História Demon - Chapter two.

Luhan encarou o celular durante alguns longos segundos, pensando se deveria ou não responder. Ainda estava assustado por conta do sonho, ainda mais quando viu que seu nariz sangrando e o hematoma arroxeado em seu braço era real. Respirou fundo, fechando os olhos e contando calmamente do um até dez, era o que costumava fazer quando estava muito nervoso.

O chinês preferiu pensar que havia se machucado antes de dormir, na sua cabeça era a melhor alternativa entre ficar tentando entender o que aconteceu ou inventar uma desculpa qualquer para tentar enganar a si mesmo.

Voltou sua atenção para o celular, e dessa vez abriu um sorriso ao ler novamente a mensagem de Sehun. Luhan estava morrendo de saudades do namorado, e não deixaria de ficar feliz com sua chegada por conta de um sonho bobo. Lavou o rosto e ajeitou rapidamente seus fios, após limpar o rastro de sangue seco que estava em seu rosto.

Guardou o aparelho no bolso da calça moletom fina que usava e se apressou em sair do quarto, descendo as escadas com cuidado para não escorregar e enfim alcançando a porta. Por momentos, se lembrou das últimas cenas do seu sonho, em que ele corria para a porta e depois saia da escola. Balançou a cabeça afastando aqueles pensamentos e então abriu a porta, dando de cara com um Sehun todo empacotado e com as mãos nos bolsos, visando esquentar um pouco as mãos que estavam cobertas por luvas grossas.

Luhan deu espaço para o mais novo entrar e puxou sua mala para dentro, colocando-a ao lado da porta após ter fechado novamente. Sentiu os braços de Sehun enlaçarem sua cintura fina e automaticamente abriu um sorriso bonito, virando-se para o mais alto e levando suas mãos quentinhas ao seu rosto. Ergueu os pés para que pudesse selar os lábios gélidos do outro, mordendo levemente o inferior deles antes de deixar mais alguns selinhos ali.

— Eu estava morrendo de saudades sua, amor. Eu não ia aguentar ficar fora por mais duas semanas, então peguei o primeiro voo pra cá. – A voz do mais novo soou baixa e manhosa, fazendo com que Luhan soltasse um risinho baixo enquanto balançava levemente a cabeça. — Foi uma tortura passar um mês sem você. – Resmungou apertando os braços ao redor do corpo do castanho.

Luhan e Sehun, como em todas as histórias clichês que você conhece, haviam se conhecido na fila de um cinema, quando sem querer Oh Sehun derrubou um copo de refrigerante no mais novo. O ato já havia sido planejado por Sehun, afinal, ele só havia sido mandado para a China justamente para achar mais uma vítima, mas o castanho não precisa saber disso, e nunca saberia. O chinês se apaixonou pelo loiro que mais parecia um armário de tão alto no momento em que pôs os seus olhos na figura, que aparentava ser um anjo caído por tamanha beleza. Na época Luhan tinha vinte e dois anos, enquanto Sehun tinha apenas vinte.

Depois da cena constrangedora na fila, eles saíram algumas vezes, e começaram a namorar após dois meses. Como Sehun morava sozinho em seu apartamento e Luhan na antiga casa dos seus pais, os dois logo passaram a morar juntos. Foram longos doze meses juntos para que Oh pudesse finalmente dar início à sua missão. Para a sua infelicidade, tivera que observar o chinês minuciosamente, descobrir todos os seus pontos fracos, medos e desejos para finalmente poder dar o bote.

Sehun fora enviado à terra inicialmente para fechar contratos, como seu pai costumava dizer. Ele basicamente teria que persuadir pessoas que viviam infelizes, fazer promessas de que faria suas vidas miseráveis felizes, e depois de exatos dez anos buscar as almas para fazerem companhia ao seu querido pai, o próprio Lúcifer.

Mas antes que ele pudesse tomar seu posto de demônio da encruzilhada, seu pai colocou alguém mais experiente para ficar no cargo, então sua única meta depois disso seria achar a sua vítima e depois matá-la de forma dolorosa.

