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História Depois da Tempestade - 3 - Interseção


Escrita por: mwtski

Notas do Autor


Eu vos peço desculpas pela demora para postar, como eu estou estudando de manhã e a tarde tenho curso, fica um pouco complicado para mim atualizar minhas fanfics com frequência, e eu também estou tendo muito pouco tempo para escrever já que a única parte do dia que eu tenho livre é a madrugada e eu tenho que dormir cedo. Mas eu tentarei atualizar a história com mais frequência.


Esse capítulo com certeza talvez seja um dos mais aguardados desde que eu publiquei essa fanfic aqui pela primeira vez e antes de rescrevê-la também, talvez ele não tenha ficado bom, mas eu espero que vocês gostem.

Boa leitura!

Capítulo 4 - 3 - Interseção


Capítulo 3 – Interseção

“Interseção

Substantivo feminino

1.

Encontro de duas linhas ou de dois planos que se cortam; cruzamento.

"a i. entre duas avenidas"

2.

Corte, principalmente quando feito pelo meio do objeto.”

 

 

Taylor

Quando eu acordei, eu estava deitado na cama e meu tio ainda estava por cima de mim, sua respiração estava acelerada e ele ofegante. Não demorou muito até que eu percebesse o que acabara de acontecer. Enquanto eu estivera inconsciente ele aproveitou a situação e me violou.

Eu não conseguia entender como uma pessoa era capaz de um ato tão cruel, como ele conseguia fazer isso sem ficar com a porra de um peso na consciência – Isto é, se ele tiver uma – e depois simplesmente agir como se nada tivesse acontecido...

A cada estocada eu me sentia cada vez mais sujo, eu já sabia do que ele era capaz, mas nunca imaginei que ele seria tão cruel e desprezível a esse ponto. Lágrimas já começavam a se formar nos meus olhos, quando dei por mim, eu já estava chorando.

- Isso! Eu gosto de quando eles choram. – Disse meu tio, ofegante.

Quando ele chegou ao seu ápice e se desfez dentro de mim, tudo aquilo, todos aqueles minutos pareceram durar horas. Eu não esperei ele sair de dentro de mim, eu o empurrei com toda a minha força – Ou o que parecia sobrar dela – e corri até o banheiro, quando cheguei lá eu tranquei a porta, eu sabia que aquilo era inútil, ele quebraria aquela porta e depois, me torturaria. Tateei o armário procurando algo para me defender caso ele fosse fazer aquilo. Dentro da pia do banheiro tinha um sifão cromado, talvez fosse um reserva, ou talvez não, mas eu não me importava, aquilo era o suficiente.

E eu estava certo. Ele tentou abrir a porta do banheiro.

- TAYLOR, ABRE ESSA PORRA DESSA PORTA AGORA!

Antes, quando eu não abri a porta, ele me fez pagar caro por aquilo, várias e várias vezes. Agora, seria ele quem pagaria caro...

Eu me posicionei ao lado da porta e segurei forte o sifão nas minhas mãos, esperando o momento certo.

- SE VOCÊ NÃO ABRIR ESSA DROGA DESSA PORTA EU JURO, VOCÊ VAI...

- EU VOU O QUE? PAGAR CARO POR ISSO?! – Gritei – EU JÁ PAGO CARO TODOS OS DIAS POR CAUSA DE UMA COISA QUE NEM FUI EU QUE FIZ. UMA DECISÃO QUE NÃO FOI FEITA POR MIM, E VOCÊ ACHA QUE EU NÃO ESTOU PAGANDO CARO O SUFICIENTE SEU ESTRUPADOR DE MERDA?! VAI PRO INFERNO!

- Ora seu...

Ele chutou a porta e com apenas um chute ela abriu, e eu o golpeei na cabeça. Quando ele caiu no chão, eu parecia ter me dividido, parte de mim queria fugir depressa para algum lugar longe dali, mas parte de mim parecia querer ficar ali e me fazer golpeá-lo por tudo o que ele me fizera passar nas suas mãos.

