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História Demon Slayer: A Origem dos Caçadores de Demônios Vol. 3 - O Ultimo Aço


Escrita por: flowermaysnake

Capítulo 4 - O Ultimo Aço


Fanfic / Fanfiction Demon Slayer: A Origem dos Caçadores de Demônios Vol. 3 - O Ultimo Aço

No primeiro raio da manhã, assim como dizia a carta, Haganezuka esperava o Mestre na varanda da mansão Ubuyashiki e como todos que entravam ali, admirava as pinturas, caricatos e auto retratos dos antigos Mestres. Kagaya entrou sem pressa acompanhado de Nichika, que cumprimentou o ferreiro admirado por ela ter crescido tanto, esperou o pai se sentar para deixá-los a sós.

- Obrigado por vir, meu querido ferreiro, quero lhe fazer um pedido especial.

- É claro, Mestre. 

- Como deve saber, Tanjiro se recupera da batalha, e quando estiver melhor precisará…

- NEM PENSAR - Interrompeu Haganezuka cruzando os braços.

- Hotaru…

- Esse menino é imprudente Kagaya - os dois eventualmente não precisavam de formalidades - não tem cuidado nenhum com uma nichirin. Procure outro ferreiro.

- Ele brandiu a espada moldada por você... Não seria adequado levantar outra espada feita por outras mãos, são outros moldes, outros toques… Sabe que fazemos questão disso. E eu sei porquê briga tanto com ele, não é só porque ele quebra a espada - Kagaya estava sorrindo, percebeu o ferreiro bufar por entre a máscara. 

- Sabe há quanto tempo não vemos uma espada preta no Templo?

- É claro.

- Minha família fez todas elas, crescemos sabendo desse legado que os Ubuyashiki esconderam dos outros - respondeu provocando.

- Eu sinto muito pela decisão de meus antepassados, mas eu, Kagaya não concordo com eles.

- Eu sabia que ela ficaria preta pelos brincos - continuou ignorando as desculpas - e quando veio a certeza é claro que fiquei maluco - levantou os braços fechando os punhos - eu tinha que tomar conta dessa espada como a minha vida. 

- É claro… Claro…

- O tempo passou com a história dessa espada sendo manchada, ela se quebrar por esse menino imprudente é uma falta de respeito gigantesca com a importância dela. Eu não forjarei outra!

- Meu querido ferreiro… - Tentou acalmar o homem que ameaçou se levantar - Eu agradeço todos os seus apontamentos e não tiro a sua razão. Mas Tanijro não conhece a história da própria vida e da cor de sua espada, por isso, eu mesmo estarei encarregado de moldá-lo para que entenda isso e logo, para que você não forje outra espada.

- O QUE?

- Exato, não quero que forje outra espada. - respondeu se levantando e o ferreiro prontamente o ajudou - Obrigado, pode me acompanhar?

Os dois seguiram por um caminho de pequenos calcários até uma cabana nas extremidades do Campo, era ligeiramente escondido por árvores que tapavam o céu e claro, à noite ninguém via aquela cabana. O Campo das Flores de Jun Ubuyashiki era gigante, uma próspera fazenda, a própria vegetação muito bem tratada mostrava a riqueza da família. 

A cabana era simples, muito bem harmonizada e o telhado imitava um templo, porém havia uma porta ligeiramente pesada com cadeados, que esperando os visitantes, já estava aberta pelos funcionários da mansão. 

Não havia cômodos, era uma imensa sala que no centro estava instalado um altar cercado de velas, atrás dele uma imensa manta vermelha que ia do chão ao teto com um sol e chamas desenhado nele.

Nesse altar, duas espadas junto de uma adaga ficava a vista, elas carregavam dois nomes: a da esquerda tinha uma empunhadura totalmente branca e o guarda mão quadrado branco: Minoru Tsugikuni; a da direita parecia mais simples com bambu amarrado na empunhadura junto do guarda mão: Tayoumaru Tsugikuni ela estava com a adaga também de lâmina preta nichirin.

- Falta uma - indagou Haganezuka.

Kagaya fez sinal para o Kakushi e ele puxou um baú debaixo do altar. A espada de Yoriichi estava enrolada em um lençol branco, completamente enferrujada pelo tempo.

- Quando meu ancestral Genya recebeu o corpo de Yoriichi Tsugikuni, estava junto da espada, mas ela possuía uma mancha na lâmina como se tivesse queimado. Decidimos não tocá-la para não prejudicar ainda mais a lâmina, mas segundo Munjuro Rengoku, a cor da espada de Yoriichi adquiriu uma mescla vermelha. A de Tanjiro também ficou com essa mescla na luta em Yoshiwara. Por favor, Hotaru, reforme essa espada, acredito que com a energia deixada pelo caçador do Sol, Tanjiro se sairá melhor nas próximas batalhas. 

