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História Descobrindo nosso amor - A festa de Dona Maroca


Escrita por: escrevendoporamor

Notas do Autor


Espero que todo mundo esteja bem nessa primeira semana sem a nossa novela!
Boa leitura!

Capítulo 3 - A festa de Dona Maroca


Fanfic / Fanfiction Descobrindo nosso amor - A festa de Dona Maroca

O dia do aniversário de Dona Maroca tinha chegado. Estela estava feliz, gostava de ver a mãe celebrando mais um ano de vida e a senhora fazia questão de fazer sempre uma festa. Naquele ano não queria, por causa de Alexandre. Mas Diná soube convencê-la!

A loira se dedicou ao presente da mãe com afinco, aprendeu um ponto de tricô bem difícil só para poder surpreender a senhora e fez um cachecol que ficou realmente muito bonito. Estava satisfeita com o trabalho e tinha certeza que agradaria a matriarca da família. 

Durante vários dias ela se pegou pensando na roupa que usaria na festa. Estela não era mais uma mulher tão vaidosa, o desejo de se enfeitar havia sido arrancado dela, com os seus sonhos, pelo ex marido. Sua filha fazia questão de criticá-la nesse aspecto, dizendo que o pai havia ido embora porque ela não se cuidava direito. Também a comparava com Diná, a quem a menina julgava ser a mulher mais elegante que já pisou no planeta. 

A incomodava ver que a filha não conseguia ter nenhuma admiração por ela, mas isso não a fazia querer ser mais vaidosa, pois era apenas uma coisa de adolescente. Só que o pensamento de que Alberto estaria na festa e a lembrança de que ele estava em busca de um novo amor, fizeram com que a mulher se sentisse insegura com relação às suas escolhas estéticas. Queria estar linda, queria que ele a notasse e queria  mais do que tudo fazer com que ele pensasse nela depois da celebração. 

Estela tomou banho e saiu enrolada em um roupão para deixar o banheiro livre para a filha. Vestiu um vestido que não usava há muito tempo, mas que realçava suas curvas e a deixava com o corpo muito bonito. Passou uma maquiagem discreta, mas que realçava seus olhos e deixou os cabelos soltos, lembrando da forma como ele a olhou e elogiou seus cabelos. Em sua mente, o rosto do homem, olhando-a, sua voz dizendo “Estela, como você é bonita” ressoava e ela se sentiu feliz. Olhou-se no espelho e sabia que estava linda, de uma forma como não ficava há muito tempo. Estela lembrou-se de uma Estela antiga, jovem, cheia de planos, que se arrumava feito louca para encontros e se entristeceu. Sentiu pena daquela menina cujas  pernas tremeram quando Ismael a olhou com intensidade, que sentiu as mão suando quando ele se apresentou, dando-lhe um forte aperto de mão. 

Estava linda, deslumbrante quase, mas lembrou que não permitiria jamais que aquela Estela boba e ingênua voltasse a tomar a frente em sua vida. Ela estava completamente apaixonada por Alberto, queria ser vista, ser notada, amada e desejada. Mas ele teria que aceitar essa nova Estela e não uma tonta a quem qualquer um trataria como se fosse uma imbecil. 

Quando ela se olhou no espelho novamente, percebeu que uma lágrima escorria e resolveu trocar de roupa. Colocou um conjuntinho de calça e camiseta, acrescentou um casaquinho por cima e calçou um sapato baixo. Removeu parte da maquiagem, deixando-a ainda mais discreta e prendeu o cabelo em uma trança. 

Mais uma vez se olhou no espelho. Estava bonita, mas sabia que não chamaria tanta atenção como aconteceria se tivesse optado por uma grande mudança. Estava bonita, discreta e satisfeita com esse resultado. 

Mesmo assim, sentia um frio na barriga em expectativa e fez questão de passar o melhor perfume que tinha, torcendo para que Alberto chegasse perto o suficiente para sentir o cheiro. 

Alberto teve plantão nesse dia e, por isso, chegou tarde em casa. Ainda precisava passar na casa de Otávio e por isso sabia que ia se atrasar mais do que o esperado. Poderia correr para a casa de dona Maroca, mas queria se arrumar primeiro. Queria estar bonito para ela e sabia que o “ela” a quem se referia era Estela, não Diná. 

Ainda tinha dúvidas. Não sabia se era uma certa vaidade em saber que uma mulher tão linda como Estela havia se apaixonado por ele ou se ele realmente estava apaixonado por ela também. Parecia loucura pensar que ele poderia ter se apaixonado dessa forma, entretanto, era inegável que ele trocou de roupa algumas vezes e em todas se perguntou o que ela acharia quando o visse. 

