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História Desculpa se te chamo de amor. - I wanna hold your hand.


Escrita por: willtraynor

Notas do Autor


Bem, eu espero de coração que gostem!
Eu adorei escrevê-lo.
Um beijo <3

Capítulo 15 - I wanna hold your hand.


Fanfic / Fanfiction Desculpa se te chamo de amor. - I wanna hold your hand.

Ele estava ansioso com o fechamento dos últimos detalhes e o andamento das obras. Mal podia acreditar que a empresa que administrava com o melhor amigo tinha conseguido um triunfo tão grande quanto construir a Vila Olímpica em um país gigantesco como o Brasil.
Todos os olhos do mundo estariam no país e se alguma coisa desse errado a culpa seria deles.
Mas Malik confiava no amigo. E Liam confiava nele. A equipe que estava à frente era capacitada e ele tinha certeza que aquele seria apenas a conclusão de que AEDAS, era a melhor empresa da Europa, e uma das melhores do mundo.
– O que achou Zayn? Podemos ampliar a área.
Ele bocejou. Estava acabado e tinha que tomar todas as decisões sozinho. Liam estava há uma hora aproveitando a vida boa e com certeza enfiado no primeiro quarto com Luna. Ele tinha sorte. Estava prestes há fazer trinta anos e por fim, encontrará o amor da sua vida.
Ele por outro lado, queria continuar vivendo em outro continente o mais distante de Amber possível.
Ela era o inferno em forma de gente.
– Nós devemos. Uns cinco metros está ótimo. Não quero ninguém reclamando. E isso evita aglomerações nas filas.
– Então por hora está concluído. – disse o chefe de obras apertando sua mão – O que vai fazer mais tarde? Temos um ótimo restaurante japonês.
Ele sorriu, mas antes que pudesse agradecer pelo convite, um engraçadinho se intrometeu na conversa.
– Provavelmente vai estar enroscado com a loirinha da Aniballe. – disse Rick, debochado.
Rick não era um idiota, mas todavia quando existia mais de um homem na sala, parecia que outros tinham a necessidade de tirar vantagem, ou fazer comentários bestas.
Naquele momento, Rick era um idiota.
Outros riram e Malik encarou os homens curvando o cenho.
Mas que diabo.
Ele sorriu sem mostrar os dentes e depois apertou o ombro do funcionário que não parecia ter amor a vida.
– Não entendi o que quis dizer. – respondeu ele sagaz.
Rick riu olhando para os demais. O chefe de obras era o único com o cenho curvado. Ele desconfiava que também fosse o único capaz de compreender que aquele comentário era muito infeliz.
– Ah Malik, a gente viu vocês no restaurante, cheios de intimidade. – o individuo deu uma risadinha tosca olhando para os colegas de trabalho, como se falasse “Vocês viram, eu tinha razão” – E então, conseguiu pegar?
Zayn apertou o ombro dele com mais força.
– Pelo amor de Deus Rick, Candy tem dezessete anos.
– Meninas dessa idade são bem safadas, se é que me entende. – comentou outro.
Ele engoliu em seco para não voar por cima daquela mesa e destruir a cara do idiota. Candy não era aquele tipo de menina que eles estavam se referindo.
– Vocês queiram me dar licença.
Ele pegou sua pasta, arrumando sua gravata, estava furioso. Será que pensaria a mesma coisa se não a conhecesse? Será que eles não pensavam que um dia poderiam ter filhas? Meu Deus que inferno. Peter e Jhon estavam naquela sala. Eles tinham filhos, não tinham? Lembrava de ter enviado um presente para a filha de Jhon. Sabia que ninguém gostaria que se referissem as suas filhas desse modo um dia. Ela não era aquele tipo de mulher. Não era.
Idiotas. Trabalhava com um bando de idiotas.
Liam tinha razão. Como poderia ficar com uma garota de dezessete anos sem causar um alvoroço. Tudo bem, ele sabia que ninguém tinha absolutamente nada a ver com a sua vida, ele era o chefe de todos eles, mas não podia expor ela.
Ela era uma estagiária. As pessoas eram rudes.
Malik se despediu de Henrique e saiu ignorando os rostos confusos dos seus funcionários.
Não brigaria por ela, por mais que algo dentro dele quisesse muito esmurrar todo mundo. Não seria certo. Porque sabia que se mandasse todo mundo para o olho da rua, – e ele queria muito isso – seria mais um motivo para Candy estar na boca deles.
Zayn balançou a cabeça. Não queria em hipótese alguma que ela fosse o motivo das rodinhas de conversa da empresa. Ele não deixaria isso acontecer.

