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História Descobrindo O Mundo Bruxo - Fora de Controle


Escrita por: GabrielSalm

Notas do Autor


Sinto muitíssimo pela demora. Minha desculpa é a mesma que todos usam: provas. Por favor, comentem, pois esta é a última chance. O último capítulo.

Capítulo 14 - Fora de Controle


Fanfic / Fanfiction Descobrindo O Mundo Bruxo - Fora de Controle

No capítulo anterior:
Encontrei Rose encolhida a um canto. Sua varinha quebrada ao meio estava no chão, e Duda Dursley a encurralava, segurando uma faca. Seu rifle estava no chão, aos seus pés.
Talvez... Talvez eu devesse pegá-lo...


Neste capítulo:
Momentos antes, na Floresta Proibida, Riddle caminhava ao lado do pai, segurando firmemente a Pedra da Ressurreição em suas mãos.
- Então, atualmente, Harry Potter está casado e também é pai? – Dizia o Lorde das Trevas, com sua voz aguda. – Interessante. E você obviamente já cuidou dos filhos, certo?
- A-ainda não, meu pai. – Respondeu Tom Riddle III. – M-mas eles serão mortos. Enfeiticei o líder dos trouxas, e o mandei caçar os novos Weasley. Ele deve começar pela Srta. Rose, e depois vai para o irmão, Hugo.
- E quanto aos Potter?
- Eu mesmo cuidarei daqueles dois... Dementes, e da garota Lily.
- Ótimo... – O Lorde das Trevas fez uma pausa. –... Pensando melhor, ainda não está ótimo. – Voldemort parou de andar. Riddle fez o mesmo, com um segundo de atraso. Então o Lorde das Trevas olhos nos olhos do filho, e continuou. – A árvore genealógica é como uma planta qualquer. Quando há folhas doentes, devemos cortá-las, para que as folhas saudáveis não se infectem. Uma árvore genealógica deve ser constantemente podada. A família Malfoy, por exemplo, fez esse trabalho muito bem até agora.
- Sim, meu pai.
- E na família Malfoy já houve tantas folhas secas, você sabe. A irmã de sua mãe, Andrômeda, foi uma das folhas que teve seu fim bem merecido. Mas eu posso ver que, ao longo desses anos, vocês se esqueceram de continuar o trabalho, de continuar podando.
- N-não estou entendendo, pai. Eu já eliminei Draco Malfoy.
- Ah, meu caro... – Sua fala travou. Era evidente a dificuldade que o Lorde das Trevas sentia ao tentar pronunciar o nome do filho. Tom, o nome nojento de seu pai, que ele mesmo abandonou, para cortar ainda mais as relações entre ele e seu pai trouxa. -... Meu caro filho. Não estou falando de Draco Malfoy. Na verdade, eu me referia a Narcisa Malfoy.
- Minha mãe? Mas, meu pai, minha mãe sempre foi leal a você e...
- É mesmo? E quanto ao episódio em que ela mentiu para mim?
- E-eu não sei d-do você está falando.
- Estou falando de quando ela confirmou a morte de Harry Potter, quando na verdade ele estava vivo, e isso para saber o paradeiro de seu filho. Se me lembro bem, foi aqui que aconteceu.
Tom olhou ao seu redor. Uma árvore grossa, de raízes também grossas saindo da terra, fazia uma grande sombra na clareira onde se encontravam. Ele podia imaginar um meio gigante amarrado ao pé da árvore, com vários comensais ao redor prendendo a respiração, enquanto seu lorde erguia a varinha.
