História Depois das Onze Gabie e Thalita - Perdão - parte 3 (final)

Pov Thalita
Abro os olhos lentamente me encaixando com a luz do sol que atinge meu rosto. Um sorriso se forma em meus lábios ao lembrar da noite anterior e estico meu braço esquerdo tentando sentir Gabie, mas ela não está do meu lado. Mesmo que nossa briga foi por apenas algumas horas, sinto que foi uma semana e noto uma gratidão imensa por estarmos de bem de novo, é horrível estar longe de quem você se importa tanto.

 Sento na cama e agarro o travesseiro que ela dormiu e respiro seu cheiro que passou pro tecido branco e macio. Um cheirinho de coco com bala delícia, o aroma notável dos produtos Aussey que ela usa. Queria poder sentir esse cheiro a qualquer momento do meu dia, como um passe de mágica, só pra ela estar presente de alguma forma 24 horas do meu dia. De repente ela aparece na porta segurando uma bandeja cheia de coisas de café da manhã, com uma expressão meiga que aquece meu coração.

G - Bom dia. - diz ela, se aproximando da cama e esticando a bandeja pra Thalita. - É impressão minha ou tu tava cheirando meu travesseiro? - ela ri, dando um beijo na bochecha de Thalita, em seguida no seu nariz e depois senta na cama com as pernas cruzadas ao lado dela.

T - Não era impressão, não. - diz Thalita sorrindo timidamente e pega a bandeja. - Isso é por causa de ontem? Porque eu já te perdoei. - ela olha pra bandeja lotada de biscoitinhos de chocolate, suco e algumas frutas cortadas.

G - Oxe, me deixa ser romântica com a minha namorada!

Thalita ri e fica olhando pra Gabie.

G - No que está pensando?

T - Eu to pensando que queria muito te beijar agora mas preciso escovar os dentes primeiro. - diz ela se levantando e indo pro banheiro.

G - Isso, vai la porque não estamos num filme! - brinca Gabie enquanto rouba alguns pedaços de manga.

Thalita volta direto dando um beijo carinhoso em Gabie, segurando seu rosto com as mãos e colocando seus cabelos atrás da orelha.

G - Ai... - diz Gabie bem baixo, se arrepiando.
T - Eu sei. - cochicha.

Thalita se senta pra começar a comer.
T - Hum... - ela começa, mastigando oum biscoito. - Não vale preparar um café da manhã pra mim e ficar roubando comida, ta?!

G - Am? Como tu sabe?
T - Acabei de te beijar, linda.
G - Ahh, nem vem! Foi uma só manguinha! - Gabie ri.
Thalita ri e dá mais um pedaço de manga na boca dela.
T - Obrigada, ta?! Isso é muito fofo.
Gabie sorri.
T - Posso te perguntar uma coisa?
G - Diga.
T - Porque demorou tanto pra vir atrás de mim ontem?
Gabie respira fundo, apertando os lábios.
G - Olha... Acho que por que sou burra mesmo.
T - Não, Gabie. Falo sério.
Gabie olha pra janela tentando achar uma resposta válida que não se estenda numa segunda briga.
G - Eu acho que se eu fosse atrás de você cedo demais, não teria dado nem tempo de sentirmos falta uma da outra. E como nós nos vimos só no fim do dia, já estávamos exaustas de ficar sem se falar e o encontro foi mais intenso de forma que nossa primeira reação foi nos abraçar. Deu tempo de sentir saudades. Caso contrário a briga seria mais feia e duraria mais tempo. Às vezes o silêncio é a escolha mais sábia.
T - Frase de efeito. - ela brinca. - Inteligente da sua parte.
G - Eu sei. - Gabie se gaba.
T - Cara, um homem nunca pensaria nisso. Até as brigas num namoro lesbico é melhor!
G - Tem mais algumas vantagens também...
Gabie pega a bandeja do colo de Thalita lentamente e coloca no chão ao lado da cama. Thalita apenas observa, com um sorriso no canto da boca. Então ela vai até um rádio em cima da cômoda e aperta o play, esperando o que vinha a tocar. Santa Monica Dream de Angus Stone e Julia Stone começa a tocar e Gabie decide não adiantar, gostara do ritmo, era mais ou menos o que precisava. Em seguida ela volta a sentar na cama com as pernas cruzadas e dá batidinhas na cama ao seu lado para que Thalita se aproxime, com um leve sorriso nos lábios. Ela obedece e deita no canto da cama olhando fundo em seus olhos verdes penetrantes. 

Então Gabie se deita também, mas fica apoiada na mão direita com o cotovelo na cama e,  com a outra mão, começa a descer o zíper do pijama de Thalita, deixando à mostra o meio de seu peito. Em seguida ela desliza sua mão até um de seus seios ainda debaixo do pijama e começa a acaricia-lo lentamente. Thalita fecha os olhos e segura a mesma mão de Gabie que a-toca. Gabie se aproxima e dá um beijo delicado no canto de sua boca, e começa a descer sua mão até atravessar sua calça de moletom.

Alguém pigarreia na porta.
As duas levam um susto e começam a se ajeitar na cama. Pelo canto do olho, Gabie vê que é Rose que estava na porta, mas se recusa a olhar, de vergonha, além de sua cor que beirava um pimentão. Só fica sentada na cama abraçando os joelhos. Thalita sobe o zíper do pijama com tanta rapidez e força que chega a machucar seu pescoço.

Rose - O Rafael está na sala esperando por vocês. - diz ela séria. Em seguida sai.
T - Como seria ótimo se tivéssemos nossa própria casa. - resmunga Thalita.
Gabie nem tinha prestado atenção, ainda estava tomada pelo constrangimento. Nunca fora pega com a mão dentro da calça de alguém antes.
T - Espera! Até que é uma boa ideia!
G - O que? - Gabie se concentra.
T - Morarmos juntas!
Gabie franze a testa sem entender.
R - Ah, que ótimo que as pombinhas reataram. Seguiu meu conselho, ne Gabriela?! Mas vamos levantar dessa cama porque estamos cheios de coisas pra resolver, ta bom?! - Rafa aparece na porta apressando as duas e o assunto morre ali mesmo.