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História Depois da Tempestade - 11- Em Meio a Decisões e Despedidas Finais


Escrita por: mwtski

Notas do Autor


Peço desculpas pela demora em publicar esse capítulo, na verdade essa nem mesmo é a versão original do capítulo, acabei descartando a primeira versão e reescrevendo. Esse foi o resultado. Espero que gostem.

Capítulo 11 - 11- Em Meio a Decisões e Despedidas Finais


Taylor

Quando eu acordei, Finn ainda estava dormindo. Eu não me levantei, não queria acordá-lo, mas em vez disso, fiquei ali, o observando dormir. Eu queria memorizar e decorar cada detalhe de seu corpo, cada expressão. Faltava menos de duas semanas para Finn ir para Vicentia e cada vez mais eu me encontrava conflituoso sobre minha decisão. 

Passei cada segundo da minha manhã com ele como se eles pudessem ser os últimos. Tanto que quando nós saímos de lá, eu não queria desgarrar dele de jeito algum. Na verdade, eu queria ficar igual um daqueles filhotes de coala, agarrado nas costas dele de todo jeito. Não sei como ele conseguiu me convencer a ir para casa tirar essas roupas e tomar um banho.

- Taylor, eu te amo, mas amor, você está fedendo. – Finn me disse, com um sorriso zombeteiro estampado em seu rosto.

Não nego que senti um pouquinho – Um pouquinho um pouco demais – de raiva.

- Você não ligou para isso quando nós transamos. – Rebati, cruzando os braços e fazendo bico. Eu parecia uma criança prestes a fazer uma pirraça daquelas.

De certa forma, ele estava certo, eu estava fedendo. Assim que ele acordou nós nem tomamos um banho, simplesmente saímos, entramos no carro e seguimos caminho a casa dele. – Ele queria me deixar na minha casa, mas eu disse que poderia vir andando.

- É que meu olfato não é muito bom sabe? – Ele disse, colocando uma mão na nuca, sorrindo sem jeito.

- Sei. – Cerrei meus olhos e prestei atenção na paisagem.

Aquilo tudo era encenação, uma brincadeira. Já era comum entre nós.

Não demoramos a chegar na casa de Finn, quando entramos ela estava vazia, Suzanna não estava lá e Patrick também não. Finn disse para eu ficar ali, eu poderia tomar um banho e nós poderíamos fazer várias... “Coisas”

Porém eu disse que não.

Voltei para casa correndo, tinha outros planos a parte, a maioria com Finn. Já estava abrindo a porta quando um som de buzina me assustou, acabei deixando a chave cair no chão. Abaixei e a peguei e fui até a porta do carro. Ouvi uma risada familiar.

- Ah, é você! 



Suzanna

Depois da minha última conversa com Taylor eu fiquei preocupada, não só com ele, mas com o rumo que as coisas irão tomar caso ele e Finn sigam caminhos opostos. Sei que o amor sobrevive a maior da tempestade, mas só sobrevive se ambos estiverem juntos e esse não é o caso dos dois. Ambos estarão a 420,3 km de distância. Finn irá para Vicentia, Taylor para Blackthorn.

Eu preciso fazer alguma coisa a respeito...

Naquela noite eu conversei com Patrick, ele me disse para respeitar a decisão do garoto. Ele não a aceitava assim como eu, porém a respeitava. Não é uma questão de aceitar ou respeitar a decisão de Taylor, porque eu a respeito, ele basicamente já é um adulto, sabe tomar decisões por si mesmo. Mas eu não vou deixar a decisão dele arruinar sua vida.


***

Já era manhã quando eu acordei. Olhei no relógio e eram 7 horas. Ainda era cedo, mas eu não podia me dar o luxo de relaxar. Tateei meu lado oposto na cama e só senti o cobertor. Patrick não estava ali, deveria ter ido ao mercado.

Me levantei e vesti meu robe de seda, fui até o banheiro e como sempre lavei meu rosto, escovei meus dentes e penteei meus cabelos louros. Desci até a sala e explorei os outros cômodos, Patrick não estava em casa.

