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História Demon Slayer - A Origem dos caçadores de demônios vol. 1 - Das Cinzas uma Revelação de Fênix


Escrita por: flowermaysnake

Capítulo 38 - Das Cinzas uma Revelação de Fênix


Fanfic / Fanfiction Demon Slayer - A Origem dos caçadores de demônios vol. 1 - Das Cinzas uma Revelação de Fênix

O corpo do Mestre das Chamas foi cremado dois dias depois. Kagaya fez questão de esperar que todos os caçadores chegassem, como também Shinjuro, o pai e o jovem Senjiro. Muitos ferreiros participaram do velório, assim como toda a família Haganezuka, o irmão mais velho do ferreiro de Tanjiro foi quem forjou a espada vermelha e ele parecia muito emocionado. 

Tanjiro foi o último a chegar, ao invés da Mansão Borboleta ele foi levado direto para Tamayo onde teve que fazer uma leve operação na barriga e Mitsuri não cessava seu pranto, estava se sentindo culpada por não ter dito antes que ele talvez enfrentaria uma Lua Superior. A questão da dúvida era mais aparente para ela, mas a última hipótese infelizmente aconteceu. Ela estava de joelhos ao lado de Obanai, chorando agarrada a seu chicote.

O espaço da cremação ficava longe do Templo de entrada, subindo uma pequena colina atrás da Mansão Kanroji. Como todo o Templo, era cercado por glicínias mas o solo era um lindo jardim revestido com rochas planas de calcário e em frente ao corpo havia um imenso portão japonês dourado que não se podia ver o que tinha depois, além dos telhados de Templos, por conta das glicínias e o solo do outro lado ser mais baixo. Antes de acender o fogo, Ubuyashiki caminhou até a frente do corpo e virou para todos. 

- Meus queridos filhos… Vocês sabem que nessa vida estamos apenas de passagem e como caçadores, nossa passagem é mais honrosa do que nunca. Haviam 200 passageiros naquele trem e ele fez com que nenhum deles perdesse a vida. Ele fez um belo trabalho, um trabalho de um Hashira, de um Mestre das Chamas, ele era espetacular… Mas não fiquem tristes, eu não estou triste. Kyojuro viverá para sempre em nossas memórias e corações e nos encontraremos com ele um dia para viver a eternidade. E quando reencarnamos em um mundo sem onis, a sua presença será muito mais grandiosa em que todo o mundo desfrutará e apreciará uma alma tão bondosa que é Kyojuro Rengoku. Então não importa quantas vidas um Oni extingue, existe uma única coisa que eles nunca acabarão que são as cinzas de um espírito humano. Não importa quantas vezes nos derrotem, porque no final, nos levantaremos para lutar de novo. 

Todos permaneceram até o corpo se tornar cinzas por completo e foram se dissipando aos poucos enquanto os Kakushi limpavam o local e guardavam as cinzas do Caçador. 

- Tanjiro Kamado? - Chamou o Mestre acompanhado da esposa com a voz muito tímida quando o garoto passou por ele de cabeça baixa.

- Sim Mestre?

- Quero que me acompanhe para guardarmos as cinzas de seu Mestre, está bem? 

- Como quiser Mestre.

Tanjiro ainda estava muito cansado da cirurgia e caminhava lentamente para não prejudicar os pontos. Kagaya pediu licença à esposa e Tanjiro passou a acompanhá-lo em silêncio. 

O kakushi entregou as cinzas ao Mestre e ele pediu para Tanjiro se dirigir até o portão com ele. Os dois caminharam sem pressa naquele fim de tarde e quando finalmente passou pelo portão um mar vermelho de higanbana banhava um imenso corredor junto com pequenos Templos em que a flor circulava. Com o sol indo embora aquela visão era ainda mais bela, a intensidade do vermelho fazia os Templos se banharem junto com a decoração de luzes.

- É belo não é? 

- Sim, muito! Eu nunca tinha visto - descendo as escadas não conseguia fechar a boca com tanta beleza. 