Optou pelo uso de um paletó e uma calça social claras, usaria uma camisa branca e não queria colocar uma gravata, afinal era uma festa informal na casa de Diná. Passou um pouco de perfume, perguntando-se se ela gostaria do cheiro e arrumou os cabelos recém cortados de forma bem alinhada. Ao se ver pronto, sorriu. 

Lembrou-se que havia cortado os cabelos em um impulso. Pensou que deveria cuidar mais da própria imagem, afinal quando se envolve com uma mulher como Estela é importante estar bem cuidado. Não queria que todos pensassem que ela merecia coisa melhor. Só depois que ele os cortou, parou para pensar consigo mesmo e percebeu que não estava envolvido com ela. Ele riu, mas em sentiu um calor na barriga quando acrescentou um “ainda” à essa constatação.

No elevador do prédio de Diná, deu uma última olhada no espelho e percebeu que estava bem, pelo menos se sentia bonito. Escutou as risadas no corredor, respirou fundo e entrou no apartamento. As pessoas estavam falando algo com ele, mas não conseguia se concentrar para prestar atenção. Seus olhos logo captaram a visão de Estela, que o olhou de uma forma tão apaixonada e ao mesmo tempo tão tímida. Se Alberto ainda tinha alguma dúvida relacionada aos sentimentos da mulher, não as tinha mais. Como podia ter sido tão cego ?

Ela rapidamente desviou o olhar, ele também e se dirigiu à aniversariante, tão feliz com sua presença. Entretanto, o homem sabia que nenhum deles havia sido rápido o suficiente, qualquer um que estivesse prestando atenção nos dois poderia perceber aquele segundo de hesitação, os olhares carinhosos e a vontade louca que ele teve - e sentia que ela também - de se aproximar. 

- Ainda bem que você veio Alberto, senão ninguém comia bolo nessa casa - só então ele compreendeu o motivo de ouvir o seu nome quando entrou no apartamento.

- Mas é impossível perder uma festa da dona Maroca, eu nunca faltei né? Parabéns  - ele deu um beijo nos cabelos da aniversariante 

- Muito obrigada, Alberto - a mulher disse feliz, mas cobrou um pouco - Pensei que você não vinha

- Pelo amor de Deus, nunca. 

Bia logo cedeu seu lugar a Alberto querendo saber qual era o presente que ele havia comprado. Diná lhe perguntou se ele queria beber alguma coisa, mas ele recusou. Para sua surpresa, ouviu Estela dizendo:

 - Mauro, eu vou servir um uisquinho para você!

Ele olhou sem entender. Desviou rapidamente o olhar, mas a voz dela dizendo “Mauro, vou servir um uisquinho para você” ressoava em sua cabeça. Ela nem ofereceu, falou como se eles tivessem intimidade, como se ela soubesse exatamente o que ele gostava de beber e quando queria. 

Ela serviu o uísque e Alberto observou que seus dedos se tocaram.  Estela nem olhou para o médico, foi chamada por Diná e subiu as escadas com a irmã. O coração de Alberto pesou, conhecia o primo. Será que ele tinha seduzido Estela? No mesmo momento em que essa ideia passou por sua cabeça, ele a refutou, conhecia a loira… ela não faria isso. 

Mas por que não faria?

Ela era uma mulher linda, solteira, jovem. O que impediria Estela de se envolver com outros homens? De se envolver com Mauro?

Alberto acabou se distraindo, conversando com outros convidados e aproveitando os petiscos que estavam deliciosos. Diná realmente sabia como fazer uma boa festa! Quando elas desceram já era hora do parabéns e Alberto cantou animado, aproveitando que Estela estava ao lado da mãe e observando-a, tão feliz, tão leve, mais linda do que o normal. 

Realmente, se decidisse ter algo com essa mulher era importante ter certeza de seu amor. Estela era uma mulher ferida e Alberto não ia intensificar esses sentimentos. Se envolveria com ela para fazer aquele sorriso e aquela leveza constantes em sua vida. Ela beijou o rosto da mãe com força e o médico se pegou pensando que gostaria de ser a causa daquela felicidade. 

Depois dos parabéns, as pessoas foram se realocando e Alberto só percebeu que estava ao lado de Estela quando ela anunciou que Josefa havia chegado. Ela olhou para ele, percebeu a proximidade e logo se afastou. 

