História Descongelando um coração (Gruvia) - As correntes são quebradas

Preciso me acalmar...

-Sua mão tá bem quente, Gray.

Ela lê pensamentos?

-Ei, você congelou minha mão! Isso não tem graça...

-Haha, foi mal!

Sou um palhaço! Bela piada mesmo... congelar a mão de uma garota. Mas é que normalmente... minhas mãos permanecem geladas.

Não sei onde ela mora... E já que ela quer sair, comer alguma coisa em casa não parece tão ruim. Afinal, ainda vou estar seguindo minha rotina.

-Seus pais trabalham?

-Meu pai é bem ocupado.

-E a sua mãe?

-Minha mãe, ela... morreu.

-Ah, morreu... Ahn? Desculpa, tocar nesse assunto... desculpa mesmo.

-Sem problema, não posso fugir desse fato.

Porque o culpado foi eu mesmo...

-Como assim?

-Essa é a minha casa. Pode sentar em qualquer lugar, vou fazer algo.

Hm... tem bolo na geladeira. Acho que vou fazer um chá? Isso já é o suficiente, não?

-enquanto isso no quarto do Gray-

-Oh, que quarto grande...

-Gray leva as coisas pra sala-

Hm? Cadê ela? Foi embora? Ah... fez eu perder meu tempo preparando tudo...

-Estou aqui, Gray!

Tô ficando louco, ouvindo a voz dela vindo do meu quarto... do m-meu QUARTO? AH...

“Pode sentar em qualquer lugar...”

Esperta... deve tá deitada na minha cama agora.

-abre a porta do quarto-

-Ei! Sai da minha... Ahn? E-eu trouxe bolo e chá, você gosta?

Merda... ela não tá na cama, apenas no chão perto da mesinha.

-Você quem fez? Adoro!

-30 minutos depois-

Caramba, ela não fala nada. Silêncio não é uma boa coisa pra quem quer conquistar uma pessoa, não é? E o bolo... ela comeu inteiro. Fome? Gula?

-Ei Gray, eu estava pensando... Eu sei que você disse que não tem problema...

Ei, ei... por que ela voltou nesse assunto?

-.... mas consegui sentir o que você estava sentindo. Eu sei que é estranho...

Não quero lembrar! Não quero lembrar, Juvia! Pare... por favor.

-... até porque você é tão forte, se fosse outra pessoa diria que você nem ao menos tem sentimentos, por aparentar ser tão despreocupado, mas eu...

Juvia, você não entende, então chega, por favor.

-... percebi que você não é assim. Parece mais que está desligado do mundo real, preso em um outro muito longe, então será esse o motivo?

“... não posso fugir desse fato.”

-sem perceber, Gray foi em direção de Juvia-

-Você... você NÃO SABE DE NADA! Pare de falar como se soubesse da minha vida, se soubesse ao menos... o quanto, o quanto eu me torturei por isso... o quanto eu me arrependi por não poder fazer nada! Passei toda a infância sozinho, então ela me encontrou e... e cuidou de mim como se fosse minha mãe! E então... e então aquela criatura apareceu... e Ur a derrotou, mas foi junto com ela... Nem mesmo um funeral honroso eu pude oferecer a ela! Depois meu pai voltou... quem eu imaginava estar morto, voltou! Ele voltou e quando eu contei pra ele... “- Vai ficar tudo bem, o papai sempre vai estar aqui com você.” Mas depois desse dia, passaram-se 10 anos e ele nunca mais voltou. Então Juvia... você... me fez lembrar de tudo isso... todo o meu passado... ENTÃO...

-Gray sente frio e ao mesmo tempo calor, nos braços de Juvia-

-Não foi sua culpa! A morte dela não foi sua culpa, Gray-sama! Tenho certeza que ela se arriscaria quantas vezes fossem necessárias por você! Seu pai pode ter abandonado você no momento que mais precisava, mas talvez ainda haja um motivo pra isso tudo e você ainda não descobriu! Desculpa fazê-lo lembrar de tudo isso, fiz você sofrer, não mereço ficar ao seu lado... Vou embora e...

Essa garota...

-Juvia... obrigado...

-as correntes do futuro incerto de Gray, são quebradas-

-Gray-sama...

-É só Gray, boba. O sofrimento não importa, você me salvou...Juvia.

-G...

-Então! Antes de mais nada, posso pedir que continue cuidando de mim? – declara Gray

Falei... Que vergonha, como eu falei isso? Mas ela me tranquiliza tanto... longe dela, sinto como se... várias correntes me aprisionassem num quarto escuro. E então as correntes desapareceram e tudo ficou claro quando a vi se esforçando tanto por alguém que nem conhecia...

-Mesmo perguntando aquilo...

“...então será esse o motivo?”

-... tão inocentemente... senti como se alguém realmente se importasse com um inútil como eu.

Ah... ela vai dizer algo como: Ahn? Continuar cuidando? Você não é nenhuma criança!

-Ahn?...

Sabia, é meu pensamento se materializando.

(Na verdade foi um: Hm? – com a expressão de quem está totalmente perdida)

-Não sabia...

É um: “não sabia que você era tão infantil Gray”, com certeza.

-... que você podia ser tão sentimental... Quero dizer, a ponto de falar tudo isso pra mim. Cuidar? Foi você quem cuidou de mim aquele dia, Gray-sa... Gray. O dia do banco e também com aqueles garotos... Cuidar de você é o que eu mais desejo! Porque eu...

Essa garota... casa logo comigo.

-Então espere muitos encontros comigo! Não admito traição.

~silêncio~

-Certo! – respondeu Juvia quase sem voz/quase desmaiando depois de um bom tempo com Gray a olhando.

-Depois disso, Juvia foi pra casa e Gray, agora, tem uma nova perspectiva-

-Cemitério, túmulo de Ur, feito por Gray-

Ur... eu agora vejo esperança. A partir de hoje, espero ter boas memórias com essa garota, com você me guiando daí de cima, não tenho dúvida de que um belo futuro me aguarda. Cuidarei bem dela, Ur. Pra quando nos encontrarmos, eu lhe apresentá-la e também poderei ver essa sua expressão de orgulho no rosto!

-Gray, finalmente, encontra seu caminho-

É... não posso ser inútil, ainda mais agora que tenho uma namorada.

-Namorados? Como será a vida desses dois agora?-

[Continua...]