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História Desastre Ambulante - Bokuaka - Azar no amor, azar no jogo e sorte no azar


Escrita por: heykaashi

Notas do Autor


essa é a primeira vez que eu posto uma fic com mais de um cap em alguma plataforma, então eu espero que gostem!

Capítulo 1 - Azar no amor, azar no jogo e sorte no azar


Fanfic / Fanfiction Desastre Ambulante - Bokuaka - Azar no amor, azar no jogo e sorte no azar

Akaashi jura por tudo que é mais sagrado, por todos os deuses existentes, anjos e demônios, por todos os santos e entidades divinas, pela Vida e pelo Universo, jura pelo Karma e pela sua mãezinha querida: ele odeia sua Soulmate mais do que odeia quando Bokuto entra em modo emo no meio de uma partida e odeia o quão desastrada ela consegue ser. O moreno não aguenta mais sentir o mindinho do seu pé doendo porque o desastre ambulante que o Universo disse ser sua alma gêmea bateu seu próprio mindinho em uma quina qualquer, e ele também não aguenta mais sua testa doendo porque sua Soulmate, provavelmente, bateu em algum armário aberto.

Keiji só queria descobrir quem era ê desgraçade que lhe fazia sentir tanta dor. Para dar um sacode nos ombros dê dite cuje e lhe dizer: "presta mais atenção por onde anda e pare de trombar em qualquer canto, porque meu mindinho, minha testa e todo o resto do meu corpo não merece sofrer tanto!", só um alerta ou algo do gênero, sabe.

Mas conhecer sua Soulmate talvez não fizesse tanta diferença assim na sua vida; havia casos de Soulmates com 30 anos de diferenças, de gênero opostos, sendo um deles homossexual, do mesmo gênero, sendo um dele heterossexual, que eram parentes próximos, que não se apaixonam um pelo outro. Em casos assim, em que você não se descobria apaixonade por sua Soulmate, passaria o resto da sua vida sentindo essas dores físicas irritantes.

Era bem mais fácil passar a vida do lado de alguém que não fosse sua Soulmate. Encontrar quem o Universo denomina ser o seu "par perfeito" não é sinônimo de encontrar o amor da sua vida. Mesmo diante dos significados para "alma gêmea", as pessoas são inconstantes, variadas e livres para escolher.

E Akaashi era demissexual homorromântico, além de já estar apaixonado por alguém. Se sua Soulmate desastrada fosse o mesmo idiota desastrado pelo qual Keiji teve a infelicidade de se apaixonar, seria como jogar 6 dados e os 6 dados caírem no número 6.

Ou seja, irônico e improvável.

Mas como diz o próprio Bokuto: só é "difícil", não é "impossível".

Ah, sim. O idiota pelo qual Keiji teve a infelicidade de se apaixonar era Bokuto.

Era horrível, na concepção de Akaashi, estar sentindo algo tão forte pelo Ás do seu time, principalmente quando você era o levantador desse Ás e quando esse Ás lhe dava tanta dor de cabeça dentro da quadra e fora dela. E falando no diabo…

— Hey, Akash! — pronúncia errada de novo, pensou o moreno, se virando para olhar Bokuto. — Você viu isso?

— Vi o que? — não, ele não tinha visto. Estava distraído demais pensando no que raios pode ter acontecido com a sua Soulmate para ele sentir  tantas dores aleatórias regularmente. Talvez fosse lutadore de boxe? E desastrade também. Isso explica tanta dor.

— A defesa do Kenma! Foi perfeita e ele levantou direitinho pro Lev! Eles marcaram ponto de segunda!

— Ah — é, ele viu, mas não processou a informação. Aquelas dores lhe deixavam ridiculamente distraído e pensativo, faziam Akaashi esquecer que estava observando o jogo do seu próximo oponente, que provavelmente seria o Nekoma, pois o time estava fazendo ponto atrás de ponto.

— 'Kaashi — merda, o levantador pensou. Ele errou a pronúncia de novo ou usou um apelido? —, tá tudo bem?

— Sim, Bokuto-san.

O platinado não acreditou em suas palavras. Tinha algo errado com Akaashi, ele tinha certeza disso. O garoto nem perguntou se Bokuto estava bem depois de responder! Aquele não era o Keiji de sempre!

— Ei, vocês dois — chamou Komi, o líbero, tirando ambos de seus devaneios pessoais. — Estão fazendo o que aí? Venham se alongar! Já tá 22×14 pro Nekoma!

Faz sentido, pensou Akaashi. Droga, ele estava mesmo distraído.

— Estamos indo! — respondeu Bokuto. — Vem, Akash!