Quando voltou para o hotel foi direto para seu quarto. A cabeça estava pesada e o corpo destruído. Ainda tinha aquela dor chata incomodando sua boca cortada pelo soco da briga da noite passada.
Queria um pouco de paz, precisava disso.
Tirou a roupa, tomou um banho gelado e depois deitou na cama. Aquele comentário de Rick estava o atormentando. Ele não vivia enroscado na loirinha.
Ah, minha nossa.
Loirinha era muito degradante. Candy nunca seria diminutivo, não para ele. 
Malik fechou os olhos pesados e deixou o corpo descansar, perdendo a noção do tempo.

Estava sonhando com uma batida de bateria de carnaval, ele conseguia ver as mulheres com aquelas roupas coloridas e brilho com penas, dançando como jamais havia visto.
Mas aquela batida começou a entrar dentro de sua mente profundamente e então ele abriu os olhos.
O céu estava escuro e as batidas que ele jurava ser de carnaval nada mais eram do que batidas frenéticas na sua porta.
Malik mal abriu os olhos e correu para abri-la. Mas assim que o fez, se arrependeu de não ter ao menos jogado uma água na cara.
Lá estava ela.
O motivo pelo qual quis mandar metade dos seus melhores funcionários para o olho da rua.
Candy Silverstone.
– Meu Deus, você estava dormindo? – indagou ela, o fitando de cima a baixo.
Droga, ele estava só de cueca. E ela com aquele vestido vermelho que havia usado na festa no outro dia, só dificultava as coisas para o lado dele.
Ela estava linda. E ele de cueca.
O mundo era um lugar muito cruel mesmo.
– Eu estava. – murmurou ele – Aconteceu alguma coisa?
– Você disse que ia me levar para jantar. – explicou ela – Podia ter me avisado que não queria mais.
– Não, eu... – ele pigarreou – Bem, nós vamos jantar.
– Mas você estava dormindo.
Zayn coçou a cabeça. Podia morrer agora, facilitaria sua vida.
– Me espere cinco minutos.
– Tem certeza?
Podia ouvir na voz que Candy havia ficado triste. Ele era um merda mesmo.
– Claro. Entre.
Ele deu licença para ela passar e se arrependeu até o fim. Silverstone estava com um perfume delicioso e por mais que não quisesse desrespeitá-la, a fitou de cima a baixo quando virou de costas e ficou imaginando todo tipo de imoralidades que podia fazer com ela ali.
– Você quer alguma coisa para beber? – indagou ele, enquanto ela sentava em uma poltrona em frente a sua cama.
Ela sorriu delicadamente.
– Não precisa. Só não demore muito.
Ela sorriu de lado. Nunca tinha a visto sorrir daquela maneira. Com os olhos mais escuros que o comum. 
Zayn pigarreou.
– Eu queria poder ler seus pensamentos agora. 
Ela riu.
– Não, você não queria.
Ele curvou o cenho. Tinha algo nela diferente. 
– Camisa branca ou preta? 
– Preta. Você fica bonito de preto. 
Malik sorriu de lado. 
– Você está muito estranha. Não vai me contar? 
Ela entortou os lábios sorrindo.
– Tudo bem, mas não pode rir, promete?
Ele cerrou os lábios, entrando no banheiro pra trocar de roupa. 
Independente do que fosse, ela sempre o faria sorrir.
– Prometo. 
Ele estava vestindo a calça jeans. Ainda não conseguia acreditar que tinha aberto a porta para ela só de cueca. Tudo bem que Candy já havia o visto em várias situações comprometedoras, mas ele sempre estava bêbado. Agora era diferente.
Estava em sã consciência. 
– Você promete mesmo? – indagou ela, de um jeito um tanto quanto sedutor.
Ele engasgou, literalmente. 
Candy estava encostada no batente dá porta do banheiro. Menos de um metro de distância. E aqueles olhos azuis pareciam percorrer por todo o corpo dele. 
– Candy, o que é…
– Eu quero um beijo Zayn. Eu preciso que você me beije.
– O que?
Por Deus.
– É sério Senhor Malik.
Droga, não me chama de Senhor, pensou ele.
– Você enlouqueceu? – ele terminou de vestir a calça, incrédulo.
– Não, é você que está me enlouquecendo. 
Ele a fitou. Aquilo era um apavorante. Era Silverstone que o estava deixando louco. 
Ele a queria todos os dias. Aquilo era uma tortura. E ela não estava facilitando em nada. 
– Tudo bem. – disse ela – É melhor nós não jantarmos juntos. Eu não vou me segurar mais, você só se importa com que os outros vão pensar e…
Ela falava demais, por Deus. 
Zayn a puxou pela cintura, tinha que fazer logo antes que começasse a pensar demais e perdesse a coragem.
– Você sabe..
– Que se você fizer isso, não vai mais parar? Eu sei. E eu não quero que pare.
Ele sorriu e ela o beijou no canto dos lábios. 
– Eu não quero o que você pare. 
Malik apertou seu corpo, sentindo suas curvas e a beijou. Um beijo um tanto quanto violento, com vontade e sentimento. 
Ele a queria muito. 
Merda, ele queria aquilo demais. 
Candy arranhou sua nuca e deslizou suas mãos macias pelo seu tronco. 
Sentir ela era muito bom. Seus lábios eram doces e seu gosto lembrava seu wisky preferido. 
Ela o puxou pelo cós dá calça, e riu entre o beijo, enquanto dava passos para trás, até chegar a cama.
Minha nossa, ele não podia acreditar. 
– Candy, eu não sei..
E então, sem que ele percebesse o que tinha feito de errado, sentiu o rosto arder em um tapa. 
E concluiu que sua vida era mesmo um desastre. 
Tinha acordado no chão.

