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História Descanse em paz - Arrumem as malas


Escrita por: Barcellos

Notas do Autor


Primeiro; desculpem a demora gente sério eu tentei postar dia 02/12 mas não deu.
Segundo; desculpem os episódios tão longos e chatos até, prometo que vou fazer uns mais legais.
Terceiro; desculpem os erros gramaticais, ortográficos ou qualquer outro erro de pontuação porque não tive tempo de revisar.
Quarta; boa leitura, vou tentar fazer capítulos com mais emoção.

Capítulo 8 - Arrumem as malas


Fanfic / Fanfiction Descanse em paz - Arrumem as malas

21:48 – 24/09/2016 – Weekstreet – Acampamento

Lilian estava recostada num grande tronco de uma árvore e coberta por um edredom quadriculado bem grosso e quente o que lhe mantinha aquecida naquela noite fria à céu aberto. Começava a acordar ainda com as mesmas dores e mais um pouco.

Olhou para o céu para verificar se estava dia e estrelas brilhavam junto à uma lua crescente tampada por nuvens. Mais à frente, uma fogueira acesa com as brasas voando e por ali barracas armadas, sacos de dormir e dois carros. Ao redor das fogueiras algumas pessoas se aqueciam.

Levantou-se para caminhar em direção daquelas formas irreconhecíveis da distância que estava quando pisou num graveto no chão e chamou a atenção de todos. Ao se levantar seus joelhos dobraram e a mulher caiu novamente quando um homem com mais outro homem e uma menina veio socorre-la.

- Você está bem, senhora? – perguntou Mike para a mulher ajoelhada.

- Meus filhos... – disse ela com a visão ainda não tão boa.

Os dois irmãos que acompanhavam Mike, saíram de trás do mesmo e se aproximaram de sua mãe e a abraçaram.

- Estamos aqui mamãe. – disse Sophia.

- Meu Deus! Ah, que alívio. – disse Lilian abraçando-as e deixando escorre algumas lágrimas de felicidade. – Pensei que tivesse perdido vocês. Por que fizeram isso?

- Desculpa mãe. A gente pensou que a senhora estava morta, você não falava nada e estava com a pulsação bem fraca. – disse Alexandre.

- Como vocês conseguiram sair de lá vivos? Tem coisas estranhas lá. – perguntou Lilian.

- Depois que a senhora capotou e bateu com a cabeça, só a Sophia ficou acordada e ela conseguiu me acordar. Estávamos cercados de vampiros quando Mike e Leonardo chegaram de carro por ali perto. Ele também te salvou quando ouviu os tiros. Devo muito à ele. – disse Alexandre.

Mike que estava atrás apenas observando a cena enquanto mastigava um pedaço de capim no canto da boca disse:

- Não foi nada, já lhe disse. – ele cuspiu o capim da boca e se aproximou um pouco. – Seus filhos tiveram muita sorte.

- Eu tive muito mais por você ter entrado na minha vida. Obrigado, eles são tudo para mim. – disse Lilian beijando a testa de cada um.

Naquele momento de afeto entre os filhos Mike teve a memória de seu filho e sua esposa. Se lembrou de como sua família era feliz, e agora só lhe restava a filha mais velha e um grupo na qual ele fazia parte. Começava a se acostumar com a ideia, mas ainda era difícil de esquecer aqueles dias de sorrisos que não irão voltar.

Lilian, seus filhos e Mike seguiram para a fogueira e se sentaram em cadeiras de praia e algumas pedras que tinham por perto e se aqueceram. Pacotes de biscoitos recheados passavam pela rodinha onde cada um pegava um.

- O que está acontecendo? Por que tinha gente querendo me atacar? – perguntou Lilian.

- Pergunta clássica. – disse Mike. – Primeiramente eles não são gente, e o único motivo deles quererem te atacar é a fome de carne, são basicamente canibais.

- E eles queriam matar a gente só que Mike nos salvou. – disse Sophia.

- Me salvou também, mas não foi de canibais... Foi de Pablo. – disse Emily.

Lilian juntou as sobrancelhas e perguntou confusa:

- E Pablo é quem?

- Um homem louco que está fazendo tudo isso sem motivo algum. Eu perdi meu amigo para estes monstros. – disse Emily.

- Mas para mata-las é fácil. Um porrada na nuca e já era. – disse Martin sempre com seu jeito brincalhão de bad boy.

- Então é por isso que eu só matei um deles quando atirei na cabeça. Que loucura! – disse Lilian.