Ver Koutarou arrastando o levantador pelo braço até onde estava o resto do time era uma cena cômica e única; em seu estado normal, Keiji jamais se deixaria ser tratado daquele modo.

A todo momento, alguém tentava puxar conversa com Akaashi, e este apenas respondia de forma monossilábica e desinteressada. Não é como se ele fosse a pessoa mais faladora do mundo, mas pelo menos tentava manter um diálogo. Ou melhor: costumava tentar. Agora, parecia sequer se importar com quem estava ao seu redor e isso não era do seu feitio!

Bokuto se sentia inquieto enquanto observava o comportamento do seu colega de time. Tipo, o que estava se passando na cabeça dele?

O som de um apito indica o final do jogo e, como esperado, Nekoma havia saído campeão, permanecendo em quadra enquanto o outro time dava espaço para Fukuroudani entrar. Todos se posicionaram em seus devidos lugares e, por mais que Akaashi tentasse, estava muito distraído para processar rapidamente as informações que seus olhos colhiam durante a partida.

Não é como se ele não estivesse conseguindo jogar bem ou perdesse pontos por besteira, nada disso, é só que… ele não estava em todo seu potencial, sabia e sentia isso. Estar assim lhe deixava frustrado.

Não foi capaz de perceber quando Kenma se preparou para deixar uma finta bem na sua frente ou que a melhor pessoa para atacar, em um dado momento, era Washio e não Bokuto, que foi bloqueado por Kuroo e Lev.

— Hã… Akaashi — Konoha chamou, meio incerto e desconfiado. — Você tá bem?

— Sim, estou — o moreno respondeu, deixando escapar um suspiro cansado, que nada tinha a ver com o exercício que fazia. — Só estou meio distraído hoje. Me desculpe por isso, Konoha-san, vou tentar fazer o meu melhor.

— Você já está fazendo o seu melhor — disse o atacante. — Mas… talvez, hoje o seu melhor não seja tão bom quanto normalmente é.

Um soco doeria menos, pensou Akaashi. O apito soou; Nekoma sacou. Era agora ou nunca, Keiji precisava voltar ao seu normal o quanto antes!

Komi conseguiu chegar na bola, mas lançou muito alto e perto demais da rede para o levantador. Ele olhou para seu time e para o time oposto, pensando rápido e chegando em três opções prováveis: uma finta, jogando a bola de segunda; uma jogada rápida, levantando para Washio; ou um levantamento para Bokuto, que atacaria na paralela, bem onde estava Yaku.

Qual era o mais improvável e, consequentemente, mais surpreendente?

Uma quarta opção. Keiji se lembrou de uma jogada que vinha treinando há um tempo e, mesmo precisando aprimorá-la e com uma bola tão difícil, seria uma boa tentativa. Arriscada, mas boa.

Pulou, como se tentasse alcançar a bola para levantá-la. Kenma se pôs na defensiva em sua área, esperando por uma finta que nunca viria. Óbvio que ele se prepararia pra isso, Akaashi pensou.

Uma pena para o outro levantador, porque Keiji, ao invés de levantar para um dos atacantes ou lançar essa bendita finta, mudou rapidamente a posição de suas mãos, atacando perto de Lev, que deveria ter defendido, mas, por ainda estar treinando sua recepção, e por ter sido uma jogada inesperada, acabou chegando muito atrasado na bola. Ponto para Fukuroudani.

8×7 para eles. Seria um jogo acirrado.

AGAASHI, ISSO FOI INCRÍVEL! — Bokuto exclamou, indo em direção ao citado, com os olhos dourados brilhando de admiração. Parecem duas estrelas, Keiji pensou.

— Obrigado, Bokuto-san — o levantador respondeu, se curvando. Bokuto parou na sua frente, ainda lhe olhando daquela forma intensa e desconcertante, que apenas ele conseguia. Akaashi se sentia aberto e exposto àqueles olhos, por causa da forma que era observado, e adorou essa sensação. Fazia seu interior queimar e se remexer de um jeito bom de se sentir.

— Realmente incrível — disse Konoha, que expressava um misto de surpresa, admiração e desconfiança. — Foi bem arriscado, você não acha?

— Sim — respondeu Akaashi. — Mas, se desse certo, daria um ponto certeiro. Kenma esperava por uma finta, Bokuto teria lançado a paralela em cima de Yaku e Kuroo estava atento em Washio. Se eu não tivesse atacado, teria levantado pra ele e ele teria sido bloqueado.

— Mas não deixou de ser bem arriscado — pontuou Konoha.