DSTCDA – C.

Seu estômago estava revirando do avesso. Tinha passado a tarde fazendo coisas de mulheres com Luna. Até depilação brasileira elas haviam se sujeitado. 
E nossa, a dor era insuportável. Ela não entendia como elas conseguiam passar por aquilo, até ver o resultado e Santas eram as Brasileiras. 
Ela ficou se admirando por um bom tempo. 
Depois que Luna saiu em viagem com seu amado, Candy ficou extasiada com a ideia do jantar. 
Tinha comprado um vestido em uma loja perto do hotel. Era lindíssimo, branco, longo com algumas estampas de flores na barra. 
Não sabia exatamente em que tipo de restaurante ia, mas não era nada vulgar e nem tão simples. 
Era ideal. 
Para o que ela ainda não sabia, porque por mais que seu coração não quisesse a mente gritava que aquilo era um encontro.
O primeiro encontro com o homem que tinha se apaixonado à primeira vista.
Depois que fez as unhas no salão do hotel e uma escova, ela subiu com algumas sacolinhas cheias de bobagens para comer e passar sua ansiedade. Queria ligar para a mãe no facetime, mas era certo que ela enlouqueceria a deixando mais nervosa ainda. 
Quando o elevador se abriu para ela sair, o encontrou com os olhos inchados. 
– O que faz aqui? – indagou ela surpresa.
Ele sorriu e depois coçou a cabeça.
– Eu vim… Ahm.. 
Ela sabia. Ele nem conseguia fingir. 
– Veio cancelar o jantar? 
Malik a encarou surpreso. Candy saiu do elevador tentando fingir que estava tudo bem.
– Não, não. – disse ele rapidamente – Vim justamente perguntar se ainda está de pé.
Ela sorriu. 
Ah seu coração não ia aguentar. 
– Claro, claro que está. Ou você tem outros planos?
– Não, não. 
– Você desceu até aqui para me perguntar isso? – indagou ela, curiosa.
– Sim.
– Podia ter me mandado uma mensagem. 
Ele curvou o cenho. 
– Eu não tenho seu número, tenho?
Ela tentou não sorrir tanto. Ele não tinha o número dela e Candy tinha passado noites em claro imaginando se um dia teria uma conversa ou um flerte com ele como qualquer outra pessoa normal parecia ter. Mas era óbvio que eles não eram normais e o que eles tinham também não.
– Não, você não tem. – antes que ele dissesse alguma coisa ela continuou – Anota o meu aí.
Malik tirou o blackberry do bolso e sorriu anotando seu número. Se algum dia chegasse a receber mensagem dele, ela com certeza desmaiaria, mas pelo menos teria seu momento de triunfo.
– Te vejo mais tarde então? – indagou ele, entrando no elevador.
– Daqui há duas horas; Não demore muito.
Ele curvou o cenho e depois sorriu balançando a cabeça.
– Não vou.
As portas se fecharam e ela tentou caminhar de volta para o quarto como uma mulher normal, mas a garota apaixonada que existia dentro dela venceu. Silverstone voltou sapateando e cantarolando Ed Sheeran.