O Lorde das Trevas havia levado o filho ao local da aparente morte de seu inimigo.
Tom andou até um ponto da clareira, e se ajoelhou ao lado de um desenho marcado no chão. O desenho era o contorno de um homem. Um braço estava em um ângulo esquisito, mostrando que o homem não se deitou, mas foi jogado por alguém. E ao lado da cabeça do contorno, achava-se uma plaquinha de madeira, onde se podia ler: “Aqui não jaz o Menino Que Sobreviveu. Com muito orgulho de nosso líder, a primeira e original Armada de Dumbledore”.
Mas Tom não estava ali apenas por curiosidade. Ele estava escondendo o rosto do pai. Um rosto que, no momento, irrompia em lágrimas silenciosas.
Tom havia se decepcionado com o pai. Ele, que viveu sob o maltrato de Lucius Malfoy, queria, como qualquer um, um pai que o amasse. Pois é, até eu, Peter, fiquei impressionado quando li o relatório das cenas de minha ausência. Mas sim, o que Tom queria era simplesmente amor.
- Lembra-se agora? – Voldemort perguntou. – Talvez você tenha “esquecido” de me contar sobre a traição de sua mãe. E não vejo nenhum motivo para que você não a mate.
Tom se levantou devagar e se virou para o pai, que o observava de longe.
- Pai... – Ele estava com medo. – Você... Você me ama?
O Lorde das Trevas ficou pasmo por um tempo. Mas depois se recuperou, e deu um pequeno sorriso com seus lábios finos.
- Amar? Amar é para os fracos. O amor é o que nos faz cometer erros, fazer algo por alguém, ser escravo de alguém. O amor destrói nossa força de vontade, e apenas os mais fortes conseguem escapar do amor, o grande inimigo da real liberdade. Se um dia você quer ser como eu, deve aprender a combater o amor. Agora vamos, você deve dar as ordens para iniciar o ataque.
Tom não se mexeu. Parou de ouvir o que seu pai dizia depois do “Se um dia você quer ser como eu”. Aquelas palavras pareciam mais uma pergunta aos seus ouvidos; uma pergunta para si próprio. E ele já tinha a resposta: não! Ele jamais seria como o pai. Seria mais do que ele. Seria tão poderoso, que muitos começariam a vê-lo como um deus! Sim, estava decidido. Tom, apesar de ser filho do bruxo das trevas mais famoso de todos os tempos, também era filho de Narcisa Malfoy, e com ela aprendeu algo que seu pai desconhecia: o verdadeiro significado do amor, e de ter seguidores que não o temam.
O pai e o filho seguiram para o acampamento dos comensais da morte. Lá, chutavam e esmurravam um homem baixinho, que estava sob a Maldição Imperio. Ordens para deixá-lo foram dadas imediatamente, pois Mundungo Fletcher seria inútil com ossos quebrados. Mais ordens foram dadas, e os comensais montaram em suas vassouras e voaram na direção das torres do castelo, deixando Tom e seu pai sozinhos.
“Então está decidido”, pensou Tom. “Vou me tornar um deus! Mas para isso, preciso me livrar de meu pai. Porque deuses... deuses não tem Pai!”
Tom olhou para a pedra em sua mão, e prometeu destruí-la após a morte de seus inimigos.