Não estava afim de preparar alguma coisa complexa demais para o café, por isso, apenas bati uma vitamina de mamão, maçã e banana e tomei. Lavei o copo e voltei até meu quarto. Abri meu closet e tirei de lá um vestido florido e o vesti. Peguei minha bolsa e peguei alguns documentos que ia precisar, minha carteira de habilitação e minha chave do carro, uns 300 dólares por via das dúvidas e por último meu celular e chave da casa. Fechei todas as janelas e a porta de entrada e a dos fundos da casa. Fui até a garagem e liguei meu carro, um range rover branco e dei partida.

Dirigi até a casa de Taylor e buzinei. Aparentemente ela estava vazia. Peguei meu celular e chequei as horas, já eram quase 9 horas. Eu sou paciente, sei esperar, posso ficar aqui o tempo que precisar.


Taylor chegou por volta das 11h. Ele ainda vestia a roupa que vestiu para ir ao baile. Ele deveria ter passado a noite na casa de algum amigo ou algo do tipo. Ele nem mesmo notou que meu carro estava estacionado ali e simplesmente passou direto, tirou suas chaves do bolso e quando ia abrir a porta eu resolvi buzinar. 

Eu ri da forma como ele reagiu ao som alto. Ele deu um pulo e derrubou a chave no chão, ele nem mesmo a pegou de lá, simplesmente se virou e olhou para o carro. Abaixei a janela escura do carro revelando minha presença.

- Suzanna! – Taylor exclamou.

- Taylor, entra no carro, nós vamos dar um pequeno passeio. – Falei, tranquila.

Ele pegou as chaves do chão e veio até a porta do carro. Quando abriu a porta e se sentou, ele me olhou.

- Onde vamos? – Ele perguntou. Seu tom de voz revelava que ele estava ansioso. Taylor sempre foi transparente as suas emoções, só basta você conseguir decifra-las.

- Você vai ver.

Dirigi até a rodovia principal e segui caminho até Blackthorn. Taylor seguia atento as placas.


< - CAPITAL CAY

< - VICENTIA

LITTLE FLORIDA - >

BLACKTHORN - >

EMERALD BRIDGE - >


Virei e segui caminho até Little Florida. Pisei no acelerador e não demorou até que o carro chegasse a 80km. Little Florida era uma pequena cidade não muito longe de Capital Cay, foi aqui que conheci Patrick.

- Foi aqui que eu conheci Patrick, sabia? – Falei, ainda prestando atenção na estrada.

- É por isso que estamos aqui? – Taylor me perguntou.

Ri.

- Não Taylor, muito pelo contrário, nós não vamos ficar aqui em Little Florida. Não há nada nessa cidade a não ser várias memórias. E a maioria nem são boas. – Respondi. O sorriso na cara de Taylor se desfez e ele ficou em silencio. Talvez estivesse hesitante em falar algo a respeito, ou talvez só não tivesse o que falar.

Segui reto e virei em algumas curvas. Emerald Bridge, o segundo tesouro da Florida estava logo ali. Taylor já se mostrava mais apreensivo e prestava mais atenção as placas.

EMERALD BRIDGE

ROTA DE ACESSO PARA:

- BLACKTHORN

- DELUCIA

- ANGEL’S PEAK

- Nós não estamos indo para onde eu imagino, ou estamos? – Ele me perguntou.

- Sim, estamos indo para Blackthorn.

- Suzanna, não, por favor.

- Taylor, se você quiser eu faço o retorno logo a frente e nós voltamos para Capital Cay, onde você pode ficar com Finn até ele ir para Vicentia. Mas são 420,3 km de Vicentia até Blackthorn, 7 horas de viagem. Você realmente vai conseguir aguentar essa distância toda e todo esse tempo que vão passar longe um do outro? 

Eu já estava virando o carro para dar o retorno até Capital Cay quando Taylor gritou um “Espere! ”

- Suzanna, espere! – Ele disse. Eu pisei no freio e parei o carro.

- Eu mudei de ideia, eu... – Ele parecia hesitante. 

- Eu aceito sua proposta. – Prosseguiu. 

Eu sorri.

Sei que o que eu estava fazendo era super errado, eu estava persuadindo, botando pressão no garoto. Deus sabe o quanto eu vou me culpar depois, mas se eu posso dormir com esse peso na consciência, então está tudo bem.

