1. Spirit Fanfics >
  2. Desejo >
  3. "No fim, termino o dia assim como o comecei: pensando nela."

História Desejo - "No fim, termino o dia assim como o comecei: pensando nela."


Escrita por: Aphrodite76

Notas do Autor


Olá! :)
Faz alguns anos que conheci o mundo Kpop e uma das primeiras bandas que tive contato foi o Big Bang. Logo que vi o MV de Fantastic Baby me perguntei: "wtf is that guy with a crazy and long hair??" Descobri que ele se chamava G-Dragon e logo me apaixonei pelo seu jeito esquisito de ser. Logo depois conheci os outros meninos também e elegi meu segundo favorito: TOP!
Gosto muito de escrever sobre eles, mas nunca havia publicado em lugar algum.
Enfim, espero que gostem dessa história meio maluca!
P.S: Sorry, mas eles são heterossexuais nessa história, embora eu curta uma pegação entre homens hehe.
~ Aphrodite.

Capítulo 1 - "No fim, termino o dia assim como o comecei: pensando nela."


Fanfic / Fanfiction Desejo - "No fim, termino o dia assim como o comecei: pensando nela."

Sábado, 7 de fevereiro de 2015.                                              

 13h54min

Em uma mansão em Hong Kong, China.

Kwon Ji-yong, um jovem milionário em sua ressaca rotineira.

Eu sentia fortes raios solares baterem em meu rosto obrigando-me a levantar, mas eu não conseguia. Remexi-me preguiçosamente na superfície dura onde estava deitado e tentei me lembrar de onde estava e o que acontecera, mas a última coisa da qual me lembro era de estar dentro de um avião, tomando uma taça de champanhe e assistindo a um filme. Olhando para os lados, percebi que estava em uma sala de estar e que era de manhã. Havia algumas pessoas no chão e alguém dormia em um sofá atrás de mim. Apoiei as duas mãos no sofá e me levantei. Eu estava em um estado deplorável: fedia a bebida, energético e cigarro. Cacete, onde estão meus sapatos? Movimentei a cabeça de um lado para o outro, mas era inútil tentar procurar. Sentindo tonturas, caminhei para um corredor largo à minha frente apoiando-me nas paredes. Após caminhar mais um pouco, escutei vozes vindas de um quarto com a porta entreaberta. Abri lentamente e encontrei um homem e duas mulheres abraçados na cama, todos seminus. O homem era um velho conhecido, Lee Joon-Kyung, e as duas mulheres eram estranhas.

    _Ah, Ji-Yong! Ainda está aqui. Quer juntar-se à nossa festinha particular?

    As duas garotas soltaram risinhos me encararam. Vadias. Senti uma ânsia de vômito, mas consegui controlar.

    _Onde... Onde estou?

    Joon-Kyung soltou uma gargalhada.

    _O cara está mesmo chapado! Não percebe? Você está na minha fortaleza, no meu harém, no meu Monte Olimpo, no meu caste...

     _ Ah sua casa. Espera, mas você mora em Hong Kong... Caralho...

    Novamente ele riu estrondosamente.

    _Você veio para o meu aniversário, Ji-Yong e caramba... Foi uma das melhores festas que eu já dei. A sua presença foi uma das melhores também, você até mesmo...

    _ Não quero nem saber. Como vou embora? Não sei nem onde meus sapatos estão...

    _ Você não se lembra de nada mesmo! Teddy está te esperando no Ritz-Carlton. Pegue um táxi. A propósito, já que você está em pé poderia pegar um pouco de vinho e alguns pedaços de queijo...

    _Vai se foder.

    Joon-Hyung riu alto mais uma vez e suas garotas o acompanharam.

    _Eu também te amo, Ji-Yong!