- Mas, Mike, isso só está acontecendo em Weekstreet... Por que não saímos logo daqui? – disse Alexandre.

Mike abanou a cabeça negativamente e disse:

- Não, amigo as coisas não fucionam bem assim. Aqui ainda é seguro por mais que tenha esses casos. Leonardo já ouviu falar de casos em outros países não tão grandiosos mas ainda tem infecções. Pensamos em ir para Tolopólis pois ouvimos no rádio que estão abrigando pessoas lá mas algumas horas depois... O lugar estava infectado.

- Esse acampamento não é seguro, ele é todo aberto e qualquer um pode invadir. – disse Lilian.

- Não é bem assim mulher.  Os canibais se confundem entre as folhas parece que a visão deles não são muito boa apenas usam de sua audição para conseguir sua presa, nós. – disse Martin.

No carro da viatura policial, só se ouvia os chiados que se misturavam às conversas e os soar das cigarras. Quando depois de alguns minutos uma voz fala no rádio. Leonardo pede que todos fiquem em silêncio e sem entenderem contestam:

- O que está acontecendo? – perguntou Emily.

- Consegui alguém para comunicar. – disse Leonardo botando o dedo indicador na boca e emitindo um chiado significativo para que fiquem quietos.

“AQUI É O POLICIAL AMARILDO SE ESTIVEREM OUVINDO POR FAVOR, RESPONDAM. CÂMBIO.”

“ALÔ, AMARILDO. AQUI É O POLICIAL LEONARDO E FALO DE WEEKSTREET VOCÊ PODE NOS INFORMAR SUA POSIÇÃO, URGENTE. CÂMBIO.”

“EU FALO DE HANSHAS ESTOU EM UM CARRO DA VIATURA POLICIAL PARADO À FRENTE DE UM PRÉDIO E TEM VÁRIAS LOMBRIGAS CERCANDO O MEU CARRO. CÂMBIO.”

- Pergunte quantos canibais tem lá. – sussurrou Mike.

“AMARILDO, INFORME QUANTOS CASOS DE INFECTADOS TEM NA CIDADE. CÂMBIO.”

“COMEÇAMOS A TER CASOS POUCAS HORAS ATRÁS. POR FAVOR, ENVIE-ME REFORÇOS NÃO SOBREVIVEREI POR MUITO TEMPO SÓ TENHO MAIS ALGUMAS BALAS. CÂMBIO.”

- Hanshas é a quantos quilômetros daqui? – perguntou Sophia.

- Uns 100 quilômetros, pequena. – disse Martin.

“ESTAMOS NUM ACAMPAMENTO NA ESTRADA 214 CHEGAREMOS AÍ EM DUAS HORAS. CÂMBIO.”

“MEU DEUS! LEONARDO ELES TÃO PULANDO DO PRÉDIO – então se ouve o barulho de algo se chocando contra o carro. – NÃO POSSO ESPERAR ELES ESTÃO CONSEGUINDO QUEBRAR MEU CARRO! POR FAVOR PRECISO DE AJUDA! – em seguida vidros sendos quebrados e os grunhidos dos canibais eram ouvidos. – NÃO! PARE! LEONARDO AJUDA! AHHHHHH!”

- Amarildo responda por favor, câmbio. – disse Leonardo e então um chiado. – Amarildo responda por favor, câmbio. – mais chiados. – Droga!

- Caramba, perdemos mais um. – disse Martin.

- Vamos ter que ficar aqui mesmo no acampamento, até agora está tudo bem. Se algo acontecer nós saímos, simples assim. – disse Emily.

- Acho que Emily tem razão. Vamos ficar aqui vai ser melhor e olha: temos árvores frutíferas por tudo quanto é lado! – disse Mike.

Todos concordaram com a ideia, exceto Lilian:

- Desculpe, eu não poderei ficar com vocês. Hoje recebi uma carta de meu marido que foi para uma missão confidencial do exército faz 6 anos e ele me mandou ir para casa de meu cunhado, Benjamin. Ele era um dos funcionários do laboratório MOON, e pelo visto já sei o que são as ameaças que Benjamin irá me proteger.

- Eu acho que você pode ir conosco, o tio Ben é legal ele deixará vocês ficarem também. – disse Alexandre.

Lilian disse disfarçadamente com os dentes cerrados:

- Alexandre, não podemos fazer isso nem os conhecemos direito.

