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História Demônios - Zurena - De Volta Para Casa


Escrita por: WeirdGal

Notas do Autor


Voltei meus queridos leitores! Espero que estejam todos bem. 🥰

Boa leitura ❤️❤️

Capítulo 29 - De Volta Para Casa


Fanfic / Fanfiction Demônios - Zurena - De Volta Para Casa

POV MACARENA

Assim que Saray e Cachinhos chegaram de supetão no quarto, imediatamente tive que puxá-las para uma conversa, principalmente Saray que era muito sanguínea e eu não sabia como ela reagiria à notícia de Zulema perdendo a memória. 

Conversamos por algum tempo, eu contei o que havia acontecido e tentava acalmar Saray, mas ela estava muito alterada, socando a parede e andando de um lado para o outro. 

Quando ela se acalmou um pouco, entramos e eu estava com Rosa em meu colo. Assim que Zulema viu a bebê, pude ver sua expressão mudar. 

- Essa é Rosa, nossa filha. - Digo dando um sorriso fraco enquanto andava em sua direção. 

Zulema não fala nada, apenas vejo ela esticar os braços, pedindo para que eu desse Rosa para ela segurar. Concedi seu desejo e ela pegou a pequena um pouco desajeitada, como fazia antes do acidente. Fiquei feliz por algo pelo menos ter continuado como sempre.

Nos três observávamos Zulema acariciar Rosa e brincar com ela, fazendo ela dar risadas. Ela estava muito emocionada, algumas lágrimas saíam de seus olhos e ela as secava rapidamente. 

- Eu não acredito que tenho uma filha! - Ela diz emocionada, olhando pra mim. 

Dou um sorriso com aquilo, estava mais aliviada por Zulema não ter se assustado com aquilo, ela parecia estar levando numa boa. 

- Isso explica meus seios estarem doloridos. - Ela diz, apalpando seu peito, fazendo minha respiração descompassar um pouco.

- Você fez uma relactação. - Digo, enquanto ela voltava a olhar para Rosa. 

- O que é isso? - Ela pergunta confusa. 

- Quando você já teve um filho e fazem um procedimento pra dar de mamar de novo, você que deu a ideia de fazer isso. - Digo sorrindo. 

- Eu tive outro bebê? Ela está por aqui? - Ela pergunta, confusa. 

Um silêncio estridente se instalou no quarto com aquela pergunta, podia-se sentir a tensão no ambiente e cortá-la com uma tesoura. 

- É... vamos indo, voltamos amanhã, tudo bem Zulema? - Cachinhos diz, tocando no braço de Saray. 

Zulema concorda com a cabeça, mas estava claramente confusa com aquelas reações de nós três. 

- Tchau Zule, fique bem. - Saray diz, e ambas saem do quarto, deixando eu, Zulema é Rosa sozinhas. 

- O que acabou de acontecer? - Ela pergunta, parecendo um pouco desesperada enquanto segurava Rosa. 

- Zule... eu sinto muito em dizer, mas sua filha morreu há alguns anos atrás. - Digo da maneira mais delicada que consegui, colocando uma mão em seu ombro. 

Zulema ficou alguns segundos em silêncio, processando o que havia acabado de ouvir. 

- Qual era o nome dela? - Ela pergunta, me olhando com os olhos marejados. 

- Fátima. - Digo, receosa com o que ela perguntaria. 

- E, como foi sua morte? - Ela pergunta, engolindo em seco. 

- Ela... sofreu um acidente de helicóptero. Eu não sei direito, não estava lá. - Digo hesitante, tentando não dizer tudo para não fazê-la se deprimir. 

- E, nós nos dávamos bem? - Ela pergunta, agora voltando a atenção à Rosa, que dormia em seu colo. 

- Sim, você a amava muito. - Digo, tentando acalmá-la um pouco. 

Zulema apenas sorri fraco, mas posso ver uma lágrima teimosa correr por seu rosto enquanto ela acariciava o rosto e as mãozinhas de Rosa. 

- Zulema... - Digo, pegando em sua mão e fazendo ela me olhar. - Você ama nossa filha mais do que tudo, ela é o que mais te importa. - Digo, sentindo agora meus olhos marejarem. 

