ainda dava para ser usado mesmo com ele rasgado em certos ponto, nem tinha percebido que fiquei praticamente o dia inteiro sentado na mesma posição desde que eu acordei. Dormir. Ouço um barulho, mas nada que faz com que meu consciente faça me abrir os olhos.

2

Quando abri meus olhos novamente estava tudo escuro, logo entendi que estava no mesmo lugar em que estive meses atrais. Ainda não vejo nada, não sei por que me surpreendi. Começo a caminhar pela escuridão ate o momento em que sinto uma dor forte sobre eu corpo, meu rosto estava ardendo e meu tórax estava comprimindo meus órgãos internos, a falta de ar veio nos momentos seguinte.

Depois de um tempo no chão vi que realmente e estava no chão caído. Calma eu poso ver o chão? Estava vendo a grama, estava sentido ela passar sobre meus dedos quando me movimentava para levantar novamente, passei a mão sobre meu rosto e um pequeno corte estava ali praticamente no meio da testa sei disso quando vi o sangue em meus dedos. Aos poucos vejo tudo com mais detalhes.

Sinto o calor do sol sobre minha pele, fecho os olhos e encho meus pulmões de ar, acho que é a primeira vez em tempos que consigo respirar bem. Olho para a palma da minha mão e a vejo arranhada, mas nada que precise de sérios cuidados além de minha testa e então começo a rir.  Passo a mão pelo meu corpo tentando tirar a sujeira que tinha em minha roupa e vejo que estou vestido com uma camisa polo social e uma calça jeans.

O que você esta fazendo ai? – disse a voz me tirando dos meus pensamentos, me virei em direção a este e vi Scott, estava sorrindo pelas minhas loucuras – Como foi parar ai? Já esta bêbado o suficiente? Já tenho que levar meu melhor amigo pra casa?

Não! – rebati – Claro que não, nem sei como eu vim parar aqui.

Hum, esta bem então vamos voltar lá pra dentro, preciso de você pra uma coisa.

Subi o pequeno morro de grama e vi o que estava por cima dele, era a casa de Scott, havia outras pessoas no imenso jardim e algumas crianças na enorme piscina, que tinha a cara de ser aquelas piscina olímpicas.

Ao entrarmos na casa, o pai de Scott nos para, para mais uma vez incomodar o filho sobre os negócios de família. Rapidamente Scott consegue se desvencilhar dos ataques do pai, chamando sua mãe que repreende o marido. Enquanto eles ficavam discutindo eu ficava prestando atenção na televisão que passava cenas de um apartamento do outro lado da cidade e a chamada em baixo era Mulher é encontrada aos pedaços em apartamento, noivo é o principal suspeito.

La se vai mais uma mulher, que Deus tenha piedade de sua alma, seja lá o que ela fez para merecer isso. – Comentou uma tia de Scott, ela estava vestindo roupas que não se viam em qualquer lugar.

Me pego pensando ‘no que seja lá o que ela fez para merecer isso’, ela não merecia ouvir isso, acho que em algum lugar ela esta se contorcendo por ouvir algo como ela fez para merecer isso.

Que criatura faria uma coisa dessa mãe? – Indagou a filha no momento em que eu iria ouvir a resposta Scott da um empurrão em meu braço me desconcentrando me chamando para o segundo andar.

Subimos um lance de escada e chegamos ao quarto dele que tinha uma varanda com vista do quintal, fui direto para a varanda e sentir o vendo forte soprando em minha direção, observei as crianças gritarem enquanto brincavam de pega–pega, ver aquilo era nostálgico. Fazia me lembrar de quando era mais novo e nos brincávamos assim nos acampamentos.

Sinto Scott me cutucar novamente, me viro para ele que agora se encontra do meu lado na varanda e vejo–o com uma caixinha de veludo. Pronto o momento que eu estava querendo evitar chegou e agora vem à pergunta que eu queria tanto não ouvir.

Você acha que ela vai aceitar a casar comigo? – olhou para mim com aquele sorriso que vemos em crianças pequenas quando recebem o brinquedo que pediram para o papai Noel.

Tem certeza que é isso que você quer? – indaguei tentando colocar uma duvida em sua mente – Você vai ser muito idiota se casar com ela – completei em tom de reprovação.

Desde o começo de seu namoro com Christine eu nunca aprovei o envolvimento de ambos, nunca vi que aquilo iria dar futuro e ainda não vejo por mais que eles estejam juntos por causa de dois sofridos anos de idas e vindas. E além do mais já tinha um tempo que eu não sabia o que acontecia entre aqueles dois. Mas não era apenas por isso que eu falei desse jeito.

E desde quando você acha que ela não é a certa pra mim? – Fixou os olhos em meu rosto, via que seus olhos procuravam um resposta em minha face.