    Enquanto caminhava até à saída da enorme casa, pude sentir o cheiro salgado do mar. O mar. Eu o odeio. Desperdicei uma montanha de dinheiro ao comprar uma casa praiana três anos atrás, apenas porque ela disse que adorava o mar e gostaria de acordar todos os dias com o som das ondas quebrando. Então o idiota pensou que seria maravilhoso presenteá-la com aquela casa. Ela adorou, chorou e pulou em meus braços no dia que revelei o presente. Fizemos sexo também. Muito sexo. Em todos os lugares daquela maldita casa e na praia... Deitados na areia fofa em uma cama improvisada por travesseiros e um lençol. Ah e rodeados por garrafas de vinho, porque outra coisa que nós fizemos muito naquele dia foi beber. Beber... Eu realmente preciso de um Whisky agora. Não consigo me lembrar daquela garota e permanecer sóbrio. Ou quase sóbrio, não sei como estou agora. Passei pela adega e peguei a primeira garrafa que encontrei e bebi no gargalo. Peguei umas pantufas que encontrei pelo caminho e as calcei.  Saí da casa e respirei fundo. Ritz-Carlton... Esse hotel é muito longe? Já me hospedei lá diversas vezes. Acho que não é tão longe... Vou apenas caminhar. Se eu me perder está tudo bem, estou em Hong Kong, é um ótimo lugar para se perder.

     Então comecei a andar. Andava e bebia, andava e bebia... O clima estava ameno e um pouco úmido. Quando cheguei numa região com mais prédios e movimento soube que havia andado bastante, talvez uma hora e meia, e estava perdido. Acho que era inevitável, talvez eu quisesse mesmo me perder. Tinha tomado metade da garrafa de whisky e precisava de um pouco de água. Entrei na loja de conveniência e peguei uma garrafa de água gelada. Quando fui pagar pelo produto, apalpei os bolsos da minha calça e percebi que minha carteira não estava comigo. Resolvi comprar mesmo assim. Retirei meu Rolex de platina do pulso e o entreguei para o rapaz que ficava no caixa. Ele arregalou os olhos e deixou o queixo cair enquanto movimentava a cabeça vagarosamente para os lados tentando dizer que não podia aceitar. Eu insisti e ele acabou estendendo a mão trêmula para aceitar o relógio. Não sou muito sentimental com meus bens materiais, afinal perco um Rolex hoje, mas posso comprar até dois amanhã.

Sim, sou muito rico. Sou um dos maiores estilistas e empresários da Ásia e sou modelo também. Tenho apenas 27 anos de idade e uma marca de roupas de luxo, a J.Lue. Ainda estava na faculdade quando me tornei sócio do meu amigo Simon Lee e comecei a ajudá-lo com a sua linha de roupas, na época chamada apenas Lue. Tenho que admitir que ele não tinha talento algum; as roupas eram horrorosas. Mas Simon trabalhava com muito afinco e mantinha vivo o sonho de ser um estilista muito famoso. Depois de dois anos de trabalho duro, consegui fazer da Lue uma das marcas mais faladas e vestidas da Coréia. No entanto, Simon só pôde acompanhar o crescimento da marca e viver seu sonho por um ano. Ele morreu num acidente de carro em 2010. Fiquei completamente arrasado, entrei em depressão e tive um bloqueio criativo. Senti como se tivesse morrido também, pois Simon era como um irmão para mim ou talvez até mais que isso. Mas tudo mudou em 2011 quando conheci uma modelo tão linda, tão cheia de energia e talento no auge dos seus 19 anos de idade. Como fui estúpido... Apaixonei-me tão perdidamente por essa garota...  Mas foi esse amor que me fez vivo novamente. Mudei o nome da marca para J.Lue (a letra J representando meu nome) e depois de algum tempo já era uma das mais famosas da Ásia e atualmente está chamando atenção de outras partes do globo, como America do Norte e Europa. A garota que fez tudo isso ser possível não está mais na minha vida. Ela se foi. Ela me abandonou e abriu uma ferida no meu coração que sangra demais. Isso foi há quase um ano, mas não consegui superá-la. Não sei se conseguirei, acho tão impossível. Ótimo, pensando nela de novo. Eu tenho que parar com isso...

Felizmente fui afastado de meus pensamentos quando algo vibrou no bolso da minha calça. Era meu telefone. Uma mensagem de Teddy. “Onde você está? Estou te esperando no Ritz-Carlton. Nós voltamos para a Coréia esta noite.” Que droga. Minha noite de sábado sendo desperdiçada em um avião. Prefiro ir para mais uma festa aqui em Hong Kong em alguma boate. Encher a cara mais uma vez. Eu e Teddy poderíamos fazer isso se ele não estivesse ficando velho e rabugento, apesar de estar apenas na casa dos trinta, com certeza ele vai querer me arrastar para Seul. Já ia responder a mensagem com algo do tipo “Não faço a mínima ideia de onde estou no momento” quando minha salvação chegou.