- Mais do que você? - Ela pergunta, olhando em meus olhos intensamente. 

Aquelas palavras haviam me pego de surpresa, senti meu coração acelerar e minha boca estava um pouco aberta. Pensava no que dizer, mas as palavras apenas não saíam da minha boca. 

Zulema desvia o olhar novamente para a pequena em seu colo, que adormecia como um anjo. Mesmo esquecendo de Rosa e de mim, ela ainda assim tinha um instinto maternal, conseguindo colocar ela para dormir e cuidando tão bem dela. 

Rosa ficou mais algumas horas conosco até eu achar melhor que ela fosse para casa, mas Zulema insistiu tanto que eu deixasse ela ficar pelo menos pela noite, que acabei cedendo e ligando para Cachinhos e Saray trouxessem seus pertences e fraldas. 

A noite chegou e Zulema se deitou de lado em minha direção, com Rosa deitada em sua frente, ainda acordada, e a poltrona que eu estava sentada encostada na Maca, impedindo Rosa de cair. 

A pequena não queria dormir agora, já que havia dormido a tarde inteira, então a peguei no colo e a preparei para dar de mamar pra ela. 

- Eu vou dar de mamar pra ela, tudo bem? - Pergunto pra Zulema, que apenas concorda com a cabeça. 

Destampo então um de meus seios e pego Rosa no colo. Enquanto fazia isso, olhei rapidamente para Zulema, que estava olhando fixamente para os meus seios, com os olhos arregalados. 

Tentei segurar meu sorriso, mas não consegui. Ver que Zulema ainda era atraída por mim, mesmo não lembrando de toda a nossa história nem de mim, era uma das únicas coisas reconfortantes sobre aquilo. 

Posicionei Rosa em meio seio e logo senti ela sugando meu leite, que já estava dolorido de tanto líquido acumulado nele. Lembrei-me que Zulema disse que seus seios também estavam doendo, então peguei uma bomba de tirar leite e estendi pra ela. 

- Que isso? - Ela pergunta confusa, pegando o objeto na mão. 

- Coloque no seu seio e aperte, vai fazer ele parar de doer. - Digo enquanto segurava Rosa em meu colo. 

Ela apenas obedece o que eu digo e tira seu seios da blusa um pouco receosa. Desviei o olhar dela, mesmo que quisesse mais do que tudo olhar para seus seios convidativos, tentando a deixar mais confortável. 

Ela coloca a bomba no lugar e aperta, fazendo eu rir com a reação dela. Era um misto de prazer e susto, a qual eu também tive a primeira vez que usei aquele objeto. 

- Gostou? - Pergunto, assim que ela termina.

- É... diferente. - Ela diz ainda desnorteada, me devolvendo o objeto. 

- Você se acostuma. - Digo sorrindo enquanto colocava o objeto de volta na bolsa. 

Ficamos em silêncio por mais algum tempo enquanto Rosa ainda mamava. Assim que ela terminou, a coloquei para dormir e posicionei ela deitada do lado de Zulema, que me olhava de um jeito indecifrável. 

- O que foi? - Pergunto sorrindo enquanto ela me encarava, fazendo ela soltar uma risada. 

- Eu não me lembro de você, mas sinto que temos uma ligação enorme, e que eu já te amei muito. - Ela diz com o rosto apoiado em uma mão. 

Sinto meu coração acelerar com aquelas palavras, não sabendo novamente como reagir. Tudo dentro de mim pedia para que eu a beijasse, mas não sabia se era o que ela queria, talvez ela quisesse esperar mais um pouco, e eu não a forçaria a nada. 

- Está tarde, vamos dormir? - Zulema diz, interrompendo meus pensamentos. 

- Vamos. - Digo ainda nervosa. 

Zulema se ajeita na cama de frente para Rosa, que dormia toda esticada na Maca. Eu me ajeitei na poltrona pouco confortável e respirei fundo, fechando os olhos. 

Dormi em alguns minutos, após conseguir me desligar dos pensamentos que dominavam minha mente, como quando Zulema sairia do hospital, e mais ainda, quando sua memória voltaria. 

O dia amanheceu cedo e logo acordei com o raio de luz que entrava pelo quarto diretamente no meu rosto. Abri os olhos e vi Zulema e Rosa ainda dormindo. Zulema estava com a boca levemente aberta, e seu cabelo estava um pouco bagunçado. 