Desde o começo, mas...

Antes que eu completasse minha frase ele me interrompeu. Disse para sairmos dali, que queria espairecer. Não entendi muito bem. Passando pela sala vi que seus pais ainda estavam lá e sua tia ainda comentava sobre a noticia que vira mais cedo, só que nesse meio tempo em que eu estava no quarto de Scott outro assassinato aconteceu, já que na tela dava pra se ver o símbolo que representava quando um repórter estava Ao Vivo e por algum motivo eu acho que estava sendo transmitido para o pais inteiro, por mais que aquelas coisas sejam ‘costumeiras’ diga-se de passagem quando um acidente ou um assassinato dessa magnitude ocorro a noticia tem que ser ao vivo, mas não é uma obrigação.

Parei para prestar atenção enquanto Scott dizia alguma coisa para seus pais.

— Voltamos aqui direto da rua principal da região de Manhattan Beach, para falarmos de outro assassinato. Agora nesse momento a policia esta dentro de uma dessas casas para achar o assassino. Uma das vizinhas do casal ouviu uma gritaria, vamos conversar com ela rapidamente.

Uma senhora que parecia ter setenta anos de idade com seus cabelos brancos e em forma de cachos se não fosse pelo cabelo branco eu poderia dizer que ela era mais nova, já que seu rosto não transmitia sinais natural da velhice, mas já mostrava sinais que ela cuidava bem de si e que o cabelo branco era seu estilo. Ela se juntou ao repórter, olhou para a câmera e eu podia jurar que ela esbouçou um sorriso, ou era sua primeira vez aparecendo ao vivo e iria se mostrar.

— Senhora, você pode nos contar o que você ouviu?

— Eu estava com meus gatos no quintal quando eu ouvi o grito de Mary, minha vizinha e cheguei mais perto para saber o que estava acontecendo e ouvi mais coisas, como se ela estivesse jogando alguma coisa no companheiro...

Enquanto a senhora falava um barulho foi capitado pelo microfone, barulho esse que pareciam ser de tiro foram ouvidos dentro da casa, a câmera rapidamente desfoca e mostra a movimentação do operador de câmera para longe da casa. Segundos depois ele para e foca novamente na casa, na imagem ainda podemos ver algumas pessoas correndo e o barulho de tiro ainda podia ser ouvido.

— Produção, ainda estamos ouvindo os barulho de tiro – disse o reporte.

O que é que esta acontecendo lá? Que loucura – comentou a mãe de Scott.

Sinto Scott me cutucando, aquilo era para a gente sair dali enquanto todos estava prestando atenção na reportagem, mas eu também estava, fiz um sinal com a mão para ele esperar.

— Agora estamos vendo policiais saindo carregados depois que o tiroteio estava sessado – dizia ele enquanto caminhava para mais perto da casa – O que aconteceu lá dentro? – indagou ele a um policial que estava saindo da casa, com um rosto sem expressão.

— Não vou falar nada agora – respondeu ele saindo do alcance da câmera.

Que loucura, pensei comigo mesmo. Olho para o lado de Scott e vejo que ele esta impaciente e finalmente o sigo.

Já no carro ele não coloca uma musica como ele tem costume de fazer. Com isso percebo que ele sabe qual o problema do seu relacionamento. Quando me dei conta já estávamos saindo do carro e caminhando sobre as montanhas em volta de Los Angeles. Era estranho, dois homens com roupas sociais naquele lugar onde recebia centenas de pessoas diariamente para caminhadas e para observar a cidade dos anjos e para nossa sorte não estava quente.

Chegamos a uma das muitas paradas onde os turistas tiram foto com a cidade ao fundo, é uma bela foto e uma bela vista, eu poderia ficar aqui calado e olhando para a imensidão a minha frente por horas, sem precisar me mexer. A roupa que usávamos intensificava de mais o calor depois de um tempo, abri os três botões superiores da camisa e sacudi um pouco para deixar o ar passar sobre meu dorso, aquilo ajudou um pouco.

Por vários minutos vejo–o inquieto, mesmo parado ele olhava para um lado e para o outro, mexia a cabeça de um jeito estranho como sempre fazia quando estava querendo dizer algo.

— Apenas diga. – ele diz de repente.

— O que você quer ouvir?

— Apenas fale. Eu já suspeitava de algumas coisas.

— Então se você já sabe por que precisa de confirmação? – indaguei tentando entender onde ele queria chegar com aquilo.

— Isso – tirou a caixinha de veludo do bolso segurando ela em direção ao meu rosto – Isto, eu comprei quando fizemos um ano de namoro, estava achando que ela era a certa. Fiquei semanas me preparando para o grande dia. O dia em que finalmente eu iria pedi-la em casamento – disse, provavelmente se lembrando dos momento mentalmente, ele estava sorrindo não queria atrapalha-lo em suas lembranças – Teve um dia em que estávamos no meu apartamento e eu queria ver se ela estava empenhada em seguir em um compromisso serio. Eu... Eu já tinha falado varias vezes sobre esse assunto, mas eu queria que naquela hora fosse serio.