_Ji-Yong?

    

                                                                                                                 ***

15h46min

Em um apartamento de classe média em Seul, Coréia do Sul.

Aiko Himura, a jovem japonesa solteira convicta e bem-sucedida.

Deitada na minha cama, eu assistia pela enésima vez minha coleção de DVDs de Sex and the City e me empanturrava de bombons importados da Suíça que ganhei do meu chefe na quarta-feira passada. Estava tudo indo muito bem e eu estava aproveitando minha folga tão merecida quando meu celular toca. Que merda. Com muita má vontade rolei na cama e estiquei o braço até alcançá-lo.

_Aiko, notícias maravilhosas para você.

Era Soo-min, minha melhor amiga desde que me entendo por gente.

_Se não for sobre alguma reprise de seriados americanos na televisão então não estou interessada.

_Aiko, por favor! – Ela fazia uma voz manhosa. – Não desperdice sua vida trabalhando que nem uma escrava, assistindo a seriados americanos e comendo chocolate no seu quarto! – Sou tão previsível assim? – Se continuar fazendo isso vai ficar solteira pelo resto da sua vida.

_Não estou no clima para ficar ouvindo sermão e quem disse que eu quero algum homem?

_ Quando foi a última vez que transou?

_Ah para Soo-min...

_Está vendo? Sua situação é crítica. Escute, Yuri acabou de me ligar falando que vai dar uma festinha na casa dela hoje à noite, bem tranquila mesmo, só para beliscar umas comidinhas e beber um pouco. Ela gostaria que você fosse...

_ E por que ela mesma não me convidou?

_Ela me disse que não tinha certeza se você aceitaria, sabe ela está cansada de desculpas esfarrapadas do tipo “Eu tenho que cuidar dos cachorros do meu chefe nesse final de semana...” ou “Estou com um resfriado terrível!” e até mesmo “Já marquei de sair com umas amigas da empresa”.

_E por que eu sou obrigada a estar presente em situações sociais? Estou muito bem aqui no meu quarto e...

_Eu já falei as consequências disso. Além do mais, sabe quem estará lá? Lee Byung-hun e...

_Hum... – murmurei entediada.

_Choi Siwon!

Homens. Novamente minha amiga tentando empurrar homens para cima de mim. Não que eu seja lésbica, mas eu realmente quero dar um tempo neles. Depois de um momento em silêncio ponderando sobre minha resposta, falei impacientemente:

_Ok, ok eu vou! Que horas?

Ela soltou um gritinho histérico e pude ouvi-la batendo palmas.

_Lá pelas seis horas, tudo bem?

_Sim... Agora me deixa aproveitar o tempo que ainda me resta com Sex and the City!


 

  14h50min

 Sede da empresa Blanc & Eclare em Hong Kong, China.

    Finalmente um breve descanso. Eu estava trabalhando desde 7 horas da manhã quando minha secretária me ligou falando sobre o enorme problema que a estagiária tinha criado. Não tolero erros na minha empresa, principalmente se forem estúpidos como o sumiço de contratos importantes que me custem toda uma manhã em desespero e uma estagiária a menos. Eu amo meu trabalho, então gosto de realizá-lo sem muitos aborrecimentos. Sou dona e principal estilista da linha moda Blanc & Eclare, o meu maior tesouro. Eu e minha irmã, Soo-Jung, criamos a empresa há 3 anos quando eu acabava minha faculdade de moda na Itália. Utilizamos a popularidade de Soo-Jung (que é uma grande celebridade na Ásia) para promover os produtos. É claro que hoje Blanc & Eclare é uma das maiores linhas de moda da China e será uma das maiores de toda a Ásia em alguns anos. Não há modéstia nessa empresa.

    O local onde eu quase sempre trabalho é em Hong Kong, onde fica a majestosa sede da Blan & Eclare. Meu escritório tem uma vista suntuosa da região e sempre que quero relaxar fumo um cigarro enquanto observo os carros passando e os outros prédios de qualidades superlativas. Era isso que eu estava fazendo quando o maldito telefone em cima da mesa toca quebrando meu momento de paz.

     _Sra. Jung, a Sra. Park Soo-young deseja vê-la, devo liberar a entrada?

     _ Xinyu, me diga... Quantas vezes a Soo-Young prestou uma visitinha no meu escritório?