Agora vamos voltar ao assunto que interessa.
Lá estava eu, em um corredor de Hogwarts, pensando em um modo de resolver um “probleminha”. Rose estava enrascada, sua varinha estava quebrada, e Dudley Dursley pretendia matá-la a facadas.
“Pense, Peter, pense!”. Eu tentava me concentrar, mas os poucos segundos que me restavam passavam rápido demais. “Vamos lá; o que o Menino Que Sobreviveu faria?”
“Eu não sei, mas sei o que EU faria.” Era a voz aterrorizante do Rei dos Dementadores.
- Hei, já tenho problemas demais sem você! Vá embora! – Respondi.
“Bem que eu gostaria. Mas ao invés disso vou ajudá-lo.”
- Por quê?
“Hum... Falta do que fazer. Vai aceitar minha ajuda?”
- Você não pode me ajudar. E, além disso, estou sem tempo.
“Não, você tem tempo de sobra. Não reparou que, enquanto conversamos, sua amiga e o trouxa não se moveram?”
Era verdade. Rose estava parada, com o terror estampado no rosto. Duda erguendo a faca, com seu braço pairando no ar. O monstro havia mesmo parado o tempo.
“Como pode ver, tenho mais truques na manga do que os outros dementadores. E agora, aceita minha ajuda?” Não respondi. “Bem, você só precisa fazer algo muito simples. Você deve sugar toda a alma daquele trouxa, e então ele não poderá atacá-la. Você pode fazer isso?”
- Acha que sou idiota? Você quer que eu me transforme mais ainda em dementador.
“Pelo menos suas mãos vão ficar combinando. E você não tem escolha, tem, Peter?”
Não, eu não tinha. Deixar Rose morrer estava fora de cogitação.
- Muito bem, eu vou fazer o que você... – Parei de falar, tamanho o susto que eu levei. Um celular estava tocando.
- Você não disse que o tempo parou?
“Não, eu não disse. As pessoas pararam, mas o tempo não. É o máximo que posso fazer.”
O som do toque vinha do bolso de Duda. Aproximei-me lentamente dele, como se Duda fosse uma fera adormecida, e enfiei minha mão no bolso.
“Não faça isso, Peter.”
Ignorei-o. Tirei o celular do bolso, atendi a chamada e o encostei em meu ouvido.
- Pai? Pai, você tá me ouvindo? – Era a voz de um menino de uns sete anos. – Eu tive um pesadelo. Por que você ainda não chegou? Tá no trabalho? Eu to com medo.
Demorou um pouco para eu perceber que Duda não responderia, e então comecei a falar.
- Seu pai está... Ocupado no momento.
- Mentira! Meu pai nunca está ocupado para mim! Eu quero falar com ele agora!
- Bem, eu... Sinto muito. – E finalizei a chamada.
“Pronto, já conversou demais. Agora faça o que eu mandei!”
- Não! Eu não posso. Ele tem família. – Então eu peguei a arma que estava no chão, e apontei para a perna de Duda. Ferido, ele não mataria Rose.
“NÃO!”
Foi muito rápido. De um instante para outro, Duda e Rose voltaram a se mover. Nem pensei duas vezes. Atirei na perna de Duda antes que seu braço descesse e sua faca atingisse Rose.
Duda gritou. Seu braço, que descia em direção ao peito de Rose, fez uma curva involuntária, e a faca atingiu Rose na perna.
- AAAAAAAAHHHH! – Rose berrou.
Puxei Duda para trás, peguei Rose e a arrastei para longe. A faca ainda estava em sua perna.
- AAAHHH! – Rose gritava enquanto eu a arrastava por um corredor cheio de armaduras ocas nas laterais. – Peter, não! Você não deve fazer este caminho.
- Só quero te levar para longe de Duda.
- Sim, mas acontece que você está indo para o Saguão de Entrada, e lá está cheio de comensais de morte! Eu acabei de vir de lá.
- Tudo bem, então... Esconda-se, e mande um patrono pedindo ajuda.
- Mas eu não sei produzir um patrono corpóreo que fala.
- Então fique escondida e tente estampar o sangue. Não tire a faca. Espere alguém experiente poder ajudá-la. Enquanto isso eu vou...
- Vai fazer o que? – Rose olhou nos meus olhos. – Peter, não haja como um tolo. Você não pode lutar desarmado!
Era verdade, eu não podia. Mas e se eu estivesse armado? Não custava tentar.
- Rose, onde está a arma de Duda?
- Você não a deixou cair?
- Oh, mas que droga! Você precisa convocá-la.
- Como? – Rose pareceu espantada. – Não! De jeito nenhum! Você não vai sair por aí se metendo na frente de tiros!
- Eu não vou lutar, mas preciso de algo para me defender.
Por fim, Rose concordou.
- Accio...
- Rifle.
- Accio rifle!
Demorou apenas alguns segundos. A arma veio voando em nossa direção, e eu a peguei no ar. Chequei quantas balas ainda tinham, e descobri que apenas uma.
- Só uma bala. Rose, eu prometo que só vou usá-la em caso de extrema necessidade.

