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História Descanse em paz - A área treze não está sozinha


Escrita por: Barcellos

Notas do Autor


Um capítulo para mostrar que não há apenas a área treze no mundo.

Capítulo 35 - A área treze não está sozinha


12:17 - 06/01/2017 – Hanshas – Comunidade do Mercado – Estacionamento

Caminhavam os jovens amigos pelo estacionamento.

A amizade deles realmente parecia ter dado muito certo. Depois de um tempo Lauren foi escalada para trabalhar na enfermaria junto com Steve, Ketlyn e Bruno, o novo médico que havia chegado ao réveillon. Muita coisa havia mudado para todos e em muitos até em Alex mesmo que agora parecia mais forte e fora escalado para sentinela tendo turnos pelo dia e sempre com seu cão ao seu lado, na coleira da correia. Agora Juan e July continuaram os mesmos sem nenhuma função, apenas membros, a espada de Juan havia sito retirada.

Neste exato momento eles caminhavam meio que atrapalhando a função de Alexandre que parecia tomar uma postura mais séria como se fosse um policial, parecia até mais forte. A armadura que antes pertencia à Spencer agora fora passada para este que exercia um papel diferente do falecido Spencer.

- Vamos, Alex, puxa assunto também – disse Juan.

- É poxa, está todo se achando porque agora é sentinela – disse Lauren.

- Ué gente, meu turno vai até ás quatro horas, tenho que fazer o que tiver que ser feito, né – disse Alexandre.

- Mas vamos conversar um pouco, não tem nenhuma ameaça aqui agora – disse Lauren.

Era só abrir a boca para acontecer, mas nada grave, eram as crianças que pulavam a cerca da horta o que poderia atrapalhar no crescimento destas e destruir tudo, a horta que era cuidada com muito zelo por Lilian.

- Ei! – disse Alexandre correndo e Zuc corria junto mais à frente na coleira – Crianças! Saiam daí!

Seus amigos corriam juntos, rindo de sua performance.

As crianças continuaram a pular até que ele chegou bem perto com Zuc e seus latidos assustadores, então, correram derrubando e quebrando parte da cerca. Alexandre botou a mão na nuca:

- Sua moral está alta, hein – disse July.

- Fala sério, cara... Minha mãe passou o dia inteiro para construir isso – disse Alexandre decepcionado.

Lauren e Juan continuavam a rir:

- Isso foi muito divertido – disse Lauren.

- Me lembrou aqueles filmes em que o policial gordo corre atrás do bandido e não consegue sequer chegar perto – disse Juan se contraindo de tanto gargalhar.

O walkie talkie preso no ombro de Alexandre próximo ao seu queixo começou a apitar, ele apertou um dos botões e uma voz meio falhada começou a falar dali e por incrível que pareça, ela entendia o que era comunicado.

- Entendido – disse e desligou – Vocês souberam que Leonardo acordou?

- Soubemos, ouvimos os gritos das pessoas, os aplausos... Enfim, ainda bem que tudo deu certo no final – disse Lauren.

- Ele merece mérito – disse Juan.

- Com toda certeza merece – disse July – mas se ele tivesse morrido as pessoas iriam glorificar ele muito mais por um ato heroico, eu não entendo isso... Talvez iriam fazer até uma estátua para ele por ter dado a vida para salvar outra, mas não, ele está vivo e ninguém sequer faz uma homenagem.

- Pois é, mas Lauren, estão te querendo na enfermaria, parece que a senhora Iara está passando mal, mas antes seu pai pediu para que passasse na área cinco ele quer falar com você – disse Alexandre.

- Certo – disse a menina.

Lauren correu com os cabelos ruivos sendo jogados ao ar e o sol refletia bem neles, ela passou cumprimentando algumas pessoas num gesto de aceno, abriu a porta do cercado e depois a porta do mercado e só então passou para onde deveria e esse trajeto todo foi observado por Alexandre que se sentiu um tanto distraído enquanto a via.

