História Desejo - Todo amor tem um fundo de obsessão - Capitulo - Dois

Dois anos depois (...)

- Olá Alexandra! Obrigada por vir tão depressa, sei que é muito ocupada. A morena estava em pé na sola da porta, seus olhos verdes fitavam Maddie, que imediatamente correu para abraça-la e foi recebida com um largo sorriso.

- Eu não poderia deixar de trazer minhas lástimas a sua família! Seu marido era meu sócio, e isso é algo que eu valorizo muito, um amigo, honesto! Meu irmão George e eu lamentos sua atual situação, e nos colocamos á disposição para ajudar com o que for preciso! A mulher colocou Maddie no chão e a loirinha voltou a correr pelo comôdo, afastando-se das duas.

- Ah, Alexandra! Como é bom ouvir isso! Alexandra foi educada fora do país, seu pai era um bancário e a única que se sentava ao lado dos homens, fumava, bebia e não escondia seu interesse por mulheres. Ou se quer pelos negócios, como Clarke. - Preciso que alguém venda as ideias que ainda temos no estoque, e ninguém melhor que você, para fazer isto!

Ela sorriu a morena já sabia o que iria querer em troca.

Dias atuais ...

- Desça, estamos esperando! Ela anunciava plantada a porta, esmurrando-a. - Já estou perdendo a paciência, abra esta porta! Começou a gritar, mas a jovem estava determinada, a não descer. Não queria se casar, mas a madrasta insista nisso e agora queria desgraçá-la de vez! Uma mulher?! Oh céus, onde a madrasta estava com a cabeça?!

- Me recuso a sair daqui! Enquanto ela estiver ai fora! Respondeu a jovem. A madrasta praguejou algo, em seguida ouviu outra voz, mais rústica, engrossada pelo efeito do cigarro, e silêncio. Ela não ia lutar para sempre, pois não teríam dinheiro ou se quer a paciência da morena para sempre. - Abby? Chamou em vão. Tentou encostar o ouvido na madeira e ouvir algo, nada também! Era aparentemente seguro sair, assim que rodou a chave, a porta foi empurrada contra seu peito e ela entrou. Trajava um vestido roxo e seus cabelos castanhos, estavam soltos e lhe caiam pelos ombros, seus olhos verdes estavam queimando sobre a loira. Seus braços foram rápidos ao prendê-la contra a parede. Dela vinha um cheiro caracteristico, o cheiro de menta e cigarro, e este fez a jovem espirrar.

- Não costumo invadir o quarto de uma dama! Mas vendo que você não se comporta como uma, também me desobriguei de tais hábitos. - Sei que é inteligente o suficiente, para parar com isso agora, antes que eu desista. São dois anos tentando de todas as formas te dobrar, mas confesso que você está quase me vencendo pelo cansaço!

- Ótimo! Interrompeu Clarke a Alexandra, que em resposta a puxou novamente contra seu corpo e agora a olhou de perto, como se visse sua alma. Como antes havia impaciência e uma pitada de ira em suas iris azuis.

- Nunca mais, me dirija a palavra de forma arrogante. Ou se quer, ouse me interromper! Está agindo como uma criança mimada e eu não vou tolerar isso! Afastou-se após dizer tudo o que queria e deixar Clarke em choque, ela continuou. - Me acompanhe até a missa, srta. Griffin?

Enquanto ela sorria, a jovem observava sem entender o motivo. Resolveu que era por fim melhor ignorá-la. A ameaça dela por outro lado, pareceu bastante válida. Nos primeiros dias, Abby trancou seu laborátorio, depois as janelas de seu quarto e da biblioteca, onde passava a maior parte do tempo. Depois passou a limitar suas saídas, e no último dia havia vendido seu cavalo. Sem dizer absolutamente nada que pudesse entregar sua rendição, ela cedeu silenciosamente. Pois sua única escolha, foi pegar o braço que ela oferecia e ir a igreja. Ao sair finalmente do quarto, de braços dados com sua ruína, pode ver sua madrasta sorrindo vitoriosa.

- Finalmente! Anunciou. - Está pálida, vão achar que está doente!

- Ela está ótima, será a mais linda da igreja, talvez só precise sair mais! Rebateu Alexandra.

Clarke, podia resignar-se a não verbalizar seus pensamentos. Mas não podia evitar, de tê-los. Estava recebendo um elogio? Urgh! Eu a odiava e meu estômago revirava ao ver as formas que ela olhava minha silhueta feminina.

- Não vai agradecer Clarke? Questionou Abby. A mesma arregalou os olhos, indignada com a indagação da madrasta.

E questionava a si mesma, se além de tudo ainda teria que ser gentil.

- Obrigada, senhorita Woods! Anunciou a contra gosto.

- Ainda é tão jovem, para usar vestidos tão recatados e largos! -Tem vergonha de seu corpo?

Sentiu nesse momento que suas bochechas ficavam ruborizadas. Sabia que a morena iria fazer comentários do tipo, ao pedir que fossem em um carro preto a sós com ela.

- Acho que esta conversa é no minimo imprópria! Resolveu alertá-la. 
Mas sabia que de pouco ou nada, valeriam seus esforços em impedir tais conversas
E novamente, seus pensamentos, foram mais rápidos que ela.

O que foi aquilo? Por Deus, que tipo de resposta era aquela, eu podia ter feito muito melhor! Mas ameaçava dela ainda estava sobrevoando a mente da jovem.

- Enquanto você morar aqui, te permito e até gosto que se vista assim! Mas quando for morar comigo, vou lhe comprar roupas novas!

Ainda que no ano de 1920, o ideal erótico fosse a androgenia. Alexandra fugia totalmente a esse padrão, quando se tratava de Clarke. Mas a mesma o utilizava com sucesso ao esconder os cabelos em penteados e chapéus femininos. Assim como quando o fumo se popularizou, a mesma não resistiu e ficou adepta a ele, assim como também as calças femininas.

- Como quiser! Fingiu. Mas na verdade ela simplesmente não usuaria nada que não fosse algo que a cobrisse inteira.

- Você tem lindos olhos! Adoro o azul deles. E suas mãos me parecem tão macias! E aquele sorriso malicioso estava em seus lábios novamente. - Está tremendo! Anunciou tentando em vão alcançar as mãos da jovem, mas esta se desviou rapidamente do toque furtivo.