- Por que está prometendo isso para mim? Vai!

Saí correndo sem olhar para trás. Eu não havia explicado para ela o que realmente pretendia fazer.
Entrei em uma porta no fim do corredor, e me encontrei de volta nas escadas, mas agora eu estava no Primeiro Andar. Alguns degraus e chegaria ao Saguão de Entrada.
Assim que eu dei o primeiro passo, uma mão me puxou para trás e me arrastou de volta ao corredor com as armaduras, enquanto outra mão tapava minha boca.
- Peter, pare de espernear. – Era a voz de meu pai sussurrando. – Sou eu, Quim! – Kingsley me soltou, e eu me virei, apenas para levar um susto silencioso. O corredor estava vazio.
- M-mas você não está aqui. Está com a capa de invisibilidade?
- Feitiço de desilução. – A voz saindo do nada me respondeu. – Estou camuflado, como fazem aqueles bichinhos rabudos.
- Camaleões?
- Exato. – Uma mão me puxou para uma sala vazia. – Ouça, eu estive preocupado com você. Vou fazer uma camuflagem para você e poderemos passar pelos comensais no andar abaixo. Hagrid está esperando lá fora com Norberta, um dragão fêmea. Vocês vão sair daqui voando no dragão.
- O que? Não! Eu quero ficar ao seu lado. Eu quero ser útil.
- Você será útil sobrevivendo. Além disso, você é o trouxa da profecia! Não podemos mais arriscar sua vida.
- E se for para eu ficar? E se a profecia for se cumprir apenas se eu ficar aqui e lutar?
- As profecias sempre se cumprem. É o modo de serem cumpridas e o sentido de sua oração que podemos transformar. Agora vamos.
Senti uma batida forte na cabeça, e depois um líquido viscoso escorrendo de minha cabeça para todo o meu corpo. Não, Kingsley não quebrou um ovo em mim, isso é trote pra calouro de faculdade.
O que me pareceu um líquido estava passando por minhas pernas, e me cobrindo por completo, causando muitos arrepios. Por fim, estava totalmente camuflado, inclusive meus olhos, minhas roupas e a rifle que carregava.
Novamente fui puxado por mãos invisíveis, e me vi retornando às escadas animadas e dali para o Saguão de Entrada.
Não havia comensal nenhum. Eles já deviam ter avançado ou recuado. Kingsley me puxou para a porta que dava no pátio afora. Mas assim que ele a abriu, ouvi gritos vindos de trás, do Salão Principal.
- Eles estão lá dentro. Vamos! – Consegui me livrar de Kingsley e corri no sentindo contrário.
- PETER, NÃO!
Abri a grande porta dupla do salão e entrei.
Era um caos, ou talvez o próprio Caos em sua forma manifestada. As quatro mesas compridas estavam viradas de lado, uma dela partida ao meio. Comensais da morte encapuzados, mascarados e mostrando o rosto duelavam contra membros de diversos países da Armada de Dumbledore.
Fiquei junto da parede e tentei andar. Afinal, o que eu queria fazer ali? Talvez mostrar a meu pai que podia ser útil para a Ordem, ou talvez estivesse tendo um excesso de valentia e heroísmo.
Um comensal da morte parou bem na minha frente, de costas para mim. Ele duelava contra um bruxo oriental de olhinhos puxados, de uns setenta anos. Resolvi aproveitar o momento para pegar o comensal desprevenido. Apontei a rifle para sua perna, e já ia atirar quando o vi se abaixar. Olhei para frente, e vi um raio de luz branco vindo em minha direção e me atingindo na cara. Somente depois viria a descobrir que aquele era o feitiço Confundus.
Não senti dor nenhuma; mas quando abri os olhos, estava tudo embaçado. O bruxo oriental estava na esquerda ou direita? Ou eram dois gêmeos? Eu não sabia aonde ir, onde estava cada bruxo. Parecia que eu estava andando na parede, e a porta por onde entrei estava no chão e levava a uma espécie de submundo. Eu estava tonto; pensar direito era impossível.
Comecei a andar, cambaleando e tropeçando em bruxos inconscientes. Quando percebi que aquilo não daria certo, deitei no chão e saí rastejando.