— Sai dessa, Akinori — Bokuto exclamou, dando um tapinha, meio forte demais, nas costas do colega. — Uma vez Sugawara disse que não há vitória sem riscos e ele tá certo. Além do mais, segundo o que Akash disse, todas as opções eram bem arriscadas! Pelo menos a gente fez ponto! — o Ás comentou, indo para a posição de saque, uma vez que a rotação daquela partida o deixava atrás. Tão simplório, pensou Konoha.

— Uhum — ele comentou, ainda pensativo. Akaashi poderia enganar todos daquele time como bem conseguisse, mas nada passaria despercebido aos olhos daquele atacante. Havia jogado por tempo suficiente para conhecer seus colegas de equipe.

O jogo continuou e Akaashi continuou a arriscar algumas jogadas inesperadas, como usar diferença de tempo com Washio ou fazer alguém atacar de fundo de quadra, lançar fintas e levantar para Bokuto sempre que podia, evitando ao máximo os bloqueios de Kuroo e de Lev.

Depois de ouvir que naquele dia, talvez, seu melhor não fosse tão bom quanto o normal, Keiji ficou possesso. Ele acompanhava os treinos de Bokuto e se superava cada vez mais, se tornando cada vez melhor, fazia o seu melhor sempre. Seus devaneios de fora da quadra nunca lhe atrapalhavam e não seria naquele dia, só por causa de uma Soulmate desastrada e uma esperança boba, que ele ficaria distraído e "não daria seu melhor". O caralho à quatro que ele não daria o seu melhor! Ele daria o seu melhor sim, ele sempre daria o seu melhor!

O placar do jogo chegou em 16×16 e não parecia que iria mudar tão cedo. Kenma percebeu que Akaashi estava deveras lento e tentou ao máximo se aproveitar disso, lançando fintas, falando para os atacantes jogarem em cima dele e intensificando ao máximo o bloqueio, fazendo o mesmo ficar exposto a um tipo forte de pressão psicológica. E Keiji percebeu isso, ficando mais possesso ainda.

Acontece que Konoha também percebeu. Por isso, pediu um tempo ao treinador, que foi imediatamente concebido.

— Não — Akaashi cortou Akinori, antes de ele comentar qualquer coisa.

— Não o que?

Seria difícil proferir aquelas palavras. Muito difícil. Keiji se odiava por isso. Mas precisava reconhecer seus limites; ele não estava em um bom dia.

— Eu não estou bem, estou muito distraído mesmo. Você ia me perguntar sobre isso.

— É, eu ia — Konoha respondeu, abrindo um sorriso simpático, algo muito incomum vindo dele. — Você precisa relaxar mais. Tá muito tenso.

— Eu não sei o que fazer pra me acalmar — o rapaz disse, pegando duas garrafas de água e entregando uma para o colega. — Sinceramente, minha vontade é deitar na minha cama, apagar as luzes do meu quarto e ficar ouvindo indie até meus ouvidos caírem ou eu morrer, o que vier primeiro.

— Nunca te vi assim — Konoha comentou baixo, pegando a garrafa de água estendida em sua direção.

— Ah, não? — Keiji perguntou retoricamente, arqueando uma das sobrancelhas. — Deve ser porque normalmente eu não demonstro porra de sentimento nenhum, nem mesmo raiva.

— E eu acho que agora você tá com raiva, né? — Akinori se encontrava surpreso e preocupado. Akaashi não usava palavrões para se expressar e, mesmo sendo comuns, seus comentários ácidos estavam autodepreciativos, sua ironia estava sendo dirigido a si mesmo e não à terceiros. Isso era preocupante.

— De mim mesmo. E frustrado. Eu não quero ir pro banco, Konoha-san — Akaashi disse, se virando para encarar seu interlocutor de frente —, mas do jeito que eu estou agora, talvez seja a melhor opção para o time.

Akinori não tinha argumentos contra isso. Odiava ver seu levantador naquele estado, mas pelo bem do time, como um todo, se Akaashi continuasse daquele jeito, talvez fosse melhor para todos que ele terminasse aquela partida no banco. 

Bokuto certamente ficaria devastado e entraria em modo emo.

O treinador do Fukuroudani ouviu a conversa daqueles dois jogadores e percebeu que não tinha com o que se preocupar. Akaashi tinha consciência de seu estado e da consequência que este acarreteria se continuasse assim.

Akaashi Keiji precisava urgente e desesperadamente voltar para o seu estado político de sempre, onde ele não demonstra seus sentimentos nem se deixa levar por eles, onde ele observa tudo friamente e processa as informações tão rápido quanto pode, onde ele leva milésimos de segundos para tomar a melhor decisão possível para levar a vitória ao seu time.

Akaashi precisava se acalmar para que a melhor decisão possível para levar a vitória ao seu time não seja ele no banco; afastado da quadra que ele tanto ama e da bola que tão bem se encaixa em suas mãos.