Juan chegou por trás dele que mal percebera e sussurrou:

- Linda, né?

- É... – respondeu Alexandre sem pensar muito.

July pigarreia, Alex se dá conta só então:

- Linda, né?! Hum... – disse July.

- Ah, vai me dizer que está com ciúmes dela, amor? – disse Alexandre.

- Claro, ué... Essa menina parece que dá em cima de você desde o primeiro dia em que vocês se viram, o pior é que ela parece conseguir o que quer, na maior parte do tempo você...

July sentiu-se sendo puxada pelo quadril por Alexandre e logo eles já estavam colada no traje policial dele e claro, não perderia tal oportunidade e envolveu seus braços na nuca deste e bem... Essa parte precisa mesmo ser narrada?

- Essa não... Viu? – disse Juan e depois olhou para Zuc – De vela novamente, meu amigo...

O cachorro começou a pular e a arranhar seu dono interrompendo o beijo e então se soltaram do beijo para um abraço onde ela ficava na ponta dos pés:

- Não fale mais nada, eu amo você, apenas você – disse Alexandre.

- Ok, ok... Vamos parar com isso – disse Juan entrando no meio dos dois – muita melado isso daí, vamos manter um espaço... – disse abrindo os braços enquanto empurrava – Assim! Perfeito, viu? Eu fico no meio.

O casal sorriu um para o outro abanando a cabeça negativamente de maneira suave, alegres com a bobeira de seu amigo. Juan já ganhara esse título e quem diria então que depois do que acontecera no terraço eles virariam amigos, tanto isso quanto as atitudes de Leonardo só mostra que as coisas mudam.

De repente ou não, as coisas mudam.

Isso é o destino de tudo.

Não ter destino.

12:21 - 06/01/2017 – Hanshas – Comunidade do Mercado – Enfermaria

Deitada sobre uma maca das muitas ali, senhora Iara parecia com bastante dificuldades pare respirar, tentava se levantar, mas Bruno auxiliava e a impedia que levantasse. No momento em que Lauren chegou, ele estava com as mãos sobre ela pedindo para que permanecesse naquela posição ali, pois seria melhor assim.

- O que está acontecendo? – perguntou Lauren um pouco assustada.

- A senhora Iara está com dificuldades de respirar, ela tem asma crônica, trouxe as bombinhas? – perguntou Bruno.

- Não, mas tem algumas na gaveta, pegue rápido e deixe ela sentada – dito e feito.

Bruno pegou as bombinhas de ar na gaveta de um pequeno criado-mudo e deu para Lauren começar os procedimentos, Iara, a tão desesperada e doente senhora começava a se estabilizar. Chegara a tempo, pois estava começando a ficar pálida, depois de um tempo ela por si mesmo começou a apertar a bombinha.

- Por que você mesmo não fez isso, Bruno? – perguntou Lauren.

- Eu fiquei... – suas mãos tremiam – Muito nervoso...

- Você já está boa, dona Iara? – perguntou Lauren passando as mãos em seus cabelos.

Ela fez que sim com a cabeça:

- Está liberada então, pode ir – disse Lauren e a senhora fez, nem agradeceu de tão assustada.

Depois que sua paciente saiu, Lauren apoiou os braços na maca e olhou para Bruno, um jovem médico acabado de se formar em medicina, ele parecia bastante assustado.

- Olha eu...

- Tudo bem, Bruno, eu entendo, mas você vai enfrentar coisas muito piores por aqui – disse Lauren.

- Como o quê? – perguntou Bruno ainda mais assustado.

- Cabeças decapitadas... Membros amputados... Pessoas que foram acidentalmente cortadas no abdômen... Foi meio nojento ter visto um homem chegar aqui com um olho quase que saindo das órbitas, ele acabou morrendo – disse Lauren.

Agora o homem ficou aterrorizado de vez:

- Brincadeira! – disse Lauren rindo.