    Ela pareceu gaguejar um pouco e respirar pesadamente antes de responder:

    _Muitas vezes, Sra. Jung.    

    _E você acha necessário anunciá-la?

    Ela ficou em silêncio sem saber como responder à pergunta. Então respondi por ela:

    _É óbvio que não, cacete!

    Bati o telefone no gancho. Em dias estressantes a minha tolerância cai para zero e minha raiva sobe para mil. Soo-Young entrou no meu escritório com os olhos brilhando. Imagino o que ela anda escondendo de mim... Ela me abraçou e olhou para meu rosto, estudando minhas feições.

    _Dia ruim?

    _Muito... Talvez fique um pouco melhor agora, pois pelos seus olhos imagino que tem algo que queira me contar. Tomara que seja uma fofoca, faz tempo que não escuto alguma bem picante!

     Ela abriu um sorriso e sugeriu que nos sentássemos no sofá do escritório.

    _Jessica, isto já está acontecendo há alguns meses, mas eu não queria te contar antes que se tornasse algo sério...

    Arregalei os olhos e coloquei minhas mãos sobre seus ombros.

_ Espera, você está namorando?

Ela assentiu e eu a abracei soltando um gritinho de euforia.

_Quem é o sortudo? Ele é rico? Inteligente? Chinês?

_ Bem, ele é sim, muito rico, muito inteligente, mas não, ele não é chinês. Ele é sul-coreano, assim como nós...

Mais gritinhos.

_ Isso é maravilhoso! Quando vou conhecê-lo?

_ Aproveitei que o estúdio onde vou trabalhar hoje é aqui perto para te convidar para uma festinha na minha casa sexta à noite na qual ele estará presente. É algo bem caseiro, só as minhas melhores amigas estão convidadas.

_ É claro que eu vou! Soo-young eu estou tão feliz por você, mas com tanta inveja também! Ah, qual o nome dele? Espero que seja bem másculo e imponente!

_Ah sobre isso... É Seung-hyun.

Fiquei um momento em silêncio tentando digerir o nome daquele imbecil. Por fim, vomitei algumas perguntas:

_Espera... Seung-hyun? O executivo? O idiota? O cafajeste pegador de menininhas de 16 anos?

_Sim, mas...

_Como você, uma mulher tão linda, inteligente e independente, pode ficar com um... Canalha como ele?

_Ele está melhor agora, Jessica! Ele mudou desde que o relacionamento ficou mais sério... E por favor, você só o conhece através de fofocas!

_Que você mesma me contou!

_Que depois descobri que eram mentiras ou fatos exagerados! No começo eu pensei que não duraria nem uma semana de sexo casual, mas ele foi se tornando... Alguém tão especial... Ah Jessica, por favor, você tem que dar uma chance a ele!

Fechei meus olhos por um momento e engoli toda a raiva e xingamentos que estava prestes a falar. Seung-hyun... Que homem mais nojento e de má reputação entre as mulheres! Ele é bem popular, já que é chefe executivo do Banco Shihan e filho do ricaço dono do Grupo Financeiro Shihan. Todas as mulheres abrem as pernas para ele à noite e o enchem de elogios pela manhã em rodinhas de fofocas. Depois de uma semana estão completamente derrotadas de coração partido bebendo num barzinho e contando como ele era frio, cafajeste, mal-educado, mas incrivelmente irresistível. É impressionante a frequência que isso acontece e agora uma das minhas melhores amigas seria sua mais nova vítima. Tive um enorme impulso de dar uma tapa na cara de Soo-Young para que ela acorde para a realidade, mas não, melhor não. É bom que ela aprenda com os próprios erros de vez em quando. Suspirei e olhei para Soo-Young.

_ A vida é sua, faça o que quiser com aquele canalha, mas não venha pedir colo depois que ele acabar com você, porque tudo o que eu vou dizer é “Eu te avisei.”.

Soo-Young sorriu e me abraçou. Ainda com os braços me envolvendo, falou:

_Vai ficar tudo bem, ele não vai machucar ninguém.

Ah, como eu queria acreditar nessa frase...


 

19h10min

Em um apartamento em Hong Kong, China.

_Boa noite, Bela Adormecida!

