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História Depois do Apocalipse - Segredos


Escrita por: vanessa-clara

Notas do Autor


Boa leitura pessoal.

Capítulo 20 - Segredos


Fanfic / Fanfiction Depois do Apocalipse - Segredos

 

Há partidas que não nos permitem retorno. Com Vampira foi assim.

Até aquela manhã de domingo, sua alma gozava de perfeita harmonia. Gambit e Vampira estavam sentados tomando sorvete a um canto ensolarado do park depois do almoço.

Vampira:- O professor disse que eu não precisava participar das missões por enquanto, até eu conseguir controlar meus poderes.

 Gambit:- Talvez ele queira saber como vous irá se sair. – Arriscou Gambit, enquanto Vampira terminava seu sorvete.

Vampira suspirou.

Vampira:- É, sei disso. Presumo que muitas missões serão efetuadas sem minha presença.

Gambit:- Vai. – Disse Gambit pegando o papel da mão dela e colocando no cesto de lixo. – Olha, aproveita para treinar um pouco, quando a sala estiver vazia. Faça um teste de vez em quando.

Vampira olhou-o triste.

Vampira:- Eu sei que preciso obter controle. Vai servi para controlar meus poderes de absorção  também, quando eles voltarem, não é?

Gambit:- E também para destruir o Apocalipse.

Vampira baixou os olhos tristonha.

Vampira:- Essas coisas horrendas que estão acontecendo são culpa dele...

Gambit previu sua aflição e se aproximou dela encostando a testa dela em seu peito.

Gambit:- Vous vai se sair bem.

Vampira afastou-se um pouco dele e olhou em seus olhos.

A expressão da garota era pura. Os olhos profundos pareciam ter visto de perto as tristezas do mundo. Ela era menina. Menina nas feições, no jeito meigo de olhá-lo, menina em idade. Menina na condição infância preservada, como se uma proteção lhe tivesse sido colocada por Deus, permitindo-lhe passar pelo tempo sem que suas marcas viessem alojar-se nas faces.

Ela lhe parecia faminta de desejos, necessitada de carinhos, cuidados. Decifrou em seus olhos a necessidade de afeto, laços entrelaçados e amor verdadeiro. Tudo isso ele tinha. Só não tinha a coragem de lhe oferecer e pedir que ficasse para sempre em seu peito, que fosse só dele.

Vampira:- Ficar indefesa sem meus poderes de absorção e sabendo que possuo outros poderes, mas não sei ao certo como controlá-los... é como se eu estivesse tentando aprender a tomar chá numa xícara de porcelana fina.

Gambit:- Eu sei como é! – Ele disse com as mãos nos bolsos da calça, olhando para o horizonte. – Quem me ensinou a obter controle sobre meus poderes foi meu pai... Jean Luc Lebeau.

Vampira o olhou surpresa, ele estava se abrindo para ela... ele estava de algum modo falando sobre si. Vampira encarou-o apertando uma mão na outra como se decidisse se podia ou não confiar nele. Aparentemente, achou que podia, porque ele continuou.

Gambit:- Eu metia medo as outras crianças do clã por causa dos meus olhos vermelhos.

Vampira:- Você quer dizer que você as intimidava?

Gambit:- Acho que sim. – Respondeu ele, virando-se para encarar Vampira. – Mas era muito difícil me pegar em flagrante. Quando meus poderes se manifestaram aconteceram incidentes... bem desagradáveis...

Vampira tornou a encarar Gambit, e,  embora seu rosto estivesse aflito, o olhar era firme.

Gambit:- Acho que muito pouca gente lamentou me ver pelas costas.

Vampira se aproximou e tocou seus ombros.

Vampira:- Sinto muito...

Gambit:- Fui abandonado na porta do orfanato de Nova Orleans ao nascer... – Ele acrescentou firme. – Eu sabia que era diferente. – Murmurou trêmulo. – Sabia que era especial. Sempre soube que havia alguma coisa. Até que Jean Luc me adotou como seu filho e me ensinou a controlar. Eu estava certo, e meu pai também, quando me disse que eu era um mutante.

Vampira procurou palavras para lhe falar mas não as encontrou. Ela suspirou e baixou seus olhos marejados.