Bruno suspirou e riu um pouco nervoso, daquelas risadas só por educação mesmo e decidiu sair da enfermaria, quando Lauren o chamou e ele voltou:

- O que houve? – perguntou.

-Sei lá, é que a gente vai ter que trabalhar juntos, então eu queria te conhecer um pouco, estamos aqui faz uns cinco dias e você mal fala direito comigo, poxa... – disse Lauren chegando mais perto.

Ele olhou-a como se fosse uma estranha, quer dizer, qualquer pessoa em sã consciência iria olhar daquele jeito para Lauren, mas pensando bem... Oras, por que não?

- Quando isso tudo começou, eu estava no Hospital Central de New Jota atendendo pacientes, claro. Era meu primeiro ano em prática e eu já começava a ver aberrações no hospitais, mas nenhuma delas foi comparada com as aberrações de alguns meses atrás... Foi tudo muito louco, várias pessoas chegando com mordidas, partes dos corpos amputados e aí eu vi matérias no jornal passando sobre ataques de canibais, tudo que pensei que este eram vítimas também...

21:47 – MESES ATRÁS – New Jota – Hospital Central de New Jota – Flashback

Na maca um paciente de Bruno permanecia deitado enquanto o médico preenchia sua ficha, num ar de desespero, seu paciente gritava e a todo momento se ouvia pessoas passando pelo corredor do consultório.

- Rá...Pido... – disse o homem gaguejando.

- Eu vou preencher essa ficha e te encaminha para a UTI, seu caso parece ser de infecção aguçada e está atingindo muito rapidamente seu corpo – dizia Bruno sem olhar para o paciente atrás dele – iremos ter que amputar seu braço, parece que há mais de três mil... Não... – os números do computador atualizaram – Quatro mil! – atualizaram novamente – Quatro mil e cem... Casos... Semelhantes...

O silêncio se estabelece na tiragem de Bruno, mas continua a confusão no corredor, o médico parece se distrair com os dados de seu computador que cada vez mais aumentava:

- Senhor, você sabe o que causou esse ferimento? – perguntou Bruno, mas só ouviu um “Harrg” e voltou a perguntar olhando para o computador mesmo – Alguma raposa? Rato? Animal? Uma pessoa? Isso me parece uma mordida – disse e quando ia terminar de dizer olhando para o velho, ele estava no chão se rastejando – humana...

O seu paciente cujo o braço estava metade arrancado começou a tentar se levantar apoiando nas coisas que se via em seu alcance, assim, derrubando a maioria. Bruno, estranhando-o, tentou usar o telefone do ramal para chamar as enfermeiras, mas este não funcionara e de repente tudo ficara escuro e os gritos se espalharam por todo o hospital. O gerador começou a entrar em ação, porém a luz estava bem fraca e na maioria das vezes ela caia e voltava. Enquanto isso, Bruno parecia completamente aterrorizado e começou a gritar por socorro e para que o homem parasse até sentir uma mão em suas pernas.

- Sai! – disse Bruno chutando-o.

Os gritos eram cada vez mais agudos, Bruno saiu da sala tropeçando em tudo até cair e acabar torcendo o tornozelo, ficou recostado próximo à porta e reclamando da dor que sentia, quase todo momento ouvia batidas na porta e o paciente deste ainda tentava se levantar até finalmente conseguir e investir contra o médico que num movimento rápido, rolou para debaixo da maca deixando o doente infectado bater contra parede de maneira descoordenada.

Por um momento o infectado tentou recuperar seu equilíbrio até uma porta se abrir e com força bater na cabeça do doente. Por mais escuro e desagradável que estivesse para enxergar com tantas luz piscando, Bruno pudera ver que era uma mulher, ela entrou e fechou a porta, estava com a roupa hospitalar e com o soro ainda nas veias pendurado no tripé, ferramenta que ela usou para golpear a cabeça do infectado.

