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História Deixe-me saber... - Uma promessa quebrável...


Escrita por: whtrose_ e kyunkth

Notas do Autor


Olá meus anjinhos! Voltei com mais um capítulo! Admito que chorei!

Ah! A fic saiu do hiatus? Sim, mas acho que por um tempo apenas ;-;

Prometo tentar sempre voltar o mais rápido possível!

Obg pela atenção e boa leitura S2

Capítulo 9 - Uma promessa quebrável...


Fanfic / Fanfiction Deixe-me saber... - Uma promessa quebrável...

14 de Janeiro de 2016:

O sol havia aparecido no período da tarde, trazendo junto ao seu brilho um clima mais confortável.

O Park passava seus dedos sobre a grama úmida com seus pensamentos longes, acho que era isso, pois seus olhos vagavam pela imensidão do céu azul. Vinda de seus lábios, uma calma melodia preenchia o meu quintal “morto”, digo isso porque as flores haviam murchado devido a uma tempestade e a única árvore, que existia alí, estava sem as suas belas folhas verdes.

Eu estava sentado em uma cadeira de madeira com os olhos fechados, apenas aproveitando o calor do sol que esquentava meu corpo. Eu sentia falta disso, sentia falta de sentir-me vivo em momentos como aquele.

— Jimin. — pronunciei seu nome com os olhos fechados. — Você canta bem. 

— Eu estava cantando? Oh... Que vergonha...

Ele sussurrou as duas últimas palavras, mas eu ainda assim escutei. Ri fraco abrindo os olhos, podendo o observar mexendo nos dedos em uma atitude nervosa.

— Não precisa ter, eu nem escutei, nunca estive ao menos aqui. — falei estatisticamente escutando uma risada mínima dele.

— Vai nessa, hyung! Você é a pessoa mais atenta e presente que eu já vi! — o mais novo retrucou.

Naquele momento, eu estava rindo com a sua afirmação, todavia eu estava machucado por dentro por saber que eu não era presente, ou talvez eu já havia sido. Eu estaria voltando a ser como eu era?

Eu costumava ser presente na vida de meus pais e na vida de meus amigos.

O meu plano... 

— Eu poderia falar com você sobre uma coisa, Park? — perguntei apreensivo. 

— Pode. — respondeu de imediato, checando algo no celular. — Que droga! Falta tão pouco para as férias acabarem. — comentou passando as mãos por seus fios de cabelo prateados.

— Estuda o que? — me levantei da cadeira.

— Ganhei uma bolsa de estudos e agora faço medicina, mas eu não sei em qual área vou me especializar. — explicava com um sorriso no rosto. 

Deveria ser interessante; Estudar para depois salvar a vida de uma pessoa, que sorte a dele. Sentei ao seu lado no degrau, e fiquei escutando sobre as suas histórias na faculdade. Park não parecia ser um homem que escondesse a verdade de alguém, porém ele lembrava um garoto inseguro ao contar segredos. Eu sentia que algo em seu passado o atormentava, e eu precisava saber. Por que tantos mistérios?

— Jimin!? — escutei uma voz atrás de nós e virei-me rapidamente. — O que você está fazendo aqui?!

O rapaz moreno possuía uma expressão de raiva e preocupação em sua face, mas, por que ele estava assim? Era parente ou algo assim para impôr onde o Jimin deveria ir ou não ir?

— Jeongguk! — se levantou rapidamente e indo de encontro ao que parecia mais velho. — O que você está fazendo aqui? — perguntou apontando seu dedo no peitoral dele.

— Eu e o Tae não conseguimos vir ontem e acabamos por vir hoje. — explicou enquanto me encarava. — Além de que, eu ouvi sua voz, então entrei na propriedade sem pensar duas vezes.

O Park revirou os olhos e voltou sua atenção para mim com um sorriso forçado no rosto.

— Yoongi este é Jeongguk. 

— Sei quem é.

Dei de ombros quando ouvi a risada fraca de Jeon, e logo o mesmo virou de costas com os braços cruzados. Jimin parecia incomodado, mas não ousara dizer uma palavra. De repente, aquele clima bom que eu e o mais novo havíamos conquistado na tarde, esvaiu-se rapidamente com a presença alheia. Eu observava detalhadamente as atitudes de Jeon, quando cheguei a conclusão de que o mesmo gostava do menor. Sorri bobo com aquilo.

— Vamos? O Tae está nos esperando! — pegou na mão de Jimin. 

— Você quer ir, Jimin? — intervi me aproximando, ficando cara à cara com o mais novo. 

