*Thali on*
Abraçada com Manu eu não sabia se comemorava por ter ela em meus braços ou chorava de desespero com a enrolação dos policias para me dizerem o que tinha acontecido com a Gabie, com a minha Gabie.
-FAALA, CADÊ A GAABIIE?! A essa altura eu já gritava para eles. Um deles conchichou algo no ouvido do delegado e voltou em direção ao lugar de onde eles tinham vindo com a Manu.
-Poor favoor delegado, fala alguma coisa!!! Eu estava implorando.
-Bom, fique calma, eles não encontraram a Gabriela, apenas a menina. E segundo eles tinha uma pedra com uma quantidade de sangue, bem grande. Eles voltaram, vão procurar pegadas ou algo assim. Ele fala tentando me passar calma.
-Não não.. Tento colocar Manu no chão mas ela se agarra com força a mim.
-Vamos pra cidade, essa criança precisa ser examinada.. Ele diz.
-E a Gabie?? Digo chorando, mas um pouco mais controlada, afinal eu precisava ser forte pela Manu.
-Eles vão encontrar ela, e assim que eles me derem noticias, eu te passo. Ele fala colocando a mão sobre meu ombro.
Manu estava calada, não dizia nada, apenas chorava.
Chegamos ao hospital, e ela fez um escandalo quando a tiraram do meu colo para examina-lá.
Fizeram todos os exames, e tudo estava ok, mas ela continuava sem falar.. Deram alta para ela. E pediram para esperarmos em uma sala que uma psicóloga, junto com o delegado, iria tentar colher informações sobre o paradeiro da Gabie. Esperamos por alguns minutos, e eles chegaram.
-Então essa é a princesa Manuela! Uma mulher alta e muito simpática entra na sala.
-Oi, Thalita.. Digo apertando sua mão.
-Roberta.. Ela responde. -Então Manuela, a tia vai te fazer algumas perguntas, tá?!
A Manu me olha com uma carinha de choro.
-Calma meu amor, isso vai ajudar a achar sua mamãe.. Digo isso e forço um sorriso. E vejo que algumas lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
-Calma tá Manu, a tia não vai te fazer mal. Me conta, você estava com o seu papai não é? A psi pergunta calma.
Manu afirma com a cabeça.
-Ele te levou a força? Ela pergunta.
Manu faz que não com a cabeça.
-Você pode falar se quiser, tá?! A psi fala sorrindo.
Ela faz que sim com a cabeça novamente.
-Sua mamãe sabia que você ia para aquela fazenda com o seu pai. Ela pergunta e novamente Manu faz que não.
-Alguém sabia?? A psi continua.
Manu me olha.
-A Laura. Enfim ela fala. -Mas eu disse pra ela não contar!
-Seu pai ia te visitar na escola sem ninguém saber? A psicóloga pergunta.
-Sim.. Ela diz. -Ele dizia que a mamãe ia voltar a morar com ele, nós três de novo.
-Entendi. A psi fala.
-Mas ele mentiiu.. Manu enche os olhos de lágrimas novamente. -E agora a mamãe morreu!! Ela começa a chorar.
-Como assim? Onde está sua mãe e seu pai? Que disse que sua mãe morreu? A psi pergunta. E eu sinto meu coração se partiu em mais mil pedaços.
-O papai que disse, ele disse que a culpa foi minha. Ele levou a mamãe embora. Ela não acordava, ela tava machucada. Nisso Manu coloca mão na testa. -Bem aqui!! Ela fala entre soluços.
E eu começo a chorar, me segurei o máximo. Não podia ser real, a mulher da minha vida estava morta? É real que eu nunca mais voltaria a ver ela? Isso só pode ser um pesadelo.
*Narradora on*
Enquanto Carlos colocava a culpa dos acontecimentos na filha, ele ouvi uma sirene, e então toma Gabie em seus braços.
-Ela morreu, morreu pra você e pra todos a partir de hoje, e a culpa é sua. Ele diz isso se afastando da filha.
Se esquiva na escuridão até seu carro, acomada a Gabie no banco de traz e dá partida. Enquanto ele levava a Gabriela, sabe se lá pra onde, o sol ensaiava nascer. Seria um belo amanhecer, se não fosse pelo pesadelo que estava apenas começando.
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