‘Eu olhei para ela. Eu estava tentando enxergar se ela me amava do jeito que eu a amava. Perguntei a ela o que ela achava de avançarmos em nosso relacionamento, eu vi a feição dela mudar, ela não estava preparada... ’.

Ele estava chorando. Scott quase não chora, a ultima vez que lembro dele chorando foi na morte do seu Rusky Siberiano, tinha o nome de Prometheus, era  o xodó dele, onde Scott ia ele dava um jeito de Prometheus ir junto e sempre acabava sobrando pro meu carro que ficava com o banco traseiro cheio de pelo do animal, ele era  um bom cão. Tirando o nome do animal Prometheus, quando era mais novo era fanático com a mitologia egípcia, comprava farias revistas e filmes com a temática, já eu era o tipo que gostava de ler sobre conspiração, lembro que passava horas no Skype com ele falando sobre isso.

 Minha única reação foi pensar no que estava acontecendo. Ele olha para mim novamente tentando balbuciar algumas palavrar em seu choro mudo.

Eu disse apenas sim. O melhor que eu poderia fazer por ele naquele momento era isso. Deixei-o chorar ate ver o sol começar a se esconder no horizonte. Meu celular toca. Era sua mãe querendo saber se iriamos voltar, disse a ela que já estávamos retornando.

 — Vamos voltar Scott, hoje é seu aniversario esta fazendo 23 anos e acabou de decidir o resto da sua vida, que por um sinal vai ser bom e você sabe que pode sempre contar comigo.

O que era pra ter saído como forma de apoio, sai completamente errado quando vejo–o me encarando de uma forma estranha tentando entender o que eu acabei de dizer, na verdade nem eu sei o que eu acabei de dizer.

Ao chegarmos ao carro já quase não se podia ver o sol e a cidade já estava com as luzes acessas. Descemos mais lento que o normal, culpa dele que ficou sentimental de repente. Pego a chave do carro dele, pensei que ele iria reclamar por esta dirigindo o seu xodó.

— Você esta bem? – perguntei sem esperar uma resposta, quando entramos no carro.

Liguei o carro e fomos em direção a casa dele, durante o percurso tentei puxar algum assunto com ele.

— Scott...

— Ela terminou de vez comigo hoje, esta satisfeito? Disse que tinha encontrado alguém que a faz realmente feliz e você não vai acreditar na melhor parte – mesmo concentrado na rua deu uma olhada para ele continuar – Ela disse varias coisas sabe por onde? Pela merda de um telefone. Como pude ser tão trouxa assim? – se remexeu no banco.

Duras palavras para ele ouvir. Quando paramos no sinal, coloco uma musica para anima–lo. O sinal abriu acelerei o carro e em seguida ouço uma buzina.

3

Agora esta tudo escuro. Acho que voltei para o lugar onde fiquei por meses, mas noto que tem uma espécie de barulho ensurdecedor perto do meu ouvido. Nos momentos seguintes me vejo ser sacudido por Scott e ele queria gritar. Quando ele me ve com os olhos completamente abertos ele para de me balançar e ouço o que eu tentei ignorar por meses.

Estava atordoado, quando Scott começou a falar que tinha sono leve e que não era a primeira vez que eu fazia isso. Primeira vez? Não lembro de ser acordado nas outras vezes. O que eu acabei de sonhar? Muitas perguntas estão em minha mente nesse momento e não consigo dizer nenhuma delas.

Scott me fala que já esta quase na hora do sol aparecer, por algum motivo que parece o comportamento dessas criaturas são noturnos, ele me diz que hoje vou ter um dia cheio.

4

Estou na rua sozinho. Scott e Lydia me deixaram na rua sozinho, se eu pudesse tomar  minhas próprias decisões eu ficaria em casa, mas Lydia disse que isso era ótimo para minha saúde e minhas pernas, pois segundo ela se eu não movimentasse desta vez eu poderia perder elas e por perde elas seria o movimento. Aquilo não me assustou de imediato, mas também não ajudou. Fui empurrado para fora do prédio à contra gosto, reclamei ate Scott dizer chega.

— Para de reclamar e olha o que você esta perdendo.

Bem isto foi a cinco minutos, ainda estou olhando para o céu azul, pensei a um tempo que não iria ver o céu como antigamente e quando Scott disse que o mundo mudou eu pensava em uma coisa mais pos-apocaliptica onde quase não poderíamos ver nada em nossa frente, mas não é nada do que imaginava quando pequeno e via em filmes. Estou maravilhado com a beleza de um simples céu. Mesmo com tanto silencio ainda posso ouvir eles conversando e mexendo em alguma coisa dentro de  uma antiga loja.