Akaashi, como todo jogador, odiava o banco e odiava se sentar nele, odiava se afastar da adrenalina correndo em suas veias e da sensação de poder que ele sente enquanto controla tão bem a injeção neurológica deste hormônio no seu sangue.

Akaashi quer ficar em quadra. Mais uma vez, mais um pouco, mais um lance, mais um levantamento, mais um minuto.

— Hey, hey, hey! — Bokuto comemorava outra paralela bem feita que furava a defesa do Nekoma. — Agaashi! Você viu isso? — perguntou, se virando para o levantador do seu time, tal qual um cachorrinho implorando por atenção. Típico.

— Vi, Bokuto-san. Boa jogada — Keiji comentou, sem demonstrar emoção alguma mas fervendo de orgulho internamente.

Ele amava quando seus colegas de time conseguiam fazer pontos por sua causa. Amava ver os olhinhos dourados de Bokuto parecendo duas estrelas de tanto brilharem depois de marcar mais um ponto, fazendo jus ao título de "Ás".

Porém placar chegava em 19×17 para o Nekoma e isso preocupava Keiji. Porque ele iria para o banco; mais cedo ou mais tarde.

Era só um set de partida e quando um dos times chegasse em 25 primeiro, estaria acabado.

Akaashi não queria ser o motivo para seu time ficar para trás.

Fez sinal para seu técnico, fazendo-o pedir tempo pela segunda vez naquela partida; Fukuroudani havia chegado em seu limite de tempo.

Quando todos estavam reunidos ao redor do técnico e do sensei, Akaashi disse:

— Me desculpem por não estarmos indo tão bem quanto normalmente, estou distraído hoje. Vou continuar dando meu melhor, mas, sensei — Akaashi se virou para ele, olhando diretamente para o mesmo —, se não conseguirmos virar essa partida ou ao menos alcançar o Nekoma agora, não hesite em me tirar. 

O sensei, assim como todos do time, assentiram, mesmo que receosos ou em triste compreensão.

Ou melhor: quase todos do time.

— Mas, Kaashi! — exclamou a voz escandalosa de Bokuto. — Você não pode sair! Só você levanta do jeito que eu gosto de atacar! — disse com uma voz manhosa que derreteu o coração do moreno, mas ele não deixou isso transparecer. — Você não pode sair! Não vai sair, eu não deixo, eu te proíbo até mesmo de pensar em sair!

Keiji não pôde evitar o sorrisinho meio bobo que enfeitou seu rosto, mas conseguiu disfarçá-lo, fazendo parecer um sorriso determinado.

— Sendo assim, farei o que estiver ao meu alcance, Bokuto-san.

Voltaram para a quadra e Akaashi realmente fez tudo que estava ao seu alcance.

Mas o placar chegou a 22×20 para o Nekoma e Keiji foi para o banco mesmo assim.

Sentando-se nele, o moreno carregava uma expressão serena, que não deixava nenhum sentimento transparecer, parecia estar apenas observando o jogo. Mas por dentro, ele estava devastado e se odiava por tirar o brilho dos olhos de Bokuto. Não havia mais estrelas naquela quadra porque Keiji as levou consigo para o banco.

Enquanto estava em quadra e observava seu levantador favorito de longe, Koutarou sentiu uma ardência estranha em suas duas mãos e olhou para elas. Havia marcas de unhas no meio da sua palma, como se ele estivesse apertando forte sua mão segundos atrás, mas não era ele; era sua Soulmate. Olhou novamente para Akaashi com a esperança de que fosse ele a se martirizar assim — não por gostar de ver o cara que ele ama desse jeito, mas por querer que ele seja sua Soulmate e o motivo das suas mãos estarem ardendo —, mas o moreno carregava sua expressão tranquila e impassível de sempre, com suas mãos dentro dos bolsos do casaco do clube. Bokuto não saberia dizer se era Keiji se machucando.

O levantador reserva conseguiu se entrosar bem com o time, quebrar os bloqueios e levantar todas as bolas possíveis para Bokuto; que fazia ponto, mas não o comemorava com os colegas de time, nem gritava seu famoso e entusiasmado "hey, hey, hey". Fukuroudani ganhou com o placar 26×24, e Keiji estava mais frustrado do que gostaria de admitir. Mas é como dizia Kuroo-san; talvez Akaashi estivesse em um dia de azar no amor (por causa de sua Soulmate), azar no jogo (por causa de sua distração) e sorte no azar (o que não precisa de explicações para ser entendido).


Notas Finais


espero de coração que você tenha gostado! obrigado por chegar até aqui e me desculpe por qualquer erro <3


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