- Não sei se estou apto para tamanha responsabilidade.

- Só um Haganezuka pode moldar uma espada preta, não acha? - Haganezuka não respondeu - A batalha final se aproxima, essa espada já tocou no demônio, creio que o acertará novamente.

Haganezuka apanhou o embrulho e segurou como um bebê, toda a linhagem da sua família e legado com o Templo dos Caçadores passou por sua mente naquele momento. Era o caçula de três irmãos onde o do meio não queria ser ferreiro e saiu da Vila buscando ser médico. Queria dar orgulho para as futuras gerações e estava muito ansioso para forjar a espada do “caçador com brincos de Hanafuda treinado por Urokodaki” - como dizia a convocação. 

Kagaya que próprio escolheu, - “não é todo dia que se escuta brincos de Hanafuda” - Para todos, os Ubuyashiki sempre foram misteriosos, e depois que assumiram os Kisatsutai, os enigmas e segredos sempre ficaram pertinentes e rotineiros para a família.

- Deixe que eu mesmo entrego para ele, está bem? Traga de volta ao Campo das Flores, não tenha pressa. 

- Sim Mestre, farei o meu melhor. - Reverenciou.

- Sei que fará… E mais uma coisa - levantou um dedo - não se esqueça de colocar o guarda mão de Rengoku está bem?

- Como poderia esquecer? - Haganezuka soltou um sorriso de saudade atrás da máscara.

**

Haganezuka trabalhou duro na espada, fazendo lixamento e usando produtos químicos por diversas vezes, deixando também a espada de molho. Utilizou soluções caseiras, jatos de areia, lubrificante e por último e com muito cuidado, a galvanização da lâmina. 

Com ela na temperatura ideal novamente, optou por não martelar, mas sim lixar manualmente numa pedra de lima como os antigos ferreiros faziam. Só esse processo de lixar a espada levou cerca de cinco dias. 

Faziam questão de lixar e lubrificar sempre nos primeiros raios da manhã, para apreciar o brilho dela embora não apresentasse uma cor tão intensa. 

Quando a parte da “queimadura” da lâmina veio a aparecer, soltou um largo sorriso, estava diante finalmente do próprio reflexo escondido pela cor. Apanhou o guarda mão e o costumeiro pedaços falso de cristais vermelhos que amarrou com total cuidado e firmeza no punhal. Nas batalhas, aquelas pequenas ondas não deixavam as mãos escorregarem.

Ela ficou pronta finalmente no fim do sol do meio dia, era domingo, o Mestre estaria em casa. Queria entregar logo, mas não comia há dois dias. 

Fez um belo banquete com o irmão, sobrinhos e primos que viviam na casa do alto da colina e próximos dali. Estava finalmente aliviado e feliz por ter cumprido uma missão tão honrosa para um ferreiro. 

Depois de se banhar, apanhou seu clássico chapéu de glicínias, guardou a espada em uma mala tradicional e enrolou no mesmo lençol que a recebeu. 

Antes de descer o cume das escadas uma leve intuição veio em sua mente - “leve sua espada” - ficou curioso pelo pensamento tão distante vindo como uma voz suspirando de longe. 

Como um homem supersticioso, não ignorou os pensamentos e apanhou sua bela espada única de lâmina marrom. Ao colocá-la no corpo se lembrou do pai risos - “ele queria saber porquê marrom… Eu também não faço a miníma ideia”

 

**

 

Foi recebido com um pouco de atraso pelo Mestre, era um dia atípico que estava sentindo muitas dores.

- Por favor, me perdoe Kagaya - reverenciou - Mas assim que ficou pronta fiz questão de trazer.

- Está tudo bem meu querido ferreiro. Tenho certeza que fez um grande trabalho.

Em meio a conversa, Kagaya fungou o nariz.

- Está com sua espada?

- Ah sim, como soube?

- Ela tem um cheiro peculiar de terra eu diria… Já sabe porque ela é marrom?

- Ah não… - respondeu entre um riso - e não estou tão preocupado, sei que é especial.

Os dois se despediram com um leve aperto de mão e reverência. Estava quase anoitecendo e Haganezuka não teve pressa para voltar, mesmo despreocupado pelo caminho ser rodeado de caçadores e Kakushis, não escondia a ansiedade por ter escolhido levar a espada, pois não tirou a mão do punhal dela no caminho.