- Quando meus antepassados construíram o Templo, fizeram por conta desse local… Aqui era um cemitério e os antigos habitantes da Vila dos Ferreiros enterravam seus parentes aqui. Essa bela flor, o lírio-aranha, embora venenosa, significa dor e saudade. É conhecida também como a flor da morte. Vamos para o terceiro Templo a direita, por favor.

Todo o interior do Templo era revestido de imensos armários de vidro separados em padrão e dentro dos espaços haviam caixinhas como as cinzas de Rengoku junto de velas e flores. Outra visão iluminada e muito bela.

- Por favor Tanjiro, procure para mim um espaço vazio. 

Tanjiro deu uma volta no já lotado cinerário e encontrou na sua altura um espaço entre “Toyoaki Yamamoto” e “Umo Yoshida”. Em silêncio, acenderam uma vela e guardaram as cinzas em uma prece enquanto um Kakushi colocava a placa com o nome do caçador. Na volta também em silêncio, as luzes dos Templos se acenderam por completo e agora a noite, a paisagem em volta ficava linda e assustadora. 

- Aquele Templo, ficam guardadas as cinzas de todos os Hashiras. Quero que um dia visite esse lugar, é ótimo para meditar. Os espíritos dos Caçadores nos fortalecem em pensamentos. E Tanjiro, minha criança… - Se virou para o Mestre chorava em silêncio, mas Kagaya tinha uma grande percepção - Não chore mais, seu Mestre foi um grande homem e lhe deixou muitos ensinamentos. E como ele sempre dizia: “Aqueça seu coração”.

Os dois sorriram e deixaram o cemitério rumo à Mansão Borboleta e o Templo acompanhados de Kakushis. Quando se deitou, embora tenha vivenciado dias tristes, dormiu profundamente e aconchegado na ala hospitalar e naquela noite desde que se tornou um caçador, teve um sono tranquilo. 

**

Aquela manhã

A visão que Akaza estava tendo era um beco sem saída, mais dois Hashiras a caminho com o sol nascendo no horizonte. Teve que se destruir para fugir daquela espada que reluzia como glicínia e quase tropeçou quando entrou na floresta. 

Prestes a aumentar a velocidade da corrida, foi jogado no chão como um saco de entulho pela espada atravessada no peito. Rolou como um boneco e bateu em uma árvore cuspindo sangue, o sol já banhava as folhas das arvores, mas não estava conseguindo levantar. 

Tanjiro não percebeu, mas a força que passou para sua espada foi tão grande que ela criou uma cor vermelha na lâmina ficando no mesmo estado que a de Yoriichi Tsugikuni quando enfrentou Muzan. Com aquela mescla de cores atravessando seu peito, Akaza sentia seu corpo inteiro queimar, vomitava tanto sangue que a única força que teve foi se rastejar para uma pequena caverna por entre os arbustos. 

Seu corpo tremia - MAS QUE ESPADA É ESSA? É DIFERENTE DE TODAS AS OUTRAS - bateu seu peito no chão para a espada subir pelas costas e poder tirá-la, sentiu mais dor do que nunca, parecia um serrote e se sentiu um mero humano com dores. Com as mãos trêmulas pegou na lâmina sendo cortado e tirou de seu corpo. 

Com raiva, jogou a espada na parede da caverna e a referiu vários socos. Ela se quebrou e a cor vermelha se esvaiu. Mas a perfuração no corpo e o corte na mão não se curavam, ainda tossia e cuspia sangue e pela primeira vez como um Oni, desmaiou. 

**

Shinobu, Kanao, Mira e duas caçadoras que usavam um uniforme diferente e totalmente preto cobrindo o rosto chegaram à floresta no fim da tarde. Com duas Caçadoras das Flores, não foi difícil encontrar Akaza desacordado nos fundos da caverna.

As duas ninjas, chamadas de kunoichi, se posicionaram com correntes em cima dessa caverna. 

- Esse moço parece cansado, será que aceita um pouco de chá? 

