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História Desejo das Estrelas - Entre espinhos.


Escrita por: Princecami158

Capítulo 27 - Entre espinhos.


Fanfic / Fanfiction Desejo das Estrelas - Entre espinhos.

Amarïe ainda olhava para o teto acima de sua cabeça. A noite tinha avançado, mas ela não conseguia dormir. Em parte porque a presença de Thranduil em sua cama era...no mínimo perturbadora, e no máximo uma tentação.

Não sabia o que escolher. Sua mente ordenava que se afastasse dele, mas seu coração o ansiava muito o próximo. A respiração suave e sonolenta do rei enchia o quarto, abafado apenas pela lareira ainda queimando. Os pensamentos dela ardia da mesma forma que as chamas alaranjadas. De repente o rei virou-se em sua direção, os olhos pálidos vividos e brilhantes a analisaram. Amarïe respirou fundo, ainda olhando para o teto, esperando que seu coração se acalma-se, e seus pensamentos se acalmaram.

- Você está inquieta. – ele sussurrou – o que está te incomodando?

- Você. – ela sussurrou em resposta, apertando os lençóis contra o peito. – não sei o que pensar tendo você aqui está noite. É estranho, depois de tanto tempo.

O rei permaneceu em silêncio, a respiração quente quase tocava a têmpora dela, seus medos e desejos rastejando sob sua pele, cada um infringindo um tipo de tortura ao seu coração.

- Eu posso voltar para meu os meus aposentos, se é isso que quer.

- Não. Não. – suspirou Amarïe, sentando-se, mas o rei se levantou e pegou o próprio robe, então voltou a olhar para ela.

- Eu já lhe causei tormento demais, calima (brilhante). Não há porque continuar fazendo sem necessidade.

Ela não soube o que responder, seus olhos acompanharam o sorriso murcho que o rei lhe ofereceu, e depois deu outro beijo suave em seu filho adormecido, antes de voltar para seus próprios aposentos. Amarïe voltou a deitar, enrolando-se em torno do lugar onde ele tinha deitado, seu perfume fresco do sabão e do óleo que passava nos cabelos, no silêncio ela pode escutar novamente o som das chamas queimando na lareira. Ela ficou muito mais inquieta, desejando que ele tivesse perto.

**

Amarïe estava diante da mesa de chá, observando sua xicara cheia com o liquido levemente dourado e leite morno. Logel estava a sua frente, conversando sobre os preparativos de seu próprio casamento. A costureira mal prestava atenção as palavras, sua mente muito carregada com o fato de como se sentiu em relação a Thranduil na noite passada, e como ele reagiu a ela.

Nesse momento o rei estava com seu filho em alguma parte do castelo passando um pouco de tempo juntos, e ela sentiu uma necessidade de se juntar a eles. Claro que não podia fazer, se aproximar dele, era como se aproximar do fogo: o calor é muito gostoso, mas se se aproximar demais acabaria machucada.

- Você realmente está me ouvindo, Amarïe? – questionou Logel pousando sua xicara na mesa. A loira segurou a sua com as duas mãos, e concordou com um aceno enquanto seus olhos ainda estavam fixos no conteúdo da porcelana.

- Por que ainda não decidiu? – sua prima questionou em um tom mais brando.

- Decidir-me? – a loira voltou os olhos azuis para sua prima-irmã, que balançou a cabeça sutilmente.

- Eu sei que o ama. Dá pra ver o quão abatida se tornou desde que veio morar aqui. – concluiu Logel. – também é bem perceptível o brilho em te ilumina sempre que o vê, mesmo que tente disfarçar, eu vejo, a conheço-o tão bem.

- Logel, eu admite que o amo uma vez, e posso admitir outra, e tantas vezes, você precisar. – ela suspirou ressentida – mas nós dois junto, é completamente impossível, depois de tudo que ele fez, de como eu sofre. Não consigo confiar nele.