Por isso, o homem abraçou Dona Maroca, perguntado se ela estava feliz. 

- Eu dou o primeiro pedaço pro Alberto

- Mas a senhora está feliz? - ele insistiu na pergunta

- Como eu vou ficar feliz sem o Alexandre, Alberto?

- Ah, não pensa nisso agora - ele se dirigiu a Estela e Bia, mas sabia que queria fazer a senhora rir e, de quebra, chamar a atenção de sua filha - o primeiro pedaço é meu

- Não, o primeiro pedaço é da minha mãe que é a aniversariante - ela disse um pouco ríspida, mas sem conseguir disfarçar o sorriso que despontava em seu rosto

- Mas a sua mãe disse que o primeiro pedaço era meu

Estela e Bia estavam se divertindo para tentar colocar o bolo no pratinho e Alberto ficou encantado com as duas. Elas riam e Bia ajudou a mãe, empurrando o doce com o garfinho. A danada da mulher fez questão de dar o bolo na mão de Dona Maroca que logo o repassou para Alberto. Ele sorriu e não podia perder essa oportunidade, por isso olhou para Estela, piscou de modo que pensou ser sedutor e disse:

- Eu te avisei que o primeiro pedaço era meu - Estela só lhe mostrou a língua divertida

- Minha mãe é muito puxa saco

- Mais respeito, menina - disse dona Maroca, arrancando mais gargalhadas de Beatriz

- Minha avó ama todo mundo, mas desde que ninguém brigue com o tio Alberto - o médico abraçou a menina pelos ombros

- Exatamente Bia. Mas quem brigaria comigo, você brigaria comigo?

- De jeito nenhum - a loirinha sorriu 

- E sua mãe, Bia? Você acha que a Estela brigaria comigo? - a menina colocou os dois braços em rendição 

- Aí eu já não sei, tio - ela disse saindo, indo dançar com Paty

- Ela não é nem louca de brigar com você, Alberto - dona Maroca pegou seu bolo e também saiu, deixando os dois a sós, para desgosto de Estela

- Você brigaria comigo, Estela?

A intensidade do olhar dele a deixou sem palavras por alguns momentos. Ela gaguejou e não disse nada. Estela sentia o coração disparado, as mãos tremiam e ela foi tentar pegar mais um pedaço de bolo. 

Alberto colocou o próprio bolo na mesa e se aproximou sem que ela percebesse. Quando o pedaço ia cair do prato, ele estava atrás dela e com um garfinho a ajudou a colocá-lo no lugar certo. Estela arfou com a proximidade e sentiu o corpo tremer, coisa que não passou despercebida pelo médico. 

- Brigaria? - ele repetiu, tão perto que Estela achou que seu coração pararia de bater a qualquer momento. 

- Não sei - ela tentou ser ríspida, mas sua voz falhou miseravelmente - só se você merecer 

Para sua surpresa, ele pegou sua mão que estava solta ao lado do corpo e apertou seus dedos entre os dele 

- Eu nunca vou merecer, Estela. Vou sempre lutar pra jamais merecer que você fique brava comigo. 

Ela ainda não tinha se recuperado, mas ele pegou seu pedaço de bolo e saiu. Foi conversar com Raul. Entretanto, ela sabia que ele a observava, seu olhar parecia queimar sua pele e Estela precisou se concentrar muito para retomar seu autocontrole. 

Ela voltou a se divertir, dançando um pouco sozinha, conversando com as pessoas, estava simplesmente feliz. A loira nem ao menos sabia, mas sua felicidade deliciava Alberto que cada vez mais precisava resistir aos impulsos de se aproximar. 

“Calma Alberto, só se aproxime da Estela quando você tiver certeza”. 

A verdade é que em algum lugar ele já tinha certeza, mas seu lado racional o impedia de aceitar que as coisas em seu coração haviam mudado tão rápido. 

As coisas ficaram mais complicadas quando umas colegas de trabalho de Estela chegaram. Alberto, solicito foi ajudar a morena que estava se rasgando de ciúmes do marido. Geralmente, o médico dava razão para Téo, mas dessa vez ele havia ido longe demais. Regina claramente estava dando em cima dele e nenhuma esposa aceitaria uma situação como aquela. 

Quando Estela viu Alberto e Diná conversando baixinho, sentiu ciúmes. Ela se recriminou, mas ao mesmo tempo sentiu sua alegria se esvair. Alberto jamais olharia para ela como um homem olha para uma mulher e talvez fosse realmente caso de se livrar desse amor. 