Gambit:- Na casa do meu pai... – Continuou ele, erguendo o rosto dela com a mão em seu queixo. – Ele me ensinou não apenas a usar meus poderes, mas a controlá-lo. Vous tem usado os seus poderes, decerto sem saber, de um modo que non  foi ensinado nem tolerado no instituto Xavier. Vous non é a primeira nem será a ultima a deixar que os seus poderes fujam ao seu controle, ma belle.

Gambit enxugou duas lágrimas que escorriam pela face dela.

Gambit:- Quero te contar mais uma coisa, chere. – Continuou ele. – Quero que saiba que em Nova Orleans, o clã poderia expulsar pessoas... e o chefe do clã de ladrões, que é meu pai... sim eu fazia parte do clã de ladrões de Nova Orleans. Meu pai me castigaria se eu desrespeitasse as leis, e os castigos eram severos. Todos os novos mutantes tinham de aceitar que, ao entrar em nosso clã, se submeteriam as nossas leis.

Vampira baixou os olhos e viu que era hora de falar pra ele um pouco de sua vida também.

Vampira:- Minha história não é muito diferente da sua. – Ela fez uma pausa, e, embora sua voz continuasse leve e calma, e não deixasse transparecer sua tristeza, Gambit sentiu que emanava uma certa mágoa.

Vampira:- Meu pai e minha tia Carrie não fizeram o que mamãe pediu. Nunca me trataram como filha. Nas mãos deles eu... – Vampira tampou a boca e abafou um soluço de um choro. Lágrimas brotaram de seus olhos e Gambit tocou sua face dizendo:

Gambit:- Se isso te magoa, non precisa me contar.

Vampira:- Não! – Ela enxugou as lágrimas e continuou. – Nas mãos deles, eu só conheci o descaso e muitas vezes a crueldade. Eu fugi de casa aos 13 anos quando meus poderes se manifestaram, escapei do enorme dano que o meu pai e aminha tia causaram a mim.

Gambit:- Eu sinto muito, ma belle. – Gambit a puxou pela mão e conduziu-a a seu peito beijando seus cabelos. – Sinto muito mesmo.

Vampira se afastou um pouco dele e com as mãos em seu peito ela disse:

Vampira:- Foi então que eu encontrei a Mística, e ela me ofereceu proteção e pediu que eu considerasse a casa dela como minha casa. Por mais infeliz que eu tenha sido lá com ela, por mais mal recebida, por mais destratada, ela me concedeu, pelo menos abrigo, ainda que só por interesse de ter controle sobre meus poderes. Quando percebi que ela só queria me usar e que não me ajudou a controlar meus poderes então, aos 15 anos fugi novamente e foi ai que Charles Xavier me convidou para sua escola de mutantes, e conseguir algum controle até hoje.

Gambit a puxou mais para si.

Gambit:- Estarei com vous para o que der e vier. De acord?

Vampira:- De acordo! – Ela sorriu entre lágrimas.

Gambit então aproximou seus lábios dos dela e ela sentiu seu coração pulsar violentamente.

Gambit. Ela ainda não sabia seu nome. Dele ela não tinha quase nada. Somente o olhar envolvente, fixo, sem medo de ser flagrado em sua distração carnal. Olhava-a invasivo, sem escrúpulos. Dissecava todos os detalhes do seu corpo, medindo-lhe como se ela fosse uma estrada por onde desejava caminhar. Gambit a desbravava, abria picadas em sua alma até então preservada de invasões. E ela o recebia, assim como a terra recebe a chuva, agradecida.

Não houve demora. Segurou suas mãos e as levou até seu peitoral forte e invadiu sua boca com um beijo quente em que sua língua enroscou na dela.

Gambit fez com as carnes dela o mesmo que os olhos dele já tinham feito com a parte imaterial dela.

A proposta era simples, mas mudaria o rumo da sua vida.

Nas poucas horas daquele dia dourado de sol, vampira percebeu que seria inútil tentar impedi-lo de entrar em sua vida. Gambit já estava com a chave nas mãos. Arrancou-a sem que ela percebesse.


Notas Finais


Então, gostaram? deixem seus comentários e até a próxima.


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