Ela estava há duas horas e cinco minutos esperando por ele. Não sabia se devia descer para o hall e encontrá-lo lá, então decidiu que seria mais adequado ele ir buscá-la no seu quarto.
Estava tão ansiosa. Já tinha passado maquiagem duas vezes e não gostará de nenhuma, optou apenas por um hímel, e um pouco de brilho – não aqueles gosmentos – nos lábios, algo apenas para deixá-la apresentável.
E perfume, minha nossa, o quarto estava infestado pelo seu perfume. Sua sorte era que aquela hora Luna sequer lembrava da sua existência. Provavelmente ela e Liam estavam mesmo tendo uma lua de mel antes da hora. Bem, se estivesse com Zayn não faria menos.
Mas ela não estava, precisava se lembrar disso.
Não queria colocar muita expectativa em cima do homem. Ele sequer imaginava o que se passava na cabeça dela e qual eram os planos mirabolantes que já tinha criado para os dois.  Tinha até um pouco de pena dele, porque ela já sabia até onde compraria seu vestido de casamento. Seria na lojinha no final da Rua Suffolk, onde eles concertavam vestidos antigos por um preço que ela poderia pagar.
Ela sorriu sozinha tentando controlar os nervos. 
Seu celular vibrou fazendo seu coração parar.
Era um número desconhecido. Só podia ser ele.
Candy abriu a mensagem. Era uma foto da porta do seu quarto com a legenda em baixo:

“Vai me deixar esperando até quando?”