Como um coelho que agora se sentia mais seguro, Bruno sai debaixo da maca olhando assustado para a mulher que parecia muito doente, ele se apoiou na maca para seu tornozelo não falhar e se manteve contraído. A mulher parecia bastante mal e tonta, também chorava um pouco ou simplesmente tentava segurar seu choro.

- Você é médico? – perguntou ela.

- Sim, doutor Bruno, o que está acontecendo?

- Foi mordido? – perguntou novamente limpando os olhos.

- Não, o que houve? Você está bem? É como uma dessas coisas?

- Tudo que você precisa saber é que meu nome é Thalia e que qualquer pessoa que esteja falando merece ser salva, fique longe de quem foi mordido e mate – disse Thalia tirando a agulha do soro de suas veias, ela gemeu um pouco – quem tentar te matar.

- Eu ainda não estou entendendo – disse Bruno.

Thalia caminhou para perto dele e disse cerrando os dentes:

- Não precisa entender! Apenas faça! – ela começou a tatear a parede – Tem algum lugar para sair daqui.

Bruno estava com os olhos arregalados, assustado, apavorado:

- Tem, a ventilação, é o único jeito até onde eu sei, as janelas tem grades teria que apertar o alarme de incêndio para isso – disse Bruno.

- O alarme de incêndio faz barulho? – perguntou Thalia.

Bruno fez que sim, ela olhou a ventilação, era apertado:

- Nem fodendo eu vou entrar nesse buraco, quer saber, que se dane essa merda – disse Thalia apertando o alarme de incêndio.

O caos pelo hospital se tornou absoluto agora, os esguichos no teto começaram a espirrar água, aquele barulho irritante de alarme, os gritos apavorantes, as batidas nas portas, os choros...

As grades então ficaram frouxas, Thalia pegou o tripé e golpeou-a três vezes até por fim cair. Agora a janela era sua porta, ela jogou o tripé e pulou, não tinha tanto equilíbrio e acabou caindo nos míseros um metro de distância do chão, ela se levantou apoiada no tripé e gritou pelo Bruno que ficou parado sem entender nada, mas quando ouviu seu grito começou a fazer o que ela fazia.

Os infectados tomara o hospital inteiro naquele momento, tanto por dentro como por fora estava completamente dominado. Os dois se viam sem muitas saídas, na frente deles um carro começava a ser cercados por meia dúzias de infectados e o besta do motorista desesperado, buzinava sem parar e gritava para que eles saíssem de perto do carro até decidir pegar uma chave de grifo e um bastão de ferro para ameaçar as criaturas, fez tudo isso em pé pelo teto solar.

- SAIAM DAQUI, EU QUERO SAIR DESSA MERDA CACETE! – dizia o homem rodando os objetos sem que acertasse os infectados – EU VOU ACERTAR EM VOCÊS EU NÃO TENHO MEDO...

Thalia observando tudo aquilo decidiu socorrê-lo:

- Onde você vai? – perguntou Bruno, mas não obteve resposta e decidiu segui-la sem nenhuma opção.

Quando a moça chegou perto, acertou seu tripé com força na cabeça de um deles e golpeou mais dois deles da mesma forma, cansada, descansou apoiada neste. Bruno recuava a cada movimento dela feito, quando só depois de muitos golpes desferidos por esta que todos os infectados caíram mortos sem apresentar mais ameaças, porém mais deles vinham.

- Desça daí! – disse Thalia.

- Você tá doida? – disse o homem em cima do carro – Nunca que vou abandonar minha BMW aqui.

- Desça, eles estão vindo! – gritou Thalia já desesperada.

- Nunca! Venha com o meu carro, daqui eu não saio – contestou.

- Então vai se foder – disse ela mostrando seu dedo médio no ar.

A mulher começou a correr e Bruno claro, sempre seguindo-a.

- O que você fez com aquelas pessoas... – dizia Bruno ofegante sem parar de correr.

- Não são pessoas – disse Thalia também sem parar.

- Você matou aquelas pessoas – disse Bruno novamente, estava em pânico.