A voz cínica da Hashira o fez acordar assustado.

- Não sabia que Onis dormiam de dia… Tirando a Kamado, é claro. 

- Quem são vocês? 

- Eu sou Shinobu Kocho, Hashira dos Insetos do Esquadrão de Caçadores. Essa é minha amiga Mira Yamamoto - Mira sorria com a espada na mão - Muito prazer, você deve ser o Akaza.

- Eu não vou lutar com vocês… - O ferimento estava curado, mas lhe deixou uma enorme cicatriz e ainda sentia dores no peito.

O sol se pôs e partiu para pular pelas caçadoras mas as correntes lhe prenderam, as kunoichi foram mais rápidas. Ele olhou para cima, mais mulheres. 

- Makio, Hinatsuru tomem cuidado, não puxem muito ele pode se machucar. 

- Tá debochando de mim sua tampinha? 

- Você também não é muito alto. 

Akaza rangeu os dentes, não queria lutar, olhou em volta procurando rotas e viu Kanao agachada com a espada na mão determinada em matá-lo - droga, porque enviaram apenas Caçadoras?

- Você vai me dizer onde está Muzan. 

- HAHAHAHA nem pensar. 

Ele colocou força nos braços e puxou as kunoichi que rolaram com uma cambalhota prontas para prendê-lo de novo. Shinobu não usou a espada e Mira se afastou com um salto sem tirar os olhos dele.

- Para onde Mira?

- Leste.

Todas correram atrás dele, Shinobu e Makio foram pelas árvores, enquanto as outras pelo solo, Mira não perdia Akaza de vista mesmo ele estando a quilômetros de distância. Pela cor da espada dela, sabia que era uma Caçadora das Flores e tentou fugir dela inventando rotas por telhados, casas e círculos sem fim. 

Kanao estava há muitos metros atrás das Caçadoras, mas também enxergava com facilidade os cabelos longos e a capa de flores que Mira usava. 

Elas correram atrás dele por quase três horas, Akaza olhava para trás a todo momento e quando teve certeza que elas não estavam lhe seguindo, foi se encontrar com Muzan em uma mansão no interior de Tóquio. 

As caçadoras pararam agachadas no telhado de uma casa a centenas de metros à frente. Mira e Kanao passavam o relatório.

- Por que não matamos ele? - Perguntou Mira.

- Eu queria, mas as ordens de Iguro foram apenas para segui-lo. Onde ele está?

- Em uma enorme mansão com lago na frente… Escalou as paredes e se agachou em reverência diante de uma sala com livros.

- Tem alguém nessa sala?

- Não.

- Todos na mansão estão em uma sala no andar de baixo - prosseguiu Kanao - dois casais e uma criança. Humanos. Estão conversando sobre a família recém formada do médico dono da mansão.

- Continue. 

- Eles adotaram a pouco tempo o jovem garoto sentado com eles, eles não podiam ter filhos biológicos. 

Os anfitriões conversavam e riam, Kanao narrava toda a conversa enquanto Mira não tirava os olhos de Akaza. 

- “Cada dia é uma nova alegria, não dá pra ser mais feliz. Ele é um menino tão doce e muito educado.” “Quem sabe ele até assuma os meus negócios no futuro, não é mesmo filho?”. Todos estão rindo, brindando algo… O garoto se levantou, pediu licença para estudar. 

- Mira, Akaza ainda está na varanda?

- Sim.

- “Ele é sem dúvida especial, mas tem um problema. Ele sofre com uma doença de pele rara, não pode sair e se expor ao sol”

- Não acredito! O demônio está brincando de casinha?

- Ele está subindo as escadas. 

- Entrou na sala onde está Akaza, pegou um livro e está olhando para a estante - concluiu Mira. 

- Consegue ler os lábios dele?

- Da criança ainda não, e Akaza está de costas.

**

- Estou aqui como mandou e vim dar o meu relatório, Mestre. 