Ela guardou o celular na bolsa pequena que tinha furtado de Luna para aquela noite e antes de abrir a porta com as mãos trêmulas, se escorou nela, fazendo uma pequena reza.
Não queria se apaixonar ainda mais por ele se não fosse para dar certo. Ela não tinha estruturas para se iludir novamente. Ele era perfeito demais para ser tudo mentira.
Ele na verdade, era tudo o que ela precisava e queria.
E por favor, por favor, pediu ela em pensamentos. Que ela fosse tudo para ele também.
Candy engoliu em seco, abrindo a porta em seguida.
Meu Deus.
Ele estava absurdamente lindo. Com uma calça jeans preta e uma camisa da mesma cor. Nossa, ela amava quando ele se vestia inteiro de preto.
– Faz tempo que está aqui? – indagou ela, curiosa.
Zayn negou com a cabeça.
– Só te mandei mensagem para chateá-la. Acabei de chegar.
Ela sorriu.
– Já sabe qual restaurante vamos?
Ele assentiu. E então pegou em sua cintura delicadamente. Ela segurou a pequena bolsa entre os dedos com força. Seu coração estava chicoteando o peito com força e suas mãos soavam.
– Vai ser uma surpresa. – comentou ele achando graça – Espero realmente que não se decepcione.
Ela queria dizer que se ele a levasse para baixo da ponte ela estaria feliz de qualquer maneira, mas apenas sorriu de lado entrando no elevador, olhando no espelho para ver se estava tudo bem com o cabelo e o vestido.
– Você está linda. – comentou ele de repente.
Suas bochechas coraram na hora. Ela adorava receber elogios, ainda mais elogios de Zayn Malik, mas toda vez que ele falava algo do tipo, ela desfalecia por dentro.
Seu corpo inteiro entrava em combustão.
– Aonde vamos? Estou curiosa.
Ele sorriu dando de ombros.
– Acabei de dizer que é surpresa.
Candy se encostou na parede do elevador, cruzando os braços. Estava com frio na barriga. Não sabia o que a noite lhe aguardava, mas deseja dar mais um passo.
Nada de regressar. Só um passo.
– Desculpe. – murmurou ela.
– Não precisa pedir desculpas. Só quero manter segredo, porque até eu estou ansioso com esse lugar.
Ela o encarou e ele sorriu. Que ótimo, pensou Candy, ele confessando estar ansioso e sorrindo daquele jeito era o ápice da sua vida.
– Vamos jantar na Vila Olímpica? – perguntou ela, de repente.
Ele riu dando um passo para trás, para ela sair antes do elevador.
– Não, lá nós teríamos que jantar com capacetes, botas e macacões. Ainda falta muita coisa para se tornar um lugar seguro.
Ela riu, caminhando ao lado dele.
– Posso visitar a obra um dia?
Ele a olhou surpreso.
– Você quer visitar a obra?
– Sim, o que tem de mais?
Ele pareceu confuso e depois balançou a cabeça como se tirasse um pensamento dela.
– Nada. Seria interessante te levar lá.
– Por quê?
– Nós não temos muitas mulheres, digamos assim.
Ela assentiu, sem saber se acreditava nele ou não.
Eles chegaram em frente ao hotel. Tinha um carro preto de luxo, não tão caro quanto deveria ser os que Malik tinha na garagem, mas ainda sim, ela jamais teria um daqueles.
Zayn abriu a porta do passageiro para ela e depois de conversar em português com o motorista, entrou sentando do seu lado.
 – Você conhece a cidade? – perguntou ele, de repente.
– Só por fotos e um pouco do que vi com Luna hoje à tarde.
Ele assentiu.
– Conhece as favelas?
Candy negou com a cabeça.
– Dizem que a melhor vista dessa cidade fica no topo de uma delas.
– Chega ser irônico os menos favorecidos terem a melhor vista daqui então. Ou melhor, é até justo.
Ele riu e comentou alguma coisa com o motorista que riu junto.
– O que você disse? – murmurou ela.
– Contei ao Senhor Miguel, o que você me falou e ele concordou com você. – ela assentiu e ele continuou – O Senhor Miguel, mora em uma dessas favelas pacíficas e disse que a vista da casa dele é uma obra abençoada por Deus.
– Que fofo.
Zayn sorriu.
– Nós podíamos ir lá, amanhã. – comentou ela.
Ele mordeu o lábio inferior sorrindo.
– Sim, depois de ir ao Pão de açúcar, talvez possamos dar uma passada lá.
– Se ele deixar é claro.
– Ele é um bom homem. Está me levando para todos os lados.
Malik deu um tapinha no braço do Senhor falando algo na língua dele em seguida e depois se encostou no banco respirando fundo.
Candy cruzou as pernas, sentindo o corpo tenso. Ela queria relaxar e dizer para si mesma que estava tudo bem, mas não tinha como as coisas ficarem tranqüilas ao lado daquele homem.
Pelo amor de Cristo, era Zayn Malik.
Ele era lindo por natureza, tirava o fôlego de todas as mulheres da AEDAS, e além do mais, era um príncipe que ela sempre sonhara em ter na sua vida.
E agora, depois de tudo o que tinha passado e toda a história sobre ela ser uma pirralha para ele, – toda vez que lembrava disso o desejo de enfiá-lo dentro da privada e dar descarga era absurdamente grande – e o fora histórico que tinha levado, ele ainda estava ali.
E isso há deixava sem palavras.
O homem era dono de sete empresas e uma delas era considerada a melhor da Europa, tinha seus trinta e poucos anos, havia acabado de sair de um relacionamento, podia aproveitar a vida como bem quisesse, pois dinheiro não lhe faltava, era tão lindo que qualquer homem do seu lado não teria chance alguma e além de tudo era alguém de coração enorme. Ele tinha tudo, absolutamente tudo.
E estava dentro de um carro a caminho de um jantar com ela.
Uma garota que não tinha absolutamente nada no seu nome, sequer seus documentos. Não tinha uma poupança cheia de números e nem fazia ideia de como um dia conseguiria isso, porque além de estar apaixonada pelo homem que todas as mulheres queriam, ela não sabia o que queria fazer da vida. Porque enquanto os outros alunos pensavam em qual caminho seguir na carreira, ela só pensava em qual caminho seria mais fácil para conseguir o coração dele.
Pelo jeito, pensou, estava percorrendo o mais difícil.

                      DSTCDA – Z.

