História Depois das Onze Gabie e Thalita - A chegada

G - Ta chegando? Diz que sim!

Thalita revira os olhos e desamarra a venda improvisada dos olhos de Gabie.

T - Tcharaaam! 

O semblante de Gabie se torna alegre ao ver a linda fachada de uma casa de madeira enorme ligada a um longo deck que segue por um rio tranquilo e harmônico.

G - Ai meu Deus! - ela tira o cinto de segurança e aproxima o rosto do vidro do carro pra ver mais de perto. - A gente vai ficar aqui?

T - Sim! Valeu a pena esperar, não é? Eu te disse pra ter paciência. - ela sorri, feliz pela reação de Gabie.

Gabie agarra o rosto dela e dá um selinho forte que chega a machucar seu lábio.

G - Quando você planejou isso? Quanto tempo a gente vai ficar? Porque você não me avisou? Eu to sem maquiagem pra ir num lugar chique desses, Thali! - ela dispara. 

T - Relaxa que a surpresa ainda não acabou. Anda, vamos descer! 

As duas saem do carro e caminham pela grama até a entrada da casa que na verdade seria a recepção da pousada. Logo um homem alto e bonito vem recebe-las sorridente.

- Boa tarde. Vocês são Thalita e Gabriela, não são? - ele aperta as mãos delas em comprimento.

T - Sim, você é o Eduardo? 

E - Sou sim! Podem vir comigo, eu acompanho vocês até o quarto. - Os três saem caminhando pela casa que continha grandes janelas de vidro e decorações como a cabeça de um veado, quadro de borboletario, animais empalhados e tapetes de pele de bichos. Quando as duas batem o olho nos bichos, Thalita olha pra Gabie preocupada. Mas ela apenas torce o nariz e tenta fingir que não viu nada.

E - Ali a gente tem o nosso restaurante. Servimos café e almoço incluso no pacote de vocês, mas vendemos coisas à parte também. À direita temos duas piscinas aquecidas. Elas podem ser usadas a qualquer momento do dia incluindo nas madrugadas. Mas limpamos elas de dois em dois dias então só fiquem de olho nas informações diárias na recepção do hotel pra confirmar os dias que elas poderão ser usadas. - ele para em frente às piscinas para terminar de instrui-las. - O café é servido de 7h às 10h e o almoço de 11h30 às 13h30, mas isso tudo vai estar escrito no folheto do quarto de vocês, caso esqueçam. Bem aqui - ele chama elas com um sinal e eles entram numa grande porta dupla preta revelando um salão mal ilumiando e extremamente elegante, com piso quadriculado preto e branco e um jazz tocando baixinho - Temos o salão de jogos com sinuca, pebolim, poker, xadrez e naquela porta tem boliche. - elas olham uma pra outra já desejando passar horas na sinuca. - Fiquem à vontade pra explorar, eu vou pegar a chave do quarto de vocês. Já volto. 

G - Caraca, onde tu arrumou um lugar desses, bicho? - Gabie olha pros lados sem parar.

T - Comentei com o Rafa que queria te levar num lugar diferente e ele recomendou esse. Esse Eduardo é um "amigo" dele e deu um baita desconto pra gente.

G - Porque as aspas no "amigo"?

T - Ainda Pergunta? 

As duas riem mas param quando vêem Eduardo voltando.

E - Vamos, levo vocês até lá. - diz gentilmente. 

Eles seguem por um espaço aberto e sabem por uma porta de vidro, revelando um lindo campo verde onde há pequenas flores junto a grama na altura do chão, como se fosse um tapete de flores. Entre o gramado onde eles andam, há uma espécie corredor aberto de madeira com vários caminhos cortados para a direita onde seguem para pequenas casinhas à beira do rio. Tudo muito bonito e rústico.

E - Vocês tiveram muita sorte. Tínhamos apenas um quarto vago e cinco minutos após o Rafael ter me ligado, um casal chegou aqui querendo se hospedar. - diz ele enquanto faz barulho com suas botas batendo pelo assoalho. - Vocês trabalham com ele, ne? Se conhecem a quanto tempo?

G - Sim, ele é o nosso diretor. Temos um canal no YouTube desde 2014. (Não sei se estou certa kk) 

T - Depois das Onze, acessa lá. - completa. 

E - Vou acessar, sim! Gosto bastante de passar o tempo no YouTube.

G - Então por que não conhece o nosso canal, mentiroso? - Gabie cochicha pra Thalita e em seguida leva uma cotovelada da mesma.

E - Aqui está! Aproveitem bastante, qualquer dúvida é só ligar na recepção. - ele estica a chave nas mãos de Gabie e as duas agradecem em uníssono. 

T - Caramba, nunca pensei que o Rafa sairia com caras assim. - Thalita seca o rapaz enquanto ele se afasta.

G - Assim como? - pergunta Gabie enquanto tenta destrancar a porta. - Bonito e charmoso?

T - Sempre achei que, por ele ser um gay bem másculo, namoraria os gays mais afeminados. Mas esse ai é uma versão morena do Luba. 

G - AI MEU DEUS! 

Thalita tira os olhos de Eduardo e segue o olhar de Gabie para dentro do quarto. Elas são surpreendidas por um quarto amplo, iluminado por velas e lâmpadas bem alaranjadas na parede, uma banheira de hidromassagem para dois com uma janela acima com vista pro rio, poltronas reclináveis, lareira, vinho, e vitrola com discos expostos para ouvir.

T - Puta que...

E - Esqueci de falar que aqui faz bastante frio à noite e infelizmente esse é o único quarto que o aquecedor está quebrado. Então aqui estão cobertores extras! - Eduardo coloca dois edredons grandes e pesados nos braços de Thalita, que ainda estava pasma. - Pronto, agora vou deixar vocês em paz. - ele sorri e sai.

Thalita entra e vê Gabie agaixada  tentando ascender a lareira com um fósforo gigante.

G - Esse lugar é maravilhoso! Não acredito que estamos aqui. - ela consegue ascender e em seguida apaga a ponta do fósforo balançando.

T - Só que parece que vamos passar frio porque eu não sabia que aqui fazia frio e não trouxemos agasalhos. 

Gabie aponta pro aquecedor ao lado de Thalita. 

T - Quebrado. 

G - Olha... - Gabie se levanta e se aproxima de Thalita fazendo charme - quem precisa de um aquecedor ou mesmo de uma lareira quando esse quarto vai pegar fogo a noite inteira? - ela começa a deslizar o casaco de Thalita para baixo, lentamente. Seus olhos se encontram em puro desejo.