História Depois do Apocalipse - Voltando pra casa

Já era noite, Vampira se levantou com a ajuda de uma enfermeira para ir até o banheiro. Ela se olha no espelho. Um assombrado fantasma pálido a olha de volta. Ela prende os cabelos em um rabo de cavalo curto e ignora como as suas pálpebras estão inchadas de chorar. Ela não podia acreditar que havia mandado o homem da sua vida ir embora, coitado talvez ele esteja se perguntando porque ela fez aquilo com ele.

Não. Ela não queria pensar sobre aquilo. Não agora, não mais. Vampira volta para a cama hospitalar e logo adormece.

Na manhã do dia seguinte, Kitty é a primeira a visitá-la. Vampira estava sentada na cama de olhos baixos tomando seu café da manhã.

Kitty:- Bom dia, Vampira. Está tudo bem?

Vampira:- Sim! – Ela responde de olhos baixos.

Kitty sente sua aflição e decide conversar com ela.

Kitty:- Vampira... o que é que ta acontecendo entre você e o Gambit?

Vampira:- Nada! – A voz dela estava muito monótona. Ela suspira.

Kitty:- Vampira, seja razoável. – Diz kitty encarando-a. – Você disse coisas grossas a ele ontem, ele me contou tudo porque eu o vi triste e me dispôs a ajudá-lo. Você estava realmente falando sério quando mandou-o ir embora?

Vampira:- Não. – Ela franze a testa desta vez olhando para Kitty. – Claro que não... eu amo o Gambit. Só estou tentando me proteger. – Ela sussurra.

Kitty:- Se proteger do quê?

Vampira:- Porque ele não me quer da forma que eu quero ele. – Lágrimas deslizam de seus olhos.

Kitty:- Como assim? Quem te disse isso?

Vampira aperta os olhos, e olha impassivelmente para Kitty, sem piscar ou recuar.

Vampira:- Bem... o que eu quero dele é amor. – O pensamento dela fica pesado e triste. – Ele nunca disse que era amor o que sentia por mim. Sempre seria mais uma distração para ele.

Kitty:- Vampira, você não pode dizer pra ele que acabou. Que não o ama. Você estará mentindo para si mesma.

Vampira:- Eu não posso me arriscar. Eu sei o que quero e ele não pode me dar isso, e eu não posso dar a ele o que não me convém. – Ela chorava convulsivamente enquanto falava. – Um dia os meus poderes de absorção irão voltar e eu não poderei mais tocá-lo... e ai, como é que a gente fica, Kitty?

Kitty:- Bem, antes de tudo converse com o Gambit Vampira, seja verdadeira com ele.

Ela balançou a cabeça afirmativamente.

Kitty:- Enxugue essas lágrimas, nós iremos levá-la pra casa. Você será tratada com a medicina Shiar para que se recupere mais depressa.

Pouco depois, uma enfermeira entrou no quarto em que Vampira estava e informou que o médico já tinha lhe dado alta.

Ela e Kitty ajudaram Vampira a se sentar em uma cadeira de rodas, colocou a mochila com algumas roupas no colo de Vampira e saiu com ela do quarto.

Ela conduziu Vampira pelo saguão, em uma cadeira de rodas, passando pelas portas automáticas, até chegar a céu aberto, onde o sol lançava seus raios sobre todos ali. Tempestade agradeceu a enfermeira e esperou com Vampira e Kitty, enquanto Ciclope estacionava o carro junto ao meio-fio. Antes de colocarem Vampira no carro, Logan, Noturno, Bobby e Jean abraçaram-na felizes por ela voltar para casa.

Logan:- Está se sentindo melhor? – Logan perguntou olhando-a com uma expressão séria.

Vampira:- Sim! Só estou um pouco cansada ainda. – Ela disse sorrindo.

Jean:- Isso é normal, não se preocupe vamos cuidar de você agora.

Antes de colocarem ela no carro, Joseph veio lá de dentro do hospital, onde tinha ido procurá-la e deu um abraço nela para se despedir. Nunca em sua vida Vampira havia recebido tantos abraços.

Joseph:- Eu vi visitar você, mas acabei de ser informado que você já havia saído do hospital.

Vampira:- Eu já me sinto melhor. – Ela sorriu.

Joseph:- Que bom, eu irei te visitar na mansão mais tarde, agora tenho coisas para resolver. Qualquer problema me liga.

Vampira:- Tudo bem e obrigada por me socorrer, Joe.