A primeira coisa que Zayn fez assim que acordou foi olhar o relógio. Tinha dormido por malditos cinco minutos e sonhado com a garota.
Aquilo só estava indo de mal a pior. Porque quando percebeu que não queria estar sonhando quis voltar até a reunião e bater naquela cara azeda de Rick até ele ficar do avesso.
Odiava brigas, mas ultimamente parecia querer se meter em uma a cada dia.
Só podia ser o ar do país. O calor o estava deixando louco. Era isso.
Malik vestiu alguma roupa, estava decidido. Ia cancelar aquele jantar, não podia ficar pensando, sonhando – e nossa, depois que acordou teve que se segurar para não voltar a ser um adolescente de volta, chegava até ser embaraçoso pensar que ela tinha esse poder sobre ele, uma garota – com Candy depois daqueles comentários idiotas.  Mas então lá estava ela, com aquele brilho no olhar e sorriso meigo nos lábios. Ele não seria capaz de tirar aquilo dela. E não tirou.
E quando o fez, sentiu que estava certo. Era estúpido da sua parte negar o óbvio.
E lá estava ela outra vez.
Tão linda de vestido branco longo, parecia um anjo.
Zayn suspirou fundo. Teria que ser forte para não levá-la de volta para o hotel e contar tudo que estava passando na sua cabeça desde que havia botado os olhos nelas.
– Está na hora! – disse o Senhor Miguel.
– Você precisa colocar isso. – comentou ele, dando uma meia para ela.
Candy o encarou por um segundo e depois riu.
– É para os olhos. – explicou ele.
– Sério?
– Sim.
– Sério mesmo? – indagou ela, rindo.
– Deixa que eu coloco pra você.
Candy semicerrou os olhos, desconfiada, mas virou de costas para ele, erguendo o cabelo.
Zayn engoliu em seco, sentindo seu perfume.
A ideia da venda havia sido de Miguel. A verdade era que quase todo o jantar havia sido feito com a ajuda dele. A venda era apenas para não deixá-la ver onde estavam indo. Não era para ser romântico ou algo do tipo. Queria dizer isso há ela, mas seria deselegante e grosseiro e provavelmente levaria um soco na cara.
Eles continuaram no carro em silêncio por mais uns quinze minutos. Mas não era um silêncio constrangedor ou estranho. Era um silêncio bom.
Ele queria ter o poder de saber o que estava passando na cabeça dela, mas seria inútil, antes tinha que entender o que é que passava na cabeça dele.
– Chegamos. – disse ele, avisando ela – Mas não tira a venda. Vou te levar até lá.
– Estou com medo.
– Por quê?
– Não consigo imaginar o que possa ser. – explicou ela.
Ele sorriu aliviado.
– Não se preocupe, acho que vai gostar daqui.
Ela assentiu e ele saiu do carro dando a volta para ajudá-la a descer também. Candy estava maravilhosa com aquele vestido e o sorriso nervoso e bobo ao mesmo tempo.
Tudo bem que estava com uma meia dele amarrada na cabeça, mas ainda sim, ela continuava linda.
Ele não a merecia. Não mesmo.
Jamais deixaria que alguém a desrespeitasse, mas faria daquela noite algo que ela jamais esqueceria.
Zayn a segurou pela cintura e pegou uma mão dela, ajudando a caminhar. A recepcionista do restaurante os recebeu com um sorriso bonito nos lábios e os direcionou para a mesa que o Senhor Miguel havia reservado para eles.
Era do lado de fora, então os dois tiveram que passar por entre os outros clientes. Pelo canto dos olhos ele viu todos os fitando curiosos.
Quando chegou com ela na parte de fora do restaurante soltou uma exclamação. Era muito mais bonito do que o seu guia havia falado. Era simplesmente surreal. E olhando para a garota do seu lado, não via porque não compartilhar com ela aquela maravilha. Não tinha outra pessoa – exceto pela sua família – que quisesse dividir o momento.
E por mais difícil que fosse admitir, isso já não o assustava tanto.
– Vou tirar sua venda.
– Sua meia. – corrigiu ela.
– Está limpa pelo menos.
– Bem, não desmaiei até agora.
Ele riu, desatando o nó.
