Elena Gilbert
Mystic Falls – Quarta-feira – 11:00 AM
Terceiro dia de trabalho desde o inicio da semana e eu já estava exausta a frente do computador. As letras já não faziam mais sentido já que eu as enxergava desfocadas.
Damon não estava no escritório, o que era muito estranho, pois sempre que eu chegava, as nove da manhã, ele aparecia em questão de dez minutos depois.
Três horas depois do meu inicio de expediente e nada de Damon. O chá gelado que eu havia lhe trazido, pois descobri que ele odiava café, estava quente.
Entediada e sem ideia do que fazer no escritório já que normalmente Damon quem ditava as minhas obrigações, abri as notas do meu celular na ultima pasta atualizada e sorri ao ler seu contexto.
Coisas que eu sei sobre o meu chefe
1.– Seu nome é Damon Salvatore
2.– Damon tem vinte e sete anos e é solteiro.
3.- Ele é pai, e sua filha se chama Alasca.
4.– Ele é mal humorado.
5.– Mora sozinho.
6.– Não gosta de café.
7.– Gosta de chá gelado.
8.– Damon é muito, muito, muito bonito.
9.– Tinha um sorriso lindo.
10.– É um pai extremamente carinhoso.
Suspirei ao ver as poucas e adoráveis coisas que eu sabia sobre ele. Eram tão poucas e me faziam querer conhece-lo mais a cada segundo. Quando me peguei pensando em certo par de olhos azuis, sacudi a cabeça e me perguntei o que estava acontecendo.
Porque eu não parava de pensar no meu chefe?
Tudo bem, ele era muito gato, mas isso não era motivo aparente para não tira-lo da cabeça.
A porta do escritório se abriu bruscamente, e eu pulei na cadeira de susto. Damon entrou na sala, sorrindo, o seu primeiro sorriso diretamente a mim, por ter me assustado e jogou sua bolsa no sofá, como sempre fazia. Em suas mãos, notei dois copos.
--Trouxe café pra você. –ele indicou o copo da mão direita, levantando-o e colocando em minha mesa. Imediatamente peguei na mesa de centro do escritório o chá gelado, ou não tão gelado assim.
--E eu trouxe chá gelado pra você.
Ele arqueou uma sobrancelha, olhando desconfiado.
--Como sabe que gosto de chá gelado?
--Você gosta? Ufa! Foi apenas intuição. –menti. Naquela mesma manhã, eu havia perguntado a Rosalinda, a moça que trazia o café de Damon toda tarde e do restante da empresa, o que ele mais pedia como bebida, e ela respondeu-me chá gelado.
Ele sorriu, pela segunda vez no dia, mas ficou rapidamente sério. Seus olhos absurdamente azuis me encararam intensamente. Fiquei nervosa e pensei que fosse começar a tremer caso ele continuasse a me encarar, mas ele desviou o olhar e se sentou em sua cadeira.
--Espero que não tenha ficado o tempo todo me esperando sem fazer nada. –acusou-me.
--Não, eu adiantei ao máximo a programação da sua agenda.
Ele não respondeu nada, pois estava concentrado demais no computador.
Eu sabia que o Damon gentil que havia entrado por aquela porta há alguns minutos atrás já havia ido embora.
* * *
--Ele trouxe café pra você? –Caroline perguntou, apenas para eu lhe confirmar, gritando e empolgada na linha.
--É, quer dizer, não foi nada demais.
--Como não? Significa que durante a manhã ele pensou em você!
--Meu Deus, parece que estamos no ensino médio Caroline! –brinquei, refletindo sobre o meu interesse exagerado em conhecer Damon e entender seu temperamento.
--Eu dou mais uma semana pra ele se render e beijar você, ou te levar pra cama.
--Caroline, você só fala merda! Não vou pra cama com ele, você sabe.
--Não ainda. –ela ressaltou.
--Tudo certo pra amanhã? Já arrumei minha mala, só preciso confirmar com Damon se ele irá precisar dos meus serviços no feriado.
--Claro, tudo certo, mas me fala, você não iria mesmo pra cama com ele?
--Ele é um gato e tal, então fica difícil responder isso sem realmente saber se ele iria comigo, até por que... –parei de falar assim que o vi se aproximando com uma bandeja nas mãos, e parando na frente da minha mesa –Car, preciso desligar, tá? Ligo-te depois.
--Elena Gilbert, nem pense...
Desliguei o telefone antes de deixa-la terminar de falar e o guardei no bolso.
--Posso sentar aqui? –ouvi a voz de Damon perguntar.
Reergui a cabeça e assenti, vendo-o sentar-se rapidamente.
--Nunca te vi almoçar por aqui. –comentei, apenas tentando puxar assunto.
--Porque eu realmente não almoço, mas com o meu atraso hoje cedo precisarei comer rápido e voltar ao trabalho se não quiser dormir aqui.
Sorri por seu exagero e percebi que ele podia ser engraçado, caso quisesse.
--Porque se atrasou? –quando terminei de falar me arrependi, pois imaginei que ele fosse ser estupido ou grosso e não responderia.
--Alasca estava com febre?
--Ela está melhor? –perguntei quase instantaneamente porque me preocupava com ela.
--Sim, chamei Bonnie para ficar com ela pela manhã.
Assenti, pensando em como iria desmarcar a viagem com Caroline já que dificilmente Damon me liberaria com Alasca doente.
--Quais são seus planos para o feriado? –ele perguntou, visivelmente tenso e nervoso, já que seus dedos não deixavam de bater a mesa.
--Estava pensando em visitar minha família com uma amiga de infância, mas agora não tenho mais certeza.
--Porque não tem mais certeza? –ele abriu um sachê de catchup com a boca e o conteúdo sujou um pouco sua boca, precisando do auxilio de sua língua para limpa-la. Sexy! Sexy pra cassete!
--Não posso deixar você na mão agora que Alasca está doente.
Damon parou de comer e jogou o hambúrguer no prato, olhando-me furiosamente. Com o guardanapo, ele limpou as mãos.
--Não precisa mudar seus planos por causa dela ou de mim. –levantando-me, Damon pegou a sua bandeja –Você não é a mãe dela.
Ele se afastou, jogando a bandeja no coletor.
Que merda foi essa? O que eu tinha dito de errada?
Cansada demais de entender aquele homem, terminei o meu almoço e tentei fingir que ele não havia almoçado comigo, mexendo nas minhas redes sociais e respondendo meus amigos no WhatsApp.
Mas é claro que eu não consegui apagar aquele almoço da minha cabeça, e nem a cena dele lambendo sua boca para tirar o catchup.
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