- Eu o odeio. – declarou a morena – eu o odiei desde de o minuto que ele tirou você da vida dele, e nunca vou perdoa-lo completamente pelo que você passou depois disso. Mas você o ama, e sofre sem ele, pode pelo menos lhe conceder uma segunda chance pra tentar se redimir?

- Eu não sei. – Amarïe sussurrou voltando a olhar para sua xicara cheia do chá intocado, ela levou a porcelana aos lábios e engoliu o liquido doce e relaxante.

- Tenho que admitir que ele é um ótimo pai, e está tentando fazer o melhor para ser um cavalheiro com você.

- Eu sei. – a loira suspirou – disse que me ama, mas não espera que um dia posso perdoa-lo, entende que me machucou muito. Agora evita qualquer tipo de galanteio, e beijos roubados.

- Eu sei querida, posso ver também o anseio nos olhos dele quando está a observa-la escondido, quando pensa que você não está a prestar atenção nele. – a prima se levantou – pense com carinho querida Amarïe, pois é sua felicidade que está em jogo, e também seu coração.

**

Amarïe caminhou até a sala de estar onde Thranduil estava com Legolas. Quando entrou o rei estava sentado no sofá com um Legolas choroso nos braços, os olhos azuis do menino se abriram quando ela se aproximou, então o choro que estava diminuindo, veio mais alto.

- O que aconteceu, meu amor? – ela sussurrou passando a mão dos cabelos dourados, o movimento fez com que o menino diminuísse um pouco suas suplicas.

- Ele machucou o dedo. Não foi nada, não é pequena folha? – o rei sussurrou para o filho, que se aninhou ainda mais em seu pescoço.

- Deixe a nana ver, meu amorzinho. – ela sussurrou, e o pequeno príncipe tirou a pequena mão que estava pressionada contra o peito do pai, e ofereceu o pequeno dedo leitoso e avermelhado na ponta com um pequeno corte.

Amarïe se inclinou e beijou o pequeno dedo, antes de beijar o rosto do filho que sorriu abertamente ainda com os olhos azuis.

- Agora vai ficar melhor. – ela sorriu com carinho, enquanto o rei acomodava o pequeno sentado em seu colo.

- Quero comida. – Legolas ronronou apoiando o rosto contra o peito do pai, os dedos brincaram com os botões de ouro e rubi de suas vestes.

Meladriel entrou nos aposentos apressadamente, e ao seu encalço estava Alatariel que foi direto em direção ao príncipe para arranca-lo dos braços do rei.

- Finalmente tenho os dois juntos. A dias que tento conversar com vocês. – suspirou a antiga rainha – Alatariel, leve Legolas para tomar banho e comer.

- Sim, senhora.

Amarïe ficou ao lado da poltrona enquanto observava a elleth de cabelos castanhos pegar seu filho no colo e leva-lo da sala. Thranduil permaneceu sentado na poltrona e levantou uma de suas sobrancelhas em questionamento.

- O que há agora, nana? – ele questionou, a rainha suspirou, para tomar coragem para o que tinha a dizer, seus olhos verdes nublaram-se por alguns segundos enquanto observava os dois.

Ela sentou em outra poltrona distante, acariciando seu vestido fino de cor verde-floresta, seus cabelos dourados foram jogados por sob os ombros, ela umedeceu os lábios rosados antes de finalmente começar a falar.

- Já faz alguns meses. – ela declarou – talvez agora que vocês estejam livres, possam se casar novamente.

Thranduil limpou a garganta, mas não disse nada, ainda olhando para sua mãe com um olhar complexado.

- Sei que não se amam, e não podem se perdoar pelo tanto que se magoaram, mas pensem em Legolas. – ela disse rapidamente -  essa é a oportunidade de poder corrigir o erro gravíssimo que fizeram na vida do meu neto.