Assim que tirou a meia dos olhos dela, Candy sorriu e quando seus olhos abriram, ela soltou uma exclamação como ele.
– Uau!
O lugar era incrível. Eles estavam no topo do morro da favela, vendo Rio de Janeiro inteiro. Todas as luzes da cidade eram inexplicáveis vista de cima.
– O que achou?
Ela apertou seu braço com força, parecia extasiada.
– Onde estamos?
Candy percorreu os olhos pelo lugar. Ele também ficará encantado, era uma espécie de pub brasileiro. Era simples, mas muito aconchegante. Tinha uma luz baixa, com velas espalhadas pelas mesas e focos pendurados nas imensas janelas de vidros que os separam da parte de dentro do restaurante.
– Estamos no morro do Vidigal. O Senhor Miguel me contou sobre aqui e fiquei curioso para ver. Se chama Bar da Laje.
– Estamos na favela? – indagou ela, surpresa.
– Estamos.
 – É realmente maravilhoso aqui. Essa vista é de tirar o ar. – Candy caminhou até a grade abrindo os braços – Me sinto um pouco em casa.
Ele assentiu feliz por ela ter gostado. Jamais poderia ter levado Amber até lá. Ela com certeza desprezaria a ideia.
Malik puxou a cadeira para ela se sentar.
– Jamais imaginaria isso.
– Fico feliz. Gosto de superar expectativas.
– Com certeza você superou.
Ele fez sinal com a mão. Impressionar a garota, concluído com sucesso.
– Posso ajudá-los? – indagou a garçonete.
Candy o encarou.
– Ela está perguntando o que você quer comer, basicamente.
– Ah sim. Nossa estou com fome. Será que eles servem algum cheese burger?
 – Você quer comer isso?
 – Algum problema?
– Não. É que imaginei em pedir alguns frutos do mar.
Ela assentiu.
– Pode pedir pra você. Eu quero um belo de um cheese burguer e coca-cola.
Ele riu.
Tinha pensado em pedir alguns frutos, um bom champanhe e talvez uma sobremesa depois. Bem, ela não devia beber. O champanhe seria apenas para ele. Para ver se acalma os nervos perto dela.
– Então tá. – disse ele – Dois cheese burguer com tudo que tem direito e uma coca-cola para ela e um vinho rose para mim.
A garçonete sorriu com o pedido. Ela era bonita, pelo menos tinha um sorriso convidativo.
Quando voltou a olhar para Silverstone ela o encarava sorrindo.
– O que foi? – ele levantou as sobrancelhas com dúvida.
Ela sorriu balançando a cabeça.
– Eu estou realmente surpresa. Não esperava nada disso. – Candy esticou a mão para cumprimentá-lo, quando ele a tocou, seus dedos formigaram – Você é um verdadeiro cavalheiro, Senhor Malik.
– Obrigada Lady Silverstone.
Ela aumentou o sorriso, soltando uma risadinha no fim.
Ele se encostou na cadeira – não era das mais confortáveis na opinião dele, mas tudo bem – e cruzou os braços a observando detalhadamente.
O tom dos seus olhos estava mais claro, lembravam a cor do algodão doce que ele comia nos finais de semana. A boca dela tinha uma leve cor avermelhada com um pouco de brilho e sua pele parecia reluzir embaixo daquela luz fraca.
– Você tem uma cicatriz no canto da boca? – indagou ele surpreso.
Candy piscou algumas vezes e delicadamente tocou o canto dos lábios. Era quase imperceptível.
– Cai da escada uma vez. – respondeu ela um pouco desconcertada.
Ele ficou em dúvida, mas sorriu mudando de assunto.
– Eu sempre me machucava quando era criança. Quebrei meu braço duas vezes e acho que meu pai não quebrou pela terceira vez porque seria preso.
– Seu pai quis quebrar seu braço? – perguntou ela assustada.
Ele riu lembrando do ocorrido.
– Eu era um menino sozinho, meus pais viviam fora de casa e uma vez quis fazer uma surpresa pro meu pai, peguei todos os documentos dele e pintei inúmeros corações.
– Ai meu Deus.
– Pois é. Ele surtou.
– Uma vez eu coloquei fogo na cozinha da casa da minha avó.
– É mesmo? – ela assentiu – Cara, você é hilária. Eu joguei coco de cavalo no namorado idiota da minha tia no dia do aniversário dela.