Eu me agachei e sussurrei em seu ouvido:

- Se você pensar em tocar em mim novamente, eu juro.... É você quem vai pagar caro. Estamos entendidos?

Ainda segurando o sifão, eu corri para o meu quarto e peguei tudo que me era de importante e coloquei na minha mochila, roupas, material escolar, documentos, e o pouco dinheiro que eu tinha. Eu vesti uma roupa qualquer e corri, a partir daquele momento, eu não passaria nem mais um segundo naquela casa. E acima de tudo, eu nunca mais voltaria para as mãos dele. Só que eu também não ficaria calado...

 

***

 

Eu corri para a delegacia, quando cheguei lá, um casal estava sendo atendido. Perto do casal estava um garoto alto de roupas pretas, seu corpo estava cheio de hematomas. Talvez ele tivesse se envolvido em uma briga ou algo do tipo?

Seus olhos eram cor âmbar, seus cabelos pretos como a noite. Ele vestia uma blusa do My Chemical Romance.

- Nós queremos fazer uma denúncia de estupro. – Falou a mulher.

Não precisei deduzir muita coisa pois era óbvio demais, assim como eu ele fora estuprado. Ele fora mais uma das vítimas dessa sociedade.

- É só a senhora seguir por aquele corredor ali e virar na primeira sala à direita. – Falou a atendente.

Quando eles se viraram, nossos olhares – O meu e do garoto – se cruzaram. Mas ele pareceu não ligar e seguiu seu caminho com a mulher e o homem ao seu lado. Eu não precisei ir até a atendente, eu segui o casal. Como tinha gente na sala, nós precisamos nos sentar. Eu não consegui mais olha-los, pois eu estava ansioso, era muito cedo para desistir, e talvez tarde demais para voltar atrás.

- Você também está aqui porque foi... – Disse a mulher, ela não precisou completar a frase.

- Sim. – Falei.

- Quantos anos você tem?

- 16.

O garoto me olhava, era como se ele analisasse cada coisa que eu estivesse falando.

- Por quem foi? – Foi a vez do homem perguntar.

- Meu tio. – Respondi, cabisbaixo.

Quando ele ia falar alguma coisa, a mulher que estava dentro da sala saiu e eles precisaram entrar. Logo seria eu a entrar naquela sala, meu coração palpitava, eu não tinha a mínima ideia de onde começar. Silenciosamente eu dava conselhos para mim mesmo. Eu não sei o porquê, mas aquilo era a única coisa que parecia acabar com minha ansiedade naquele momento.

Por onde começar?

Comece pelo começo.

Como provar que aquilo não era mentira, que aquilo tinha mesmo acontecido?

Mostre seus hematomas.

E de como superar tudo o que havia acontecido comigo nos últimos 10 anos?

Seguindo em frente.

Quando eles saíram e eu estava entrando na sala, o garoto colocou sua mão no meu ombro e me olhou.

“Boa sorte” Ele me disse, eu o agradeci e entrei na sala.

Eu contei tudo o que havia acontecido comigo, desde a primeira vez que ele me tocou, tudo, absolutamente tudo o que vinha acontecendo comigo nos últimos 10 anos. Eu precisei fazer um exame de corpo delito, era vergonhoso exibir meu corpo para pessoas que eu nem conhecia, minhas cicatrizes, cortes, hematomas.... Toda uma história que eu lutei para esconder. Quando eles encontraram o esperma do meu tio dentro de mim foi o suficiente para dar fim a toda aquela série de exames e perguntas, e eles deslocaram uma viatura até a casa do meu tio.

Era insano, tudo aquilo, todo aquele sofrimento, tudo que eu passei nas mãos daquele homem finalmente chegou ao fim, e a sensação, ela é... Ela é simplesmente... Incrível.


Notas Finais


Taylor criou coragem e decidiu dar um fim aos abusos que sofria nas mãos de seu tio, sua escolha fez com que seu caminho finalmente se cruzasse com o de Finn. Será que eles irão se encontrar novamente? Descubra no próximo capítulo de Depois da Tempestade


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