Exclamou Seung-hyun ao me encontrar no sofá de sua sala com um saco de ervilhas congeladas na cabeça em uma tentativa frustrante de aliviar uma enxaqueca. Horas atrás, quando eu caminhava perdido pelo centro de Hong Kong, ele me encontrou e me trouxe para seu apartamento. Depois de uma xícara de café e alguns pedaços de bacon, eu caí morto de cansaço no sofá da sala e só acordei à noite com essa dor de cabeça irritante.

_Não enche o saco, Seung-hyun.

_Mal humorado como sempre. Quer um remédio?

_Não... Quero comida e um pouco de vinho também.

_Acho que por hoje chega de beber. Vou preparar algo para comermos.

_É minha mãe agora?

_Só tenho um pouco de dó de um alcoólatra em potencial.

Bufei em reprovação. Seung-hyun se dirigiu à cozinha enquanto dizia:

_A propósito, irei a uma festa de casamento daqui à uma hora e provavelmente só voltarei de madrugada ou amanhã pela manhã, mas você pode dormir aqui se quiser.

Alguém disse festa? Ótimo! Minha noite não será uma porcaria. Levantei do sofá em um pulo e fui até a cozinha.

_Onde? De quem é o casamento?

_Hãn... Esqueci o nome do salão de festas e o casamento é de um amigo meu... Para que você quer saber isso? Ah Ji-Yong não me diga que...

_Em nome de nossa amizade, que fará cinco anos em breve, me leve com você!

 

19h25min

Seul, Coréia do Sul.

    _Aiko! Siwon chegou!

    Soo-min veio ao meu encontro, muito agitada e sorridente. Obviamente querendo empurrar homens para cima de mim nessa festinha da Yuri… Retribuí o sorriso e disse que já estava indo. Nesse momento, meu celular toca. Era Teddy, um dos melhores amigos do meu chefe, que enviei para acompanhá-lo durante uma viagem a Hong Kong. Preocupada, pois Ji-Yong muitas vezes age com imaturidade, atendi.

    _Suzy, ele sumiu!

    Não acredito…  Desliguei rapidamente e saí correndo, pedindo desculpas às minhas amigas.

 

20h15min    

Club XII, Hong Kong

Não foi fácil convencer Seung-hyun, mas consegui diante das condições de sempre ficar perto dele e não beber. Só tenho uma coisa a dizer: obrigado, trouxa! Assim que adentrei o salão, percebi que valeu a pena. O lugar possuía uma pista de dança enorme, um bom jogo de luzes, um barman pronto para me servir, muitas garotas de vestidos minúsculos e, devo admitir, rapazes demasiado atraentes. Seug-hyun me lançou um olhar contrariado e disse que iríamos cumprimentar os noivos. Aproximamos de uma grande mesa onde uma mulher de cabelo curto e vestido branco decorado com detalhes em cristal conversava com alguns homens de terno e uma senhora, que devia estar na casa dos 60, mas tinha uma aura jovial. O homem ao lado da mulher de branco levantou rapidamente ao ver Seung-hyun e o abraçou.

_ Seung-hyun, que bom que você veio! Sente-se!

_ Não poderia deixar de vir, Min-ho, parabéns pelo casamento! Esse é meu amigo Ji Yong.

_ Você não é o dono da J.Lue? Nós adoramos seus sapatos, somos seus fãs! - disse um dos homens de terno.

Min-ho me cumprimentou, assim como o restante da mesa. Iniciou-se, então, uma conversa tão chata que morrer seria considerado uma boa opção no momento. Descobri que a senhora de aura jovial era a mãe da noiva e os homens eram os padrinhos. A situação entediante terminou quando depois de alguns minutos eu senti algo roçar na minha perna. O que diabos é isso?  Empurrei suavemente a cadeira para trás e olhei de forma discreta por baixo da mesa: era outra perna masculina. Levantei minha cabeça e segurei um riso quando percebi que Min-ho, o noivo, era o dono daquela perna. Ele lançou um sorriso provocador enquanto continuava com a carícia. Resolvi desviar um pouco da minha atenção concentrando-me na conversa para aborrecê-lo. Não demorou muito e ele deu alguns chutes fracos na minha perna para chamar atenção e, quando eu retribuí seu olhar, ele fez um gesto com a cabeça como se dissesse para sairmos daquele lugar.    Então, como obviamente eu não poderia perder essa oportunidade, dei a clássica desculpa do banheiro para me afastar das pessoas. Me distanciei da mesa e olhei de relance: Min-ho estava se levantando, pronto para me seguir. Consegui chegar até o banheiro masculino, que surpreendentemente estava vazio. Tudo está ao meu favor! Me senti nervoso por um momento, mas sexo com um homem não era novidade na minha vida, apesar de ser um acontecimento raro. Ele apareceu na porta com os olhos arregalados e respiração forte. Mordi o lábio e dei um sorriso brincalhão.