A face infantil de Muzan se virou para ele e os olhos voltaram a ser de gato e as veias saltaram, estava nervoso. 

- Você foi seguido! Por muito tempo!

- Eu sei, me perdoe, mas consegui despistá-las.

Com o seu próprio sangue correndo nas veias dos Onis que controlava, Muzan sabia cada passo deles, lendo suas mentes e olhando por entre seus olhos. 

- E então… Não conseguiu achar o que eu te pedi?

- Infelizmente não Senhor. Temo que o lírio-aranha azul seja impossível de localizar, não encontrei nenhum vestígio de sua existência. Todos esses anos, rodei o mundo atrás dele e na última pista que tive o lugar não tinha nenhuma flor.

- Então?

- Então vou me esforçar para atender às suas expectativas meu Mestre. Por favor, perdoe minhas tentativas falhas. Mas como o Senhor mandou, eu consegui eliminar de vez um dos Hashiras e era o das Chamas, agora que sabe pode ficar tranquilo. 

- Tranquilo? - Muzan se virou para ele - Estou vendo que você não tem noção de como as coisas funcionam por aqui, Akaza.

Apontou o dedo e uma ventania passou pelo corpo do Oni que começou a sentir a mesma queimação que a espada de Tanjiro. Se mantendo agachado seu corpo parecia que iria virar pó e começou a cuspir sangue. Com o impacto, os vidros da varanda foram quebrados. 

- Por acaso você quer uma medalha? O que fez foi se livrar de uma mera barata e nada mais que a obrigação. O que eu quero é que todo o Esquadrão de Caçadores seja exterminado! Procuro por eles há centenas de anos e a única pista que tenho é que fica perto da Vila dos Ferreiros! Vocês não prestam para nada mesmo! Arranque sem dó a vida deles, não quero ver mais nenhum caçador na minha frente nem pintado de ouro, isso nem é uma tarefa tão difícil e você quase morreu para aquele Hashira… Acha que eu não vi? Ainda sim eu continuo aqui esperando a resposta de vocês da onde fica o Templo dos Caçadores. Acha isso engraçado? Essa incompetência?

Ele rasgou o livro no meio e jogou em Akaza que continuou agachado agonizando.

- Você chega aqui com essa cara de metido só porque derrotou um Hashira das Chamas? Enquanto os outros três caçadores de Oni sobreviveram ao confronto e ainda mais… Mais dois Hashiras chegaram naquela luta e o que você fez? Fugiu. Por que não matou logo eles quando teve chance? Depois que eu decidi mandar você atrás daquele trem porquê por acaso estava mais perto... Akaza, você me decepcionou e muito! E é inacreditável ter sofrido um golpe quase fatal de alguém que nem um Hashira era… Que queda feia Lua Superior Três - debochou - saia da minha frente. 

Akaza se levantou para descer a varanda. 

- Espere um momento. 

Muzan olhou de supetão para a direção das Caçadoras. Mira e Kanao abaixaram as cabeças no mesmo instante.

- Ele nos viu!

- Corram! Isso é uma ordem! 

Todas obedeceram e Shinobu, como Hahira, saiu por último do telhado. Por entre a cidade e adentrando em um parque olhou para trás, a face criança de Muzan estava naquele telhado olhando para elas. 

Ele desceu e voltou para Akaza que continuou lhe reverenciado na varanda - INCOMPETENTE! - Deu um tapa no demônio que foi arremessado no lago em frente a mansão.

- VOCÊ NÃO DESPISTOU AS CAÇADORAS DAS FLORES! ELAS TE SEGUIRAM! E VOCÊ FOI SEGUIDO POR UMA HASHIRA MINÚSCULA! - pegou Akaza pelo pescoço fazendo ele agoniar de novo - ELA AGORA SABE QUEM EU SOU!

- Por favor, me perdoe Mestre, isso não vai acontecer novamente!

- Não, não vai mesmo, sabe por quê? Você não sairá mais a procura do lírio-aranha azul, vai ficar confinado na Fortaleza para sempre! Esse seu capricho de não matar mulheres te deixa fraco!