Sorri com aquela cena e logo fui até a janela, onde arrumei a cortina silenciosamente e voltei a me sentar no sofá, observando as duas dormirem tão pacificamente. 

Logo fui surpreendida por Zulema abrindo os olhos e me fitando. Ela dá um sorriso leve e desvia o olhar para Rosa, que dormia de barriga pra cima e os braços e as pernas esticadas. 

- Você sempre me encara dormindo assim? - Ela pergunta baixinho, dando um sorriso. 

- Praticamente todo dia que acordo antes de você. - Digo rindo nervosa. - Não consigo evitar, você é extremamente perfeita. - Digo um pouco mais ousada, fazendo ela corar. 

- Eu gostava dessas suas cantadas antes? - Ela pergunta, fazendo eu ficar mais nervosa ainda. 

- Não muito. - Digo, arrancando uma risada leve de sua parte. 

- Pois saiba que agora eu adoro. - Ela diz, olhando em meus olhos. 

Sinto meu coração acelerar e meu rosto corar com aquelas palavras. Zulema estava completamente diferente, e mesmo confusa sobre tudo, sentia que ela também se sentia atraída por mim. 

Ficamos conversando e cuidando de Rosa por mais algum tempo até que eu comecei a sentir fome, minha barriga estava roncando muito, fazendo Zulema rir. 

- Vai comprar algo pra comer Macarena. - Ela diz, olhando pra mim. 

- Estou bem, não quero deixar vocês sozinhas. - Digo, me ajeitando na poltrona. 

- Não vamos morrer, fica tranquila. - Ela diz um pouco debochada, fazendo eu rir. 

- Tudo bem, logo estou de volta. - Digo me levantando e pegando a carteira. 

Vou até a cantina e pego um pastel assado de palmito e algumas empadinhas do mesmo recheio, eram minhas favoritas, e daria para Zulema provar, já que não deveria lembrar o gosto delas. 

Paguei para a moça do caixa e logo voltei para o quarto com o saquinho branco cheio de comida. Assim que abri a porta, vi o médico parado na frente da cama de Zulema, que segurava Rosa. 

- Ah, você está aqui senhorita Ferreiro. - O médico diz me olhando. - Estava contando as boas novas para a senhora Zahir. - Ele pausa olhando para ela. - Ela poderá ir para casa hoje. - Ele finaliza, sorrindo para ambas. 

Olho para Zulema, que parecia um pouco receosa com aquilo, mas tentava esconder com um sorriso fraco. 

- Obrigada doutor. - Digo e logo ele sai do quarto, nos deixando sozinhas. 

- Comprei empadinhas de palmito pra você provar. - Digo me sentando na poltrona e estendendo o saquinho para Zulema. 

- O que é isso? - Ela pergunta receosa enquanto abria o pacote. 

- Uma das nossas comidas preferidas. - Digo com a boca cheia, enquanto comia meu pastel. 

- Tem um cheiro ótimo. - Ela diz, cheirando a comida e fazendo eu sorrir. 

Finalmente ela prova com muito cuidado, saboreando a comida lentamente e fazendo eu sorrir com sua reação de prazer. 

- Meu Deus, isso é bom demais! - Ela diz enquanto revirava os olhos. 

- Eu disse. - Digo sorrindo enquanto terminava meu pastel. 

Após Zulema terminar, peguei o saquinho e o joguei no lixo. Voltei a sentar na poltrona e a olhar Zulema, que me olhava como se quisesse me perguntar algo, mas não tinha coragem para fazer isso. 

- Pode perguntar. - Digo, já sabendo o que passava por sua cabeça.

- Como você sabe? - Ela pergunta, surpresa com minha adivinhação. 

- Muito tempo de convívio com você. - Digo somente, e ela parece entender, dando um sorriso. 

- Bom, você já sabe o que eu vou perguntar? - Ela pergunta curiosa. 

- Talvez sim, talvez não. - Digo misteriosa, fazendo ela sorrir. 

- Eu estou com você, uma mulher... Quer dizer que eu sou lésbica? - Ela pergunta receosa, e sorrio com sua pergunta. 