_O que aconteceu? A conversa estava muito entediante?

_ Não. Eu avistei uma miragem e pensei que estava sonhando. Apenas a segui.

Meu Deus, é assim que você conseguiu transar com a sua noiva? Que merda, cara! Ignorei a cantada idiota e dei vários passos à frente, surpreendendo-o. Coloquei as mãos em volta do seu pescoço e aproximei meus quadris para poder sentir seu membro inferior rígido e molhado. Ele retribuiu as carícias me apertando forte contra seu peito e me beijando ferozmente. Então, me puxou para um dos cubículos do banheiro e continuou com seus beijos, até que começou a tirar as calças. Agarrou meus ombros e me virou bruscamente contra a porta. Começou a tirar minhas calças desesperadamente e, nesse ponto, deixei de me divertir e senti raiva desse sujeito agressivo e idiota. Murmurei um “pare com isso, seu idiota! Acalme-se!”, mas ele não me deu ouvidos e continuou com sua exibição de macho alfa, dando as primeiras estocadas em mim. Fiquei furioso, dei uma cotovelada forte em sua barriga e alcancei a trava da porta para abri-la. Foi a partir desse momento que tudo aconteceu muito rápido: tudo o que vi foi o chão cinza quadriculado vir ao meu encontro, uma intensa dor no meu pau e Min-ho desmontando-se em cima de mim.  Não é possível… O desgraçado caiu em cima de mim assim que abri a porta. E eu caí de pau duro. Meu Deus, que dor!  Fechei os olhos e me contorci no chão, tentando recobrar os sentidos. Assim que abri os olhos, vi dois pares de sapatos da minha mais nova linha à minha frente. Não pode ser… Ergui a cabeça e percebi que eram os padrinhos de casamento. Eles nos olhavam boquiabertos. Min-ho se levantou primeiro e balbuciou algumas coisas, mas foi interrompido por um soco e, logo em seguida, berros:

_ Como você pôde fazer isso com nossa irmã, com nossa família?! Desgraçado!

Um dos padrinhos veio ao meu encontro, totalmente fora de si, e desferiu um soco. Logo em seguida, agarrou meu pescoço, me enforcando, e bateu minha cabeça contra o chão. Graças a forças divinas, ele logo se cansa de mim e parte para cima de Min-ho, seu alvo principal. Levantei-me com dificuldade e arrumei minhas calças e cueca para sair daquele banheiro o mais rápido possível.

    Eu não conseguia controlar minha respiração e todo o meu corpo doía. Localizei Seung-hyun, que ainda estava na mesa conversando com a noiva e a mãe dela, e fui em sua direção. Toquei em seus ombros e balbuciei “temos que sair daqui…”. Ele me olhou assustado, assim como as mulheres ali presentes, mas não havia tempo para explicações. Agarrei seu pulso e o puxei para corrermos. Depois de atravessar um mar de pessoas, encontramos a porta dos fundos e eu suspirei aliviado quando pude ver os letreiros em neon, os prédios e os carros luxuosos.

_ Que merda é essa, Ji Yong? - esbravejou Seung-hyun.

Soltei uma risada e comentei:

_ Casamento é uma coisa realmente idiota. Nunca gostei dessa porcaria. E  tudo isso foi só… Um bando de gente falsa que comemora o amor, como se isso fosse um produto importado. Mereceram aquilo.

Seung-hyun continuou falando energicamente, mas eu não ouvi nada. Naquele momento, vi o rosto dela. Seus cabelos estavam maiores e perfeitamente alinhados, seus olhos brilhavam como nunca e seus seios foram valorizados por um vestido bem decotado. Era um enorme telão que exibia uma propaganda. Sempre me persegue… Como posso esquecê-la? Está em todo o lugar… No fim, termino o dia assim como o comecei: pensando nela.

 


Notas Finais


Próximo capítulo em breve! Espero que tenham gostado.
~ Aphrodite.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...