Ela se aproximou e ouviu a irmã dizendo:

- Tira essa mulher daqui senão eu vou jogar ela daqui de cima - e então a loira entendeu o que estava acontecendo

- Eu vou fazer isso, só não deixa ninguém perceber que você me pediu. 

Estela sabia que deveria subir atrás da irmã, mas não podia fazê-lo. Não enquanto Alberto falava com Regina. Conhecia o tipo de mulher que ela era e sabia que ao largar Téo, ela poderia se jogar nos braços do homem de cabelos grisalhos. 

Em sua mente se lembrava de Alberto falando que iria se envolver com outras mulheres para esquecer Diná. E se ele resolvesse começar agora? Justo com ela. Em sua mente já pensava em como iria reagir se visse Alberto na repartição, esperando Regina para irem embora juntos para só Deus sabe onde… para a casa dele, talvez. Com certeza ela não hesitaria em se jogar na cama dele.

Seu coração estava pequeno e ela viu quando ele perguntou se Regina queria uísque, mas a colega de Estela nem ligou para ele. 

Claro que não. Alberto era lindo, sedutor e a melhor pessoa do mundo. Mas Regina o consideraria “certinho”. 

Ele tinha resolvido o problema bem rápido e ela sorriu, orgulhosa do homem. Era impressionante como ele parecia ser bom em tudo. Mas Estela já não podia ficar parada olhando para ele, por mais que quisesse. Sentia que sua irmã precisava dela e subiu. 

Alberto viu quando Estela desceu e pediu para as mulheres irem embora. Mais uma vez se pegou sorrindo, pensando que os dois haviam apagado aquele incêndio juntos. Formavam uma boa dupla! Sempre tinha sido assim. 

Ele se despediu de Josefa, conversou com Téo e foi para a mesa de comidas, tudo isso sob o olhar de Estela.  Depois de todo aquele estresse, ela precisava de um pouco de calma. Precisava de um pouco de Alberto. Por isso, sem motivo nenhum e sem nem pensar duas vezes, ela também se aproximou da mesa. 

Ele a ouviu antes de vê-la. O suspiro com sua voz inconfundível. Alberto olhou para Estela, mas logo abaixou a cabeça, fingindo estar interessado pela comida. 

- E aí, Estela. Tá tão calada, quietinha. Fiquei te observando, estava pensando no que? - queria que ela soubesse que ele a observou a noite toda, não a perdeu de vista. Também queria saber se ela lhe daria um sinal, por menor que fosse. Nessa hora, seu coração estava a mil.

- Pensando em... como a vida é  caprichosa, não é? - ela fingiu arrumar a mesa, mas ainda estava irritada. Tão brava que logo se viu atacando Alberto - Se o Téo gostasse da Diná metade do que você gosta, a minha irmã poderia até ser uma mulher muito feliz - ele foi pego de surpresa, mas não perdeu a compostura

- Fala mais baixinho um pouquinho que alguém pode escutar você - ele não queria falar sobre isso, queria falar sobre os dois. Aquilo estava muito errado e muito distante do que ele tinha idealizado, por isso resolveu tentar uma mudança - Quer carpaccio? Quer alguma coisa?

- Não, muito obrigada -  o sorriso dela era amargo - eu não sei como um homem como você foi se apaixonar pela minha irmã - essa era realmente uma dúvida de Estela. Observando o todo se achava tão mais parecida com Alberto do que Diná. Por que então ele não se apaixonou por ela? Será que era indigna de amor?

Antes de responder, ele sorriu. Finalmente se sentiu perto de descobrir como ela se sentia, o que ela pensava dele. Talvez, agora fosse capaz de entender melhor tudo o que estava acontecendo.

- O que você quer dizer com “um homem como eu”?

- Você é tão tímido, calado, gosta dessas coisas espirituais né? Tão diferente da Diná, o extremo oposto - ela suspirou profundamente, estava perdendo o controle e sabia

- É… essas coisas a gente não explica, não controla. Mas eu já disse a você que eu to tentando esquecer a sua irmã, que eu vou conseguir. Quer um pouquinho de carpaccio? - ele torcia para que ela aceitasse, fantasiava colocar a colher em sua boca, um movimento romântico. 

Depois de tudo o que ele havia dito para ela naquele dia, pensou que se conseguisse dar o carpaccio para ela daquela forma, talvez ela compreendesse tudo o que ele desejava dizer. Mesmo que ele mesmo ainda não entendesse completamente. O problema é que as armaduras dela estavam tão montadas, que ela nem percebeu o que ele implicava com aquela pergunta

- Muito difícil. Ninguém esquece a Diná. 