- Não Mestre! Por favor, me dê outra chance!

- ESQUEÇA! - O prensou no chão lhe segurando pelo pescoço - VOCÊ NÃO VAI ENCONTRAR A SUA FILHA AKAZA! 

Akaza paralisou e olhou nos olhos do Mestre lacrimejando.

- Ah… Você se esqueceu dela? - Começou a rir - Você se esqueceu da sua filhinha? Nakime! 

A Fortaleza foi aberta e Muzan arremessou Akaza que caiu agonizando sem ar ao lado dela - nunca mais vai sair daí e não vai mais procurar pela sua filha! - A janela acima deles se fechou e Akaza começou a chorar. 

**

Hakuji nasceu e foi criado nas favelas de Edo, filho de um pai doente que ele amava profundamente. A fim de pagar por remédios, Hakuji furtava pessoas na cidade, mas foi pego três vezes. O magistrado espancou-o e marcou-o com tatuagens de listras nos dois braços, ameaçando cortar-lhe na próxima vez que fosse pego roubando e ganhou o apelido de “Criança Demónio”. 

Quando Hakuji voltou para casa após sua terceira surra, um morador o informou que seu pai, ao saber de sua prisão, se enforcou. Na carta que deixou, ele afirmou que queria que Hakuji vivesse uma vida plena e não queria tomar remédios se eles fossem obtidos por meios desonestos.

Mas com suas tatuagens criminosas e sem trabalho para se manter em casa, Hakuji acabou sendo banido de Edo. Devastado pela perda de seu pai e furioso com a sociedade desigual em que viviam, ele começou a brigar e espancar as pessoas por qualquer motivo, descontando sua raiva nelas. 

Um dia, depois de quase matar sete homens adultos em uma aldeia, ele foi abordado por Keizo, o proprietário de um dojo nessa aldeia. Irritado com o comportamento alegre do homem, Hakuji o desafiou para uma luta.

 Keizo então desafiou que se Hakuji perdesse iria com ele para que pudesse treinar e cuidar de Koyuki, sua filha doente. E Hakuji perdeu aquela luta muito rápido.

A mãe dela, sua cuidadora anterior, se afogou devido ao estresse e Keizo teve que voltar ao trabalho braçal para manter a filha e a casa, então Hakuji foi encarregado de cuidar dela. Já acostumado a cuidar do pai, ele tinha poucos problemas com a jovem, embora achasse estranho sempre que ela desatava a chorar.

Uma dessas vezes, ele a motivou indiretamente, dizendo-lhe que “haverá um ano que vem” para ver os fogos de artifício. Ela adorava. 

Mais tarde, o herdeiro do Kenjutsu dojo, rival de Keizo, se apaixonou por Koyouki, mas ele tinha uma personalidade extremamente violenta e arrogante. Nunca simpatizou com a doença da jovem e durante uma reunião, ele a forçou sair quando ela estava mal. Ela começou a ter um ataque de asma e ele a abandonou por medo. Hakuji a encontrou sozinha e com dor, e potencialmente a salvou de morrer.

Furiosos, Keizo e Hakuji desafiaram e lutaram contra Kenjutsu. Depois que Hakuji derrotou nove pessoas, ele as fez prometer nunca mais se envolver com o Soryuu dojo e Koyuki novamente. O herdeiro de Kenjutsu, ficou com raiva e perdeu a compostura, então ele apanhou uma espada de verdade ao invés de uma de madeira. 

Hakuji deu um soco na espada com uma técnica chamada de ‘Bell Crusher’, ela quebrou. O dojo ficou comovido com a beleza dessa técnica, aceitou a perda e pediu desculpas pela grosseria do herdeiro. Mas eles passaram a assediar o Soryuu dojo, queriam aqueles alunos para eles e aquelas técnicas de luta. 