Amarïe umedeceu os lábios e olhou de salseiro para a cabeça dourada de Thranduil, que parecia um tanto perplexo e divertido com a situação, mas então tornou-se pensativo, os olhos azuis acinzentados se voltaram para encarar os dela. Ao olhar os sentimentos turvos nos olhos dele, ela percebeu que nunca seria capaz de ter um casamento de conveniência com ele, e antes que pudesse pensar sobre isso, disse única coisa que pairou em sua mente.

- Ainda estou com Glorfindel.

**

Thranduil olhou para Amarïe do outro lado de seus aposentos, enquanto ela embalava Legolas em seus braços, sentada diante da lareira, observando o fogo queimar. Era o início da primavera e o ambiente dentro do palácio estava muito fresco, devido às chuvas que aconteciam nessa época do ano. Ele tinha pensado muito sobre o que sua mãe tinha dito, e para ele, casar com ela, não era justo, não depois de tudo que tinha feito para magoa-la, mas ser seu marido seria um sonho. Um sonho lindo e distante.

- Amarïe. – ele chamou, fazendo-a virar a cabeça para olha-lo, seus olhos azuis demoraram para se livrar daquele aspecto distante. O rei sentou-se na poltrona ao lado dela.

Legolas e aninhou um pouco mais ao corpo dela, enquanto as chamas douradas iluminaram seu pequeno rosto, e seus cílios negros que descansavam sobre suas bochechas. Ele observou seu filho atentamente, ele faria qualquer coisa pelo Legolas, mas não chegaria ao ponto de pressionar Amarïe para fazer algo que ela não queria.

- Amarïe, sobre o que minha mãe disse no outro dia. – ele engoliu em seco. – nós não precisamos fazer nada disso, Legolas será respeitado e amado pelo nosso povo, independente do que aconteça com nós dois. Não leve as palavras dela tão a sério.

- Não é isso que me preocupa. – ela sussurrou, seus olhos voltando logo em seguida para o fogo.

- Se for sua relação com Glorfindel. – ele apertou a mandíbula. – não se preocupe, eu posso conviver com isso. Com seu amor e devoção por ele. Entendo que ele esteve no meu lugar na sua vida e na vida de Legolas por um bom tempo, e vou respeitar o espaço dele na sua vida, e na do nosso filho.

- Você faria isso? – ela questionou quase esperançosa, seus olhos azuis brilharam úmidos com o fogo da lareira.

Thranduil sentiu seu coração se agitar em agonia. Ela queria o outro ellon, e contrariando tudo que ele sentia, e todo ciúmes o consumia, deveria deixar que Amarïe, a mulher que amava, ter seu final feliz. Olhando para ela inclinada e esperançosa, aguardando sua resposta, quase ansiosa demais, o fez ter consciência de que a amava o suficiente para deixa ir, e ser feliz com outro homem.

- Thranduil. – Amarïe o chamou de seus pensamentos – você realmente deixaria que Glorfindel fizesse parte da vida de Legolas? Realmente não criaria problema se eu decidisse me casar com ele, ou invés de fazer o que sua mãe sugeriu?

Thranduil respirou fundo, inclinando para que pudesse olha-la nos olhos e ser o mais sincero possível. Mesmo que seu coração se partisse toda vez que a visse com Glorfindel, mesmo que sua alma se afundasse com a consciência de que ela nunca estaria em seus braços novamente. Pela primeira vez na vida ele deixou o amor que sentia por ela comandar seus sentimentos, comandar suas ações, comandar e ser transmitido em suas palavras, deixou que seu coração governasse, deixando de lado a razão e os ciúmes. Ele pensou apenas nela, isso era por causa dela, e apenas Amarïe importava.