O Park levantou a cabeça fitando meus olhos por alguns segundos, até suspirar e soltar a mão do Jeon, este que arqueou as sobrancelhas em busca de uma resposta.

— Eu prometi passar um tempo com o Yoongi. — disse buscando a minha mão e a segurando com certo receio de minha reação.

Jeongguk riu, mas somente fez isso ao encarar nossas mãos juntas, depois ele digitou algo no celular de forma tensa. Eu entendi aquele ataque de ciúmes, estava até divertindo-me.

— Se quiser, pode chamar esse tal de Tae. — sugeri soltando as nossas mãos. — Adoraria conhecer gente nova! — era presente o tom da ironia em minha voz.

— Yoongi... — Jimin falou apreensivo.

Eu sabia que ele havia entendido, Jimin conseguia interpretar as minhas entrelinhas de um modo assustador. Mas por que eu não o entendia tão bem quanto ele em relação à mim?

Virei o rosto para o lado oposto de seus olhares indecifráveis, eu já encontrava-me incomodado com eles. Acho que era pelo fato de ter me acostumado à solidão, quão melancólico...

— Você vai gostar dele! Tenho certeza! — Jimin falou tocando meu ombro de leve.

Eu sei que eu parecia com uma pessoa antissocial e completamente louca ao pensar tantas asneiras em relação as pessoas, mas é que eu queria seguir meu plano. Por que você apareceu logo naquele momento, Park Jimin?

— Ok. Chame-o. — soltei o ar de meus pulmões, este que eu nem havia percebido que estava prendendo por tanto tempo.

Jimin sorriu mínimo apertando fraco meu ombro, como quem dissesse: “Eu estou aqui para mudar seu destino.”

Eu devia estar enlouquecendo aos poucos, e sem dar-me conta. 

— Ah! Você deve ser o pianista... Yoongi, Certo? Jimin o mencionou! Prazer, sou Taehyung... Kim Taehyung! — estendeu sua mão em minha direção.

Ele falava de forma eufórica, com um sorriso retangular no rosto. Diferente, e muito bonito. Essa era a parte positiva de conhecer novas pessoas, pois ao escutar a voz e observar os gestos, eu podia saber se eram confiáveis ou não. E aquele garoto sorridente na minha frente, tinha um ar infantil e inocente, eu não encontrava pessoas fazia uma boa quantidade de tempo.

— Sim! Sou eu. — falei sem graça apertando sua mão.

Taehyung continuou a segurar a minha mão, só que seu sorriso foi desaparecendo aos poucos e seu olhar revelou uma verdade para mim; Ele não era o garoto que aparentava ser.

Arqueei a sobrancelha tentando compreender o motivo de seu desconforto... Será que fora eu?

Em um ato rápido, soltei de sua mão e desviei o olhar a fim de não encarar os seus olhos castanhos, que diziam tantas coisas sobre ele. Como uma criança, ele não me julgara, mas também não conseguia omitir seus pensamentos. Eu conseguia ver de relance o Kim cochichar algumas coisas no ouvido do Park, este que dava de ombros algumas vezes, e em outras consentia.

— Yoongi, Taehyung quer saber se você está bem... — Jimin falou pelo outro.

Naquele momento, meu corpo entregou-me da maneira mais idiota possível. Eu odiei-me, senti vontade de socar-me, senti vontade de desaparecer.... Por que eu não havia morrido ainda?

Eu estava tossindo, entretanto não eram tosses comuns, eu possuía sangue nas minhas mãos, que tampavam minha boca. Dessa vez era diferente, pois meu nariz também estava sangrando. E então, eu sufoquei. Meu pulmão queimava, era como se eu estivesse inalando cacos de vidros, que rasgavam minhas vias respiratórias por dentro.

Eu conseguia ver de relance o olhar preocupado de Jeon, o Kim tampando os olhos e Jimin vindo em minha direção.

— Yoongi, respire! Por favor! Yoongi... Olhe para mim droga! — gritou a última frase. 

Tentei regular minha respiração, mesmo tal ação parecendo ser impossível. Se eu morresse naquele momento, tudo resolver-se-ia, certo? Meu sofrimento acabaria e eu não iria precisar mais preocupar-me com o futuro...

Mas por que parecia errado?

Aquele par de olhos tentanto transmitir que estava tudo bem, aquelas mãos segurando meu corpo a fim de mantê-lo em equilíbrio, mesmo que não existisse equilíbrio em mim em todos os sentidos, e meu nome saindo da boca dele...

Por que os pensamentos relacionados à morte pareciam ser errados àquela altura de  toda dor?