- Afinal, vocês nos salvaram. Temos uma dívida a pagar. E o mundo, como vocês mesmo disseram mudou. Não tem mais essa de precisar conhecer alguém para o tratar bem. Agora todo humano salvo, é um canibal a menos que lutamos. – disse Alexandre.

- Então, iremos. Acho que devemos ir, se Lilian concordar é claro. – disse Emily.

- Eu concordo sim, vocês são boas pessoas. Salvou minhas preciosidades. – disse Lilian bocejando.

Mike visto que todos começavam a ficar exaustos se manifestou:

- Amanhã quando o sol começar a nascer, partiremos bem rápido. Então peço que vocês durmam o quanto antes. Vou reforçar a vigia com o Martin.

O sono começava a domar as pessoas do acampamento que entravam em suas barracas ou sacos de dormir para descansar deixando apenas Martin e Mike acordados tomando conta do perímetro. Os dois estavam sentados em cima de um dos carros quando começaram a conversar:

- Você tinha família antes de tudo isso? – perguntou Mike.

- Não... Eu tinha só uma irmã que já deve estar morta. Mas quem se importa? – disse Martin. – Eu quero mesmo é ter uma família agora.

- Como assim? – perguntou Mike novamente sem entender.

- Com a Emily cara! Mas que gata morena é aquela? Eu teria uns cinco filhos com ela só pra... Ah, antes de morrer eu ainda pego essa menina! – disse Martin olhando para o saco de dormir de Emily bem longe dali.

Um canibal passeava por ali apenas vagabundando  e grunhindo. Quando Mike pôs os olhos na criatura que não estava a mais de cem metros dele, pegou sua espingarda e correu em direção do bicho que foi arremessado para bem longe com a pancada levada. Voltou e se sentou em cima do carro de novo.

- Você tem quantas munições? – perguntou Martin.

- Nenhuma, por isso não atirei. E se eu atirasse também iria acordar as outras pessoas e iria atrair mais destes. – respondeu.

Martin abriu a porta da viatura e pegou algo de lá dentro e entregou ao homem:

- Aqui, oito balas pra você brincar. – disse Martin. – Agora vai dormir, deixa que eu cuido aqui é muita moleza. Sua cara tá o bicho.

- É verdade, preciso mesmo dormir. – disse Mike pulando do carro e caminhando para sua barraca.

E ficou lá Martin vigiando o acampamento enquanto a noite passava. Apareceram algumas criaturas para serem mortas o que não causou nenhum problema ao policial bad boy. Depois de um tempo se trancou na viatura sozinho e tirou um cochilo. Estava tudo calmo, nada daria errado.

06:00 – 25/09/2016 – Weekstreet – Acampamento

Todos já estavam de pé prontos para começar um novo dia daquele mundo diferente onde as pessoas morrem e você tem que se conformar ou morrerá também. As bagagens do grupo já estavam prontas e estavam prestes a fugir para um lugar seguro. A última a acordar foi Lilian que parecia estar mal, mas logo começou a ajudar o grupo empacotando seus mantimentos. Enquanto finalizavam as últimas mochilas, Leonardo e Mike discutiam uma forma de chegar mais rápido para a tal casa.

- Não dá para pegar a estrada 214 que passa pela ponte, lá também foi bloqueado. Se lá não estiver tudo engarrafado por canibais estará pelos carros. – disse Leonardo apontando para as direções de onde citava no mapa que estava sobre um toco.

- E se formos pela costa leste? – sugeriu Mike.

- Essa é uma das poucas vias que iria dar do outro lado de Weekstreet que não estava bloqueada. É arriscado ir por lá além de que, iríamos pegar uma estrada que passa por todo um centro urbano e quanto mais movimento mais destas lombrigas. – disse Leonardo.

- Então, estamos completamente ferrados! Não tem saída, os que estavam bloqueados vai estar engarrafado e as vias livres também estarão. – disse Mike.

Perto dali, Lilian ouvia a conversa dos dois enquanto colhia fechava a última mochila para jogar dentro do carro e partir para a viagem. Visto que os dois não sabiam o que fazer, se achegou sutilmente sem nenhum dos homens perceberem um barulho dos galhos secos se quebrando e das folhas alaranjada sendo arrastadas. Ela pôs o dedo apontando para um daqueles milhares de traços do mapa e disse:

- Claro que há solução, Mike. – pausa. – Pegaremos a costa leste e antes de chegar ao centro da cidade entraremos pela estrada de terra que eu indicarei a vocês. Por ali, numa área rural e nada movimentada, pegaremos a estrada Raimundo Farias até entrar na estrada secundária da Serra dos Bandeirantes, dali, iremos para a casa de Benjamin.