Dois anos depois, Koyuki se recuperou e conseguia fazer as tarefas domésticas. Hakuji continuou treinando como aluno de Keizo no estilo Soryuu, e o dojo começou a crescer. Um dia, Keizo ofereceu Hakuji para assumir o dojo e levar Koyuki como sua noiva, para sua surpresa e constrangimento. Relutante, concordou e silenciosamente prometendo proteger os dois, mesmo ao custo de sua própria vida. 

Em um festival, Hakuji contou a ela sobre seu passado, perguntando se realmente concordava com a proposta. Ela disse que não se importava com o passado e que o amava, então prometeu protegê-la pelo resto de sua vida.

O herdeiro de Kenjutsu ouviu sobre o casamento de Hakuji com Koyuki, reuniu alguns discípulos enfurecidos e lutou contra Hakuji, mas eles perderam tragicamente e essa vitória durou pouco, pois Hakuji fez uma curta viagem para visitar o túmulo de seu pai e informá-lo de seu casamento e quando voltou tudo saira dos eixos. 

Um estudante do dojo informou que Kenjutsu, fechou as terras de Keizo para si e o impediu de receber e lutar com qualquer aluno até a chegada de Hakuji. Assim, envenenou o poço de onde todos, incluindo Koyuki e Keizo bebiam água.

Enfurecido, Hakuji matou todos os sessenta e sete membros de Kenjutsu com as próprias mãos, pulverizando-os a ponto de seus cadáveres não serem mais reconhecíveis. Este incidente e cheiro de morte e sangue chamou a atenção de Muzan Kibutsuji e, embora ele tenha ficado desapontado ao descobrir que tinha sido um humano ao invés de um Demônio que havia cometido um ato tão horrível, decidiu tornar Hakuji um dos Doze Kizuki. 

Sem mais nada para proteger e tendo perdido sua vontade de viver, aceita e se torna o demônio Akaza. Mas parte de suas memórias permaneceram, aprimorou seu estilo de luta Soryuu e manteve apenas o respeito pelas mulheres, porque um dia amou muito Koyuki. 

Mesmo não se lembrando mais dela, guardava dentro de si esse amor e foi com ele que conheceu a mãe de sua filha.

**

Desde que foi transformado, Muzan procura por uma lenda de uma flor da morte, que tem a capacidade de reverter o destino final de toda vida. Já procurava pela flor antes, mas usou desse desejo do Mestre para ser o único atrás dela e por sua vez, aproveitar para procurar sua filha que teve que abandoná-la a mando de Muzan há mais de dez anos.

Ela cresceu na Fortaleza Dimensional depois que a mãe humana, por quem Akaza se apaixonou, morreu no parto. Ainda chorando olhou para Nakime que era a única Oni da Fortaleza que mantinha uma conversa.

- Nakime… É verdade?

- Desculpe Akaza, eu me lembrei agora também. 

Saltou para seu aposento enfurecido, seu quarto era imenso revestido com um grande tatame e aparelhos de luta. Em uma parede havia um imenso guarda-roupa e com a informação de que tinha uma filha, se lembrou também o porquê era o único Oni que tinha um guarda-roupa. 

Destruiu as portas dele e pequenos quimonos rosas, sapatos e brinquedos caíram em seus pés. Vendo aquilo se lembrou de tudo. Uma criança humana com laço rosa no cabelo, correndo e brincando pela Fortaleza Dimensional. Pegou um desses laços e se lembrou também da casa que a havia deixado e como nunca mais a encontrou no local. Seu primeiro intuito foi de ir até essa casa, mas as ordens do Mestre era que ficasse para sempre na Fortaleza Dimensional. Não poderia desobedecer. 

Ajoelhou abraçado no laço rosa, sentiu toda a dor da saudade e seu rosto se tornou como um dia foi Hakuji. Um homem bonito e forte de cabelos pretos e cílios volumosos. 

Chorava feito uma criança, mas não se lembrava do essencial para poder encontrar a sua filha. Não importava o esforço que fazia, não se lembrava do nome dela.

 


Notas Finais


Deixo esse gancho pros próximos volumes.


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