Uns dez minutos depois, já estava me recuperando. Levantei-me devagar, mas cai no chão logo depois, de susto, por causa de um grito vindo do centro do salão. Em outras circunstâncias, acharia a cena engraçada.
Meu pai estava visível, deitado no centro de um grupo de comensais encapuzados, que o chutavam e espancavam repetidamente. Kingsley cobria a cabeça com as mãos e se protegia da melhor forma possível.
- Quem é o líder do mundo livre agora, Ministro?! – Dizia um dos comensais mascarados. – Você nos mandou para Azkaban, agora vai sofrer! CRUCIO!
Ainda estava um pouco tonto, mas podia ouvir os gritos causados pela maldição da dor suprema. Mesmo que às vezes eu visse Kingsley rindo e um comensal berrando no chão, com a voz de meu pai, graças ao efeito de Confundus.
- Você vai pagar por suas leis injustas, Ministro. – Disse outro comensal da morte. – “Bruxos das trevas não podem dar nomes em troca de sua liberdade”. Bah! CRUCIO!
Mais dor e mais gritaria.
Então o efeito de Confundus cessou, ao mesmo tempo em que certo ruivo de uma orelha só entrava no salão da forma mais esdrúxula possível: voando em uma vassoura Comet 420 (último lançamento da série Comet naquela ápoca, de deixar todos babando) e segurando em seus braços um bastão de quadribol e um balaço revestido em ferro.
- George!
- Fala aí, “dementaglota”! Quer jogar quadribol? – Então George voou em minha direção, e eu me agachei para me proteger. Segundos depois estava atrás de George, sentado na Comet 420. – Ou você prefere jogar queimada? – George lançou a bola de ferro no ar e bateu com o bastão. A bola saiu voando e acertou um comensal bem na cara.
- George, meu pai precisa de ajuda!
- Então o ajude você. – Ele colocou a mão no bolso e retirou um frasquinho contendo um líquido amarelo-dourado, passando-o para mim. – E não se esqueça de se divertir! – George me empurrou sem aviso, e eu caí de costas no chão.
Sentei esfregando a cabeça, e olhei para o frasco. Havia uma etiqueta informando se tratar de uma poção chamada Felix Felicis, também conhecida como Sorte líquida. Seu efeito faz com que o bruxo que a beba tenha sucesso em tudo o que tentar fazer, com uma mísera margem de erro.
Pensando intensamente em salvar meu pai, derramei algumas gotas dentro de minha boca, pois doses exageradas podem ser tóxicas ao organismo, causando tontura, desmaios e em certos casos a morte. Porém, mesmo me providenciando, o desmaio veio a ocorrer.
Assim que tomei a pequena dose de poção, senti meu corpo fraquejar e cair. Meus olhos se fecharam o mundo sumiu, dando lugar a uma imagem muito familiar.
Era um graveto. Eu não ouvia nada, não sentia nada, e mesmo de olhos fechados eu continuava a ver aquele graveto, flutuando no meio da escuridão. Então eu me lembrei de onde conhecia aquele graveto: era o meu Graveto Mágico, como eu o chamava. Já o mencionei aqui antes. Um graveto com o qual eu brincava quando era criança, fingindo ter algo que meu pai tinha e eu desejava muito: Magia.
E de repente eu ouvi uma voz, sobressaltando-me:
“Apenas um feitiço. Nada mais”.
Depois descobri que a voz era do Chapéu Seletor, mas isso é outra história. Continuando... Ah, sim. Eu acordei, e em minha mão encontrava-se o Graveto Mágico.
Eu me sentia ótimo! Não estava cansado e não sentia perigo de morrer.
Levantei-me e vi no chão a Rifle de Duda. Mas o que era melhor: uma bala ou um feitiço? Peguei a arma e, com dedos muito ágeis, desmontei-a num instante.
Olhei ao redor para ver o que estava acontecendo. Percy, irmão de George, e Charlie, um homem baixo e musculoso com braços cheios de cicatrizes, outro irmão de George que eu não conhecia, haviam chegado. Os três Weasley duelavam juntos contra um só oponente: Tom Black Riddle, o herdeiro de Você Sabe Quem. Assim que vi Tom, senti uma estranha sensação de que algo terrível acontecera com meu pai.