Taehyung correu em meu encontro dizendo que Jeongguk estava em seu carro e que precisávamos ir logo, tudo isso parecia ser um erro, mais um de tantos erros. Eles carregaram meu corpo frágil até o veículo preto com um pouco de dificuldade, a minha visão estava turva e meu corpo estava gélido, tão gélido ao ponto de tremer por conta própria.

— Acelera, Jeongguk! — Jimin exclamou.

Senti mãos quentes envolverem meu rosto, tentando manter-me acordado a todo custo. O hospital não era longe, mas meu corpo inteiro doía tanto que fez o percurso até o local aparecer uma eternidade.

— Estamos chegando, Yoongi. Nós já estamos chegando ok? Aguente firme... — o Park dizia enquanto olhava aflito para mim.

Apoiei minha cabeça no banco sentindo que talvez tudo acabaria, uma parte de mim estava feliz, o que rendeu um sorriso fraco, mas tinha outro lado, o que era ocupado pela petulante razão. E por esse motivo, que eu odiava ser um ser racional.

— Não demorem a trazer ele! Eu vou logo indo até a recepção. — Taehyung falou rápido e correu para dentro do hospital.

Jeongguk puxou meu corpo para si e levou-me em direção as portas do local com pressa, um sorriso bobo surgiu em meus lábios quando as imagens de minha mãe apareceram.

“— Meu Yoongi está crescendo tão rápido!”

A voz da mais velha ecoava em minha cabeça, fazendo-me soltar algumas lágrimas.

“— Amigos? Nem precisa responder! Aigoo! Você sorriu!”

Foi a vez de Seokjin aparecer em meus pensamentos. 

Senti algo macio acolher meu corpo, eu estava em uma maca sendo levado para uma sala de cirurgia. Não me preocupei, naquele momento eu não ligava para mais nada. 

“— Esse é o meu campeão! Olha só essa nota! Que orgulho!”

Meu pai...

As alucinações tomavam conta da minha consciência, e eu até agradecia por isso pois eu estava sorrindo depois de tantos anos.

“— Promete ser um bom garoto?”

Lembrei da última coisa que minha avó falou, antes de fechar os olhos e permitir que a morte lhe escolhesse.

Meu braço fora perfurado, logo o senti queimar, mas meu sorriso continuava alí, era quase invisível, mas ele existia.

O incrível era que todos aqueles médicos reunidos não sabiam o que eu possuía, a única intenção era fazer meu coração não parar e regular meus sintomas. Eles teriam de lutar para me salvar, e seria contra algo desconhecido.

“— Eu preocupo-me com você, hyung...”

Park Jimin invadiu meus pensamentos, fazendo com que meu sorriso sumisse aos poucos. O sedativo começava a fazer efeito também, e minhas pálpebras iniciaram a pesar.

“— Peço que não me deixe também, Min Yoongi...”

Meu sorriso, por fim, sumiu. Lembrar de seu tom de voz chateado deixou-me vulnerável à tudo, comecei a chorar de forma silenciosa ao sentir o meu corpo inteiro queimar. Tudo parecia pegar fogo, meus órgãos, meus ossos, minhas veias, meu cérebro, minha pele... A dor me torturou de todos os jeitos possíveis, até que meus olhos se fechassem por completo. Contudo, eu ainda conseguia ouvir a minha respiração fraca, o barulhinho da máquina ao meu lado, que mostrava o meu batimento cardíaco, e o som da melodia de meu piano. Talvez eu não iria mais conseguir tocá-lo, e mesmo com minhas pálpebras já fechadas, isso fez com que mais lágrimas escorressem pelo meu rosto gélido.

O mais — tragicamente — engraçado de tudo, era que eu tentava negar, mas no fundo eu sabia que estava chorando por quebrar a promessa que fiz à Park Jimin.

...

15 de Janeiro de 2016:

Eu sabia que necessitava acordar, entretanto, continuar naquele sono profundo e não sentir nada, além de ser confortável, também parecia a melhor opção. Pena que o sedativo fora parando seu efeito na minha corrente sanguínea, fazendo com que meus olhos minimamente se abrissem, arrependi-me ao passo que aquela luz forte ia se refletindo em minha visão. Mexi os dedos de minha mão direita, sentindo o lençol abaixo de meu corpo e a agulha incômoda colocada em meu pulso.

Será que haviam feito exames?

Aos poucos a minha parte consciente fazia-me recordar das últimas coisas que aconteceram antes de eu parar em um quarto de hospital; Jardim... Jeongguk... Taehyung... Tosses... Sangue... Lembranças... Vozes... Jimin... Uma promessa... 

