— Maki! — a pequena criança de seis anos corria até sua amiga.
— Eh? Nobara, oi! — respondeu, sendo fortemente abraçada pela acastanhada.
— Nobara, já pode me soltar — riu envergonhada, embora ninguém estivesse prestando atenção, afinal, aquilo já havia se tornado natural.
— ‘Tá bem, agora ‘vamo ‘almoça, ‘tô com fome! — agarrou o pulso da Zen’in, arrastando-a até o canto do refeitório em que sempre ficavam.
As duas se ajeitaram, abrindo suas lancheiras e tirando suas refeições. Alguns minutos após começarem a comer, Maki notou o olhar que Nobara dava para o pequeno bombom de sobremesa.
— Pode pegar pra você, se quiser — sorriu meiga.
— Ah, não! Não precisa! — negou, com as bochechas começando a corar.
— Para de enrolação e pega logo que eu sei que você quer! — insistiu, oferecendo o doce mais uma vez.
— Não! Não sou tão ego-… ego- — sua testa franziu, tentando se lembrar da palavra.
— Egoísta — ajudou, complementando.
— Isso aí! Não sou isso aí que você falou! ‘Vamo ‘dividi! — pegou o bombom, partindo ele ao meio com as mãos.
— Obrigada — disse Maki, aceitando o pedaço do chocolate de bom grado.
— De nada — comeu o doce em uma só mordida, o que percebeu logo depois ser um erro, pois começou a engasgar.
— Nobara! Não engole tudo de uma vez! Mastiga direito, menina! — deu alguns tapinhas em suas costas para ajudá-la a se desengasgar.
— Falando assim até parece a Sayori.
— Idiota, não me deixa preocupada assim! — repreendeu-a irritada. — Quase me mata do coração.
— Só se for de tanto amor! — as duas foram surpreendidas com a presença de Itadori que logo após falar, foi embora, não querendo correr o risco de ser, novamente, o alvo da fúria de Nobara.
— Ei! Volta aqui, seu idiota! — Kugisaki iria começar a correr atrás dele, porém, foi impedida pela esverdeada.
— Deixa ele, a gente ainda tem uns 10 minutos até o sinal tocar, vamos brincar — disse, apontando para o playground onde brincavam algumas crianças.
Ao ver a animação da Zen’in, a raiva que Nobara sentia esvaiu no mesmo momento, nada acalmava tanto ela quanto o sorriso de Maki.
As amigas correram até os brinquedos, já escolhendo em qual iriam primeiro. Algum tempo depois, já perto do fim do recreio de ambas, Maki de repente perguntou:
— Eu quero ser médica — as duas se sentaram nos balanços, a acastanhada observando curiosa pela informação falada em um momento tão aleatório.
— Por quê? — curiosa como era, Kugisaki logo perguntou.
— Eu quero poder ajudar as pessoas, salvar a vida delas, cuidar de quem tiver dodói. — colocou um pouco mais de força em suas pernas, impulsionando o balanço. — Além do que, você é O desastre em pessoa, alguém tem que cuidar de você também.
— O quê? Eu não sou desastrada! — negou veemente.
— Que mentira! Lembra daquela vez que você deixou o seu miojo queimar? E a vez que você ficou tão distraída por uma borboleta que… — Yuji voltou a aparecer, listando as peripécias da amiga. — Também teve aquela vez que…
— CALA BOCA, IDIOTA! — tacou seu chinelo, que por pouco não acertou o garoto. Mas dessa vez ela própria se impediu de ir até Itadori ao ouvir o gargalhar de Maki.
— O Yuji a-adora te dar um ex-exposed — tentou falar com a respiração entre cortada.
— Ele é um idiota, isso sim — um bico se formou em seus lábios. Este que a esverdeada achava que deixava a amiga muito fofa.
— Mas e você? — perguntou após recuperar o fôlego. — O que quer ser quando crescer?
— Ah, eu não sei ainda, tem tanta coisa pra escolher — disse indecisa.
— Pra mim você poderia ser cantora, sua voz é muito bonita — a vermelhidão no rosto de Nobara foi tanta que Maki poderia compará-la a um tomate.
— Para de brincadeira.
— É sério, adoro te ouvir cantar! — afirmou, elogiando-a novamente.
Kugisaki não soube o que dizer diante dos elogios da amiga, ficando apenas em silêncio por estar constrangida.
Quando tomou coragem para respondê-la, o sinal indicando o fim do recreio pode ser ouvido, fazendo ambas e a maioria das outras crianças taparem os ouvidos devido ao incômodo que aquele som causava.
Sabendo que logo teriam que voltar para suas salas, Nobara já disparava a falar.
— Eu só queria dizer que…
— Não precisa dizer nada, só promete que mesmo se não quiser ser cantora, vai continuar cantando pra mim! — falou, colocando as mãos na cintura em uma postura decidida.
— ‘Tá, vou sim! Mas você também tem que prometer sempre cuidar de mim! — jogou sua contraproposta.
— Cuidaremos uma da outra — entrelaçaram os mindinhos para firmar suas promessas.
— Agora tenho que ir pra sala, tenho aula com o professor Geto e você sabe como ele é bravo! — disse a esverdeada, se distanciando aos poucos.
— Boa sorte! — desejou, sabendo que o homem não era fácil de se lidar.
— Vê se não mata o Yuji! — acelerou seus passos.
— Não posso prometer isso — sorriu travessa.
— Nobara! — exclamou, indignada.
— ‘Tá! Mas não posso garantir que ele vai estar inteiro amanhã! — a Zen’in apenas negou com a cabeça enquanto ria, Nobara não tinha jeito mesmo.
Não era à toa que o recreio era o horário favorito de muitos alunos, afinal, você podia comer, conversar com seus amigos e brincar à vontade! Mas, no dia seguinte, quando Maki saiu de sua sala e viu Itadori passando em sua frente cheio de arranhões, ela achava que ele precisava de uma pomada. No final, ela apenas riu, sabendo muito bem quem era a gatinha responsável por aquela arte.
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