Os dois olharam para a mulher impressionados por tamanho conhecimento e inteligência, a mesma que lançou um sorriso para ambos e ajeitou os cabelos dourados que atrapalhavam sua visão que cobria seu olho.

- Então, vamos fazer o seguinte, Leonardo dirige a viatura policial e dona Lilian, a senhora dirige o IX35 já que sab...

Lilian interrompe-o:

- Mike, primeiro não me chame nem de dona nem de Lilian. Aposto um pêssego que você é bem mais velho que eu. Essa barba grisalha aí não me engana. – disse Lilian rindo juntamente a Leonardo enquanto Mike passou as mãos em sua barba rasteira que crescia pelo rosto. – E segundo que eu não estou em condições para dirigir. Fiquei tonta a noite inteira mal consigo dormir.

- Então eu mesmo posso dirigir visto que você está nessas condições. – disse Mike.

- Certo, então vou falar para meus filhos irem para o carro e eu estarei esperando você lá mesmo. Quanto mais rápido sairmos daqui, mais vidas poupadas teremos lá. – disse Lilian saindo de perto dos homens.

Logo em seguida com todas as pessoas no carro, se apressaram. Mike pegou o mapa que pertencia à Lilian e entrou no carro. Como a mulher que estava junto a Mike conhecia o melhor caminho, seguiram na frente da viatura policial guiando-os assim.

07:48 – 25/09/2016 – Weekstreet – Serra dos Bandeirantes (4km da Casa de Benjamin)

A viagem parecia ser bem longa e sofrida para o grupo que viajava enlatado e espremido nos carros. Era um calor insuportável daquele sol maldito que só começava a raiar com seus raios quentes. Quanto mais andavam pela estrada da Serra dos Bandeirantes mais árvores fechavam a estrada e deixavam para trás aquela selva de pedra vertical a visão era magnífica, seria muito aproveitada se não estivessem em meio de um colapso. A cada lugar que passavam, aquele odor indescritível aumentava. Não enfrentavam dificuldades nas estradas – além dos canibais que eram atropelados e os destroços meio ao asfalto que representava um grande perigo para o carro – tudo andava tranquilo até o momento, com exceção do carro de Mike que estava dando pequenos problemas. E uma fumaça cinza clara que saia do capô do carro começava a tampar visão de Mike e minutos depois um estouro que fez o mesmo parar e consequentemente, Leonardo encostou o carro para ver o que tinha acontecido e perguntou assustado:

- Está tudo bem com vocês?

Mike que estava à frente do capô aberto com aquela fumaça em seu rosto que o fazia tossir, respondeu pigarreando:

- Sim, aconteceu algo com o carro. Acho que nos esquecemos de verificar a água e por isso o motor esquentou de mais.

- Que droga, agora como vamos continuar nosso tour? – disse Martin nunca perdendo seu senso de humor.

- A pé. É o melhor jeito de irmos. Afinal, não deve faltar muito pra gente chegar nessa tal casa, em alguns minutos estaremos lá. E também, estamos no tanque de gasolina reserva não aguentaríamos muito. Vamos pegar o que é preciso e pôr o pé na estrada. – disse Emily.

E assim fizeram sem mesmo pensar duas vezes. Não era tempo para pensar, e sim agir porque em cada minuto que atrasavam, uma cidade era dominada pelos infectados. Começaram a andar sem olhar para trás o que deixaram. Tudo por ali parecia estar calmo. July seguia, sem razão e objetivo nenhum, na frente do grupo.

Ao perceber que aquela menina inocente e insegura seguia seus próprios passos desarmada e sozinha, Alexandre decidiu se aproximar para conversar. Ficou alguns segundos apenas andando ao lado dela quando July perguntou sem olhar diretamente para Alexandre:

- O que você quer, menino?

- Nada... Eu só queria falar com você, te conhecer um pouco. – disse.

- Oi, eu sou July Clark tenho 19 anos e isso é tudo que você precisa saber sobre mim, agora pode sair. – disse July sempre fria.

- Você não é muito de falar, né? – perguntou Alexandre ignorando o jeito rude da menina.

