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História Delírios de um esquizofrênico - Não era apenas um sonho


Escrita por: NelioEnstein

Notas do Autor


Longe dessa fanfic por um longo tempo, eis que retorno ávido para escrever sobre o absurdo que é nossa existência.
Não prometo grandes histórias, nem tão pouco apelações para cativar seguidores. Escreverei apenas narrativas que guardei dentro de mim por um longo tempo e que somente agora estão prontas para serem contadas.

Obrigado pela leitura.

Nos vemos por aqui.

Capítulo 1 - Não era apenas um sonho


4:30h da madrugada. Não passou dez minutos desde as últimas oito vezes que Robert olhou as horas no celular. Mais uma noite que parece não ter fim. Um inferno, exclama ele enfiando a cabeça debaixo do travesseiro. Um minuto depois. Ou seria vinte? Trinta? Quarenta? Robert levantou da cama sem conferir. A definição de tempo definitivamente era muito relativa para ele naquela noite.

Caminhou até a cozinha. Abriu a geladeira e pegou uma das latas de cerveja do pai. O velho que se foda, disse ele pouco se importando com a bronca que levará por ter pego a cerveja do pai, depois dele proibir zilhões de vezes.

Na sala de estar, em uma gaveta na estante, sua mãe guarda alguns remédios. Ela chama isso de sua farmácia pessoal. A mulher é uma hipocondríaca. Acredita ter todos os tipos de doenças. Inclusive alguns desconhecidas entre os mais variados médicos. Era uma verdadeira coleção de remédios, sobretudo, tarjas pretas. Foi justamente um deles, um antidepressivo, que Robert enfiou goela abaixo.

Tive uma arma metia uma bala e tudo se resolvia. Repetiu para si mesmo, Robert, enquanto caminhava de volta para o quarto. Inicialmente não sabia dizer, ao certo, de qual cabeça ele se referia - se em sua própria cabeça, ou ná de uma lista de pessoas que ele odiava. De fato era uma lista grande, a começa pelo pai, seguido do vizinho, o professor de física, a diretora, o cobrador do ônibus, Pâmela (seu amor platônico do colégio) e o namorado dela com quem brigou no dia anterior.

Filho de uma puta! Dá próxima vez estouro a cabeça dele.

Robert já rolava de um lado pro outro na cama novamente quando se deu conta de que não haveria uma próxima vez. Não mesmo! Seu espanto que tal revelação foi tamanha que ele concluiu que aquela noite de sono estava perdida de vez. Nem ele, nem Pâmela, ou qualquer outra pessoa encontraria Fernando, o namorado de Pâmela, novamente. Foi aí que aquela dúvida sobre qual cabeça meter uma bala se desfez. Era a sua própria cabeça. Só assim poderia fugir dos problemas que estavam por vir. Embora tivesse a plena consciência que o suicídio é uma covardia. E covarde era algo que ele nunca foi, e não seria justamente agora que ele se tornaria um.

Imaginei que era outro pesadelo, como aqueles que tive anteriormente. Sentou-se na cama e repensou esse último pensamento, coisa que ele aprendeu nas aulas de filosofia. Teria sido outro sonho, ou melhor dizendo, outro pesadelo? A realidade era algo bastante duvidoso no dia a dia. Em plena madrugada então, isso certamente era algo passível de contestação.

Seja lá o que tenha acontecido com o Fernando ele bem que mereceu! Disse antes de desabar na cama assim que o remédio ingerido fez o efeito esperado.


Notas Finais


Antes de qualquer conclusão prévia sobre esse capítulo, tenha em mente que isto é apenas uma história.

Não saia por aí querendo fazer justiça com as próprias mãos, seja lá que tipo de injustiça esteja acontecendo contigo ou com qualquer outra pessoa que você conheça.

Em todo caso, sempre é válido aquela regra de ouro: não queira/faça para os outros aquilo que não deseja para si mesmo.


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