E ela saiu, deixando-o com o carpaccio na mão. Ele parou, refletiu e buscou a mulher com o olhar. Ela foi até Diná que estava dançando com Paty e dançou com elas. Alberto viu todas as mulheres da família. 

Diná era linda, sedutora de uma forma natural. Vê-la se divertir com a filha era um deleite e ele se pegou sorrindo. Mas seu coração estava tranquilo, seu corpo não sentiu nada e ele sorriu ainda mais se sentindo bobo. Não era ela, nunca tinha sido! 

Ele desviou o olhar e viu que Estela dançava com Bia. Seu coração disparou e ele sentiu um leve tremor em seu corpo. “Sim Estela, talvez ninguém esqueça a Diná! Talvez então eu nunca tenha amado a Diná, pois eu juro que esqueci!”. 

Alberto não conseguia sequer disfarçar a forma como olhava para Estela, seus olhos brilhantes, seu sorriso, o cabelo lindo. Escutou a mulher dando risada e sentiu a necessidade de fazê-la rir. 

“Meu Deus, eu amo a Estela!”

Foi naquele momento em que decidiu que ia lutar por ela. Faria a loira entender que havia confundido tudo, que era ela a mulher que ele queria. 

- Alberto! - a voz de Dona Maroca a tirou de seu devaneio

- Sim?

- Como você está distraído, meu filho

- É que a paisagem é muito bonita, Maroca - Guiomar disse olhando de Alberto para Estela com um sorriso no rosto que fez o médico corar. 

- Você está se alimentando bem, Alberto?

- Sim, dona Maroca, tudo está uma delícia - ele percebeu que Estela olhava em sua direção, o comentário de dona Guiomar havia chamado a atenção dela. Ela se aproximou deles e se sentou perto da mãe

- Por que você não dança um pouco, Alberto? Chama a Estela

- Sim - concordou dona Maroca.

Ele engoliu em seco, olhou no fundo dos olhos dela, um sorriso tímido se espalhava em seu rosto e Estela não conseguia nem se mexer. Queria mais do que tudo dançar com ele, mas não ia deixar que isso acontecesse. Seria humilhante sabendo que ele queria dançar com sua irmã. 

- Quando Estela viu que ele iria mesmo convidá-la, ela se levantou abruptamente. 

- Nós já vamos embora

- Já, mãe? - Bia estava fazendo manha

- Sim - ela não conseguia deixar de olhar pra o homem

- Tudo bem, eu levo você - ele não desviou o olhar dela. Gentil como sempre, lindo como sempre. 

Dona Guiomar sorriu satisfeita e antes que Estela pudesse retrucar, ela acrescentou

- Acho ótimo, Alberto. É muito perigoso deixar essas duas por aí, sozinhas

- Eu não deixaria jamais - a resposta era para Guiomar, mas ele não podia desviar os olhos de Estela - Vamos?

Eles foram para casa em silêncio. Bia estava dormindo, Estela estava desconfortável e Alberto se sentia feliz com seu amor recém descoberto. Eles chegaram rápido na vila, mais rápido do que ele desejava. Já se sentia um homem de família, o homem daquela família. 

Quando ele parou, Estela logo disse

- Não precisa nos acompanhar, Alberto

- Eu faço questão, Estela

- Vai entrar um pouco, tio? - Bia, sonolenta, perguntou

- Não Bia. Hoje só deixarei vocês na porta de casa. Prometi não deixar vocês jamais, lembra? - a menina sorriu com afeto e o coração de sua mãe disparou. 

Estela andou rápido e Alberto não correu atrás dela. Andou em seu próprio ritmo, observando-a a luz da lua. Quando chegaram na porta de casa, Bia se despediu com um beijo na bochecha do homem e entrou logo. 

- Obrigada pela carona, Alberto

- Sempre que você quiser, Estela - para a surpresa da mulher, ele pegou sua mão e depositou um beijo, olhando-a nos olhos - Boa noite

- Boa noite 

Ele saiu andando de costas e acenou, com um sorriso no rosto. Um sorriso tão lindo que ficou marcado em Estela. Ela entrou em casa, discutiu com Beatriz antes de deitar. Quando apagou a luz e colocou a cabeça no travesseiro sorriu feliz, lembrando-se de Alberto andando de costas e sorrindo para ela de uma forma como Estela nunca tinha visto. 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo. Volto bem em breve


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