Mas não. Lá estava ele, duelando contra uma dúzia de comensais da morte de uma só vez. Os comensais estavam cercados entre Kingsley e vinte agentes da Tropa Anti Magia.
Kingsley estuporava, bloqueava, desarmava, estuporava... Uma vez desaparatou, fazendo um comensal acertar outro comensal atrás de Kingsley, e então aparatou simplesmente um passo ao lado de sua posição anterior. Depois deu um sorrisinho maldoso, e começou a desaparatar direto, fazendo com que os comensais da morte se atacassem enquanto tentavam acertá-lo.
Por um longo tempo, fiquei ali assistindo de longe, com orgulho de meu pai. Mas de repente, Kingsley fez algo que, no momento, não pude acreditar: lançou uma maldição da morte.
- Avada Kedavra!
Ele apontava para um agente da TAM, o último que restava de pé. Um raio de luz verde saiu da ponta da varinha de Kingsley, e acertou o agente no peito, matando-o.
- PAI! FICOU MALUCO?! VOCÊ NÃO É UM COMENSAL DA MORTE! A GENTE NÃO MATA!
Então Kingsley se virou e apontou a varinha para mim. Se não fosse a Felix Felicis, não teria me jogado ao chão antes de ser atingido.
Charlie deixou seus irmãos para atacar Kingsley. Pulou nas costas dele e aplicou um mata-leão.
- Peter, fuja! – Gritou Charlie. – Tom lançou a maldição Imperio no Ministro! Ele o está controlando!
Dei um passo para trás, mas não fugi. Senti que fugir seria um erro. Eu sabia o que fazer, a poção que eu tomei me auxiliava.
Mas eu não queria fazer aquilo. Não podia. Sabia que, com o Ministro em seu poder, Tom venceria. Nada poderia detê-lo, nem mesmo a Ordem da Fênix, mas mesmo assim...
Não. Não havia outro jeito. Apontei meu graveto para o peito de meu pai, e lancei o único feitiço que lançaria na vida.
- Avada Kedavra.
Não pronunciei a maldição em tom forte, e sim calmamente. E quando terminei de pronunciar, senti uma dor muito forte no coração. Quantas vezes meu pai tinha me chamado de Pequeno Petty? Comecei a chorar, baixando meu braço lentamente. O Graveto Mágico se esfarelou em meus dedos.
- Ele... Desaparatou? – George perguntou. Ele estava falando de Tom.
Tom, aquele demônio! Lembrei-me do que ele disse no outro dia: “pretendo causar uma guerra entre trouxas e bruxos, recomeçando assim a Caça às Bruxas que ocorreu em tempos passados.”.
Então deve ter sido ele quem colocou os trouxas em Hogsmeade, no mesmo dia em que os comensais atacaram! Ah, mas ele ia pagar. E enquanto ele não pagasse, todos os outros envolvidos em seu plano pagariam.
Fui até o amontoado de corpos de agentes, e peguei uma metralhadora. Saí correndo, ignorando os três Weasley que me chamavam.
Abri caminho pelo pátio com facilidade. Nenhuma bala ou feitiço me acertava, graças à Sorte Liquida, mas EU acertava todos.
Matava comensais e agentes, não fazia diferença. Até que, quando cheguei no campo aberto entre o castelo e a floresta, as balas acabaram.
“Muito bem Peter. O que vai fazer agora?”
O Rei dos Dementadores falava.
- Justiça!
“Mas as balas acabaram. Acho que você não pode fazer mais nada. Você é um inútil.”
- Não! Eu vou fazer de tudo... Vou sugar a alma deles!
“Que bom que chegou a essa conclusão sozinho.”
E foi o que eu fiz. Não me sinto à vontade para relatar com detalhes como tudo aconteceu, muito menos o que eu estava sentindo no momento.
Então o efeito da Felix felicis cessou. O Rei dos Dementadores só estava esperando para isso acontecer, e rapidamente tomou posse de meu controle. Assim como minha mão direita, todo o meu braço direito se transformou. E a deformação se seguiu pelo meu obro, meu pescoço, meu outro braço e meu rosto. Lembro que meus olhos se cobriram de pele e desapareceram. Minha roupa havia se transformado em um manto negro.
E tudo desapareceu.