Um monte de carros já se encontrava atrás da gente, parados, buzinando em revolta.

- Acho melhor continuarmos nosso caminho. – Falei, Taylor nada disse, apenas concordou. Ele parecia pensativo, era como se aquilo que estava acontecendo agora fosse causar a ele algum arrependimento depois.

Eu fiz a escolha certa?

Eu estou metendo a colher em um lugar que não fui chamada, ou convocada.

Será que ele quer mesmo isso?

Será que...

- Suzanna – A voz de Taylor me tirou de meus devaneios.

Não o respondi, apenas fiz um “Hum” e segui prestando a minha atenção na estrada.

- Obrigada. Obrigada por tudo. De verdade, eu estou agradecido, não sei como pude ser tão teimoso quanto a isso... – Ele disse.

Ok, talvez ele queira isso. 

Não preciso continuar me culpando.

E então, seguimos caminho até Blackthorn.


Taylor decidiu desistir de sua bolsa. Senti pena do garoto, ele se esforçou tanto para consegui-la para depois simplesmente desistir dela por minha causa. Por causa da minha insistência. Talvez fosse isso mesmo que ele queria. De toda forma, o que está feito está feito, não tem como mudar.

Voltamos para Capital Cay em silencio. Nós não conversamos. Dei a ele aquele tempo para se acostumar a ideia. Nós não fomos para casa dele, e sim para a minha.

Quando chegamos lá Patrick e Finn andavam pela casa, preocupados – Aparentemente, com o nosso sumiço repentino.

- Eu liguei para ela o dia todo e ela não atendeu minhas chamadas. – Escutei a voz de Patrick do lado de fora da casa. Geralmente ele só fala alto assim quando nervoso.

Peguei meu celular e chequei, 28 chamadas perdidas de Patsy.

- Droga. – Falei guardando meu celular e tirando as chaves.

- O Taylor também não atendeu minhas chamadas, fui à casa dele e ele não estava lá. – Agora foi a vez de Finn expor sua preocupação, uma vez que Taylor ouviu aquilo ele abaixou a cabeça e encarou o chão, claramente envergonhado.

Abri a porta.

- ONDE VOCÊS ESTAVAM?! – Os dois homens disseram, em tom alto e em uníssono.

- Longa história rapazes. – Falei, jogando minha bolsa no sofá e me sentando.

- Nós temos tempo – Disseram novamente.

Taylor entrou timidamente e se sentou distante de mim, até porque ele não poderia sentar ao meu lado, eu estava “esparramada” no sofá. 

- Bem... – Comecei pelo começo, não poupei detalhes, e disse tudo como tinha acontecido. Fatos verídicos. Finn e Patrick estavam chocados, provavelmente eu levaria um esporro depois, mas isso não aconteceu. Eles aceitaram de boa, mas falaram que nós poderíamos ter avisado. Naquela noite nós jantamos fora, para comemorar.


Finn

Três meses se passaram desde aquela noite. Já era 2018. E hoje nós iriamos partir para Vicentia. Tudo já havia sido preparado, meu primo, Andrei estava aqui para me levar junto com Taylor. Aproveitamos a situação para apresenta-los devidamente um ao outro. As malas já estavam no carro, tudo o que nós tínhamos a fazer era entrar ali.

- Taylor, Finn, vamos logo porque a estrada é longa. – Gritou Andrei, entrando no carro.

Taylor estava se despedindo dos meus tios, abraçando eles um a um e dando tchau. 

- Obrigado por tudo – Ele disse aos meus tios. Aproveitei a situação para me despedir deles também. Andrei buzinou no carro, impaciente. Taylor e eu nos apressamos a entrar no carro. Entramos e colocamos o cinto, Andrei não demorou a partir, ele detestava despedidas.

E eu também.


Taylor

É aqui que essa história termina, eu digo esta história porque a minha história ainda está longe de acabar.... Eu gostaria de dizer alguma coisa, mas não sei por onde começar, ou onde começar. Por isso, deixarei aqui um trecho de um livro que li:

“ Não chore nas despedidas, pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida: O reencontro. ” – Richard Bach


FIM



Notas Finais


Apesar de toda essa demora, ele esteve a altura de todo esse tempo que vocês esperaram? Supriu suas expectativas?


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