- Não com você. – disse July e quando percebeu que Alexandre ficou sem graça e calado, continuou. – Desculpa, eu não consigo me expressar desde quando tudo isso aconteceu... Desde quando minha mãe morreu, não diga nada, por favor. Você tem sua família intacta, não sabe a dor que eu senti ao ver meu irmão se transformando e minha mãe sendo devorada.

Eles seguiram calados por alguns instantes. Alexandre parecia procurar pelo ar, palavras que pudesse encontrar para consola-la. Antes que encontrassem estas palavras, July perguntou-o:

- Você acha que isso tudo vai acabar... Algum dia?

Alexandre abanou cabeça em um giro de 360 graus como estivesse num alongamento:

- Sinceramente, não sei. Mas saiba que eu vou estar com você enquanto isso acontecer e vou te proteger como se fosse da minha família.

- Promete? – disse July com os olhos cheios de lágrimas.

- Pelo meu coração.

Só foi aquelas três palavras saírem da boca do garoto que July se afogou em lágrimas e o abraçou dizendo algumas palavras inaudíveis já que seu rosto encostava no peitoral de Alexandre e abafava o som de sua voz. Lá atrás, os adultos riam baixinho de forma em que os dois não ouvissem.

- Você não fica com ciúmes ou algo assim? – perguntou Emily para Mike.

- E por que ficaria? Eu sempre quis que alguém aparecesse para que July pudesse falar o que sente, soltar-se, expressar-se. Desde a morte de... Minha esposa, ela não sorri, ela não chora. – disse Mike.

Mike começou a perceber algo estranho, uma movimentação entre as árvores próximas aos dois jovens. Ficou na ponta dos pés e franziu a testa tentando ver, mas o sol atrapalhava sua visão e era difícil ver detalhes daquela distância e algo saiu entre os arbustos. Quando isto acontecido, percebeu que algo estava errado. Correu com o resto do grupo seguindo-lhe.

Enquanto os dois se abraçavam, nem percebiam que de trás surgia um canibal que estava prestes a lhe atacar. Um toque no ombro de Alexandre: era isso que foi preciso para usar seus reflexos. Empurro July para longe que caiu no chão e se virou para a criatura que o jogou no chão e o atacou. A todo tempo, Alexandre tentava manter sua boca calada e as mãos da criatura no ar para que não o tocasse.

Martin e Leonardo chegaram sacando suas submetralhadoras e pondo-as na mira da cabeça do canibal. Martin disparou um tiro eu pegou no braço do monstro e por milímetros não pegou em Alexandre.

- Não atire Martin, não atire! – gritou Leonardo. – Estamos sem mira se atirarmos podemos matar o menino.

Uma luta acontecia onde ninguém podia intervir. O tiro incerto tinha dado um problema: atraiu mais canibais que surgiam dos arbustos. Um deles atacou Lilian com um empurrão que a fez cair de joelhos no chão, outros dois atacaram Mike que em um movimento rápido estourou a cabeça das criaturas com sua espingarda. Lilian estava ajoelhada com a criatura de boca aberta para o lanche. Preparou para se abaixar quando Sophia soltou um grito de menina aterrorizada e pegou um galho seco pontudo que tinha ali e com o mesmo atravessou a cabeça do canibal pelo céu da boca.

A cena de Alexandre e o canibal lembrava muito artes marciais que Alex já havia praticado. Cansado de apenas se defender das mergulhadas e tentativas de mordidas do monstro, jogou aquele corpo morto que anda para um lado se levantou como um gato e pisoteou sua cabeça até que estivesse morto. Correu para ver se July, que ainda jogada no chão assistia a cena aterrorizada e Mike foi junto com o menino:

- Você está bem? – perguntaram em coro.

- Sim, estou, obrigada. Me ralei um pouco, mas eu teria sido mordida se não fosse por isso. – disse July.

- Ok, mas agora eu quero que vocês andem junto com a gente, certos? – perguntou Mike com um ar preocupado.

09:57 – 25/09/2016 – Weekstreet – Rua de Benjamin

Depois de quilômetros percorridos, e algumas horas difíceis ali estavam na esquina que dava à eles o ingresso para a a segurança. Era só mais alguns metros até subir uma ladeira onde Alexandre costumava descer de skate e bicicleta quando ia para a casa de seus tios nas férias de verão e um enorme árvore que  lembrou à Alexandre que era lá onde ele quebrou sua perna pela primeira vez. Chacoalhou a cabeça e voltou a realidade. Nas portas e nos muros das casas haviam canibais sentados do lado de fora mesmo. Pareciam estar dopados ou apenas com preguiça. Caminharam rápido, mas sem nunca fazer barulho para não despertar aquelas criaturas.