Ele se afastou dela e sem quem ela percebesse o Gambit também tinha acabado de chegar ali. Ele encarou Joseph e disse:

Gambit:- Ela non vai precisar te ligar. Ela já tem a ajuda que precisa, mon Amy. – Gambit disse bruscamente se aproximando de Vampira.

Ele se agachou olhando-a nos olhos e disse:

Gambit:- Como você está, meu Anjo?

Vampira não respondeu, ela apenas o abraçou. Aquele abraço deu medo nele. Ela o apertou tão forte que Gambit teve a terrível sensação de que algo muito ruim fosse acontecer.

Tempestade percebeu a cara de poucos amigos que Logan expressou, e tocou no ombro de Vampira tentando separar os dois antes que o Logan fizesse isso.

Vampira:- Ah... desculpe, é que eu...

Gambit sorriu para ela e erguendo-se ele disse:

Gambit:- Eu estou feliz em ver que vous está bem! – Os olhos dele brilhavam.

Vampira ficou um pouco corada, mas logo perguntou:

Vampira:- Cadê o resto do pessoal?

Tempestade:- Estão em casa aguardando você chegar, querida...

Logan:- É melhor irmos agora.

Logan e Ciclope a colocaram dentro do carro e todos entraram, com exceção do Gambit que seguiu de moto. Foram direto pro instituto. Chegando lá, houve muita comemoração. A Psylocke também estava lá com o Arcanjo e a Moira. Todos se alegraram.

Psylocke:- Que bom que você não se feriu gravemente, Vampira.

Vampira:- Psylocke! Não sabe como fico feliz em vê-la aqui... Arcanjo, você também veio.

Arcanjo:- Fiquei preocupado quando soube do acidente.

Uma lágrima de emoção desliza pelo rosto dela. Ela estava feliz de ver que tinha amigos verdadeiros que se importavam verdadeiramente com ela.

Vampira estava cercada de amigos, todos querendo saber como ela estava, aquilo era realmente bom, muito bom.

Kitty olhou para os lados procurando Gambit e o encontrou perto da escada de braços cruzados um pouco distante. Sem que ele perceba, Kitty se aproxima e toca seu ombro.

Kitty:- Gambit, tá tudo bem ai? Você tá tão distante.

Gambit:- Hein? – Ele sorri amigável. – Non é nada. To legal.

Kitty:- Tem certeza? – Ela perguntou preocupada. – Me parece distante.

Gambit:- Não sou só eu. – Ele disse de olhos baixos. – A Vampira... ela que tá distante de mim, fria. Naquele dia não quis falar comigo e não me respondeu direito. Eu não sei porque ela agiu comigo daquela forma... por mais que eu procure eu non me lembro de a ter magoado, nunca.

Kitty:- Talvez seja porque ela estava passando por muito estresse...

Gambit:- Non, non é isso. Ela nunca foi assim. Non entendo porque ela estava tão chateada comigo naquele dia.

Kitty:- Verdade... – Ela disse. – Eu também não sei. Tudo que sei é que a Vampira é uma garota incrível e merece toda a felicidade do mundo.

Vampira estava a um canto da sala ainda cercada por Psylocke, Moira e Jean que conversavam alegremente.

Vampira estava sentada ao sofá e não prestava muita atenção no que as amigas conversavam. Ela lançou um olhar vago para o Gambit, ali, perto da escada conversando com a Kitty.

Era inegável que todo aquele lance com o Gambit estava fazendo-a esquecer o quanto sua vida era um desastre. O Gambit sempre foi aquela pessoa com quem Vampira sempre sonhou em ter uma relação. Pois com ele ela se sentia a vontade para desabafar tudo. Ele a escutava atentamente, ele a aconselhava, e sempre, sempre mesmo a enchia de esperanças.

Um defeito dela de fábrica era agir, em geral, com a emoção. Ela estava apaixonada, pois certamente o Gambit foi o único que pôde trazer de volta a sua vida um pouco de segurança. E ela gostava disso. Gostava de ter alguém para amar.

O dia na mansão correu bem. Estavam todos da equipe x-men reunidos e comemoravam a saída dela do hospital. Vampira estava feliz mas exausta, tudo que precisava agora era de um alívio para a alma. E esse alívio se chamava Gambit e seus beijos com gostinho de tutti frutti.

Mas como dizer a ele que estava sendo ameaçada por uma mulher que se dizia noiva dele?

Pela primeira vez Vampira sentiu medo. Não medo dela, mas medo de perder quem ama.