- Eu não sei direito, nunca conversamos sobre isso. Mas você teve namorados e casos com homens, então talvez não. - Digo o máximo que sabia, e a vejo me olhar curiosa. 

- Por enquanto, só me senti atraída por você. - Ela diz um pouco nervosa com aquilo. 

- Que bom, eu acho. - Digo dando risada, e ela faz o mesmo. 

- Eu... - Ela iria dizer mais algo, mas uma enfermeira entrou no quarto, nos interrompendo. 

- Senhora Zahir, você só precisa assinar esses papéis e está liberada, podendo voltar pra casa. - Ela diz, estendendo uma prancheta com papel para Zulema. 

Ela me olhou receosa e apenas a encorajei com o olhar, fazendo ela assinar os papéis. A enfermeira saiu do quarto e Zulema pegou suas roupas, indo até o banheiro e se trocando. 

Enquanto a esperava com Rosa no colo, me sentei em sua cama e senti meu peito subir e descer com o nervosismo que sentia. Eu estava triste ainda por tudo o que havia acontecido, mas estava mais aliviada por Zulema não ter mudado completamente. 

Ela ainda continuava a mulher que eu tanto amava, apenas um pouco esquecida, mas tinha fé que logo sua memória voltaria e poderíamos voltar às nossas vidas normais. 

Ela saiu do banheiro vestida com suas roupas normais e a olhei de cima para baixo, encarando seu corpo perfeito, pelo qual eu era extremamente apaixonada, além de seu sorriso, seus olhos esverdeados e seu jeito. 

- Você está tão linda. - Digo sorrindo, me levantando da cama. 

- Você é linda. - Ela diz, corando com meu elogio e fazendo eu fazer o mesmo. 

- Vamos? - Digo, abrindo a porta do quarto.

Ela apenas concorda com a cabeça e sai pela porta, esperando que eu fechasse a mesma e seguisse ao seu lado. Eu levava Rosa no colo e ela levava algumas sacolas leves que tínhamos, sabia que ela não podia carregar muito peso. 

Chegamos no carro e arrumei Rosa em sua cadeirinha enquanto Zulema colocava as coisas no banco do lado. Assim que terminamos, corri até seu lado e abri a porta pra ela entrar, fazendo ela sorrir com meu ato. 

Fui até meu lado e dei a partida. Fomos até em casa em silêncio, apenas com o som do rádio rodando. Podia sentir que Zulema estava um pouco nervosa, e não a julgava por aquilo. Eu também me sentiria assim se estivesse em seu lugar, talvez até pior.

Olho sua mão encostada em sua coxa e automaticamente a seguro, fazendo ela me olhar um pouco nervosa, mas assim que dei um sorriso para ela, ela relaxou e retribuiu. 

Assim que chegamos em casa, dei Rosa em seu colo e levei as bolsas. Entramos em casa e pude ver Zulema arregalar os olhos com a grandiosidade da casa. 

Eu imaginava que ela iria querer de onde tínhamos tirado tanto dinheiro, e teria que contar sobre todo o nosso passado. Planejava fazer isso mais para frente, quando ela estivesse mais habituada à sua “nova” vida. 

Por enquanto, somente tentaria fazer o máximo para que ela se ajustasse e se sentisse confortável até que fôssemos ao médico e descobríssemos se ela poderia voltar a ter sua memória novamente. 

Eu não iria mentir que queria mais do que tudo que a minha Zulema voltasse. Por mais que a “nova” Zulema fosse boa, eu sentia falta da mulher que eu havia me apaixonado, a que havia me odiado, matado meu filho e feito da minha vida um inferno.

Por mais que aquilo parecesse insano, aquelas lembranças e aqueles acontecimentos faziam com que fôssemos quem somos, e não mudaria absolutamente nada, pois senão muito provável que não estaria com Zulema hoje. 

Por mais que havia me doído perder meus pais e meu bebê, eu sentia que Zulema valia muito mais do que eles e havia mais do que se redimido nos últimos anos. 

Ela era o amor da minha vida, e não trocaria aquilo nem por todo o ouro do mundo inteiro.


Notas Finais


O que acharam?? Aguardo seus comentários 😁❤️❤️❤️


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