No momento em que o demônio colocou seus olhos sobre o chinês, decidiu que faria a vida daquele garoto um verdadeiro inferno.

Com o tempo, descobriu que as coisas mais preciosas para Luhan eram seus pais e seus queridos amigos, que seu maior medo era de algum dia saber que os demônios dos filmes de terror que costumava assistir eram reais, e que temia a morte.

O demônio já havia bolado todo o seu plano, e agora só faltava pôr em prática. A primeira coisa que faria seria matar os preciosos pais do chinês, depois seus queridos amigos e manipularia seus sonhos, o faria sonhar com todos os tipos de demônios possíveis e por último, o mataria de forma lenta enquanto estivesse fodendo o castanho. Era o plano perfeito.

— Eu também estava morrendo de saudades, Hunnie. – O castanho murmurou, roçando levemente os lábios antes de juntá-los em um beijo calmo e repleto de saudades, apenas por parte do chinês, é claro. O loiro invadiu a cavidade bucal do outro com a sua língua, explorando todos os cantos possíveis da boca do menor enquanto suas mãos fortes deslizavam pela cintura e nádegas do garoto.

Em questão de segundos, Luhan já se encontrava no colo do Oh – este que estava sentado no sofá – e o beijo se tornou mais intenso. Os lábios dos dois se moviam em uma perfeita sincronia de forma afobada e até mesmo desesperada, buscando cada vez mais contato. Os dedos esguios do humano foram direcionados aos fios loiros do outro, puxando-os para trás com certa força ao passo em que seus lábios vermelhinhos passaram a trabalhar no pescoço de Oh, deixando beijos molhados e fortes chupões pela pele alva.

Sehun adentrou suas mãos na camisa larga que Luhan usava e acariciou suas costas de forma carinhosa, soltando um riso baixo ao que o menor se afastou com a respiração ofegante. O loiro distribuiu alguns beijos e leves mordidas pelo maxilar do castanho, acabando por morder as bochechas rosadas antes de encostar-se ao estofado, encarando o chinês com um sorriso bonito nos lábios. Luhan caia cada vez mais de amores pelo loiro a cada movimento que este fazia, o pobre coitado sequer imaginava tudo que se passava na mente do demônio.

— Vamos parar por aqui antes que eu fique com um problema, eu estou realmente muito cansado para te foder agora. – Oh murmurou em um tom brincalhão, puxando o castanho um pouco mais pra perto e aproximando seus lábios agora levemente inchados do ouvido do menor — Mas prometo te fazer acordar amanhã da forma mais deliciosa possível. – Um sorriso repleto de malícia se fez presente na face do demônio.

— Ah é? E qual seria ela?

— Com o meu pau surrando seu interior, do jeito que eu sei que você gosta. – Mordeu levemente o lóbulo da orelha de Luhan, puxando-o entre seus dentes e sentindo o chinês estremecer em seus braços. Sendo um verdadeiro demônio, uma das suas inúmeras habilidades era conseguir seduzir facilmente um humano, e Sehun usava e abusava dessa habilidade com Luhan, conseguindo sempre deixar o garoto completamente entregue a si com apenas alguns toques no corpo bem modelado ou palavras sujas sussurradas ao pé do ouvido do namorado. E o castanho adorava quando o mais novo fazia isso.

O chinês gemeu dengoso, se remexendo no colo do mais alto para então se levantar, esperando que o outro fizesse o mesmo para levá-lo ao andar de cima. Adentrou o quarto que ambos dividiam e voltou a se deitar na cama juntamente com Sehun, se aninhando em seus braços antes de fechar os olhos e afundar o rosto na curvatura do seu pescoço, inalando o cheiro bom que o demônio exalava. Não demorou muito para que o castanho caísse novamente no sono.

Luhan estava, literalmente, dormindo nos braços do próprio demônio.