Percebo que estou fazendo birra que nem uma criança, abaixo minha cabeça rapidamente para olhar os meus pés, coloco o pé esquerdo para frente e em seguida o direito, me obrigando a conhecer esse novo mundo.

Quando me deparo estou no meio da rua e me ouso dar uma volta de trezentos e sessenta graus bem de vagar. Começo pela loja em que eles estão acho que é uma loja de vinil, já que seu nome tinha a palavra vinil no nome, meio apagado não podia ter certeza do nome, enquanto girava percebia que o que tudo estava meio cinza sem cores.

Inicialmente foi um choque, mas quando dei a volta completa entendi perfeitamente, sem pessoas para limpar. Lembro de andar pela cidade toda colorida, com pessoas passando na calçada, algumas feliz, algumas em casais e  outras em grupo cada um se movimentando em seu ritmo fazendo a cidade ter uma vida única.

Scott me tira de meu transe segurando uma capa de vinil em minha frente com um sorriso bobo no rosto, fiquei sem entender.

 — Esse é da sua banda preferida lembra? Iron Maiden! Não lembra disso? – peguei a capa que estrava escrito o nome da banda e no verso continha as musicas passei o dedo sobre cada uma delas para ver se lembrava e em seguida balancei a cabeça negativamente para ele.

Nenhuma memoria veio a minha mente, mas a quando ele começou a recitar uma musica fazendo o som de guitarra pela boca que saia um pouco irritante na hora e no outro instante ele começou a contar o verso da musica.

 Let me tell you a story to chill the bones

about a things that I saw

One night wandering in the everglades

I'd one drink but no more.

 

5

Estava me deixando levar pela musica e mais uma vez a escuridão, desta vez ela não veio pra ficar ou demorar muito quando menos percebo eu estava vem uma cama. O som do chuveiro ligado e a mesma musica que Scott esta cantando pra mim, na minha memoria ela esta em segundo plano. Me sento na cama vendo as peças de roupa jogada no chão, peguei minha camisa e vi que na parte dos botões estava faltado um ou dois. Joguei a camisa de volta no chão.

Vejo que estou nu quando tiro a coberta sobre meu corpo e rapidamente coloco minha cueca. Quando me levanto vou em direção ao banheiro ouço a voz feminina cantando a musica, quando faço mesão em abrir a porta, a voz feminina diz para eu não entrar.

Ignoro o pedido e entro, por um momento fico paralisado ao ver uma mancha escura tampando o corpo feminino, a mancha não seguia o contorno do corpo, mas era grande o suficiente para não me deixa–la ver, mas ela me via e eu não á via. Tentei andar de um lado para o outro vendo se conseguia alguma vê–la. Não conseguia, para onde eu ia a mancha seguia e ela notou isso.

— O que você esta fazendo? – Não precisava ver seu rosto para confirmar alguma coisa, seu tom de voz era de que eu estava sendo estranho.

Sai do banheiro e ouvi um obrigado vindo dela.

6

— O que foi isso? – perguntou Lydia fazendo Scott parar de cantar e consequentemente eu voltar do meu transe. Inicialmente eu e Scott não ouvimos nada.

Logo em seguida ouvimos o barulho, que estava longe, e o grito típico que estamos acostumados. Senti a mão de Scott fazendo pressão sobre meu braço e olhei para seu rosto e fui pego desprevenido. O terror em sua face era nítido e Lydia apresentava o mesmo, sem fazer qualquer pergunta fui andando rápido para o nosso abrigo, vi ambos fecharem as janelas o mais rápido possível e sem se preocupar em fazer barulho. O que seria pior do que aquelas coisas que ficam perambulando pela cidade à noite.

Um barulho de longe foi ouvido ao meio dos tiros que eram soltos. Ouvi Lydia soltar um babaca em meio do barulho que ficava mais alto a cada segundo que passava.

 Pela primeira vez me senti surdo, que saudade a movimentação do mundo antigo faz para mim hoje. Cada vez que uma bala saia do cano da arma eu sentia a perda da minha audição, o som entrava dentro do apartamento como se tivessem duas caixas de som uma de cada lado do meu ouvido e tocando um som insuportável. Coloquei minha mão diante o meu ouvido para tentar abafar o som, uma tentativa falha.

Scott estava falando algo para Lydia, ela parecia estar ouvindo ele com estranha calma, eles não estavam tampando os ouvidos, me deixando instigado. Olho para ela e vejo que esta falando comigo, sua voz fura o barulho das balas que agora parecia estar sendo solto a centímetros do meu ouvido e aos poucos vejo tudo ficar escuro.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...