- Não são mais pessoas! – disse Thalia agora num som bem mais alto.

- Você não tem medo de ser presa, Thalia? – perguntou Bruno.

Desta vez ela parou, suspirou de maneira que parecia querer chorar bastante. Ela começou a gritar a primeira letra do alfabeto de modo absurdo enquanto chorava e quebrava o tripé no chão do estacionamento, onde já chegavam, feito um cantor de rock que quebrava sua guitarra no palco, só que muito pior, ela fez isso até sobrar apenas um pedaço e este foi lançado longe e pegou num carro quebrando seu vidro e acionando o alarme:

- Puta que pariu – disse Thalia voltando a correr um pouco descoordenada, talvez até mais que os infectados.

Os canibais começaram a chegar pelos dois lados do estacionamento – já que um lado era por onde se entrava e outro por onde saía – a moça esperta pegou o latão de lixo tampado, subiu nele em cima da ambulância estacionada pouco mais a frente da entrada dos fundos do hospital e pediu que Bruno fizesse o mesmo, depois pulou e agarrou na grade da janela do segundo andar, usou as grades como escadas até o terceiro andar onde ela pode chegar enfim ao terraço do prédio.

Quando olhou para trás, viu que não tinha ninguém ali a não ser ela. Olhou para baixo e viu que Bruno continuava lá, feito um rato assustado como sempre.

- Vem!

- Isso é arriscado! – disse Bruno.

- Vamos logo, não tenho tempo! – disse Thalia.

- Não posso... – disse Bruno.

- Então, tchau – disse Thalia desaparecendo do terraço.

Bruno se desesperou quando viu que os infectados começavam a cercar a ambulância, mas mesmo assim não conseguiria e acabou fazendo a coisa mais arriscada no momento. Pulou bem distante e rolou no chão, esperava que caísse em pé como nos filmes, mas se esquecera que além de impossível seu tornozelo estava torcido. Ele correu aos mancos até a segunda via do estacionamento, a de entrada pela na qual não haviam passado, enquanto ouvia os passos atrás de si.

Deparou então com o homem que nunca sairia do carro correndo de ré enquanto golpeava alguma criaturas com seus objetos, ele se via numa situação desesperadora e decidiu unir-se com o homem e de maneira ousada, pegou o bastão das mãos dele e golpeou duas criaturas.

- Você ainda está aqui? – perguntou o homem.

- Estou, temos que arranjar um jeito de subir para o terraço – disse Bruno e golpeou mais uma criatura enquanto mordia os lábios e fechava os olhos para não ver.

- Onde está aquela moça?

- No terraço, vamos, me ajude um jeito de subir lá – dizia Bruno desesperado.

- Já tentou pela escada de incêndio? – sugeriu.

Eles então correram para lá, Bruno subiu primeiro e seu novo parceiro vinha logo depois atrás dele pela escada vertical, subiram tranquilamente sem mais problemas até dar de cara com Thalia que amarrava um fio numa barra completamente sem utilidade que se encontrava no terraço.

- Thalia – disse Bruno.

- Que bom que você não morreu – disse ela sem olhar para este, apenas dando mais um nó no fio.

- Trouxe pessoas – disse Bruno.

Ela olhou:

- Eu tinha dito pra você se foder – disse.

- Eu te perdoo, mocinha – disse o homem.

- Tanto faz, eu vou sair daqui por essa tirolesa, há mais um gancho como este para vocês usarem como uma tirolesa mesmo e descer por aqui, decidam-se não vou esperar – disse Thalia.

Os homens olharam para o gancho jogados num canto de material de construção ali perto, provavelmente utilizado pelos funcionários encarregados pela função de trocar letreiros ou pelas reformas que exigiam aparelhos específicos.

- Vá você – disse Bruno.

- Tem certeza? Mas e você? – perguntou aquele homem.

Thalia resmungou:

- Isso não é novela mexicana, rapazes!