– Você fez o que? Não acredito.
– Acredite. Ah, que saudade do Pantera. – disse ele, lembrando do seu melhor amigo na infância. – Se ele não tivesse colaborado, o plano teria ido pelos ares.
Ela gargalhou.
– Quem é Pantera?
– Meu cavalo. Era um Puro Sangue Inglês. Ganhei quando tinha oito anos. – Zayn tirou o celular do bolso, mostrando a foto que ficava de proteção de tela do seu blackberry. Era ele aos quinze anos com Pantera lambendo seu rosto – Ele não era o cavalo dos mais amigáveis, mas nós dois tínhamos uma ligação muito forte.
Candy observou a foto dele por alguns segundos boquiaberta.
– Você era muito fofo. – comentou ela – Quantos anos tinha?
– Uns quinze mais ou menos.
Ela sorriu.
– Eu tinha dois anos quando tirou essa foto.
Nossa.
Aquilo não deveria pesar tanto, mas era quase impossível ignorar.
– Ora, pelo amor de Deus, não faça essa cara. – ela revirou os olhos – Me conte, o que houve com ele? Jamais imaginei que tivesse paixão por cavalos. Achei que seu mundo fosse apenas à música clássica, os carros e seus projetos.
– Pantera ficou velho, doente. Tivemos que sacrificá-lo há cinco anos atrás.
Sua voz mudou. Ele não queria ficar emotivo, mas seu cavalo era como um cachorro para algumas pessoas. Pantera era seu melhor amigo, e fora assim durante anos.
– Sinto muito.
– Tudo bem. Eu ficava muito tempo sozinho e quando completei oito anos minha família comprou uma casa mais afastada e acharam que seria legal eu ter um animal. Eu não queria ficar em casa com um cachorro. Nossa casa era muito grande, muito grande mesmo e era entediante ficar lá, então eu pedi um cavalo. E veio ele.
– Quando se mudou você fez o que? Pode trazer um bicho como ele de Dubai para Londres?
– Não sei. Eu trouxe. – ela sorriu – Comprei uma fazenda e o deixei lá. Agora tem outros cavalos e uma infinidade de bichos, mas se fui lá seis vezes foi muito.
– Você tem mais cavalos?
– As escolas gostam de fazer visitação no campo, deixo aberta para elas.
– Eu jamais imaginaria que você fosse assim. Bem, eu tinha uma ideia, mas você consegue superar tudo.
Ele curvou o cenho sem entender o que ela queria dizer.
– Como assim?
Silverstone umedeceu os lábios e aquilo o fez engolir em seco.
– Você sempre foi muito gentil comigo. Mesmo aquela vez que me chamou de pirralha eu acho que entendi o que quis dizer, ainda mais quando contratou Brooklin.
– Eu...
– Não me interrompa. – ele ergueu as mãos em defesa, ela continuou – Foi gentil com Amber mesmo ela fazendo tudo pra você perder o juízo, e não pensou duas vezes antes de ajudar Liam na briga. Além do mais, eu sei que ajuda várias ONG’S ao redor do mundo. Isso é muito bonito Zayn, eu jamais conheci alguém como você. Fico feliz em ter sua companhia.
– Eu também fico feliz de estar aqui.
Ele pegou a mão dela que estava sobre a mesa e acariciou a levando até os lábios e depois a beijou com carinho.
Ele estava realmente feliz com a presença dela.
E há anos não se sentia assim.
Era ela. A presença dela.
Agora tudo parecia fazer sentindo.
 


Notas Finais


Gostaram? Amaram? Odiaram? Hahahaha
Espero que uma das duas primeiras, rs.
Então gente, pra quem não conhece o Morro do Vidigal é um lugar lindo, e eu to querendo que alguém do RJ me acolha em casa pra eu passar uns dias e me leve lá, obrigada. HAAHAHA
Vocês vão querer ir também, depois dessa foto: http://bardalaje.rio/wp-content/uploads/2015/11/foto3.jpg

Mais uma coisa, se alguém quiser entrar no nosso grupo onde falamos de tudo, TUDO mesmo, mas principalmente do nosso casal mais amado do BR, o link é esse: https://chat.whatsapp.com/8ySUHnwszR3KcbFMJe9FX6

Você também me encontra no twitter @karitavalle

PS: Não me matem por causa do sonho dele. Um beijo no core de vocês.

<33


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