- Eu sei que eu estraguei tudo com meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta, sei que isso me transformou em uma pessoa ruim, fez uma mulher boa e forte como você sair da minha vida. Eu nunca conseguirei limpar a confusão que eu fiz, eu tenho consciência de que nunca vou merecer seu perdão, ou o seu amor novamente e isso me assombra toda vez em que fecho meus olhos. – Thranduil confessou - Embora isso doa, eu serei o primeiro a dizer que eu estava errado, eu sei que provavelmente estou muito atrasado, para tentar me desculpar pelos meus erros, mas eu só quero que você saiba que eu faria qualquer sacrifício para reparar o que fiz, e para vê-la feliz.

Amarïe o encarou por muito tempo, seus olhos azuis celeste encheram-se de lagrimas, seu lábio inferior ficou tremulo enquanto ela respirava pesadamente, abraçando Legolas com mais força contra seu corpo. Ela respirou pesadamente e disse apenas um palavra tremula e cheia de emoção:

- Obrigada.

Thranduil sentiu que isso era um castigo mais do suficiente por tudo que causou de ruim na vida dela, na vida Thawel, e na vida de todos os envolvidos nessa história.

**

Amarïe enfiou a agulha novamente no tecido de um vestido festivo enquanto bordava padrões intricados. Logel estava a sua frente olhando-a atônita depois que ela lhe contou o que Thranduil havia dito a ela na noite passada.

- Eu não sei o que pensar. Entende? Eu o quero, e não posso negar que o amo, mas não confio. – ela murmurou enquanto ainda bordava, suas mãos tremeram levemente enquanto a ansiedade ainda a incomodava.

- Eu desconfio dele também. – murmurou Logel – ele pode estar tentando te enganar com toda essa conversa.

- Mas e se ele estiver sendo sincero? – ela suspirou, largando a costura e se concentrava em sua prima.

- Traga Glorfindel para cá. – decidiu Logel – vamos tentar até onde ele está sendo sincero. E para falar a verdade, você não resolveu as coisas com ele. Serão dois coelhos com um golpe só, como dizem os humanos.

- Você tem razão, eu vou fazer isso.

**

Amarïe colocou Legolas para dormir, protegeu seu corpo com o robe escuro e foi até os aposentos do rei. Ela queria avisa-lo sobre a carta que mandou a Glorfindel.

Quando entrou o rei estava sentado na cama, enquanto tentava escovar os próprios cabelos, resmungando quando a escova prendia e emaranhava seus fios.

- Thranduil, você devia contratar outro valete. – ela tentou não rir dos esforços do rei – seria muito mais fácil.

- Boa noite, Amarïe. – ele resmungou enquanto levantava o rosto para encara-la, seus olhos azuis pálidos a examinaram com um brilho diferente.

Ela tentou ignorar isso e pegou a escova de suas mãos, mudando-se para ficar atrás dele. Ela pegou os cabelos, alinhando as mechas para cair sobre as costas, então começou a escova-los de forma lenta e ritmada.

- Eu queria avisa-lo. – ela disse depois de um tempo – entreguei uma carta convidando Glorfindel para passar uns dias aqui.

Ela o sentiu enrijecer, o que fez com que ela olhasse seu reflexo no espelho. O rei mantinha o rosto voltado para o outro lado e o olhar baixo enquanto pensava, seus punhos apertavam os lençóis da cama com força.

- Eu avisarei Dirwen para preparar um quarto de hospedes para ele. – o rei finalmente disse – ficaremos felizes em recebê-lo. E eu prometo não me intrometer entre vocês.

- Não sabe como agradeço. – ela sorriu deixando a escova sobre a cama, então tocou no rosto dele, sorrindo mais amplamente quando os olhos cristalinos se encontraram contra os dela.

- Você não sabe o quanto isso significa para mim, Thranduil, muito obrigada. – Amarïe se inclinou e beijou seu rosto, deixando-o para trás quando voltou para seus aposentos.

Thranduil olhou enjoado para seu próprio reflexo no espelho. Sua tortura tinha começado, e não poderia mais reivindicar lugar na vida de Amarïe, e não poderia afastar Legolas de uma pessoa que foi tão importante em sua vida.

- Eu farei o melhor por você.



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