Bruno pegou o aparelho que era uma espécie de cinto com um gancho e deu para o homem, eles pegaram, amarraram e desceram enquanto Bruno observava de longe, nem se deu o trabalho de ir para a beira do terraço vigiá-los.

***

- Mas e então? – perguntou Lauren que parecia curiosa.

- Sabe o porquê de sermos chamados de homo sapiens? – perguntou Bruno.

Lauren fez que não:

- Sapiens significa sabedoria, somos os únicos hominídeos que foram capazes de utilizar o cérebro para um bem-estar – disse Bruno.

- E...

- E então eu vi uma escada, sabe, daquelas enooormes de bombeiro? Estava num canto, eu peguei, estiquei-a e desci. Acabei caindo no quarto último degrau, me machuquei bastante, mas o medo era tanto... A estrada estava em colapso, sério, eu achava que aquilo era o fim do mundo, mas enfim, consegui alcança-los – disse Bruno.

- Que legal, bem emocionante sua história de sobrevivente – disse Lauren saindo junto à ele da enfermaria.

- Legal? Foi é mais que sofrido...

??:?? – 06/01/2017 – ???? – ???? – ????

Pablo estava ao telefone, seus dois comparsas estava na porta observando sua conversa até que foram mandados sair de lá como pombos sendo espantados numa praça, estava falando com seu chefe, claro. Mas a conversa parecia bastante tensa e aquele assistente, digo, aquele assassino de aluguel aparentava aflição:

- Por favor... Repita... – disse Pablo.

- É isso mesmo, Pablo, temos provas contra nós nas mãos de outras pessoas – disse o chefe.

- Mas... Não existe mais civilização, quem iria nos prender? – perguntou Pablo com sarcasmo.

- Acho que você nunca ouvi falar da OMAE, certo? – disse o chefe.

Pablo fez que não com a cabeça e falou que não no telefone:

- Pois é – disse o chefe – A Organização Mundial de Agentes Especializados é uma organização multi-secreta informal independente do governo que trabalha por si numa legião de pessoas altamente treinadas, militares fortes e cientistas que neste momento já estão por trás de alguma cura, eles estão atrás de mim.

- Então eles estão atrás da pessoa que fez tudo isso... De você?

- Está começando a entender – o chefe riu – eu já destruí muitas bases destes OMAE’s, na realidade não devem restar muitos destes atualmente, mas enquanto existir um, Pablo, um agente idiota que seja, nós estaremos correndo risco de ter o plano fracassado.

- Então o que quer que eu faça?

- O bio-ram que foi roubado, foi das câmeras de Weekstreet, adivinha quando? – um silêncio – Isso mesmo Pablo, quando aqueles policiais idiotas fracassaram na missão de matar aqueles invasores, não sei o porquê você enrolou tanto para mata-los e agora certamente eles estão com a cópia da fita das gravações.

Pablo se levanta da cadeira:

- Não pode ser...

- É... É sim, uma pista dessas para os OMAE’s e tudo o que conquistamos pode ser perdido, e o pior é para você que está mais próximo de Weekstreet do que eu, talvez eles nunca me encontrem, mas não quero perder alguém tão funcional e eficiente como você, Pablo, e a minha ordem é que você não saia das redondezas até que ache e destrua o bio-ram – e desligou.

Pablo ficou perplexo por um ou dois minutos, em pé ficava se questionando então:

“Com quem está o bio-ram? Fazendeiro cretino... Filha do fazendeiro cretino... Repórter intrometida... Ou seria algum dos policiais de merda?”

Agora o bio-ram estava em jogo e as ordens foram dadas a Pablo que levava isso muito a sério, principalmente agora que sabia da tal organização secreta que poderia levar todo o plano em que participava por água a baixo, as ordens de seu chefe foram dadas, e ordens para Pablo, são ordens cumpridas com sucesso.

Pelo menos agora ele não cometeria mais erros.

Talvez.


Notas Finais


Galera, a partir de agora, Rest in Peace nunca mais será o mesmo.


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