A noite se tornou escura e densa na floresta à beira do caminho, onde o brilho das estrelas mal penetrava o dossel das árvores. Um vento frio sussurrava entre os galhos e seus passos ressoavam na trilha de terra batida, ecoando na quietude da noite.

Percebeu que tudo estava quieto demais e sentiu um calafrio, estava sendo seguido. Olhava para trás constantemente à medida que ouvia algum passo ou sentia a presença - SAIA! PARE DE ME SEGUIR!

Já havia tirado a espada da bainha e com o breu da noite avistou ao longe um par de chifres retorcidos e olhos brilhando com malícia. - “Um Oni!”

Quando os olhos do ferreiro captaram o vislumbre sinistro do demônio entre as sombras, seu coração disparou com um misto de medo e determinação. 

- Você deve ser o Hotaru Haganezuka - Começou Hantengu por entre os dentes e o ferreiro se posicionou em defesa. - É… Com certeza é você.

- O QUE VOCÊ QUER? QUEM É VOCÊ?

- Quem sou eu? - Hantengu começou a caminhar e os olhos saíram da escuridão. Foi visto claramente pelo Ferreiro “Superior 4” - Sou sua morte. 

A batalha começou em um piscar de olhos pelo impulso do Oni, e entre um turbilhão de aço e sombras, os golpes da espada do ferreiro cortando o ar com fúria, enquanto o demônio desviava com uma agilidade sobrenatural. Cada golpe lançava faíscas no ar, iluminando brevemente a escuridão da floresta. 

Haganezuka conseguiu acertá-lo por alguns golpes, fazendo Hantengu sentir uma dor peculiar que nunca sentiu antes. Sua arma, tinha o poder de corromper tudo que tocava, deixando-o pobre e fraco. Uma ferramenta poderosa, mas contra um ser das trevas, seria o suficiente? Como a força de uma lâmina vermelha, o Oni teria de afastar para recuperar o corte, mas nem ele ligava para isso, era uma Lua Superior.

Sua pele escura pulsando com energia demoníaca. Parecia que a cada ferida, ele apenas se fortalecia.

A batalha continuou por quase duas horas intermináveis, os combatentes se movendo em um frenesi de lâminas e magia negra. O ferreiro lutava com toda a sua força e habilidade, mas o demônio era implacável, suas investidas cada vez mais furiosas e mortais.

Em um momento de descuido, um golpe do demônio atingiu em cheio o ferreiro, enviando-o ao chão com um estrondo surdo. Por um instante, tudo ficou em silêncio, exceto pela respiração pesada dos combatentes exaustos.

Quando a escuridão se dissipou, o ferreiro levantou-se lentamente, sua visão embaçada pela dor dos hematomas pelo corpo, Hantengu estava brincando com ele, aproveitando seus golpes feito Akaza numa luta corporal. 

A máscara que protegia seu rosto se quebrou e foi obrigada a deixá-la enquanto se levantava. Seu rosto exausto apareceu pela primeira vez e só quem viu foi um Oni. 

Não havia nenhuma mancha no rosto e se não fosse o corte na cabeça que ensanguentou todo seu rosto, poderia facilmente hipnotizar qualquer mulher apaixonada. 

Ao seu redor, a floresta estava calma mais uma vez, como se nada tivesse acontecido. O demônio não estava à vista.

O ferreiro olhou para sua espada, agora manchada com o sangue escuro do demônio. Ele havia conseguido ferir o ser das trevas, mas a que custo? - “Eu quase consegui” - pensava na oportunidade perdida de ver a cabeça do Oni rolar antes de ser jogado para longe. Seu corpo doía em cada fibra, suas energias exauridas pela batalha brutal.

Com um suspiro pesado, o ferreiro se posicionou novamente, sua mente turva com a dor e a incerteza. Hantengu havia desaparecido na escuridão, mas ele sabia que ele ainda estava lá, esperando nas sombras, pronto para retornar quando menos se esperasse, estava tudo quieto demais.

Hantengu apareceu batendo palmas, estava novamente recuperado.

- Ora ora… Porque não serve aos Kisatsutai? Prefere viver para sempre forjando espadas? Sendo feito de capacho?

- E você por que não acaba logo com isso? Seu moleque! - Estava provocando uma criança com chifres.

Novamente, Hantengu deu um sorriso malicioso deixando para trás apenas o silêncio inquietante da noite. Enquanto houvesse luz lutando contra a escuridão, o conflito entre o bem e o mal continuaria a moldar o destino do mundo.

 



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