Acordei semanas depois, No Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos, com Harry Potter ao lado da minha cama.
- Bom dia, “dementaglota”
- Hunf, não enche, “Cabeça de Raio”.
- Mas eu vou sim. Tô aqui pra te encher de boas notícias.
- Boas notícias? Isso ainda existe? – Harry me ignorou.
- Vamos lá, em ordem cronológica... A perna de Rose foi curada, removeram aquela camada nojenta de sua pele... Menos de sua mão, disseram que ficou desse jeito já faz muito tempo. Por que não nos contou?
- Bem, pelo menos agora eu também tenho uma marca única, só minha. Igual a sua cicatriz. Mas, então, não há mais nenhum dementador dentro de mim, certo?
Harry coçou a cabeça e deu um sorrisinho daqueles que não indicam felicidade.
- Pois é, na verdade não conseguiram. Mas você não precisa se preocupar com isso, por enquanto. Você precisa se preocupar em levantar logo daí e aparatar comigo para o pronto socorro Hedgehog...
- Saúde.
- ...Onde Hagrid está prestes a se tornar pai.
- “CUMEQUIÉ”?
- Hagrid não nos disse que Olímpia estava grávida? Venha rápido!
E sim, Hagrid teve um bebê. O pequeno Grope. Fomos todos comemorar a ocasião no Mundo Mágico de Harry Potter, o parque de diversões em Orlando. Era novembro de 2012, foi naquele dia que Harry usou a varinha para tirar uma lembrança de minha cabeça e, com o mesmo feitiço que Kingsley usou em J. K. Rowling, implantar no primeiro garoto que passou por nós, um tal trouxa sem importância chamado Gabriel.
Enfim, havia chegado a hora de voltar para casa. O Sr. Weasley veio comigo e expulsou os dementadores sentinelas. Quando finalmente encontrei minha irmã (ela estava em um hotel com minha mãe), já tinha pensado muito no que meu pai disse outro dia, sobre eu contar toda a verdade à minha irmã.
- Peter! – Minha irmã saiu correndo e me abraçou. – Onde esteve esse tempo todo?
- Trabalhando. – Respondi, após ler os lábios de minha mãe por trás de Melissa. – E eu tenho algo para te dizer: você está certa. Eu sou muito besta. É claro que magia não existe.
Mas o que eu realmente gostaria de dizer é a mensagem que estou deixando aqui.
Eu estava descobrindo o Mundo Bruxo. E o Mundo Bruxo, como Dumbledore uma vez disse: “Claro que está na sua mente, mas por que isto singnificaria que não é real?”
CONTINUA?


Notas Finais


Será mesmo que me implantaram a lembrança de Peter? Agora estou com medo. É possível.
Enfim... Nenhuma palavra vai mostrar o quanto eu estou grato a quem acompanhou a história até aqui. Até alguma nova oportunidade, amantes e leitores de Harry Potter.


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