Posicionaram-se à frente do portão da casa, Alexandre se apressou e apertou o interfone. Esperaram alguns segundos e não tiveram resposta. Impaciente, Alexandre apertou o interfone de novo e ficou alguns segundos deixando o botão pressionado.  Atenderam, parecia um chiado e nada mais que um chiado, mas tinha alguém atrás da linha. O mínimo barulho do interfone começava a chamar a atenção dos malditos demônios.

- Alô, tio Ben, é o Alex estamos aqui fora precisamos de você! – falou Alexandre.

- Vamos logo Benzinho se não vamos morrer aqui fora eles tão vindo atrás da gente! – gritou Martin.

Eles se aproximavam mais e mais e o grupo tentava evitar ao máximo disparar tiros ou mata-los. Começavam a cercar o grupo, mas ainda estavam distante. Não dava para pular aquele alto muro de três metros com uma cerca elétrica nem mesmo o portão. Tinha alguém lá dentro mas parecia não querer abrir a porta.

- VAMOS LOGO TEM GENTE AQUI FORA E PRECISAMOS  DE UM LUGAR SEGURO! POR FAVOR, TEMOS ARMAS E COMIDAS DEIXE-NOS ENTRAR! – gritava Mike.

- Deixa que eu resolvo isso Mike – disse Martin caminhando até o interforne e falando num tom de voz baixo e lento – Escuta aqui velhote, abre essa merda de porta porque se morrermos você também morre. OUVIU?

- Ajuda aqui Martin! – disse Leonardo começando a disparar certeiros tiros com sua M4.

Em uma expressão de raiva, sacou o bad-boy sua arma e começou a disparar tiros aleatórios nos canibais. Sophia se encolheu atrás de sua mãe com medo que abria os braços feito um segurança protegendo uma celebridade. Alexandre começou a entrar em desespero e bater no portão com força mas isso só parecia atrair mais deles.

- Vamos sair daqui, Mike tá tudo ferrado aqui! – disse Leonardo sem tirar os olhos dos mortos-vivos.

- Eu ajudo, precisamos ganhar tempo. – disse Mike sacando sua espingarda carregada da mochila.

Começava a atirar e abrir buracos com suas últimas balas. Já estava todos quase sem munição e Alexandre insistia em bater no portão de ferro. Leonardo parou um momento de atirar para puxar o menino e disse:

- Vamos logo, pare com isso temos que sair daqui! – disse.

- EU NÃO VOU! TEM ALGUÉM ALI! – disse Alexandre e em seguida disse para o interfone. – NÃO NOS DEIXE MORRER, NÃO NOS DEIXE MORRER!!!

Um canibal que tinha sido baleado bem no joelho e passou despercebido para Martin se arrastava pelo chão ali perto. O mesmo levantou-se um pouco, abriu sua boca, agarrou com força no tornozelo de Martin e encravou seus dentes lá de maneira tão forte que arrancou-lhe um pedaço. O policial mordido disparou alguns tiros que pegaram no corpo do morto e só depois de quatro tiros conseguiu acertar na cabeça.

- AWHHHHH!!! QUE PORRA FILHO DA PUTA!!! – gritava Martin.

- VAMOS ABRE ESSA DROGA!!! – gritava Alexandre.

- Eu não vou ter o mesmo fim de Joe... Eu não vou ter o mesmo fim de Joe... – falava Emily para si mesma com uma enorme pedra na mão.

- DROGA MARTIN, COMO VOCÊ DEIXOU QUE ELE TE MORDESSE? – disse Leonardo desesperado.

- Estamos fritos mano, vamos todos morrer... É o fim de todos! Olha lá já até acabou minhas balas... – gemeu um pouco e prosseguiu. – Acabou as suas e as de Mike.

Em seguida um barulho no portão de correntes sendo retiradas que batiam os elos na placa de metal e fazia um barulho. Abriu-se o portão. Ninguém teve um mísero tempo de ficar surpreso por mais que estivessem. Entraram correndo – e Martin mancando apoiado à Leonardo – e nem perceberam que o homem que gritava "ENTREM! RÁPIDO!" não era Benjamin Barcelos.


Notas Finais


Vou postar mais um sexta-feira em forma de desculpas ok? Abraços :))


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