Um inútil, um completo inútil. Era isso o que eu pensava de mim mesmo. Como eu ainda estava vivo? E por quê?

Soltei uma lágrima, virando o mínimo minha cabeça para o lado. Havia alguém alí, sentado em uma poltrona que não parecia muito confortável. Minha visão fora melhorando, e assim consegui ver que se tratava de Jeongguk.

— J-Jeon? — chamei fraco.

O mais velho abriu os olhos, e surpreendentemente sorriu abertamente ao ver-me. 

— Yoongi! — levantou-se, chegando mais perto da cama. — Como está? Ah! Não precisa responder... Que burrice a minha. — me encarou levando a mão até sua testa. 

Nem parecia o mesmo Jeongguk que estava em meu jardim.

— Eu preciso conversar com você, Yoongi. Sabia que você tem leucemia? — perguntou colocando sua mão sobre a minha. — Fizeram exames e injetaram alguns remédios... 

Arregalei os olhos. Será que todos sabiam de meu segredo? 

— Calma, por favor. — falou ao perceber meu estado. — Taehyung teve de voltar para casa porque está tarde, e Jimin foi comer. Acho que você gostaria de saber disso. — continuou, olhando para o teto. — Sabe... Eu odeio hospitais, depois vai ter de agradecer-me comprando um chocolate! — tentou cortar o clima pesado.

Sorri fraco e tentei perguntar que horas eram, o que não deu certo já que minha voz estava falha, todavia Jeon entendeu. Agradeci por isso.

— São três horas da manhã. — respondeu retirando sua mão de perto da minha.

— Por favor... — sussurrei. 

Jeongguk arqueou as sobrancelhas, e chegou mais perto tentando escutar.

— N-nã-não co-con-te pa-para nin-guém... — falei com dificuldade.

O moreno perguntou o motivo, porém pareceu compreender ao ver meu olhar deprimido. Eu sabia que ele havia entendido, estávamos fazendo isso pelo Park, se ele descobrisse, ficaria mais arrasado do que era possível imaginar.

— O que eu falo? Que tal... Hum... Que foi apenas uma queda de pressão junto ao estresse e gripe? Você teve tonturas, isso talvez possa ser até confundido com os sintomas da gripe. — falou rapidamente com uma mão em seu queixo.

Jeon era um rapaz esperto, Jimin deveria enxergar o amor que o maior poderia oferecer, ele poderia o dar tanta alegria.

— Yoongi? — escutei a voz do Park na entrada do quarto e sorri fraco para o mesmo.

Jeongguk deu espaço para Jimin chegar mais perto da cama e poder tocar em minha mão, ele estava preocupado, eu conseguia ver que ele não havia descansado enquanto eu estava desacordado.

— Eu pensei que você... — iniciou a falar apertando de leve a minha mão. — Eu só pensei o pior, ainda bem que você já acordou!

Olhei para nossas mãos juntas, especificamente para sua mão era pequena em relação à minha, eu nunca havia notado isso antes. Sorri com o pensamento, voltando aos pooucos para a realidade ao ver seu olhar, que me questionava algo.

— Eu sempre cumpro mi-minhas promessas, Park. — falei me referindo ao “não me deixe”.

Jimin sorriu, era um sorriso sincero e que dizia: “Obrigado”.

Jeongguk também sorria, contudo era um sorriso repleto de tristeza, acho que o moreno havia tirado conclusões precipitadas.

Eu dizia em meus pensamentos que toda aquela preocupação alheia não era necessária, afinal eu somente era amigo do Park, e como amigo, eu tinha o dever de cumprir com as promessas, e protegê-lo.

Afinal toda amizade tem um início, e a nossa começou com uma promessa, que pode ser quebrada a qualquer momento. Mas farei de tudo para que não ocorra uma quebra repentina cedo, e sim uma quebra "esperada" por ambas as partes. Como um amigo, eu possuía o dever de não o desapontar, porque eu já havia falhado nessa parte, e isso me custou uma amizade preciosa.

E foi com esses pensamentos, que eu movi a minha mão para entrelaçar meus dedos com os do Park. Eu estava livre, pois finalmente eu havia desistido do meu ridículo plano.


Notas Finais


Por favor me digam o que estão achando!

Fico muito feliz com a opinião de vocês! Caso vocês queiram que eu mude algo, é só me dizer!

Obrigado por ler até aqui!

Ah! Já ia me esquecendo! Estou a procura de coautores, então se você interessar-se é só entrar em contato!


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